Recentemente dois vídeos institucionais do INSS trouxeram chamadas para uma denominada “Política de Reconhecimento e Valorização” dos Servidores e nesta quinta-feira, 03/04, foi realizada uma live para apresentação do programa que revelou o que todos vivenciam no dia a dia, um profundo descompasso entre as ações da gestão e as reais necessidades dos servidores.
Em um cenário de Assédio Institucional, ausência de mínimas condições de trabalho e um Programa de Gestão e Desempenho (PGD) que estabelece metas consideradas mais abusivas e uma política extremamente punitivista, uma proposta de distribuição de “elogios” e sorteios de brindes soa não apenas como uma afronta, mas um total desrespeito com os servidores.
“[Os servidores PCDs do INSS sofrem diariamente todo tipo de abuso, desrespeito e assédio moral e institucional por parte do Instituto. Só pra citar um exemplo recente, nós estamos trabalhando sem saber ao certo qual a pontuação a cumprir. A legislação não é respeitada. O INSS não está cumprindo nem a lei, muito menos respeitar ou valorizar os servidores PCDs] … [Desde que o PGD foi implantado está ocorrendo a desvalorização e a desmotivação do servidor! Essa é a pior gestão da história do INSS] … [Bonito o que o INSS fala, mas totalmente diferente do que faz. Ganhamos aumento de serviço, um SE VIRA com os meios de trabalho. Arcamos com todos os custos do trabalho e não temos valorização nenhuma. Nem o sistema funciona e só somos cobrados. É triste] … [Os Diretores do Instituto dizem que quem se afasta por depressão é porque não quer trabalhar, ou que estamos em greve há mais de dois anos por conta do teletrabalho… o que esperar dos gestores abaixo deles]”, desabafaram os servidores no chat da live.
A precariedade das condições laborais somada à pressão por resultados muitas vezes inatingíveis tem causado adoecimento entre os profissionais e outros problemas conforme apontou Acórdão recente do TCU.
Especialistas em gestão pública apontam que estratégias de valorização profissional devem priorizar aspectos estruturais como plano de carreira, condições adequadas de trabalho e participação efetiva nas decisões administrativas e não apenas gestos simbólicos sem impacto real na qualidade de vida dos servidores.
Os servidores querem sim ser valorizados e reconhecidos, mas isso passa por cumprimento dos acordos de greve, por participação efetiva das entidades nas negociações, por ouvir o que os servidores desejam e implementar melhorias.
O que vemos é uma mesa de negociação onde não há, mesmo após várias reuniões, nenhum avanço significativo (em especial quanto ao PGD) e a gestão se mostra extremamente intransigente.
Sem dúvidas, essa é uma gestão desastrada e despreparada para lidar com os servidores e gerir uma instituição tão importante como o INSS.