Sites ajudam eleitor a encontrar candidatos por afinidade política

Eleições 2018 Sistemas cruzam respostas de eleitor com aquelas cadastradas pelos postulantes aos cargos e apresenta uma lista de candidaturas mais alinhadas.

Escolher um candidato nas eleições gerais deste ano, em um cenário de incertezas e descrença não é tarefa fácil. Escolher entre os 27.862 candidatos de 35 partidos é uma tarefa ainda mais complicada, já que no horário eleitoral, muitas falas acabam se reduzindo a nome e número, sem tempo para propostas. Para ajudar o eleitor a encontrar postulantes que se alinhem com suas ideias e interesses, organizações lançaram sites onde o eleitor responde sobre sua concordância em questões de vários temas e ao final recebe uma lista com os postulantes a mandatos que mais se alinham com suas ideias.

Cada página utiliza uma abordagem diferente. Alguns utilizam temas gerais que estão em discussão atualmente, como liberação do porte de armas e redução de direitos sociais. Há aquelas que se preocupam em revelar se o candidato responde a processos ou já foi condenado. Outros que alinham o eleitor aos partidos e não à pessoa de um candidato. Nem todos os candidatos estão nas listagens, já que para participar é preciso responder ao questionário da organização.

O site Vota SP, elaborado pela ONG Minha Campinas, que atua em projetos de ampliação da participação social nas decisões políticas, possibilita que os eleitores do estado de São Paulo encontrem candidatos a deputado federal e estadual por afinidade. Também apresenta a justificativa dos candidatos para as respostas.

Dentre as questões apresentadas estão a concordância com a liberação do porte de armas, a garantia de previdência social pública, a privatização do Sistema Único de Saúde, a adoção de crianças por casais homoafetivos e a taxação de fortunas. São Paulo tem 1.682 candidatos a deputado federal e 2.167 candidatos a deputado estadual.

Calculadora de Afinidade Eleitoral, elaborada pelo site O Iceberg, alinha o eleitor com as candidaturas presidenciais. Dentre as questões estão a concordância com a reforma trabalhista, com o teto de gastos, com a política de preços variáveis dos combustíveis, a redução da maioridade penal e adoção do Programa Escola Sem Partido.

Do mesmo grupo, a Calculadora de Afinidade Partidária trás questões para ajudar o eleitor a escolher o partido em que deve votar nas eleições legislativas. Posicionamento sobre o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), sobre o financiamento de campanhas eleitorais e a privatização da Petrobras estão entre os temas.

O #TemMeuVoto permite pesquisas de candidatos em todos os estados. Trás questões sobre candidatos que respondem a processos judiciais ou que já disputaram eleições, além de temas gerais como atuação do Estado na economia, liberdades individuais e quais as duas prioridades que o escolhido deve ter para os próximos anos. Dente as opções estão o combate ao desemprego, ações de desenvolvimento social, segurança pública e cidadania.

Focado em sustentabilidade, nova economia e direitos humanos, a página Voz Ativa também possibilita conhecer candidatos em todo o país. Dentre as questões propostas estão a garantia da manutenção, demarcação e homologação de terras indígenas e quilombolas, a flexibilização do registro e uso de agrotóxicos no Brasil e a tipificação dos crimes de caixa dois, enriquecimento ilícito e corrupção entre entes privado na legislação penal.

 

Fonte:Rodrigo Gomes/RBA


Mulheres se unem nas redes sociais para frear Bolsonaro

Grupo de discussão no Facebook atrai 1 milhão de mulheres em apenas três dias.

Três dias bastaram para unir 1 milhão de mulheres com um só objetivo: impedir a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). No domingo, em meio ao temor de que o ataque com faca ao candidato aumentasse as intenções de voto nele, surgiu no Facebook o grupo de discussões “Mulheres contra Bolsonaro”. O movimento organiza um ato para o dia 29 de setembro, sábado, a partir das 15h no Largo da Batata, em Pinheiros.

De todos os cantos do Brasil, a maioria dessas mulheres reunidas neste grupo fechado - só entra quem é convidada ou aceita pelas administradoras - quer que, no primeiro turno, as colegas votem em quem quiserem, menos no candidato do PSL. E, caso ele alcance o segundo turno, votem no adversário do militar, seja quem for.

A matemática é bem simples. Juntas, as mulheres somam 52,5% do eleitorado brasileiro. Portanto, unidas, podem impedir a vitória do candidato. Segundo a última pesquisa Datafolha, a rejeição ao candidato cresceu nos últimos dias – principalmente entre elas: 49% não votariam de jeito nenhum nele, número que era 43% há menos de um mês.

Tamanho desgosto por Bolsonaro tem motivo: o histórico de ataques contra mulheres. Em 2014, no plenário da Câmara, falou à deputada federal Maria do Rosário que ela “não merecia ser estuprada”. E se justificou, depois, em entrevista: “muito feia; não faz meu tipo”.

Em outro momento, num quadro do extinto programa CQC, Preta Gil perguntou a ele o que faria se o filho se apaixonasse por uma negra. “Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”, respondeu.

Também chegou a chamar Dilma Rousseff de homossexual – “se teu negócio é amor com homossexual, assuma” – e a criticou por indicar uma “sapatona” para a Secretaria de Políticas para Mulheres.

Referindo-se aos próprios filhos, declarou em abril de 2017: "Tenho cinco filhos. Quatro foram homens e na quinta dei uma fraquejada."

Admiradas com o crescimento espontâneo do grupo, as mulheres tentam se organizar também fora das redes – em eventos reais e presenciais organizados em cada estado. Outra ideia é redigir uma carta de manifestação contra o presidenciável.

Claro que, em tempos de polarização, não faltam discussões e picuinhas sobre a escolha do primeiro candidato.

De um lado, sobram argumentos a favor de Ciro Gomes, do PDT. Do outro, as defensoras de Fernando Haddad, do PT. Só não sobra muita eleitora para Marina Silva, da Rede, única mulher com chances reais na corrida eleitoral para Presidente – há quem a apoie e quem a critique por não se posicionar favorável a questões feministas, como o aborto. Há ainda eleitoras que enxerguem o perfil conservador da candidata, ligada à igreja.

Mas, no fim das contas, todas elas sonham com um só desfecho: a derrota de Bolsonaro.

 

Fonte:Rede Brasil Atual


24º Grito dos Excluídos reúne 5 mil em São Paulo por democracia e direitos

Ao criticar o golpe, movimentos populares chamam atenção para as eleições.

Com o lema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios”, o 24º Grito dos Excluídos na cidade de São Paulo reuniu 5 mil pessoas neste dia 7 de setembro, feriado do Dia da Independência.

O tradicional ato organizado pela Central de Movimentos Populares (CMP), com apoio de entidades, como a CUT, se concentrou pela manhã na Praça Oswaldo Cruz, ponto inicial da Avenida Paulista. A manifestação seguiu pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio em direção ao Monumento às Bandeiras, ao lado do Parque do Ibirapuera, onde terminou por volta das 13h.

Em São Paulo, a mobilização evidenciou não apenas o resultado de um golpe parlamentar consumado há dois anos, como também a importância das eleições, como apontou o coordenador nacional da CMP, Raimundo Bonfim.

“Vivemos no Brasil da exclusão social, da fome, do congelamento de investimento em políticas públicas e em áreas essenciais. O desmonte dos programas sociais e a prisão política de Lula são consequências do que os golpistas e apoiadores fizeram com o país e de como a nossa Justiça tem atuado. Nosso desafio agora é transformar a indignação popular em voto em defesa da democracia”, disse.

A fala de Bonfim vai ao encontro do posicionamento da vice-presidenta do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Sarah Cleveland, que lamentou, em entrevista a um veículo da imprensa comercial, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em barrar a candidatura de Lula, como recomendou o órgão das Nações Unidas. Para o secretário de Mobilização da CUT-SP, João Batista Gomes, este é mais um exemplo de como o golpe tem atuado no país.

“O descompromisso do Brasil diante da ONU é o mesmo de setores de direita que apoiaram a reforma trabalhista e querem aprovar a reforma da Previdência. É a retirada de direitos sem limites e a disputa entre classes sociais para garantir que o pobre continue sem moradia, sem comida e sem acesso à educação e saúde públicas e de qualidade”, falou o dirigente.

Neste mesmo sentido, Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, um dos seis integrantes que que completou 26 dias de greve de fome em defesa do ex-presidente Lula, afirma que o país carece de um Supremo Tribunal Federal (STF) que atue de forma imparcial. “O Supremo não tem compromisso com a classe trabalhadora e, tampouco, cuida da Constituição brasileira. Os representantes que atuam por lá rasgam as nossas leis dia após dia”, criticou.

Eleições, direitos humanos e políticas públicas

A saída da atual crise brasileira, a revogação da reforma trabalhista e a retomada do crescimento econômico para reverter o quadro de 13 milhões de trabalhadores desempregados, segundo dados do IBGE, dependerá da escolha da população nas eleições de outubro, sinalizou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo.

“A classe trabalhadora precisa eleger parlamentares realmente comprometidos com os direitos sociais e trabalhistas. Temos uma longa jornada pela frente, além do que estamos enfrentando, para reverter os retrocessos impostos pelo golpista Michel Temer (MDB) e toda sua base aliada, que têm feito o Brasil andar na contramão dos direitos humanos e das políticas públicas.”.

Uma das medidas aprovadas que deve ser revogada é a Emenda Constitucional 95/16, que congelou os gastos públicos em áreas como saúde e educação, avalia Maria de Souza, representante da União dos Movimentos Populares de Saúde da Cidade de São Paulo.

Segundo ela, a EC 95, de 2016, além de não ter contribuído para combater a crise econômica, como o governo argumentou à época, resultou em efeitos negativos em relação aos direitos sociais. “Já existe um problema quanto aos repasses de verba pública aos municípios e a privatização na área da saúde, mas com a emenda aprovada, isso tudo piorou ainda mais. Não é publicizado, mas sabemos de pessoas que chegam a ficar até dois meses no hospital em observação para colocar um marcapasso para monitorar o coração”, denunciou.

Além do exemplo citado por Maria quanto aos problemas observados no Sistema Único de Saúde (SUS), o aumento abusivo da energia elétrica também é outra questão que tem atingido a população, como demonstrou a coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Liciane Andrioli.

“Fizemos um cálculo que, de 2012 a 2018, houve um aumento de 85% nas contas de energia. Enquanto as usinas da Eletrobrás vendem energia barata, ou seja, R$ 76 reais o megawatt hora (MWh) para as empresas distribuidoras, a população paga em média R$ 685 pelo mesmo MWh. Esses aumentos são resultado da política do atual governo golpista pra beneficiar as empresas do capital privado e que prejudicam a população.”.

Cidades mobilizadas

Além do ato na capital, que contou com a presença de candidatos a cargos públicos nas eleições deste ano, outros atos ocorreram em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em Campinas e no Guarujá.

 

Fonte:Vanessa Ramos/CUT São Paulo


Setembro Amarelo tem que estar aliado a políticas, diz pesquisadora

O Brasil conta com 2.463 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para acolher mais de 200 milhões de pessoas.

O Setembro Amarelo surgiu da necessidade de sensibilizar a sociedade para o aumento, por vezes silencioso e/ou subnotificado, do suicídio. Cerca de 1 milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos no mundo. Uma a cada 40 segundos, conforme estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil há um suicídio a cada 45 minutos. São registrados cerca de 12 mil suicídios anualmente.  Tirar a própria vida está entre as principais causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes.

No Brasil, a campanha denominada Setembro Amarelo foi iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Para romper o preconceito e ampliar o diálogo, atenção e qualificar a prevenção, em 2014 foi instituído o 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

A OPAS/OMS reconheceu o suicídio e as tentativas de suicídio como uma prioridade na agenda global de saúde e incentivou os países a desenvolver e reforçar estratégias de prevenção, quebrando estigmas e tabus existentes sobre o assunto.

Idosos e jovens

Conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que registra tentativas e óbitos por suicídio no Brasil, idosos com mais de 70 anos correspondem a uma média de 8,9 mortes por 100 mil, entre os anos de 2011 e 2016. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chama atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas.

O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).

O documento apresenta ainda que, no período, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Mulheres que atentaram mais contra a própria vida contabilizam 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Por raça/cor, a população branca  registrou maior taxa, 53,2%. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.

Campanhas de sensibilização, expansão do atendimento pelo CVV em todo o território nacional, de forma gratuita, são importantes, porém insuficientes na opinião da psicóloga Luana Lima.

“A gente não tem uma política nacional. O maior passo corresponde às diretrizes nacionais de prevenção de suicídio, instituída pelo Ministério da Saúde em 2006, que tem uma enorme importância, mas que precisa ser questionada na sua projeção, no alcance social. Digo isso porque o Brasil é o quarto país latino-americano com maior índice de crescimento em suicídio, entre 2000 e 2012”.

Há uma falta de responsabilização do Estado, na opinião da estudiosa. “O Setembro Amarelo tem que vir junto, estar aliado a políticas. De partida, na capacitação dos profissionais de saúde. A temática do suicídio não é sequer falada na formação. Eu tive acesso à prevenção ao suicídio por ter feito um estágio no Núcleo de Prevenção ao Suicídio. Mas, isso não faz parte da minha grade [curricular], e olha que eu estudei psicologia. Isso não faz parte [da grade curricular] de médico, de enfermeiro, de nenhum profissional de saúde”.

Outro problema apontado por Luana, autora do estudo “Moralidades correntes sobre suicídio em unidades de saúde e seu impacto na assistência: uma análise na perspectiva da bioética de proteção”, tese de seu mestrado pela Universidade de Brasília (UNB), diz respeito à falta de investimentos na qualificação dos serviços de saúde.

Acolhimento precário

O Brasil conta com 2.463 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), para a garantia universal de acolhimento a 200 milhões de pessoas.

“Esses pacientes com sofrimento, com depressão, em tentativa de suicídio só conseguem se inserir na rede a partir de uma tentativa [efetivada], na emergência, em Pronto Socorro. E é normalmente nesses lugares que ele é extremamente maltratado, discriminado, punido, principalmente quando não tem mais risco de morte”, completa.

Segundo ela, a influência da moralidade dos profissionais de saúde compromete a qualidade do atendimento e, muitas vezes, acarretam a desesperança do paciente, que irá reincidir, evitar nova busca de ajuda e até a consumação do ato.

Opressão social

Entre os fatores de risco para o suicídio, o Ministério da Saúde aponta transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.

Os sinais demonstrados por alguém com tendência suicida são inúmeros, incluindo o não sinal. “Muitas vezes eles expressam esse sofrimento. ‘Eu queria dormir e não acordar mais’. ‘Eu não agüento mais essa dor’. ‘Eu quero morrer’. ‘Eu vou me matar’. São frases que denunciam  o sofrimento que, muitas vezes, a gente lê como uma forma de chamar a atenção. Tem muito esse mito: ele ameaça e não faz. Não, quem  ameaça tenta e faz. Tem aquele que não dá sinal, que comete um ato impulsivo? Sim, mas é um grupo menor”, exemplifica.

A pesquisadora acredita que as causas de vulnerabilidade social contribuem. Para a pesquisadora é preciso pensar nos aspectos de saúde mental que levam ao suicídio, mas também nos aspectos opressores da sociedade. “Poder pensar um pouco como é que a sociedade, um meio social pode levar uma pessoa a tirar a própria vida”, ao lembrar o caso de suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que foi preso, depois solto e afastado da universidade, em processo baseado em depoimentos que não permitiram o contraditório e a ampla defesa.

Saídas

Segundo ela, a pessoa com tendência suicida busca acabar com a dor e a psicoterapia leva à legitimação desse convívio com a dor, o acolhimento. Daí, a necessidade, em sua opinião, de desmistificar a questão. “Precisa entrar nas escolas, ser tratado de forma intersetorial. São políticas que não se restringem à saúde”, justifica.

A medicalização não é a única saída, na opinião da psicóloga. Luana entende se tratar de uma questão multifatorial. “O transtorno é um fator de risco muito importante para o suicídio. A depressão, a esquizofrenia, o alcoolismo são os três maiores transtornos em ocorrência; principalmente a depressão. A gente precisa desmedicalizar o suicídio”.

Em seu estágio no Núcleo de Prevenção ao Suicídio conseguiu prevenir alguns casos, com apoio de equipe e através do acolhimento e da escuta. “Se o sujeito tiver lugar para falar, o sofrimento vai se alterando, conforme ele é nomeado. O suicídio é um ato de comunicação. É um ato que ele não conseguiu botar em palavras. Então, nosso trabalho de prevenção é feito por essa legitimação [da dor]. Aqui você tem espaço para falar”.

 

Fonte:Cecília Figueiredo/Saúde Popular


Desemprego entre chefes de família causa crises familiares e separações

"Situação de desesperança dos desempregados, subocupados ou desalentados é preocupante", diz psicanalista, que explica como lidar com o drama que afeta milhares de trabalhadores.

CUT Brasil – O aumento do desemprego entre chefes de família, em especial os provedores que pagam as contas e sempre decidiram tudo sozinhos, pode provocar depressão, muito sofrimento e, em alguns casos, crises familiares que terminam em separações.

Em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de desempregados chefes de famílias, homens e mulheres, atingiu 22,7% dos trabalhadores e trabalhadoras com idades entre 40 e 59.

No total, 27,6 milhões de brasileiros sofriam com a falta de postos de trabalho no país (12,9 milhões estavam desempregados); 6,6 milhões subocupados, pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais; 8,1 milhões poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial). Este grupo inclui os 4,8 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,3 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

A situação de desesperança dos desempregados, subocupados ou desalentados é preocupante, disse em entrevista à CUT, o psicanalista e professor da USP, Christian Dunker, que elaborou uma série de dicas de como lidar com o desemprego, ao constatar o drama dos trabalhadores em seu consultório. "Me espanta que se fale tão pouco sobre como a perda do emprego  acaba em dissolução de casais, pois pega muita gente desprevenida."

Para o professor, “é importante o período de luto, ficar triste, ficar com raiva e dividir com outros sua tristeza. É o mesmo que ir a um velório, a gente enterra, se despede da pessoa. Com o desemprego é o mesmo e as pessoas acabam pulando esse momento”.

Drama pessoal

Não é difícil encontrar chefes de família separados de suas mulheres e familiares, enfrentando ações na Justiça porque não conseguem mais pagar a pensão para os filhos. E todo dia lá estão eles nos postos de intermediação de mão de obra, na busca desesperada por uma nova oportunidade no mercado de trabalho.

Este é o caso do baiano de Salvador, Ivan Freitas, 53 anos, que está há pouco mais de um mês na capital paulista à procura de emprego de vigilante. Separado, Ivan mora de favor na casa de amigos e sua situação econômica só não é pior porque a filha de 16 anos está sob os cuidados de familiares, e por isso não está pagando pensão. "Meu sonho é conseguir um trabalho para poder alugar uma casa, prosseguir com minha vida. Mas tem dias que bate um desespero que olho pro céu e só rezo pra continuar andando”, diz.

Ivan, como muitos, reclama da dificuldade em conseguir uma vaga de trabalho, que muitas vezes lhe é negada por causa da idade. "No Brasil, se você tem de 18 a 25 anos é muito novo para trabalhar, se tem mais de 35 é novo para se aposentar e velho para trabalhar”, critica.

Situação semelhante passa o porteiro aposentado Victor Benedito de Andrade, de 57 anos. Vivendo somente de bicos, ele diz que precisa trabalhar com urgência porque uma filha de 20 anos o processou para receber a pensão que deixou de pagar. "Paguei pensão direitinho durante 18 anos, mas ela me cobra mais de mil reais por mês e minha aposentadoria é de R$ 1.600 e o aluguel é R$ 800. Estou sobrevivendo com a ajuda de outros filhos”, lamenta.

Já o eletricista William de Castro, de 49 anos, está há cinco anos sem registro em carteira de trabalho. Também separado com filhos de 18 e quatro anos, diz estar sem esperança, principalmente depois da reforma Trabalhista que, segundo ele, complicou ainda mais a vida do trabalhador, que só tem perdas e nenhuma vantagem. "Viver de bicos é como jogar uma gota de água num prato quente de areia, ela se evapora. Eu estou deixando de comer para pagar aluguel“, conta desolado o eletricista.

Como lidar com o desemprego

Histórias semelhantes levaram o psicanalista Christan  Dunker a pensar em maneiras de ajudar os chefes de família a lidar com o desemprego, mantendo a saúde mental e a unidade familiar. Segundo ele, “é importante o período de luto, ficar triste, ficar com raiva e dividir com outros sua tristeza”. “É o mesmo que ir a um velório, a gente enterra, se despede da pessoa”, completa.

Depois, é preciso fazer contas, elaborar um planejamento financeiro metódico com calma e não na primeira semana de desemprego, respondendo a perguntas como quais são os custos para se manter, por quanto tempo pode-se gastar dinheiro, quanto pode investir num curso e em processos de recolocação profissional? É importante também levantar quanto vale o carro, a casa, quais as dívidas a pagar para o caso do período de desemprego se prolongar e a pessoa precisar se desfazer de algum bem.

O psicanalista conta que vê em seu consultório desempregados que “não querem olhar para o dinheiro,  fazer contas, saber quais são seus custos. É preciso fazer isso de cabeça fria e não de forma reativa, com medo de morrer de fome, ficar com raiva não resolve”, alerta Dunker.

Outra atitude a ser tomada de forma metódica e pensada, segundo o psicanalista, é voltar a estudar, se reciclar. “A vida no trabalho tira a relação com o estudo, com novas e antigas relações pessoais. É preciso planejar e investir. Não é entrar no primeiro curso que ver, é reconexão social”, avalia.

E por fim, é preciso ampliar a rede social. Não ter vergonha de estar desempregado, contar para as pessoas que está sem trabalho. “É preciso entrar na internet, abrir o seu Linkedin, ver o que os outros fazem nas redes sociais. Redescobrir antigos amigos, pessoas significativas da sua vida”, aconselha o professor da USP.

Desemprego causa depressão e crises familiares

O psicanalista Christan  Dunker explica que, historicamente, o que se espera de um pai de família é que ele seja o provedor, traga mais dinheiro do que a esposa, mesmo que ela trabalhe. Com o desemprego, o pai de família se sente desvalorizado, começa a se achar menos viril e, isso é corroborado pela mulher, que não o vê mais como o provedor da casa.

“O desemprego tem muitas vezes o efeito de destruir e rebaixar a possibilidade de se desejar esse homem, que se torna aos olhos da mulher, menos admirado e desejável. Assim, se corrompe essa função que foi construída historicamente pelo patriarcado”, explica o professor da USP.

Para evitar a dissolução de casamentos e da vida social, o psicanalista aconselha que o homem se mostre ainda mais engajado nas coisas que está fazendo, como estudar ainda mais, demonstrar que está buscando uma renda suplementar e batalhando muito para conseguir um novo emprego.

“Ele precisa se apresentar como um homem ‘desejante’ e não apenas como aquele que foi desprezado e recusado pelo patrão. Infelizmente, acontece o oposto, pois com forte pressão o homem se sente ainda mais frágil”, diz o psicanalista. “É preciso se reinventar como casal”.

“Às vezes o desemprego destrói o casal ou constrói uma relação muito melhor. Depende da humildade, de se renunciar àquela forma de vida,” diz Dunker.

De acordo com o psicanalista, o desemprego afeta mais as relações familiares em que o homem sempre decidiu e pagou tudo sozinho e, quando ele perde o emprego, sua autoridade desmorona. “Uma relação construída a partir de quem tem o dinheiro tem a autoridade será perdida, e para muitos homens é insuportável. Ele não consegue ser homem nessa situação. A coisa mais importante é aprender não no sentido da humilhação e do sofrimento, isso só emburrece a gente”, analisa.

O sentimento de derrota do pai de família ainda piora quando ele tem filhos adolescentes. “Os momentos mais críticos são no início da puberdade, em que os filhos confrontam os pais ‘ você não sabe tudo’, e o filho descobre que o pai não é mais o super herói”.

Golpe de 2016 aumentou crises familiares

Segundo o psicanalista Christian Dunker, no início da crise econômica, logo após o golpe de 2016, as relações familiares, especialmente da classe média, não foram muito afetadas. Mas, depois de algum tempo com as pessoas indo de um emprego a outro, de forma precarizada e, agora, desempregadas, os relacionamentos familiares têm se deteriorado.

“Muitos dos meus pacientes mudaram de casa, e agora não têm como pagar o cartão de crédito, o colégio das crianças. A crise chegou para a classe média e a classe média alta”, conta o psicanalista.

 

Fonte:André Acarinni e Rosely Rocha/RBA


Terceirização irrestrita deve atingir serviço público, alertam especialistas

Setores como educação, saúde e cultura vão poder contratar trabalhadores terceirizados sem concurso público.

Após a aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana, da terceirização irrestrita de trabalhadores para atividades-fim nas empresas, como propôs o governo Temer, especialistas afirmam que a medida deverá levar a contratações sem concurso público, especialmente de profissionais de educação, saúde e cultura. É o que alerta, por exemplo, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep)., Sérgio Antiqueira.

"Os professores estão na ponta da lista da ameaça, porque já tem o interesse de empresas entrar nos municípios, trazendo apostilas, então há o interesse em substituir os professores", diz o sindicalista.

Segundo o Dieese, os terceirizados ganham em média 25% menos, se acidentam 60% mais e trabalham 12 horas a mais por mês. A rotatividade da mão de obra também é o dobro da registrada em relação ao contratado direto. Por todos esses fatores, a terceirização não significa melhora para os trabalhadores e nem para o serviço público.

"Num cenário de redução dos gastos públicos, por conta dos limites orçamentários da Emenda Constitucional (EC) 95, a gente avalia que os estados vão usar esse instrumento de poder ampliar a terceirização do serviço público para reduzir os seus custos. Como as condições dadas aos trabalhadores pioram, influencia no atendimento também", explica Adriana Marcolino, socióloga e técnica do Dieese.

Especialistas alertam ainda que a terceirização pode acabar com os concursos públicos e a substituição pelos terceirizados vai inviabilizar a aposentadoria dos atuais servidores. "A Previdência do servidor o governo trata como um problema do servidor, não de gestão da prefeitura (e demais instâncias do poder público). Você reduz a contribuição, já que não tem mais o trabalhador direto, que contribui para a Previdência", diz Sérgio.

A terceirização também pode trazer problemas para a previdência dos trabalhadores do setor privado. Os salários menores vão fazer a arrecadação cair. Além disso, os trabalhadores que precisarem abrir empresas – tornando-se pessoas jurídicas (PJs) para terem seus serviços contratados – podem nem contribuir com a Previdência.

Como não há mais recursos judiciais para impedir a terceirização total, os trabalhadores afirmam que a única forma de reverter esse retrocesso é a revogação da lei, na próxima Legislatura a ser eleita em outubro. "Nós temos que discutir quem são os candidatos que propõem a reversão da reforma trabalhista e a lei de terceirização", completa o representante dos servidores.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:

 

Fonte:Redação RBA


Antes de votar, confira os deputados e senadores que votaram contra você!

Análise do Diap permite observar quem são os parlamentares que votaram pelas reformas.

Seja qual for o presidente da República no próximo período – e esperamos que a classe trabalhadora ajude a eleger parlamentares comprometidos com os direitos trabalhistas –, precisará de apoio do Congresso Nacional para reverter os retrocessos impostos pelo golpista Michel Temer (MDB) e sua base aliada.

Para facilitar a escolha de deputados federais e senadores, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) disponibiliza em seu portal o voto dos congressistas em 10 temas que marcaram a atual legislatura e afetam os trabalhadores e a democracia.

A lista mostra de qual lado estiveram os congressistas no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na cassação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na entrega do Pré-Sal aos estrangeiros, na terceirização da mão-de-obra sem limites, na primeira e segunda denúncia contra Temer, na reforma trabalhista, na PEC dos gastos públicos, na MP das petroleiras e na tentativa de reforma da Previdência.

A análise do banco de dados que será atualizado até o fim das eleições, em 28 de outubro, permite observar, por exemplo, entre os candidatos à Presidência da República, quem esteve contra e a favor da retirada de direitos dos trabalhadores. Dos atuais postulantes ao cargo, os deputados federais Jair Bolsonaro (PSL), Cabo Daciolo (Patriotas) e o senador Álvaro Dias (Pode) são os únicos que tinham mandato no Congresso.

Reforma trabalhista – A Câmara dos Deputados aprovou em 26 de abril de 2017 o Projeto de Lei (PL) 6.787/16, que acaba com a carteira assinada, por 296 votos a 177. No senado, o texto chegou como Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 e passou por 50 votos contra 26.

Na Câmara, Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista e contra os trabalhadores, enquanto Daciolo votou não à reforma. No Senado, Dias também foi contra a reforma.

Terceirização sem limites – Junto com a reforma trabalhista, outro golpe contra os direitos da classe trabalhadora foi a terceirização sem limites, aprovada em março de 2017 por 232 votos a favor contra 188 por meio do PL 4.302/98.

Desta vez, Bolsonaro se absteve (omitiu o voto), enquanto Daciolo votou contra o projeto.

Entrega do pré-sal - Em outubro, a Câmara aprovou o PL 4.567/16, que abre para outras empresas, nacionais e estrangeiras, a exploração do Pré-Sal, que tinha a Petrobras como exploradora única.

Conforme o desejo de Temer, mais uma vez, Jair Bolsonaro votou a favor da entrega da riqueza, enquanto Cabo Daciolo optou pelo não. Álvaro Dias, no Senado, também se posicionou por seguir as orientações do governo golpista.

Limite para investir em saúde e educação – Em 10 de outubro de 2016, a Câmara aprovou por 366 votos a 111 a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16 que limita por 20 anos o investimento público em setores como saúde e educação. No Senado, o texto foi aprovado por 61 votos a 14, em novembro de 2016.

Novamente, Bolsonaro seguiu o comando do governo Temer e foi a favor do congelamento, enquanto Daciolo se posicionou contra. No senado, Álvaro Dias também votou com os golpistas.

Para saber como votaram os parlamentares em relação aos projetos e escolher bem o parlamentar que elegerá para o próximo mandato, clique aqui.

 

Fonte:Luiz Carvalho – Contracs, com informações do Diap


Após dois anos, golpe parlamentar no Brasil mostra ao que veio

Neste 31 de agosto de 2018, confira alguns dos acontecimentos que levaram o país ao buraco.

Desemprego recorde, perda de direitos, corte nos investimentos e perseguições políticas. Desde 31 de agosto de 2016, quando o Senado chancelou a saída da presidenta eleita, Dilma Rousseff, da Presidência, os brasileiros têm assistido, quase que diariamente, aos desmontes de importantes políticas públicas construídas nos últimos anos. Confirmaram o que os movimentos sociais, sindical e partidos de esquerda já diziam: foi golpe!

Ao longo desse período, o ilegítimo Michel Temer (MDB) e sua base aliada no Congresso Nacional, seguiram destruindo conquistas de todas as áreas, privilegiando pequenos setores da classe empresarial, jurídica e da mídia – além, claro, do capital estrangeiro.

Nesse período, também foi fortalecido o discurso de criminalização dos movimentos dos trabalhadores, na tentativa de enfraquecê-los. Mas houve luta e foi possível acompanhar, nesse período, grandes mobilizações, como a maior Greve Geral da história do país, em 28 de abril de 2017, que impediu que a reforma da Previdência –ainda uma ameaça –fosse votada.

Neste 31 de agosto de 2018, dois anos após o golpe que encerrou mais um período de democracia no Brasil, a CUT-SP fez um levantamento de alguns dos acontecimentos negativos à população. Confira a seguir:

30 de novembro de 2016

Após repressão e agressões nas ruas, Senado aprova PEC 55 em primeiro turno

Ela foi aprovada no dia 29 de novembro de 2016, em primeiro turno, pelo Senado. Naquela tarde, as forças policiais haviam reprimido com violência as manifestações em Brasília contra a votação da chamada PEC da Morte ou do Fim do Mundo, como ficou conhecida. Cavalaria, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, helicópteros à espreita, porrada. A PEC 55 pretende congelar investimentos sociais públicos até 2036, atrelando-os apenas aos índices da inflação. Saiba mais clicando aqui.

22 de março de 2017

PL 4302 que terceiriza todas as atividades das empresas é aprovado pela maioria da Câmara dos Deputados

Apoiando-se numa maioria de deputados golpistas e corruptos, atendendo à pressão de empresários que querem flexibilizar direitos e precarizar as relações de trabalho para aumentar os seus lucros, como Paulo Skaf da Fiesp e seu infame “pato”, a Câmara dos Deputados comete mais um golpe contra os direitos da classe. Saiba mais clicando aqui.

12 de julho de 2017

Senado aprova o projeto de reforma trabalhista, sem alterações

O plenário do Senado aprovou o projeto de lei (PLC 38) de "reforma" da legislação trabalhista. Foram 50 votos a favor e 26 contrários, com uma abstenção. A votação foi concluída por volta das 19h50, depois de mais de seis horas de sessão suspensa, devido a uma ocupação organizada por um grupo de senadoras da oposição. Conforme queria o governo, o texto foi aprovado sem mudanças. Saiba mais clicando aqui.

25 de outubro de 2017

Câmara salva Temer, Padilha e Moreira de denúncia no STF

A Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente golpista Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) pelos crimes de formação de quadrilha e organização criminosa. O resultado, que blindou Temer de ser alvo de um processo por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e afastado do cargo, foi vitorioso para o governo, mas demonstrou fragilidade do Executivo para a votação de matérias de seu interesse, como as reformas e privatizações. Saiba mais clicando aqui.

27 de outubro de 2017

Temer entrega Pré-Sal e futuro do país para estrangeiros

Governo derruba liminar, realiza leilão e consuma mais um ato de entrega do Pré-Sal brasileiro para multinacionais estrangeiras. Com duas horas de atraso, o leilão foi realizado e o total arrecadado – R$ 6,15 bilhões – foi abaixo até dos R$ 7,75 bilhões que o próprio governo golpista, entreguista e ilegítimo de Michel Temer (MDB) previa. Saiba mais clicando aqui.

27 de abril de 2018

Desemprego bate mais um recorde negativo e atinge 13,7 milhões de pessoas

O índice de desemprego aumentou para 13,1% no primeiro trimestre encerrado em março deste ano. É a maior taxa desde maio do ano passado. O total de desempregados no país pulou para 13,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Saiba mais clicando aqui.

22 de maio de 2018

Caminhoneiros mantêm Brasil paralisado

Após ter reajustado os preços da gasolina e do diesel quatro vezes consecutivas, a gestão golpista da Petrobrás anunciou um novo aumento dos preços dos derivados nas refinarias. Os valores subiram quase 1% colocando mais combustível na greve dos caminhoneiros, que protestaram em todo o país contra os altos preços do diesel, que em maio aumentou 12,3%. Saiba mais clicando aqui.

24 de julho de 2018

Gás de cozinha e combustíveis aumentaram três vezes mais do que a inflação

O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) tem realizado constantes reajustes nos preços dos combustíveis e no gás de cozinha que impactam diretamente no bolso de todos os brasileiros e brasileiras. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de junho de 2016 a junho de 2018 chegou a 8%. No entanto, o gás de cozinha, nesse mesmo período, teve um reajuste de 25,9%; a gasolina comum subiu 24,4%; o etanol 20,9%; e o óleo diesel 14,2%. Saiba mais clicando aqui.

 

Fonte:Redação CUT-SP


Em nota, CUT repudia aprovação da terceirização pelo STF

Ministros do STF desrespeitaram a Constituição Federal e votaram contra os trabalhadores.

O Supremo Tribunal Federal desrespeitou a Constituição ao liberar a terceirização na atividade fim, dando mais uma prova de que vivemos em um Estado de Exceção, no qual os poderes da República estão sequestrados pelos interesses do grande capital.

Embora a terceirização tenha sido liberada sem nenhuma restrição pela reforma trabalhista, havia a possibilidade de o STF deliberar por sua inconstitucionalidade. Em julgamento que se encerrou na tarde desta quinta-feira (30), o Tribunal derrubou, com repercussão geral, em votação de 7X4, a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que autorizava a terceirização apenas nas atividades meio da empresa. Essa decisão orientará o posicionamento de todos os casos que tratem do tema, dando ao setor patronal a segurança jurídica que tanto esperam.

Em agosto de 2013, 19 ministros do TST se posicionaram contrários à terceirização em todas as atividades prevista no Projeto do Deputado Sandro Mabel:

“A diretriz acolhida pelo PL nº 4.330-A/2004, ao permitir a generalização da terceirização para toda a economia e a sociedade, certamente provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País, com a potencialidade de provocar a migração massiva de milhões de trabalhadores hoje enquadrados como efetivos das empresas e instituições tomadoras de serviços em direção a um novo enquadramento, como trabalhadores terceirizados, deflagrando impressionante redução de valores, direitos e garantias trabalhistas e sociais.”

Desde 2004, a CUT denuncia os prejuízos que a terceirização sem limites representa para a classe trabalhadora. Estudos feitos pela CUT e o Dieese comprovam que a remuneração dos terceirizados é 24,7% menor em relação ao trabalhador contratado diretamente pela empresa, os terceirizados trabalham 3 horas a mais na jornada semanal e estão mais expostos ao adoecimento e à morte numa proporção de 8/10.

A ampliação da terceirização terá enorme impacto sobre o aumento da precarização do trabalho no Brasil, especialmente sobre as mulheres, os negros e os jovens. A CUT e as Centrais Sindicais sempre se posicionaram contra a terceirização na atividade fim e a possibilidade de subcontratação. A proposta é igualdade de direitos, remuneração e condições de saúde e segurança, a representação sindical pelo sindicato da categoria preponderante para todos os terceirizados e o princípio da responsabilidade solidária entre empresas contratante e contratada.

A decisão do Supremo fere, entre outros, os princípios fundamentais da Constituição Cidadã de 1988, que estabelecem que:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: III -  a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Diante disso, a CUT lamenta a irresponsabilidade da mais alta Corte da Justiça no país, que deveria ser a guardiã da Constituição, mas com essa decisão coloca em risco a vida dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros e o futuro do Brasil, impedindo a redução da desigualdade social e a construção de uma nação desenvolvida, alicerçada sobre os princípios da justiça social.

Direção Executiva Nacional

 

Fonte:CUT Nacional


CUT completa 35 anos em meio a maior luta da sua história

Com o golpe de 2016, a CUT enfrenta mais uma vez um período de Estado de Exceção cuja luta para resgatar a democracia no País passa pelas eleições deste ano, diz Vagner Freitas.

28 de agosto de 1983. Ditadura militar no Brasil. O país estava mergulhado numa crise econômica e política. A inflação batia 150% ao ano, a dívida externa chegava a US$ 100 bilhões, o desemprego e a fome cresciam e os salários ficavam cada vez mais arrochados.

Foi nesse contexto que mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, reunidos no galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, baseados em princípios de igualdade e solidariedade, fundaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), atualmente maior central sindical do país e da América Latina e a quinta maior do mundo.

O plano de lutas aprovado pela CUT, no 1º Conclat - Congresso Nacional da Classe Trabalhadora -, exigia o fim da Lei de Segurança Nacional e do Regime Militar, o combate à política econômica do governo, o fim do desemprego, a defesa da reforma agrária construída pelos trabalhadores, reajustes trimestrais dos salários e liberdade e autonomia sindical.

Nesta terça-feira (28), 35 anos depois, a CUT enfrenta mais uma vez, desde 2016, um período de Estado de Exceção e luta contra um golpe que retirou do governo uma presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, e mantém há mais de quatro meses como preso político a maior liderança popular do país, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Nascemos do enfrentamento que ajudou a derrubar a ditadura militar e deu início à redemocratização deste país. Construímos tanto, que o atual golpe, em vez de destruir, fortaleceu ainda mais a Central Única dos Trabalhadores, que está à frente de todos os enfrentamentos contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas”, diz o presidente CUT, Vagner Freitas.

Com 3.980 entidades filiadas, 7,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras associados e 25,8 milhões em toda a base, “a CUT segue sendo importantíssima para o Brasil, porque é uma instituição nascida da luta em defesa da democracia, e não há democracia sem a CUT e seus sindicatos, garantindo que a voz da classe trabalhadora seja ouvida e respeitada”, diz  Vagner, que ressalta: “a CUT nunca deixará de fazer a defesa da classe trabalhadora, nosso compromisso histórico desde a fundação”.

“Apesar de tudo o que os golpistas vêm fazendo desde 2016 para acabar com a estrutura e a organização sindical desse país, eles não conseguiram e não conseguirão calar as nossas vozes, impedir a nossa luta”, afirma o presidente da CUT.

Segundo ele, o povo brasileiro e a comunidade internacional são testemunhas da capacidade de organização, mobilização e resistência da CUT e dos seus sindicatos, tanto antes quanto depois do golpe.

“A CUT sempre esteve nas ruas. Lutamos contra a ditadura, contra a carestia e contra o golpe, que a mídia chamou erradamente de impeachment. Não foi impeachment porque não foi comprovado crime de responsabilidade”, pontua Vagner.

“E, nas ruas, construímos a maior greve geral da história deste país contra a reforma da Previdência”, destacou Vagner, se referindo ao dia 28 de abril de 2017, quando uma greve geral convocada pela CUT e demais centrais paralisou o país e mobilizou 48 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

“Nas ruas e nos locais de trabalho”, prossegue o dirigente, “combatemos as reformas e medidas recessivas que retiraram direitos da classe trabalhadora. Nas ruas, defendemos as empresas e bancos públicos, denunciamos o desmanche dos programas sociais. Nas ruas lutamos, e continuaremos lutando, contra todo tipo de injustiça. Nas ruas, defenderemos o direito de um operário disputar a Presidência da República”.

Eleições 2018 e a defesa da democracia

Para o presidente da CUT, o dia 7 de outubro, primeiro turno das eleições de 2018, é mais um dia importante para a classe trabalhadora ocupar as ruas e escrever mais um capítulo da história do Brasil. “É o momento de estarmos nas ruas defendendo a democracia nesta que será a eleição das nossas vidas”.

“É a oportunidade que teremos de recuperar a legalidade democrática do país e eleger Lula, o melhor presidente da história do país, segundo o povo brasileiro”.

 Confira o vídeo em homenagem aos 35 anos da CUT:

 

Fonte:Tatiana Melim/CUT