Diante da falta de oxigênio em Manaus, nasce a esperança pela vida com a vacina

Na semana passada o Brasil se entristeceu com o caos em Manaus dado pela falta de oxigênio nos hospitais para atender pacientes com a Covid-19, mas a notícia da aprovação da vacina, neste final de semana, reacendeu a esperança por dias melhores.

Por Imprensa SINSSP

A triste notícia que comoveu o país nos últimos dias sobre o aumento das internações por Covid-19 na capital amazonense provocando um novo colapso no sistema de saúde da região resultou na falta de oxigênio nos hospitais, levando a perda de muitas vidas que se foram sem a chance de lutar contra a doença pela falta de um item que deveria ser garantido pela administração local.

A tragédia já era anunciada e mesmo assim as autoridades administrativas ignoraram o problema e falharam no planejamento de contenção de crise. A culpa vai da esfera local para a federal, pois sem as devidas restrições de circulação, de isolamento social e negação do vírus a pandemia foi minimizada e a população saiu às ruas para as compras desenfreadamente sem pensar nas consequências. O cenário ocorrido em Manaus poderá ocorrer em outros estados se nada for feito.

Porém, na tarde desse domingo (17) o “Dia D e a Hora H”, como foi ironizado numa rede social pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para iniciar a vacinação contra o novo coronavírus foi oficialmente registrado na cidade de São Paulo.

Dada a largada da vacinação contra a Covid-19

Assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, por unanimidade, o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19, uma mulher, negra, profissional da área da saúde e voluntária dos testes da vacina foi vacinada no Hospital das Clínicas.

A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira a ser imunizada simbolizando o início da campanha de vacinação.

Das vacinas aprovadas para uso excepcional e temporário estão o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac Biotech e o da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria Universidade de Oxford/AstraZeneca. Para o registro definitivo, ambas as vacinas precisam apresentar para a agência reguladora mais análises e acompanhamentos dos estudos.

O gesto da imunização da primeira brasileira contra o novo coronavírus acende um fio de esperança na luta contra a doença, pois a liberação das vacinas significa, segundo os dados divulgados pela Anvisa, que elas são seguras, eficazes e que nenhum brasileiro deve ter medo de ser imunizado tendo em vista o amparo científico legal dado pelos estudos dos especialistas.

Como será a fila de vacinação no estado de São Paulo?

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), detalhou, no começo do mês, o Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19 com início da aplicação em todo o território paulista da CoronaVac no dia 25 de janeiro, no dia do aniversário da cidade de São Paulo. Porém, a data foi antecipada, como informado acima, para o dia 17 em razão de diversas questões, inclusive políticas.

A primeira fase vai até o dia 28 de março e cerca de 9 milhões de pessoas devem ser imunizadas com as duas doses da vacina com intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda dose. Nesta etapa os trabalhadores da saúde, quilombolas e indígenas receberão a vacina primeiro.

A partir de 08 de fevereiro será a vez da população paulista com idade de 75 anos ou mais ser imunizada contra a doença. A faixa etária de 70 a 74 anos receberá o imunizante no dia 15 de fevereiro. Já no dia 22 desse mês as pessoas com 65 a 69 anos receberão a vacina e no começo de março (dia primeiro) será a vez das pessoas entre 60 a 64 anos.

O horário de vacinação será de segunda a sexta-feira das 7h às 22h e aos finais de semana e feriados das 7h às 17h. O número de postos de atendimento para a vacinação foi ampliado para 10 mil com a utilização de escolas, estações de ônibus e trens, quarteis da polícia militar, farmácias e sistemas drive-thru. A aplicação será feita pelo SUS, ou seja, totalmente gratuita.

Mesmo com a vacina o cuidado deverá permanecer

As outras fases do plano de vacinação ainda não foram confirmadas oficialmente, sendo assim, grande parte da população não será imunizada neste primeiro momento. E por isso, o vírus continuará circulando e até que toda a população brasileira esteja imunizada será preciso continuar respeitando os cuidados sanitários e de distanciamento social, sem aglomerações inclusive, na tentativa de frear os estragos que essa pandemia vem causando no Brasil.

E diante da realidade que os trabalhadores vêm enfrentando, o SINSSP vai permanecer na briga pela manutenção do trabalho remoto para que as vidas dos servidores e de suas famílias sejam protegidas.

O sindicato continua lutando na justiça para revogar a decisão do INSS de voltar o atendimento presencial, onde os funcionários são obrigados a trabalhar atendendo um público vulnerável, pessoas doentes e idosas, colocando em risco a vida de todo mundo em ambientes mal adaptados às novas regras sanitárias, faltando equipamentos de segurança para os trabalhadores, sem testagens frequentes, locais mal ventilados e com ar-condicionado sem manutenção.

Dessa forma, será preciso ou vacinar todos os servidores públicos do INSS dando segurança aos trabalhadores pela imunização da doença ou manter o trabalho remoto até que todos estejam seguros e vacinados.

SINSSP em luta e em favor da vida de todos porque todas as vidas importam!

 

Fonte:Governo do Estado de SP e Brasil de Fato


Pagamento de auxílio-doença deve ser normalizado em um ano, por falta de servidor

Portaria do governo federal ordena volta do atendimento presencial nos pedidos de auxílio-doença. Mas contratação de militares e falta de servidor experiente no INSS só atrasou ainda mais resolução dos casos.

Os trabalhadores e trabalhadoras que dependem do auxílio-doença para seu sustento e de suas famílias vão ter de esperar ainda mais para receberem o benefício, mesmo com a portaria do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), publicada nesta quinta-feira (14) exigindo o retorno do atendimento presencial para essas demandas, nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O atendimento virtual e marcação de perícias médicas estavam previstos para acabar no dia 31 de janeiro, mas o governo federal antecipou a volta dos servidores a partir deste sábado (16).

O problema, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e da Previdência Social do Estado de São Paulo (SINSSP), Pedro Luis Totty, é que o trabalho administrativo que o servidor realiza para conceder o benefício está muito atrasado por que os médicos peritos se recusaram a atender presencialmente na pandemia do novo coronavírus (Covid19). Mesmo após eles terem voltado ao atendimento, há um número imenso de pedidos de benefícios represados.

“O servidor tem que verificar os pedidos concedidos, ou não, atuais e os atrasados. Creio que a situação só se normalize de seis meses a um ano”, prevê o dirigente.

O atraso no pagamento do auxílio-doença é culpa do governo Bolsonaro que contratou militares para fazer um serviço que não entendem. Pedimos para priorizar a contratação de servidor aposentado do INSS que entende do serviço. Hoje tem militar que só está num posto do INSS para ganhar um extra e não faz nada

- Pedro Luis Totty

Para o dirigente, o nível dos militares contratados pelo INSS é o mesmo do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que recomenda cloroquina para evitar a Covid-19, sem nenhuma comprovação científica.

“Nós alertamos o governo federal para não contratar os militares e o resultado é este que está aí. Quem paga o preço da incompetência é a população que mais precisa”, diz Pedro

Servidores do INSS têm maior contágio que a média nacional

O temor dos servidores é o aumento do contágio de quem trabalha nos postos do INSS por serem locais fechados e com ar-condicionado, além do movimento de pessoas que costuma ser intenso.

O sindicato da categoria em São Paulo, a partir de um levantamento de dados, feito em dezembro de 2020, pedidos ao próprio INSS, chegou à conclusão que a média de contágios e mortes pela Covid-19 entre os servidores do órgão é maior do que a do Brasil.

Pelo levantamento do mês passado (dezembro /2020), o Brasil tinha cerca de 3,53% da população contaminada com 7.484.285 casos e 191.139 mortes, que representavam 2,55% dos contaminados.O INSS em São Paulo tem 1306 servidores que estão atendendo. Desses, 48 foram contaminados, o que equivale a 3,67%. Foram dois óbitos, ou seja, 3,67% dos servidores que estavam trabalhando presencialmente morreram.

“O INSS contamina mais e mata mais do que as estatísticas do Brasil, isso porque estamos somente trabalhando com dados de servidores que voltaram ao trabalho, sem falar de contratados, estagiários e terceirizados”, denuncia Pedro Totty.

Trabalho remoto rende mais

O presidente do SINSSP ressalta que o pagamento de aposentadoria e outros benefícios, exceto o auxílio-doença, estão em dia por que com o trabalho presencial, o servidor tem utilizado sua própria internet, que não está sujeita a tantas interrupções como acontecem nos postos do INSS, por causa do sucateamento e descaso que o governo federal vem promovendo no órgão.

Pedro explica que o INSS abriu processo de participação dividida em  pessoas que fazem trabalho remoto, por serem ou terem familiares no grupo de risco; semipresencial com idas duas vezes por semana ao trabalho e o trabalho presencial. A opção coube ao servidor.

“O INSS de São Paulo em hoje cerca de 4 mil servidores e pouco mais de mil estão trabalhando presencialmente”, conta Pedro.

Agenda de negociações

No próximo dia 20 deste mês, haverá uma reunião dos servidores com o Superintendente do INSS de São Paulo, José Carlos Oliveira, onde o sindicato irá questionar o retorno ao trabalho presencial e outras reivindicações.

Agendamento como fazer

O agendamento presencial deve ser feito pelo telefone 135 ou pelo aplicativo Meu INSS, onde será possível escolher data, hora e local da perícia. A lista de agências está disponível no site do órgão. O INSS afirma que 491 locais estão aptos para realizar os procedimentos, com mais de 2.000 médicos peritos atuando em todo o país.

Segundo reportagem do UOL, até 4 de janeiro havia mais de 520 mil pedidos de agendamento para as próximas semanas.

 

Fonte: Rosely Rocha/CUT


Média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil sobe 49% e mundo bate recorde

Média móvel de mortes no Brasil chega a 993 por dia, 49% a mais do que há 14 dias. A média móvel de casos também bateu recorde em dois dias seguidos: são 54.784 em 24 h, a maior desde o início da pandemia.

Com mais de mil mortes e 60 mil casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19), o Brasil voltou a registrar alto índice de infecções da doença, após as aglomerações nas festas de final de ano.

O Brasil registrou 993 mortes em média nos últimos sete dias, o que representa uma aceleração de 49% na comparação com 14 dias atrás. Desde 8 de janeiro, o país está com acelerações consecutivas, registrando média móvel acima de mil, confirmando a tendência de alta, que não se repetia desde agosto do ano passado.

Já é o quinto dia que o país registra aceleração de pessoas contaminadas e de mortes. De segunda-feira (11) para terça-feira (12), foram confirmados 1.109 casos de pessoas que morreram em decorrência da doença, segundo o consórcio de imprensa. Assim, o total de mortos é de 204.726 desde o início da pandemia. De ontem para hoje, houve 61.660 diagnósticos positivos para coronavírus elevando para 8.195.493 o total de infectados desde o começo da pandemia.

Na semana passada houve uma sequência de cinco dias com mais de mil novas mortes registradas em um intervalo de 24 horas. Entre os dias 5 e 9, foram 1.186, 1.266, 1.120, 1.379 e 1.115, respectivamente.

Foram 993 mortes em média nos últimos sete dias, o que representa uma aceleração de 49% na comparação com 14 dias atrás. Desde o dia 8 de janeiro Brasil está com acelerações consecutivas. O país voltou a registrar média móvel acima de mil, um feito que não se repetia desde agosto.

Em média móvel, 993 mortes por dia, 49% a mais do que há 14 dias - tendência de alta.

A média móvel de casos bateu recorde pelo segundo dia seguido: são 54.784 novos casos por dia, a maior desde o início da pandemia; 51% a mais do que o número de duas semanas atrás.

Estados

Nesta terça, aparecem 14 estados com alta na média de mortes: Amazonas, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. As maiores altas foram no Amazonas (+217%) e no Ceará (+213%).

Em estabilidade temos o Distrito Federal e 12 estados: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Pelo quinto dia seguido, nenhum estado registrou queda.

Nesta terça, os estados com maior média de mortes, começando por São Paulo, com média de 206 mortes por dia, a maior do país, com uma alta de 60%.

O Rio de Janeiro, com média de 163 mortes por dia. Paraná: 103. E Minas Gerais: 95. Apesar do agravamento da pandemia nesses estados terem ocorrido em datas diferentes, os três têm uma alta muito forte agora.

Depois, aparecem o Rio Grande do Sul, com 71; Amazonas, com 57 mortes por dia; e Santa Catarina, com 41.

Mundo bate recorde de casos puxado pelos EUA

Nesta terça-feira (12), o mundo bateu novo recorde 17186 de mortes provocadas pela doença, puxado pelos Estados Unidos, que lideram o ranking de vidas perdidas. O Brasil é o segundo país com mais óbitos. De acordo com o balanço da Universidade Johns Hopkins, foram 4.327 óbitos nos Estados Unidos. Os recordes anteriores eram de 4.195 mortes diárias (7 de janeiro).

Os casos confirmados baterem o quarto recorde nos últimos oito dias com mais de 215 mil. O recorde anterior era de 302 mil infectados, registrado no dia 2 deste mês.

País presidido de Donald Trump, negacionista desde o começo da pandemia, os EUA são o país mais afetado pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos, com mais de 380 mil óbitos e 22,8 milhões de casos confirmados até o momento.

O Brasil é o segundo mais castigado pela pandemia e também tem um presidente (Jair Bolsonaro) que minimiza a pandemia até hoje. Já são mais de 204 mil vidas perdidas e 8,1 milhões de casos. Em terceiro vem a Índia com 151 mil e 10,4 milhões, respectivamente.

Vacinação no mundo

No entanto, mesmo com a alta de casos diários de mortes e infecções, os Estados Unidos são o país que mais aplicou vacinas contra a Covid-19 no mundo. Foram 9,33 milhões de doses, segundo o Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford.

Em seguida vem China (9 milhões), Reino Unido (2,84 milhões) e Israel (1,93 milhões). Ao todo, foram aplicadas quase 30 milhões de doses em todo o mundo, aponta o levantamento.

Israel é o país que mais aplicou doses em relação à população (22,3%). Na sequência vêm Emirados Árabes Unidos (12,9%), Bahrein (5,7%) e Reino Unido (4,2%).

No Brasil, segundo país com mais caos e mortes, não tem data para começar a imunização em massa e o governo federal ainda não comprou os insumos necessários como agulhas e seringas. O governo não se planejou durante o ano todo e só agora começa está percebendo a falta de seringas para começar a vacinar.

 

Fonte: Redação CUT


Pesquisadores lançam livro Saúde mental e trabalho no serviço público

Livro é resultado de um diagnóstico detalhado de estudos e pesquisas realizadas nos últimos anos que trata do grave problema da saúde mental de servidores públicos.

O problema de saúde mental é o que mais está crescendo no mundo inteiro. No Brasil, a pressão mais forte devido o rebaixamento da legislação trabalhista e previdenciária, como a pressão moral e emocional dos trabalhadores nos ambientes de trabalho, somado ao desemprego crescente, faz com que os trabalhadores e a população em geral adoeçam mentalmente com mais frequência.

De acordo com a International Stress Management Association (Isma-BR), no Brasil, em 2019, 32% dos trabalhadores sofriam com os efeitos do estresse, tendo como uma das primeiras manifestações a Síndrome de Burnout (esgotamento emocional e profissional com a perda do sentido do trabalho). A OMS, por sua vez, diz que 9,3% da população  brasileira (2019) sofriam também  de ansiedade e depressão.

Por isso, que com a participação dos pesquisadores da UNB, Wanderley Codo, Remígio Todeschini, e Analía Batista, será lançado no próximo mês de fevereiro - inicialmente entre os Servidores Municipais da Cidade de São Paulo - o livro “SAUDE MENTAL E TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO.” O livro está disponível aqui no site da LTR.

O livro é resultado de um diagnóstico detalhado de estudos e pesquisas realizadas nos últimos anos que trata do grave problema da saúde mental de servidores públicos.

O livro

Em sua primeira parte, o livro mostra que em âmbito nacional de cada 100 servidores afastados por motivo de qualquer doença, 20 a 40 deles são decorrentes de transtornos mentais, um percentual muito elevado. "Os problemas de saúde mental que mais aparecem entre funcionários públicos, tanto em nível nacional quanto internacional, são a depressão e o burnout (exaustão emocional, despersonalização e baixo envolvimento que levam ao esgotamento profissional), entre outros distúrbios psíquicos", afirma Remígio Todeschini, um dos autores, e assessor de saúde e previdência da Fetquim-CUT.

Outras duas partes do livro tratam de duas pesquisas de campo realizadas pelos autores, em que mostram os mais diversos tipos de distúrbios mentais entre servidores municipais e de um grande ministério federal em Brasília.

Para Airton Cano, coordenador político da Fetquim, é interessante que se divulguem esses estudos, pois a questão de saúde mental está também muito presente entre trabalhadores do setor químico, como foi divulgado em junho de 2020, em uma pesquisa feita sobre trabalho em turnos entre a UNB e Fetquim/CUT. "A atenção para estudos e pesquisas é essencial para que cresça a consciência desse tipo de problema para nos mobilizarmos e garantirmos sempre melhores condições de trabalho e práticas que favoreçam a qualidade de vida nos ambientes de trabalho", afirma.

André Alves, secretário de Saúde, da Fetquim CUT/Intersindical, recorda que quanto maior é a pressão moral, jornadas mais longas, como acontece na atividade de turno, maiores são os problemas de saúde mental para os trabalhadores. "Ao atender as demandas do mercado, nos finais de semana, em trabalho de turno, com menos folgas, os trabalhadores ficam mais sujeitos aos problemas mentais", explica.

No caso químico, na 5ª. turma, com mais folgas, os problemas mentais diminuem, como mostrado pela pesquisa em conjunto da UNB/Fetquim recentemente.  O problema de laborar aos fins de semana, por exemplo, gera transtornos psicológicos causados pelo estresse tanto financeiro como psicossocial. "Sem dúvida um grande estudo como mostrado no livro sobre saúde mental dos servidores públicos, leva a discutir que as jornadas estafantes de 12X36 do pessoal da área de saúde pública sejam diminuídas para que a saúde mental dos trabalhadores prevaleça com maior qualidade de trabalho para a população”.

Wanderley Codo, coordenador dos estudos na UNB e pesquisas do livro, alerta: “O funcionalismo público sempre foi tratado como folclórico como se trabalhasse no paraíso. Na realidade, as pesquisas e estudos mostram que a saúde mental na atividade pública é abalada de forma constante pelo fato de ser um trabalho de risco e extremamente complexo. Neste momento em que o governo ataca os direitos, tanto dos trabalhadores em geral, como dos servidores públicos com a reforma administrativa, isso afeta fortemente a saúde mental. Redução de direitos, de normas, aumentarão o risco de saúde mental dos trabalhadores em geral. Em qualquer trabalho, onde haja proteção legal e contratual maior, sempre há um fator de proteção para a saúde mental de todos.

 

Fonte: FETQUIM/CUT


01 de fevereiro - Dia Nacional de Luta

Pela vacina para todos, contra a Reforma Administrativa e privatizações.

Fonte: FONASEFE


Preço do gás pode chegar a R$ 100, famílias preveem piora na qualidade de vida

Para FUP, gestão da Petrobras ignora papel social da empresa, ao reajustar em 6% o preço do gás. Piora pode vir com fim do auxílio emergencial e sem uma política governamental que garanta renda aos pobres.

A carne já não faz mais parte da lista de compras da família de Edjane Alves das Neves, em Sergipe. A dona de casa, o marido e os três filhos sobrevivem com o valor do Bolsa Família, de R$ 178 reais, e da pescaria do companheiro, e com a cesta básica já limitada, ela ainda prevê um piora.

Segundo Edjane, será preciso tirar o café e diminuir os alimentos cozidos ou usar lenha, caso o preço do botijão chegue entre a R$ 100,00 como projetam revendedores, após a direção da Petrobras reajustar em 6% o preço do GLP em suas refinarias, na última quinta-feira (7). Foi o primeiro reajuste de 2021 e o décimo desde maio de 2020. Segundo a própria companhia, o gás de cozinha subiu 21,9% no ano passado, mesmo com a pandemia.

Com o corte do auxílio emergencial, a dona de casa passou a receber o valor normal do Bolsa Família, desde o mês passado, e já precisa cortar a compra da carne, remédios, e outros produtos em lojas e farmácia.

“Se o gás aumentar para R$ 100 teremos que comprar suco ao invés de café para não ter que ferver a água, e bolachas e biscoitos para não ter que cozinhar. Até a lenha está difícil por aqui, porque eu moro perto de rio”, explica Edjane, que é ribeirinha de Betume, município de Neópolis (SE), que completa: “A pesca tem mês que tem renda, tem mês que não. Não dá para contar”.

Política de preços da Petrobras afeta os mais pobres

A população mais pobre do Brasil, já gravemente afetada pela crise econômica e social decorrente da pandemia da Covid-19, que vem gerando taxas de desemprego recordes, sofre ainda mais por causa da política de paridade internacional de preços aplicada pela Petrobras nos combustíveis, principalmente no gás de cozinha (GLP).

Na avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, a situação tende a piorar a partir deste mês, com o fim do auxílio emergencial e a ausência de ações do governo para garantir renda aos mais necessitados.

Num momento dificílimo como o atual, com a pandemia fora de controle, o desemprego e a desocupação dos trabalhadores em níveis recorde e a disparada dos preços dos alimentos, a Petrobras ainda reajusta seus combustíveis olhando para o exterior, critica o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“A empresa esquece do seu papel social, ainda mais sendo controlada pelo governo. E a situação é ainda pior com o gás de cozinha, usado pela população mais pobre. O resultado é que essas pessoas estão trocando o gás por lenha, porque não têm como pagar pelo produto. E esse quadro vai se agravar com o fim do auxílio emergencial”, avalia Bacelar.

Para a FUP, não é coincidência, que os dados preliminares do Ministério de Minas e Energia (MME), revelam que as vendas de gás de cozinha caíram 20% em 2020, na comparação com 2019.

“Com o reajuste, em várias cidades no país, o botijão de gás de cozinha de 13 quilos vai se aproximar dos R$ 100,00. É um terço do auxílio emergencial, o que já seria absurdo. Imagine a situação com o fim do auxílio neste mês, e sem qualquer sinal de um novo apoio financeiro por parte do governo de Jair Bolsonaro [ex-PSL] , que continua sem se importar com a população brasileira”, complementa Bacelar.

Mobilização à vista

Em seu calendário de mobilizações em 2021, a FUP vai promover o “Dia Nacional de Luta em Defesa da Redução do Preço do Botijão de Gás”, com mobilizações em diversas cidades do país, articuladas em conjunto com os sindicatos.

A ação, ainda sem data definida, pretende mostrar à população o preço justo do gás de cozinha, repetindo a campanha “Combustíveis a preços justos”, promovida pelos petroleiros em diversas cidades do país durante a greve da categoria, em fevereiro de 2020.

 

Fonte: Érica Aragão com apoio da FUP


Com alta dos alimentos inflação dispara, chega a 4,52% e fica acima da meta

Alimentos e o grupo habitação foram os maiores responsáveis pela alta de inflação- um recorde desde 2006.

A inflação oficial do Brasil em 2020 ficou em 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%), de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o impacto dos preços nas famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, e é apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA divulgado nesta terça-feira (12), ficou 0,52% acima da meta projetada pela equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), de 4%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5% para baixo ou para cima.

A meta do governo não foi tingida porque a inflação medida em dezembro subiu 1,35%, acima 0,46 % de novembro (0,89%). Esta é a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%).

Alimentos subiram acima da inflação

O maior impacto no bolso das famílias brasileiras veio da alimentação e das bebidas com alta de 14,09% . Este é o maior índice desde 2002 (19,47%).

Os produtos que mais subiram foram o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%) , seguidos por leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).

Dólar alto e auxílio puxaram inflação, diz IBGE

De acordo com o Instituto, a alta dos preços foi provocada, principalmente, pelo aumento na compra de alimentos pela população beneficiada pelo auxílio emergencial que terminou em dezembro passado. A alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional.

 

 

Fonte: Redação CUT


Ausência de peritos do INSS castiga beneficiários de 4 cidades da Região

Falta de profissionais em Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe direciona atendimento para agência de São Vicente.

Além de expor funcionários que atendem livremente e sob risco diário de infecção de Covid-19, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) expõe também trabalhadores e aposentados do Litoral Sul da Baixada Santista a uma situação exaustiva para garantir direitos.

No dia 05/01, o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP) informou que as cidades de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande não possuem perícia médica e todas as demandas são direcionadas para São Vicente.

A deficiência vem trazendo não só o desconforto em função do tempo de deslocamento, mas também atinge o bolso de dezenas de homens e mulheres que chegam a pegar várias conduções para provar que precisam continuar afastados do trabalho e até manter a aposentadoria por invalidez.

Para se ter uma ideia do descaso, a distância em linha reta entre Peruíbe e São Vicente é de cerca de 73 quilômetros, mas a distância de condução é 78 quilômetros. Leva-se cerca de uma hora para ir e o mesmo tempo para voltar. Algum documento ou exame esquecido significa perda do dia e, talvez, a remuneração fundamental para manter o tratamento de saúde.

Para agravar ainda mais a situação, o INSS só trabalha com atendimentos agendados. É preciso marcar um dia e horário para ser atendido. Conta com uma Central de Atendimento, que atende pelo telefone 135, disponível de segunda à sábado, das 7 às 22 horas. A ligação é gratuita por telefone fixo, mas cobra tarifa de ligação local quando for originada de um celular.

O diretor do Sindicato, Idel Profeta Ribeiro, ainda acrescenta: "o Governo Federal resolveu tirar do quadro do INSS os peritos médicos, que passaram a compor uma carreira no Ministério da Economia. Isso prejudicou bastante o desenvolvimento dos trabalhos uma vez que o INSS acabou ficando com dois comandos", afirma, revelando ainda que, em janeiro de 2017, na Baixada Santista, eram 310 servidores e mais 60 médicos. As duas carreiras que atuam no INSS têm falta de servidores.

PERÍCIA.

A perícia é uma das etapas mais importantes para garantir o benefício. O médico do órgão analisa o estado de saúde do segurado através de exames clínicos e da documentação sobre doenças e acidentes, podendo atestar a capacidade ou a incapacidade do trabalhador para dar uma continuidade ao trabalho.

A perícia constata se a pessoa está impedida parcial ou completamente de trabalhar em caráter temporário ou permanente; se sua enfermidade pode ser agravada em decorrência da continuidade de suas atividades profissionais e se compromete o exercício de suas funções, demonstrando que, mesmo que possa continuar com suas tarefas, a pessoa não deva fazê-las, pois isso colocaria em risco a sua vida ou a de terceiros.

Os três principais benefícios que requerem perícia médica são auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez. Existe também o benefício chamado LOAS, que pode ser solicitado por idosos e portadores de deficiência, comprovando situação de vulnerabilidade. Este benefício é de caráter Assistencial que deve ser analisada pelo Serviço Social e pela perícia médica do INSS.

DOCUMENTOS.

É importante que a pessoa leve todos os documentos e exames médicos atualizados que comprovem a incapacidade para o trabalho. Entre eles: RG, CPF e carteira de trabalho, além do atestado médico devidamente preenchidos relativos à doença incapacitante; exames laboratoriais e clínicos relativos à doença incapacitante; atestado de saúde ocupacional emitido pelo médico do trabalho; carta da empresa empregadora que confirme o último dia trabalhado; receituários e comprovante de tratamento médico.

SEM SOLUÇÃO.

Questionada, a Assessoria do INSS solicitou que a Reportagem entrasse em contato com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Previdência do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, que até às 18 horas não deu retorno ao Diário.

Numa breve pesquisa, a Reportagem descobriu que, para resolver de forma paliativa a falta de médicos, o Governo Federal implantou a perícia médica à distância (teleperícia).

Atualmente, o INSS possui cerca de 3.500 peritos, com pelo menos mil afastados por estar no grupo de risco da Covid-19.

Em setembro último, o INSS tinha mais um milhão de benefícios atrasados na fila. Isso, somado à perda de 40% do quadro efetivo nos últimos anos, faz com que alguns beneficiários tenham que esperar, em alguns casos, até meses para receber um benefício. Sendo que o prazo legal é de 45 dias.

No último pedido de concurso encaminhado pelo INSS ao Governo Federal, em 2018, a autarquia solicitou o provimento de 2.212 vagas na carreira de médico perito. Enquanto isso, a autarquia recebe em média 3 milhões de pedidos de benefícios por mês. O Ministério da Economia deve realizar concurso somente em 2022.

 

Fonte:Carlos Ratton/Diário do Litoral


Comunicado recesso final de ano

O SINSSP entrará em recesso para repor as energias, fique atento às datas que o sindicato estará fechado.

Debate político nos meios virtuais: fake news são apenas parte do problema

Pesquisa mostra que brasileiros desconfiam pouco da veracidade de notícias compartilhadas na internet. Postagens e links patrocinados por políticos e robôs também deturpam o debate público.

Apesar de todo o destaque que a questão das chamadas fake news tem recebido nos últimos tempos, com enxurradas de matérias produzidas pela mídia tradicional, que procura assim resgatar parte da credibilidade perdida – junto com a audiência – para as rede sociais, segundo a pesquisa A Cara da Democracia no Brasil,  apenas uma minoria da população brasileira admite ter sido alvo de notícias falsas sobre política.

Desenvolvida pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC), pesquisa da professora Marisa von Bulow e Max Stábile, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) mostra que apenas 23,9% dos entrevistados afirmam desconfiar da veracidade das informações.

Esse número quase dobra (45,7%) para aqueles que dizem que usam as redes sociais como forma preferencial para consumir notícias sobre política. Ainda assim, os pesquisadores consideram baixo o nível de consciência sobre esse problema, que tende a ter repercussões ainda maiores em anos eleitorais.

“É a evidência de que o fenômeno das notícias falsas ainda não é percebido como tal por uma parte importante da população, que tenderia a acreditar nessas notícias”, dizem os pesquisadores. A percepção sobre a veracidade dos conteúdos noticiosos pouco varia em relação a critérios como escolaridade, renda, idade ou sexo.

O cenário muda quando os entrevistados são divididos de acordo com suas convicções ideológico-políticas. As pessoas mais à esquerda e, mais ainda, à direita, tendem a suspeitar mais da credibilidade das notícias que recebem nos meios virtuais. Mas, segundo os pesquisadores, isso não quer dizer que esses grupos posicionados nos extremos políticos tenham maior consciência sobre o fenômeno das fake news.

“Pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram que, paradoxalmente, aqueles mais desconfiados das notícias que recebem são também os maiores alvos da indústria de produção de notícias falsas. O mesmo estudo que avaliou que um em cada quatro americanos acessou sites de notícias falsas, identificou que a maior parte das visitas a essas páginas foi feita por eleitores conservadores”, observam os pesquisadores.

Não é só fake news

No seminário O Legislativo e as Mídias Sociais – Desafios e Oportunidades de Comunicação, realizado na última quinta-feira (24), pelo Senado, em Brasília, a professora Marisa von Bülow afirmou que o fator fake news não é o único a contribuir para a manipulação e a distorção do debate político nos meios virtuais.

Nas redes sociais, ela chamou a atenção para a prática da “compra” de comentários – que podem ou não ter um conteúdo inverídico, e fazer uso ou não de robôs com a produção automatizada de comentários –, que também tem servido para influenciar as discussões, dando “falsa visibilidade” a determinados temas e opiniões que, de outra forma, não teriam. Segundo ela, esses comentários não espontâneos retiram desses “fóruns virtuais” a capacidade de servirem como locais adequados para o desenvolvimento da discussão pública.

Nos mecanismos de busca (Google e afins), os riscos são os chamados links patrocinados e os algoritmos que definem “quem recebe o que, em que ordem e por quê”, tudo isso sem a menor transparência, abrindo ampla margem às manipulações. Em experimento rudimentar, os alunos da professora da UnB perceberam que os links oferecidos pelos buscadores variavam de acordo com o local de origem da pesquisa, e apresentavam resultados discrepantes se o usuário estivesse logado à conta do buscador, ou se não estivesse, o que demonstra que a distribuição de conteúdos não é neutra, mas definidas segundo critérios, também obscuros, assim como das redes sociais.

O risco, segundo a professora da UnB, é que toda essa confusão informacional agrave ainda mais a descrença da população na política e na democracia, favorecendo o surgimento de “vozes autoritárias” no debate eleitoral.

Abrindo a caixa-preta

Buscando oferecer mais transparência para o debate político nos meios virtuais, o professor de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fabrício Benevenuto criou o projeto Eleições Sem Fake, que reúne uma série de ferramentas que monitoram os anúncios publicitários – postagens impulsionadas – utilizados por políticos, bem como a audiência que eles atingem no Facebook.

Os plugins (programas que rodam associado aos navegadores), criados pelo professor e sua equipe de pesquisadores e alunos também oferecem uma comparação, lado a lado, entre dois sites noticiosos escolhidos pelo usuário, que pode, assim, avaliar como cada um abordou um tema específico, além de mostrar os dados demográficos da audiência de cada veículo de notícia.

Há ainda outro que, operando associado ao Twitter, identifica se foram pessoas ou robôs (também chamados bots) que se engajaram numa determinada discussão a ponto de fazer subir o tema (hashtag) à lista dos assuntos mais comentados da rede (trending topics).

Benevenuto diz que os plugins operam com dados oferecidos pelas próprias redes sociais. O problema maior, segundo ele, são as informações que elas não revelam, como a identidade dos financiadores, tanto no caso das notícias falsas, como nas publicações patrocinadas de políticos e candidatos, que podem, por exemplo, ocultar o crime de caixa 2.

Revista do Brasil, edição 140.

 

Fonte:Tiago Pereira/RBA