Com economia fraca, país tem 62 milhões de negativados
O número de inadimplentes no país chega a 62,4 milhões, segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Esse número representa 40,6% da população acima de 18 anos. Em setembro, o total de pessoas com restrições ao CPF aumentou em 3,9% na comparação com igual mês de 2017. Em relação a agosto, ficou praticamente estável (-0,1%).
"O desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares anteriores à crise, prejudicando o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores. Esse quadro deve só deve ser revertido com a melhora do mercado de trabalho, o que exige por sua vez uma recuperação econômica mais vigorosa", afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
De acordo com a pesquisa, mais da metade (52,7%) dos compromissos financeiros não quitados vem de bancos ou instituições financeiras. O comércio aparece em seguida, com 17,9% do total. As dívidas bancárias (cartão de crédito, cheque especial e empréstimos) cresceram 8,5% em 12 meses, enquanto no comércio houve queda de 6,1% nos atrasos com crediário.
A inadimplência cresce mais entre a população mais velha. Segundo o levantamento, houve crescimento de 10% de devedores de 65 a 84 anos – são 5,4 milhões de pessoas. Entre negativados de 50 a 64 anos (12,9 milhões), a alta foi de 6,2% e na faixa de 40 a 49 anos (14 milhões), de 4,9%.
"Com o aumento da expectativa de vida, a população idosa participa cada vez mais ativamente do mercado de crédito, com um leque maior de produtos e serviços voltados para esse público específico. Isso eleva o número de potenciais consumidores nessa faixa etária, assim como o número de consumidores que eventualmente caem na inadimplência", diz o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Mas a maior parte dos inadimplentes (51,5%) se situa na faixa de 30 a 39 anos. São 17,7 milhões de pessoas. O levantamento mostra ainda 7,7 milhões no intervalo de 25 a 29 anos e 4,4 milhões de 18 a 24 anos.
Fonte:Redação RBA
Sem sol, sem lua, sem estrelas: 12 anos perdidos para uma ditadura sangrenta
Manoel de Oliveira, um dos mais longevos e competentes cineastas portugueses (morto aos 106 anos em 2015), dizia que o cinema não só é o espelho da vida, como é o único espelho da vida. “E sendo-o é também a memória da vida.” Memória essencial.
Nestes tempos de banalização da maldade, em que o totalitarismo e a violência espreitam, é uma necessidade aprender ou refrescar a memória sobre o que foram os anos de chumbo – as ditaduras estabelecidas com apoio norte-americano entre os anos 1950 e 1980 –, quando milhares de pessoas em toda a América Latina foram vítimas de prisões. Tortura, desparecimentos e assassinatos. E um alerta sobre o que pode estar por vir.
O longa-metragem Uma Noite de 12 Anos cumpre à perfeição essa missão. Trata-se de um chacoalhão naqueles que relativizam a tirania do regime, mas sem deixar que a violência extrema desvie da atenção o essencial: o horror e a crueldade dos que abusam do poder desmedido, sem freio, nenhum controle social e nenhum limite humanitário.
Produção conjunta de Uruguai, Espanha e Argentina, o filme é dirigido por Álvaro Brechner, cineasta uruguaio responsável também pela direção dos premiados Mal Dia para Pescar e Mr. Kaplan. E choca pelas arbitrariedades cometidas contra três guerrilheiros tupamaros que lutaram contra a ditadura instalada no Uruguai entre 1973 e 1985.
Um deles, José Alberto Mujica, o Pepe, viria a ser o presidente do país (2010-2015). Aos 83 anos, Mujica renunciou em setembro ao cargo de senador vitalício. Os outros são Mauricio Rosencof, o Russo – jornalista, dramaturgo e poeta, foi diretor de Cultura da capital uruguaia, Montevidéu –, e Eleuterio Fernández Huidobro, El Ñato – ministro da Defesa desde 2011 e morto em 2016, ainda no comando da pasta.
Capturados pela repressão em diferentes situações, eles são retirados da prisão e passam a servir como reféns do regime, moeda de troca na luta contra as ações dos tupamaros.
As interpretações magistrais de Antonio de la Torre (Mujica), Chino Darín (Rosencof) e Alfonso Tort (El Ñato) dão a medida da dor e do horror desses 12 anos de reclusão, mas também da força e da integridade dos combatentes. Como quando, perguntado pelos guardas por que continuava lavando as panelas em meio ao momento em que seria libertado, El Ñato diz: “E para os que irão usar depois”.
Com os prisioneiros muitas vezes à beira da morte por inanição, a maior provação talvez tenha sido a manutenção da sanidade mental. Durante mais de 4 mil dias viveram em quase completo isolamento – quebrado apenas pelo contato com os guardas ou esparsas visitas dos familiares que nunca desistiam de buscá-los. Mudam com frequência de cárcere, mas sempre permanecendo em celas privadas de luz do sol, sem ter o que contemplar, sem qualquer distração que permitisse esquecer por um minuto que fosse o desespero da incerteza, da solidão, da violência cotidiana, da condição desumana em que estavam encerrados.
A tenacidade dos três guerrilheiros na luta pela democracia é diretamente proporcional à covardia e de seus opositores. Não se sabe se foi o treinamento tupamaro ou os quase 4.400 dias nas mãos dos ditadores cegos pelo poder que forjaram alguns dos mais geniais e dignos homens públicos da história recente da América Latina. Mas presença marcante das mulheres no filme – companheiras, filhas e a mãe de Mujica que em cenas esparsas dá mostras de onde veio a resistência necessária para passar por tantas provações – encerra uma verdade e uma homenagem àquelas que nunca abandonam a luta, ainda que pareça, por tanto tempo, totalmente infrutífera.
Ditaduras sangrentas como as do Chile e Uruguai começaram a enterrar seus regimes militares por meio de consultas populares. Plebiscitos, no Uruguai em 1980 e no Chile em 1989, recusaram aval popular aos regimes de exceção e abriram caminhos para a restauração democrática. Nos dois países, como na Argentina, ditadores, torturadores e assassinos foram punidos. O Brasil, no entanto, iniciou sua retomada democrática “lenta, gradual e segura” em 1978 por meio de um pacto de impunidade de seus tiranos. Só em 1985 os militares deixaram o poder. Mais de três décadas depois do fim de uma ditadura que consumiu do país 21 anos de vidas e história, os brasileiros tragicamente correm o risco de ter sua democracia enterrada pelo voto.
Assista ao trailer
Fonte:Cláudia Motta/RBA
Outubro Rosa: SINSSP em luta contra o câncer de mama abraça a campanha
O SINSSP manifesta o seu apoio ao movimento “Outubro Rosa” e chama a atenção de todas as mulheres para a realização dos exames preventivos e o combate ao câncer de mama.
O Outubro Rosa, movimento popular que é internacionalmente conhecido e comemorado no mundo inteiro, remete a cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e visa estimular a participação de toda a população, empresas e entidades.
O movimento nasceu na década de 90 e é celebrada anualmente com o proposito de compartilhar informações sobre o câncer de mama, além de promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama formadas por um tumor. Existem vários tipos de câncer de mama, alguns têm desenvolvimento rápido e outros mais lentos.
O SINSSP abraça o movimento Outubro Rosa e aproveita para solidarizar-se às servidoras e não servidoras que lutaram ou ainda lutam contra a doença e, principalmente, para disseminar as informações sobre a prevenção e a detecção precoce por meio do diagnóstico antes da proliferação da doença, fatores importantes para combater o câncer.
Durante o mês de outubro o SINSSP estará informando, orientando e dando dicas sobre o tema a fim de contribuir para que o movimento cresça e conscientize todas as mulheres que a prevenção é a melhor arma contra o câncer de mama.
Fonte:Sinssp
Câmara tem maior renovação dos últimos 24 anos, mas fica mais conservadora
A Câmara dos Deputados terá 53,4% de sua composição composta por novos eleitos, a maior renovação dos últimos 24 anos – uma alteração que só foi observada anteriormente nas eleições de 1990 e 1994. Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o cientista político Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, a mudança foi maior do que a esperada. "Foi um resultado que superou nossas expectativas, pois em todos os outros anos, depois de 1994, a mudança dos quadros ficou abaixo dos 50%", afirmou.
O analista afirma que a chegada de novos parlamentares à Câmara decorre principalmente da grande votação recebida por candidatos do PSL, de Jair Bolsonaro, que esperava eleger no máximo 30 deputados e acabou elegendo 52.
Do total de parlamentares eleitos ontem (7), 274 são novos nomes, que serão empossados na Câmara pela primeira vez em janeiro de 2019. E 239 foram reeleitos. Em 2014, o percentual de renovação foi de 46,7% e em 2010, de 44,25%.
De acordo com a avaliação do Diap, o aumento da bancada do PSL, que passará a ser a segunda maior legenda da Casa, e o número de parlamentares novos de outros partidos fará a Câmara ainda mais conservadora que a legislatura atual.
A tendência é de predomínio das chamadas "bancadaz BBB": a da bala (dos parlamentares que representam forças policiais e militares), do boi (os que integram o setor ruralista) e da bíblia (evangélicos).
Por outro lado, Toninho ressalta que a boa votação de deputados do PT ajudará a fazer o contraponto com essas forças. Ele alerta, porém, para a tendência de as bancadas conservadoras virem a atuar para negociar a aprovação e discussão de matérias de acordo com seus interesses de momento.
Já no Senado, a renovação foi intensa. Dos 32 parlamentares que já exerciam mandatos e se candidataram, apenas oito conseguiram se reeleger. Ficaram de fora "caciques" como o próprio presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (MDB-RR), além de nomes "tradicionais", como Cristóvam Buarque (PPS-DF), Roberto Requião (MDB-PR) e Magno Malta (PR-ES).
Fonte:Hylda Cavalcanti/RBA
Mulheres lideram atos contra Bolsonaro no Brasil e no mundo
Mais de um milhão de pessoas participaram das mobilizações contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) neste sábado (29). Os atos da campanha #EleNão foram organizados em mais de 260 cidades brasileiras. O cálculo, elaborado pelo Brasil de Fato, tem como base as informações fornecidas pelas organizações dos atos.
As manifestações foram organizadas por centenas de movimentos populares do campo e da cidade e tiveram uma participação expressiva nas principais capitais do país.
Confira a cobertura completa dos atos #EleNão
A campanha #EleNão ganhou expressão logo que as pesquisas de intenção de voto mostraram o candidato de extrema-direita à frente da disputa eleitoral para a Presidência da República. Mulheres de todo o país iniciaram uma série de mobilizações nas redes sociais contra o fascismo e o discurso de ódio estimulados pelo candidato.
Na medida em que as manifestações cresciam, o líder das intenções de voto também viu crescer sua taxa de rejeição, que chegou a 46%, segundo a última pesquisa divulgada pelo DataFolha nesta sexta-feira (28).
Os cartazes, lambes, pirulitos e faixas, presentes nas centenas de manifestações, expressaram o repúdio ao “coiso", como ficou conhecido o candidato do PSL. E também trouxeram pautas propositivas, como: a defesa da saúde pública e o combate à violência contra as mulheres, ao racismo e à lgbtfobia. Além da defesa dos direitos trabalhistas.
Alexania Rossato, liderança do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), esteve presente no protesto no Rio de Janeiro. Segundo a organização, o ato contou com a participação de 200 mil pessoas.
"Estamos nas ruas no Rio de Janeiro e em todo o Brasil para dizer #EleNão e também para dizer não à privatização dos nossos recursos naturais e das nossas empresas estatais. Nos manifestamos contra todos os retrocessos que tivemos durante estes dois anos com Temer. As propostas de Bolsonaro são exatamente as mesmas do atual governo".
Em São Paulo, o ato #EleNão reuniu cerca de 500 mil pessoas e ocupou todo o Largo da Batata, na zona oeste da capital, além das duas faixas da Avenida Faria Lima.
As manifestantes entoam a palavra de ordem #EleNão e pediram respeito aos direitos das mulheres, dos negros e dos LGBTIs. Inúmeros cartazes criticaram o projeto neoliberal de Bolsonaro e as medidas postas em prática pelo presidente Michel Temer (MDB), como a reforma trabalhista e a EC 95, que ficou conhecida como a PEC do Teto dos Gastos.
A estudante Tainá saiu do ABC Paulista, região metropolitana de São Paulo, para participar da marcha na capital. "Ele [Bolsonaro] representa um modelo de sociedade que nós não toleramos mais. Estamos aqui negando a candidatura dele”, afirmou. Ela disse ainda que o ato é uma forma de gritar contra o extermínio das minorias e das mulheres.
A menção ao retrocesso que o candidato do PSL representa foi uma constante nos atos realizados pelo Brasil e pelo mundo. Nayara Martins, da Secretaria Nacional de Juventude da União Nacional por Moradia Popular, participou do ato #EleNão em Belo Horizonte (MG), que reuniu cerca de 100 mil pessoas.
"Eu digo "Ele Não" por todas as mulheres que são mães solteiras, que são pobres e que precisam de moradia. É preciso que a gente se una, porque somos a maior parte deste país", disse a militante.
Durante a campanha de Bolsonaro, o General Mourão, vice-presidente na chapa do candidato de extrema-direita, afirmou que famílias compostas por mãe e avó são "fábricas de desajustados".
Elisa Maria, da Marcha Mundial das Mulheres, participou do ato em Recife, onde 250 mil pessoas saíram às ruas. Ela avaliou que "Bolsonaro é a continuidade de Temer, mas nos moldes de uma ditadura agressiva. Queremos uma economia voltada para os mais pobres e não para os mais ricos", concluiu a feminista.
Marielle Vive
A vereadora do PSOL e ativista de direitos humanos Marielle Franco, morta há 6 meses e meio, foi lembrada em muitos dos atos realizados pelo país.
A época do assassinato, Bolsonaro foi o único presidenciável que não se pronunciou a respeito do crime. Carla Ambrósio, do coletivo Mulheres Negras contra o Bolsonaro, afirmou que Marielle representa o dia a dia de resistência das mulheres brasileiras, principalmente das negras e periféricas.
“Ela, como vereadora, lutou para que todo o povo periférico, principalmente da Maré, tivesse condições dignas de moradia, tivesse condições dignas para viver, e não só para sobreviver. Quando assassinaram Marielle, eles acharam que iriam nos calar e nos diminuir. Ao contrário, nós ganhamos mais força", afirmou.
Resistência sem ódio
Apesar da gravidade da conjuntura, o clima dos atos foi de animação. Várias cidades contaram com blocos de carnaval, batucadas e shows. Em Salvador (BA), as 50 mil pessoas que participaram do ato assistiram ao show de Daniela Mercury, que afirmou: “a gente não pode aceitar uma pessoa que traga ódio e violência para o Brasil".
No Rio de Janeiro, participaram mais de 90 blocos de carnaval. "Isso mostra a potência de uma geração que não vai aceitar o conservadorismo reinando em nosso país", disse Maíra Marinho, liderança do Levante Popular da Juventude e integrante da organização do ato.
O ato em Recife (PE) saiu da Praça do Derby, rebatizada de Praça da Democracia pelos movimentos populares desde o golpe de 2016. Ao longo de todo o caminho, os manifestantes entoaram palavras de ordem e paródias contra Jair Bolsonaro. Vários blocos e troças carnavalescas também se juntaram à mobilização.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) participou do ato em Brasília, que reuniu mais de 30 mil pessoas. "O parlamento só não basta. Ele é apenas um espaço para fazer valer e deixar subir às tribunas a força da população. Todas as vitórias que tivemos foram conquistadas nas ruas, por meio da parceria entre a institucionalidade e o movimento concreto", afirmou a deputada.
Mulheres do movimento "Mães pela diversidade" também saíram às ruas em Brasília. É o caso da funcionária pública Ana Valéria Monção. Mesmo recém-operada, ela participou do protesto. "O avanço do fascismo é algo aterrorizante e inaceitável. Não quero esse mundo para eles [filhos]", afirmou.
Um ato mundial
Dezenas de atos da campanha #EleNão foram realizados em vários países da América, África, Europa e Oceania. Na Europa os atos ocorreram na Alemanha (Berlim), na Holanda (Amsterdã e Haia), na Irlanda (Dublin), na Suécia (Malmö), na Itália (Milão), na França (Paris e Lyon), na Espanha (Santiago de Compostela e Barcelona), em Portugal (Cidade do Porto, Coimbra e Lisboa), na Noruega (Oslo) e na Dinamarca (Aahrus).
Na América, os atos foram realizados na Argentina (Buenos Aires e Rosário), nos Estados Unidos (Atlanta, Boston e Nova Iorque), no Canadá (Quebeque) e na República Dominicana. O continente africano foi representado Pela África do Sul (Cidade do Cabo) e a Oceania pela Austrália (Melbourne e Sydney).
Saiba o que pensam os presidenciáveis sobre privatizações e reformas
A CUT-SP fez um levantamento para saber o que planejam cada um dos 13 candidatos e candidatas à Presidência da República sobre a reforma da Previdência, privatizações de empresas públicas e a reforma trabalhista.
Esses três pontos estiveram em pauta durante o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) e atingem diretamente a classe trabalhadora.
Sobre a aposentadoria, o presidente golpista ameaçou, recentemente, retomar a discussão no Congresso após o segundo turno eleitoral. A proposta não havia seguido adiante por conta da grande mobilização realizada pelas centrais sindicais, como a CUT, que promoveram uma das maiores greves da história do país. A reforma da Previdência também foi considerada desgastante entre os deputados e senadores que disputam a reeleição.
Já a agenda privatista seguiu com prioridades no atual governo, colocando em risco os maiores patrimônios públicos, como petroleiras e empresas de energia.
Outro ponto polêmico é a reforma trabalhista que, aprovada há mais de um ano, destruiu direitos dos trabalhadores, fortalecendo os patrões e criminalizando as entidades de classe, está no alvo dos candidatos. Parte deles promete revogação total, enquanto que outros pretendem aprofundar ainda mais o fim dos direitos.
O levantamento a seguir foi feito a partir dos planos de governo registrados na Justiça Eleitoral pelos partidos que disputam a vaga e em declarações dadas na mídia, como entrevistas e sabatinas dos presidenciáveis.
CNTSS-CUT reitera posição contrária ao aumento da mensalidade do Plano de Saúde em reunião com a GEAP
Mesa de negociação formada para debate com entidades nacionais dos trabalhadores terá nova reunião em 10 de outubro; GEAP deve apresentar três propostas de custeio do Plano.
O problema dos aumentos abusivos nas mensalidades do Plano de Saúde da GEAP – Autogestão em Saúde vem sendo acompanhado pela CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social com a finalidade de preservar os direitos dos servidores federais e de seus familiares. No último dia 20 de setembro, o secretário de Formação da Confederação, Raimundo Cintra, participou de reunião para discutir esta situação junto aos representantes da GEAP e demais entidades nacionais dos trabalhadores. Também estiveram no encontro dirigentes de sindicatos filiadas à Confederação: Jorge Oliveira e Ailtom Barbosa, do Sindprev/BA, e Luiz Felipe, do Sindprev/DF.
O encontro, que aconteceu em Brasília, teve a participação do diretor-executivo da GEAP, Leopoldo Jorge Alves Neto, Ducan Semple e Francisco chaves, da ASEX – Assessoria Executiva, Eraldo Barbosa, ANESG - Associação Nacional dos Empregados e Servidores da GEAP, Luciana Rodrigues, da DISAN, e Manoel Messias, do CONAD – Conselho Administrativo. A reunião desta data deu continuidade aos debates realizados em outros dois encontros, nos dias 04 e 11 de setembro, da mesa de negociação que envolve governo e trabalhadores.
As lideranças dos trabalhadores demonstram preocupação com a atual situação vivida pelos beneficiários com a queda das liminares contra os reajustes das mensalidades do plano de saúde. Uma situação que terá reflexos na formação dos preços. Há um número expressivo de trabalhadores que depositavam suas esperanças nestas liminares. Estes cancelamentos levarão a uma condição insustentável em que os servidores deverão arcar com os valores que deixaram de pagar. Este problema e os reajustes das mensalidades são os principais pontos que os trabalhadores querem discutir com os representantes da GEAP.
Há uma estimativa que ainda tenham cerca de 40 ações coletivas buscando reduzir os valores cobrados no plano de saúde. Os trabalhadores também buscam que o governo reveja a divisão da contrapartida para arcar com o plano. Isto ajudaria na diminuição do custo final ao beneficiário. Atualmente fica para o servidor o custo de quase 80% do valor do Plano de Saúde. Os trabalhadores também são prejudicados com a imposição por parte do governo de depósito de reserva técnica aos planos de autogestão.
Os representantes da GEAP solicitaram que fossem suspensas as ações impetradas na Justiça pelos servidores por um prazo de 90 dias para facilitar nas negociações. Os dirigentes dos trabalhadores requereram contrapartida por parte da GEAP para que seja procedida esta suspensão. Desta forma, a entidade se comprometeu a apresentar três propostas de custeio do Plano já na próxima reunião da mesa de negociação, marcada para 10 de outubro. Ao mesmo tempo em que solicitou aos trabalhadores que auxiliem na captação de novos filiados a partir dos novos valores a serem apresentados. Os dirigentes sindicais reiteraram a saída de mais de 200 mil pessoas do Plano de Saúde.
Foi proposto que os trabalhadores também possam acompanhar as discussões que serão travadas junto a MPOG – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão sobre este tema. A direção da GEAP aproveitou a oportunidade para fazer uma apresentação com informações sobre os custos e investimentos que a entidade realiza. Destacou as dificuldades com o custeio dos planos em virtude das várias realidades regionais por todo o país. Os trabalhadores insistiram na defesa que a diminuição dos valores da mensalidade traria de volta um grande número de ex-associados.
Estiveram presentes à reunião lideranças da FENASP - Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social, CONDSEF - Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, SINAIT - Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho e ANFFA Sindical - Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários. As entidades nacionais também decidiram manter a atuação junto ao Congresso e ao Ministério do Planejamento para buscar a ampliação da co-participação do Estado.
Fonte:CNTSS/CUT
Novo ‘Bom Para Todos’, na TVT, estreia nesta segunda
“Dicas de saúde, emprego, uma vida melhor, atividade física, a gente vai ter de tudo um pouco", afirma a apresentadora Talita Galli. O programa será exibido ao vivo, diariamente, das 15h às 16h.
A TVT estreia nesta segunda-feira (1º) o novo programa Bom Para Todos, que terá apresentação ao vivo das jornalistas Maria Amélia Rocha e Talita Galli, que antes apresentava o Seu Jornal. O novo programa de entretenimento e variedades será transmitido do estúdio com a participação dos entrevistados e será parte da programação vespertina, das 15h às 16h, diariamente de segunda a sexta.
No formato anterior o programa era gravado e exibido às quartas-feiras, às 20h30. Para se tornar diário e ao vivo teve de ser totalmente remodelado. Segundo Talita, a pauta do programa vai trazer informação de qualidade. “Dicas de saúde, vamos falar sobre emprego, uma vida melhor, atividade física, a gente vai ter de tudo um pouco, vai ser interessante para ter um programa de bastante qualidade na tarde das pessoas”, afirmou.
Talita também destaca que um dos eixos do programa será mostrar as produções culturais da cidade. “O pessoal que faz arte e fabrica cultura nas periferias, então é importante dar espaço para essas pessoas. A gente está entrando em contato com um pessoal que produz música, teatro, arte visual, sarau, slam, que é superbacana”.
A jornalista diz que o programa vai ser “um espaço para reunir muitos artistas, de várias pegadas, como tem os coletivos de alimentação orgânica, que também vamos falar bastante, e um pessoal que se organiza para fazer exercício físico na comunidade, horta urbana, enfim, muito assunto interessante”, afirma, destacando a importância da busca de uma vida melhor e uma sociedade melhor, assuntos que interessam muito às pessoas atualmente.
O novo Bom Para Todos será realizado em parceria com a Rede Nossa São Paulo e o Instituto Pólis, que vão contribuir com discussões sobre cidadania, e o Instituto Alana, que versa sobre criança, educação, e vai falar por exemplo da importância do brincar, e da relação das crianças com a natureza.
Confira a entrevista de Talita no Seu Jornal:
Fonte:Redação RBA
Setembro Amarelo: transtorno bipolar é o maior responsável por suicídios no Brasil, relatam pesquisas
O SINSSP está trazendo informações e orientações para a categoria neste mês dedicado à prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, e na contribuição de hoje a Dra. Elisa Brietzke, psiquiatra e especialista em transtorno bipolar e depressão e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo, vai contribuir com o tema: depressão bipolar.
Setembro Amarelo é uma campanha importante por conscientizar a sociedade sobre a necessidade de promover saúde mental, prevenir e tratar transtornos mentais e evitar a morte por suicídio. A depressão bipolar é o transtorno psiquiátrico responsável pela maior quantidade de mortes por suicídio, portanto, prevenir suicídio passa pelo diagnóstico e tratamento correto da depressão bipolar.
O transtorno bipolar é a condição mental mais associada a mortes por suicídio no Brasil. De acordo com a ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar), cerca de 6 milhões de brasileiros têm transtorno bipolar, e desses, segundo a ABP, 15% acabam tirando a própria vida.
O transtorno bipolar é causado por uma combinação de fatores hereditários com fatores ambientais, tais como exposição a maus tratos na infância, exposição a stress, uso de álcool e drogas, privação de sono, doenças médicas gerais, entre outros. A combinação de fatores genéticos e ambientais altera o desenvolvimento de regiões cerebrais importantes para a regulação emocional, fazendo com que o transtorno bipolar surja.
Existem estudos que mostram que ao noticiar detalhes sobre as circunstâncias da morte por suicídio pode ter um efeito deletério na saúde mental de pessoas que já estejam em situação vulnerável, por isso a mídia costuma não divulgar assuntos relacionados ao tema. Porém, campanhas de informação e atualização são importantes para reduzir o estigma e prevenir as mortes por suicídio. Isso já é feito em vários países e a campanha do setembro amarelo vem tomando cada vez mais corpo no Brasil, relata a psiquiatra.
O SINSSP tomou conhecimento de que há indícios no INSS sobre vários casos de suicídio cometido por servidores públicos devido ao acúmulo de trabalho, stress prolongando e de nível máximo por falta de trabalhadores. Para a Dra Brietzke, problemas complexos exigem ações em muitas frentes, que incluem os ambientes profissionais. A prevenção do suicídio passa pela promoção de um ambiente de trabalho produtivo, com ações específicas de manejo de stress, de resolução de conflitos e de restrição absoluta a comportamentos como assédio moral ou assédio sexual.
A psiquiatra ainda orienta que ações preventivas como orientação sobre os riscos do uso de álcool ou drogas, sobre o manejo da ansiedade e do stress e sobre promoção de saúde mental são importantes. A depressão também está ligada a problemas físicos, como obesidade e doenças cardiovasculares, o que é uma informação importante para servidores que trabalham sentados o dia inteiro, por exemplo.
Qualquer pessoa em situação de sofrimento emocional deve pedir ajuda a um profissional da área de saúde mental, como um médico psiquiatra ou psicólogo. Este profissional fará uma avaliação diagnóstica e, junto com o paciente e, quando necessário, sua família, traçará um plano terapêutico. Em situações agudas, quando a pessoa está com pensamentos persistentes de suicídios, fazendo planos sobre como executá-lo, ou mesmo após uma tentativa de suicídio, uma avaliação em pronto-socorro é a atitude mais indicada, explica a Dra Elisa Brietzke.
Como ajudar o paciente e o que deve e o que não deve ser feito diante de uma pessoa com pensamento suicida e/ou com a depressão bipolar?
Segundo informações da psiquiatra, o primeiro passo é ouvir a angústia dessa pessoa, abrindo uma comunicação sem julgamentos. A imensa maioria das pessoas que tenta suicídio não quer necessariamente morrer. O mais comum é que estejam vivenciando uma situação tão dolorosa para a qual não veem saída, onde a morte começa a parecer uma alternativa viável para escapar desse sofrimento. Caso não exista nenhuma pessoa na família ou no círculo de amizades disponível para conversar com a pessoa, um recurso válido é o telefone do CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona com voluntários, disponíveis 24 horas por dia, para acolher angústias emocionais e prevenir o suicídio. O CVV atende no número 188 e a ligação é gratuita.
A Dra Elisa Brietzke diz que o primeiro passo é a informação. Quanto mais a gente souber sobre o que é a depressão bipolar, mais poderemos ajudar. Uma das formas de encontrar recomendações confiáveis na internet é no site da Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Transtornos Afetivos (www.abrata.org.br), comenta a doutora.
Conforme a pesquisadora, a informação nos mostra que pensamentos de suicídio, na imensa maioria das vezes, estão associados a um transtorno mental. A partir daí, o diagnóstico e tratamento corretos não só previnem um potencial suicídio naquele momento, como restauram a saúde e o bem estar. O tratamento da depressão bipolar inclui principalmente medicamentos e psicoterapia. Hoje em dia, os remédios disponíveis são eficazes e com cada vez menos efeitos colaterais, restaurando a saúde e a qualidade de vida. Muitos locais oferecem tratamento, incluindo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), unidades básicas de saúde (UBS), Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) e hospitais do SUS, orienta a médica.
Quais os sinais de alerta para a depressão bipolar?
O principal sinal de alerta da depressão bipolar é a alternância de episódios de depressão, com períodos de forte euforia ou irritabilidade. A história típica de um paciente com depressão bipolar é a de um indivíduo em estado depressivo referindo um ou mais episódios na vida, com duração de uma semana em que ele se sentia extremamente alegre, eufórico ou irritável, com aumento do nível de energia, dormindo muito pouco, com pensamentos acelerados e falando muito. Comportamentos comuns nesse período incluem comprar excessivamente, ter aumento da atividade sexual ou fazer coisas que possam ser danosas para o indivíduo ou para a sociedade.
Quais os mitos criados sobre o suicídio e como desfazê-los?
Alguns mitos comuns sobre o suicídio incluem, por exemplo, a ideia de que pessoas tentam suicídio somente para chamar a atenção, ou ainda a ideia de que se alguém quiser realmente se matar não tem nada que possa ser feito para prevenir. Mitos se desfazem com informação e, nesse sentido, o setembro amarelo é um momento especial para a conscientização sobre esse assunto.
Vamos conversar?
Serviço:
Dra. Elisa Brietzke
Psiquiatra e especialista em transtorno bipolar e depressão
Pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo.