Palestra gratuita presencial no CERS: Linkedin - construa sua marca pessoal de alto impacto

Gostaria de aprender a usar o Linkedin para potencializar a sua rede de contatos?

Participe da PALESTRA GRATUITA “Linkedin 3.0. Entenda a importância de um perfil profissional na área do Direito” e conheça os pilares essenciais para ter sucesso na maior rede profissional do mundo.

Durante a palestra, a especialista no assunto Luciana Borges vai ensinar como transformar seu Linkedin em um perfil campeão, aumentando as chances de se destacar no mercado e na geração de networking.

E mais: inscreva-se e participe do sorteio de 10 cupons gratuitos para o curso online Linkedin Express - Como chamar a atenção do mercado e dos recrutadores.

Horário: 19h às 20h30

Local: CERS São Paulo

Inscreva-se AQUI.

 

Fonte:CERS/SINSSP


Setembro Amarelo: que dor é essa? Me ajude a supera-la! Vamos conversar?

Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.

Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.

Nesta geração o suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano. Está presente em filmes, séries e, infelizmente, na vida de adolescentes e jovens - de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com essa trágica estatística, diversos questionamentos são levantados, tais como:

•             O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?

•             Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?

•             O que fazer para ajudar?

•             Estamos fazendo algo errado para esta geração?

•             A culpa é da tecnologia?

•             Seria dos pais?

•             Seriam essas relações líquidas?

•             Seria a falta de pertencimento?

•             É a pressão do vestibular?

•             Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?

Segundo a terapeuta, coach familiar, especializada em terapia familiar sistêmica, e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são muitas as perguntas e nenhuma resposta. “Os adolescentes e jovens se veem perdidos em meio a um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal. Em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que eles realmente querem”.

De acordo com a terapeuta, “os adolescentes têm muitas opções na vida, inclusive o suicídio, uma opção para se curar de uma dor que, nós, adultos não estamos conseguindo acessar e nem ajudá-los”, a coach explica que essa opção trágica é uma realidade na sociedade e, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada.

Para a coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade: “Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.

Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata:

•             Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois, os tempos mudaram.

•             Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.

•             Não invalidem, nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.

A terapeuta alerta, ao prescrever esses cuidados, os pais a estarem sempre atentos: “Alguns jovens, apesar de estarem sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não transpomos e não acessamos, isso piora a situação, pois o tratamento pode não chegar para esse adolescente”, e complementa que “o jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito são fundamentais para ajudar na fase em que esta passando”.

Além de estar atento outros fatores, segundo Valéria, devem estar em alerta, “reconheça a dor, a angustia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa que ele possa confiar e contar, pontue que você o ama, independente de quem ele seja ou será e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família”, não somente sendo o pai ou a mãe, mas, o melhor amigo.

Os 13 Porquês

Nos deparamos hoje com diversas séries e filmes retratando o bullyng enfrentado por estudantes. Um exemplo famoso é a série original da Netflix “Os 13 Porquês” (“Thirteen Reasons Why”), baseado em um romance de mesmo nome. Fora da ficção, o suicídio se torna ainda mais real: diversos temas contribuem para os jovens entrarem em uma crise que leva a trágicas saídas.

"É importante ressaltar que a escola pode ser um agente contributivo do problema, quando os jovens sofrem bullying ou outros tipos de agressões (físicas, psíquicas e emocionais) ou quando são exigidos em demasia pelos colégios”, comenta Valéria Ribeiro.

A escola, segundo a especialista, deve estar sempre alerta, pois o ambiente escolar pode ocasionar futuros distúrbios ou problemas. Porém Valéria revela que, com alguns projetos, a instituição escolar pode mudar essas situações para melhor. “Palestras, rodas de debate, teatro, filmes ou até uma psicóloga na escola são meios de conscientização sobre depressão e suicídio".

A função de ajudar não é somente da escola, os próprios colegas podem ajudar, mas, em alguns casos, esses não sabem como ou tem receio do que possa acontecer. Pensando nisso, a profissional esclarece como pode ser feito esse intermédio por colegas: "Também pode se buscar outras formas de ajudar, por exemplo: há alunos que sabem de colegas que estão em depressão, se automutilam ou que pensam em suicídio, mas não sabem como ajudar, talvez uma caixa no colégio onde aqueles, que acharem por bem, colocarem uma mensagem anônima informando que algum aluno está precisando de cuidados ou mesmo tratamento".

" A temática sobre suicídio não deve ser colocada de lado, tem que ser debatida, seja na escola ou em casa, bem como é necessário que se estimule os jovens a melhorarem sua vivência social, pois isso melhora a produção de serotonina e diminui os quadros de depressão e suicídio", finaliza Valéria.

Vencendo o Tabu

Os adolescentes, nesta fase de transição entre infância e vida adulta sofrem e, como consequência, tomam algumas atitudes erradas e precipitadas. A coach alerta que os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e dialogar sobre assuntos que não são discutidos normalmente nas escolas. "Aos pais cabe a tarefa de estar atento aos filhos: prestar atenção nas mínimas mudanças, manter um diálogo aberto, falando de temas que são tabus, como depressão, suicídio, drogas, homossexualismo e gravidez, por exemplo".

Além da conversa, os pais devem estar alertas para alguns sinais transmitidos por esses jovens. Para a terapeuta, “a melhor maneira de ajudar, tanto por parte da escola quanto dos pais, é se informar sobre depressão e suicídio, observar mudanças de comportamento e estimular a busca por auxilio psicológico". Segundo Valéria, a informação nesses casos pode resultar em uma melhora.

Algumas das mudanças comportamentais, ressaltados pela coach:

•             Falta de interesse pelo próprio bem-estar;

•             Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;

•             Comportamento ansioso, agitado ou deprimido;

•             Queda no rendimento escolar;

•             Afastamento da família e de amigos;

•             Perda de interesse por atividades de que gostava;

•             Perda ou ganho repentino de peso;

•             Mudança no padrão usual de sono;

•             Comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;

•             Disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);

•             Comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;

•             Doação de pertences que valorizava;

•             Expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida;

•             Promiscuidade repentina ou aumentada;

•             Tentativas de ficar em dia com pendências pessoais e de fazer as pazes com desafetos.

Para Valéria, não negligenciar, ouvir com empatia e sem julgamentos, se livrar dos preconceitos, estar atentos a repetição de sentimentos e atitudes negativas, não desqualificar a pessoa, sentimento ou dor, ajudam o jovem a enxergar que existe alguém com quem ele pode contar. “O jovem não deve ser subestimado e nem desvalorizado, pois diversos deles passam por situações delicadas. Cabe ressaltar que aqueles que pensam em suicídio não querem morrer, o que acontece é que querem se ver livre de uma dor e para isso acabam usando uma solução permanente", finaliza.

Serviço:

Valéria Ribeiro

Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano

 

Fonte:Valéria Ribeiro e SINSSP


Setembro Amarelo: que dor é essa? Me ajude a supera-la! Vamos conversar?

Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.

Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.

Nesta geração o suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano. Está presente em filmes, séries e, infelizmente, na vida de adolescentes e jovens - de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com essa trágica estatística, diversos questionamentos são levantados, tais como:

•             O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?

•             Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?

•             O que fazer para ajudar?

•             Estamos fazendo algo errado para esta geração?

•             A culpa é da tecnologia?

•             Seria dos pais?

•             Seriam essas relações líquidas?

•             Seria a falta de pertencimento?

•             É a pressão do vestibular?

•             Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?

Segundo a terapeuta, coach familiar, especializada em terapia familiar sistêmica, e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são muitas as perguntas e nenhuma resposta. “Os adolescentes e jovens se veem perdidos em meio a um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal. Em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que eles realmente querem”.

De acordo com a terapeuta, “os adolescentes têm muitas opções na vida, inclusive o suicídio, uma opção para se curar de uma dor que, nós, adultos não estamos conseguindo acessar e nem ajudá-los”, a coach explica que essa opção trágica é uma realidade na sociedade e, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada.

Para a coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade: “Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.

Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata:

•             Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois, os tempos mudaram.

•             Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.

•             Não invalidem, nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.

A terapeuta alerta, ao prescrever esses cuidados, os pais a estarem sempre atentos: “Alguns jovens, apesar de estarem sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não transpomos e não acessamos, isso piora a situação, pois o tratamento pode não chegar para esse adolescente”, e complementa que “o jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito são fundamentais para ajudar na fase em que esta passando”.

Além de estar atento outros fatores, segundo Valéria, devem estar em alerta, “reconheça a dor, a angustia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa que ele possa confiar e contar, pontue que você o ama, independente de quem ele seja ou será e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família”, não somente sendo o pai ou a mãe, mas, o melhor amigo.

Os 13 Porquês

Nos deparamos hoje com diversas séries e filmes retratando o bullyng enfrentado por estudantes. Um exemplo famoso é a série original da Netflix “Os 13 Porquês” (“Thirteen Reasons Why”), baseado em um romance de mesmo nome. Fora da ficção, o suicídio se torna ainda mais real: diversos temas contribuem para os jovens entrarem em uma crise que leva a trágicas saídas.

"É importante ressaltar que a escola pode ser um agente contributivo do problema, quando os jovens sofrem bullying ou outros tipos de agressões (físicas, psíquicas e emocionais) ou quando são exigidos em demasia pelos colégios”, comenta Valéria Ribeiro.

A escola, segundo a especialista, deve estar sempre alerta, pois o ambiente escolar pode ocasionar futuros distúrbios ou problemas. Porém Valéria revela que, com alguns projetos, a instituição escolar pode mudar essas situações para melhor. “Palestras, rodas de debate, teatro, filmes ou até uma psicóloga na escola são meios de conscientização sobre depressão e suicídio".

A função de ajudar não é somente da escola, os próprios colegas podem ajudar, mas, em alguns casos, esses não sabem como ou tem receio do que possa acontecer. Pensando nisso, a profissional esclarece como pode ser feito esse intermédio por colegas: "Também pode se buscar outras formas de ajudar, por exemplo: há alunos que sabem de colegas que estão em depressão, se automutilam ou que pensam em suicídio, mas não sabem como ajudar, talvez uma caixa no colégio onde aqueles, que acharem por bem, colocarem uma mensagem anônima informando que algum aluno está precisando de cuidados ou mesmo tratamento".

" A temática sobre suicídio não deve ser colocada de lado, tem que ser debatida, seja na escola ou em casa, bem como é necessário que se estimule os jovens a melhorarem sua vivência social, pois isso melhora a produção de serotonina e diminui os quadros de depressão e suicídio", finaliza Valéria.

Vencendo o Tabu

Os adolescentes, nesta fase de transição entre infância e vida adulta sofrem e, como consequência, tomam algumas atitudes erradas e precipitadas. A coach alerta que os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e dialogar sobre assuntos que não são discutidos normalmente nas escolas. "Aos pais cabe a tarefa de estar atento aos filhos: prestar atenção nas mínimas mudanças, manter um diálogo aberto, falando de temas que são tabus, como depressão, suicídio, drogas, homossexualismo e gravidez, por exemplo".

Além da conversa, os pais devem estar alertas para alguns sinais transmitidos por esses jovens. Para a terapeuta, “a melhor maneira de ajudar, tanto por parte da escola quanto dos pais, é se informar sobre depressão e suicídio, observar mudanças de comportamento e estimular a busca por auxilio psicológico". Segundo Valéria, a informação nesses casos pode resultar em uma melhora.

Algumas das mudanças comportamentais, ressaltados pela coach:

•             Falta de interesse pelo próprio bem-estar;

•             Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;

•             Comportamento ansioso, agitado ou deprimido;

•             Queda no rendimento escolar;

•             Afastamento da família e de amigos;

•             Perda de interesse por atividades de que gostava;

•             Perda ou ganho repentino de peso;

•             Mudança no padrão usual de sono;

•             Comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;

•             Disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);

•             Comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;

•             Doação de pertences que valorizava;

•             Expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida;

•             Promiscuidade repentina ou aumentada;

•             Tentativas de ficar em dia com pendências pessoais e de fazer as pazes com desafetos.

Para Valéria, não negligenciar, ouvir com empatia e sem julgamentos, se livrar dos preconceitos, estar atentos a repetição de sentimentos e atitudes negativas, não desqualificar a pessoa, sentimento ou dor, ajudam o jovem a enxergar que existe alguém com quem ele pode contar. “O jovem não deve ser subestimado e nem desvalorizado, pois diversos deles passam por situações delicadas. Cabe ressaltar que aqueles que pensam em suicídio não querem morrer, o que acontece é que querem se ver livre de uma dor e para isso acabam usando uma solução permanente", finaliza.

Serviço:

Valéria Ribeiro

Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano

 

Fonte:Valéria Ribeiro e SINSSP


Servidores mobilizam-se contra norma de Temer que altera jornada de trabalho

Oficializada pelo Ministério do Planejamento, medida que autoriza aplicação do banco de horas e utilização do sobreaviso é ilegal, segundo representantes dos trabalhadores.

Entidades sindicais que representam os servidores públicos estão se mobilizando para derrubar a Instrução Normativa nº 2, publicada na quinta-feira (13) no Diário Oficial da União, que autoriza a aplicação do banco de horas e a utilização do sobreaviso aos trabalhadores da categoria. A medida que altera a jornada de trabalho dos servidores, se estende a mais de 200 órgãos e entidades (empresas estatais, autarquias, fundações e empresas de economia mista).

Ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT, o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves, afirmou que o instrumento só pode ser feito por uma confederação sindical – e, por causa disso, será feito questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), por meio da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Na prática, a norma criada pelo Ministério do Planejamento permite, de forma opcional, que a administração federal contabilize em um sistema eletrônico as horas trabalhadas, enquanto o sobreaviso trata da permanente disposição do servidor aos órgãos e entidades, incluindo nos períodos fora do horário acordado e local de trabalho. "Ataque brutal ao direito do trabalhador, ao direito do descanso remunerado. Portanto, eles querem de uma forma totalmente ilegal transpor a lei que acabou com a nossa CLT para dentro do serviço público", critica Neves, fazendo referência a "reforma" trabalhista imposta pelo governo Temer.

 

Fonte:Redação RBA


Votou, não volta: confira os parlamentares de São Paulo que votaram contra você

Antes de votar nessas eleições, veja os deputados e senadores que aprovaram projetos que retiraram direitos trabalhistas e sociais e dê o recado nas urnas: votou, não volta.

 

Parlamentares que votaram a favor de projetos de lei que retiraram os direitos da classe trabalhadora e da parcela mais pobre da população brasileira, como a reforma Trabalhista, que acabou com 100 itens da CLT, estão tentando a reeleição para voltar ao Congresso Nacional pedindo votos justamente para os trabalhadores e trabalhadoras que traíram. Para que a população brasileira lembre quem são esses parlamentares, a partir desta quinta-feira (20), o Portal CUT publicará uma série de textos com a lista de todos os congressitas por estado e região.

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, esse é o momento dos trabalhadores se expressarem por meio do voto, dizendo claramente porque não querem esses deputados e senadores novamente em Brasília.

Para Vagner, é nas urnas que a classe trabalhadora pode dar um basta definitivo na política de retrocessos representada pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP) e sua base aliada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, que aprovaram o fim da CLT e ainda querem aprovar o fim da aposentadoria.

“Desde as eleições de 2014, que elegeu a bancada mais conservadora desde a ditadura militar, a CUT vem ressaltando a importância de eleger candidatos que tenham compromisso com os direitos sociais e trabalhistas para impedir que as pautas das bancadas formadas por empresários e ruralistas, que defendem o direito do patrão, sejam aprovadas”.

A bancada de deputados de São Paulo que traiu a classe trabalhadora é formada por 70 deputados. Desses, 46 votaram a favor da reforma que aprovou a precarização do mercado de trabalho e legalizou contratos de trabalho que são piores do que os bicos. O contrato intermitente, por exemplo, tira direitos básicos dos trabalhadores, entre eles, o de ter um salário fixo definido. Dependendo de quantas horas e dias o patrão chamar para trabalhar, pode-se receber menos até do que um salário mínimo por mês.

Alguns desses deputados são bem conhecidos da população de São Paulo, como Alex Manente (PPS), Baleia Rossi (MDB), Bruna Furlan (PSDB), Carlos Sampaio (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Eduardo Bolsonaro (PSL), Goulart (PSD), Mara Gabrilli (PSDB), Pr. Marco Feliciano (PODE), Ricardo Tripoli (PSDB) e Vanderlei Macris (PSDB), entre outros parlamentares que foram orientados por suas bancadas a votarem a favor da reforma Trabalhista, com destaque para os partidos PSDB, PMDB, PR, PSD, DEM, PRB, PV, PTB, PROS e PSL – confira a lista completa ao final.

A maioria dos parlamentares que votou a favor da reforma também é responsável por aprovar o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, especialmente nas áreas da saúde e educação, como é o caso de Baleia Rossi, Carlos Sampaio, Russomanno, Eduardo Bolsonaro, Goulart e os atuais candidatos pelo PSDB ao Senado, Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli, que votaram contra os interesses da classe trabalhadora e agora querem um mandato de oito anos como senadores da República.

Se votou, não volta

Quando teve início o debate sobre as reformas trabalhista e da Previdência, a CUT lançou a campanha #QuemVotarNãoVolta para alertar os deputados e senadores que quem votasse a favor das reformas, não seria eleito este ano. A campanha conseguiu barrar a votação da reforma da Previdência, que praticamente iria acabar com o direito à aposentadoria da maioria da população brasileira, mas outras pautas, como a reforma Trabalhista, foram aprovadas.

“Agora, faltando quase duas semanas para o primeiro turno das eleições 2018, quando serão definidos os parlamentares que ocuparão as cadeiras do Congresso Nacional pelos próximos quatro anos, é o momento de dizer aos deputados e senadores: se votou contra mim, não volta”.

Confira abaixo os parlamentares que votaram contra você, trabalhador/trabalhadora:

Fonte:Redação CUT


De quase 1600 greves em 2017, 81% foram em defesa de direitos

Dieese aponta presença maior de categorias consideradas mais vulneráveis, como os terceirizado, contratados tanto pelo setor privado como público.

De 1.566 greves acompanhadas pelo Dieese no ano passado, 1.269 (81%) tiveram caráter defensivo, ou seja, em defesa de direitos, por manutenção ou, principalmente, descumprimento de acordos. Embora seja 25% menor que no período 2013-2016 (2 mil, em média), o instituto lembra o número é "bastante superior" ao do período anterior a 2013 (em torno de 500 paralisações por ano). "Pode-se dizer que esse grande ciclo de greves, iniciado há alguns anos, ainda está em marcha", afirma.

Mais da metade das greves registradas em 2017 (55,5%) referia-se a descumprimento de acordos, convenções coletivas ou legislação. Em 44% dos casos, a principal reivindicação era pagamento de salários atrasados, ou itens como férias, 13º e vales – esse percentual era de 20% em 2013. Quase um terço (32%) das paralisações foi por reajuste de salários ou pisos.

Os trabalhadores no setor público fizeram mais greves do que os da área privada: 814 e 746, respectivamente. O total de horas paradas superou 94 mil, sendo 65% referentes à esfera pública, que se dividiu em paralisações no funcionalismo (728) e empresas estatais (86). Segundo o Dieese, seis greves envolveram trabalhadores dos setores público e privado.

O instituto lembra que 2017, ano do centenário da greve envolvendo várias categorias em São Paulo, registrou três protestos nacionais contra as "reformas" trabalhista e previdenciárias: a greve de 15 de março, a greve geral de 28 de abril e o dia de protestos em 30 de junho. "Ao mesmo tempo, as principais características observadas nas mobilizações de 2017 – categorias de trabalhadores envolvidos e caráter das pautas de reivindicações – continuam a reafirmar a permanência do grande ciclo grevista que emergiu mais claramente a partir de 2012", avalia o Dieese.

Trabalhadores mais vulneráveis

"Do ano de 2012 em diante, e progressivamente, trabalhadores de categorias profissionais mais vulneráveis, tanto da perspectiva remuneratória, quanto de condições de trabalho, vão se destacando como grandes protagonistas do ciclo grevista: os terceirizados que atuam em empresas contratadas pelo setor privado – como vigilantes, recepcionistas e encarregados de limpeza – e os terceirizados de empresas contratadas pelo poder público, como trabalhadores em coleta de lixo e limpeza pública, rodoviários do transporte coletivo urbano, enfermeiros e outros profissionais das Organizações Sociais de Saúde – OSS. Também tiveram notoriedade as paralisações promovidas por trabalhadores da construção envolvidos em grandes obras e por professores municipais na luta pelo pagamento do Piso Nacional do Magistério."

Mais da metade (54%) das greves terminaram no mesmo dia, enquanto 16% duraram mais de 10 dias. Foram 544 (35%) com caráter de advertência e 949 (61%) por tempo indeterminado.

Segundo o Dieese, predominaram as greves por empresa ou unidade: 59% do total. E 41% abrangeram toda a categoria profissional.

Das quase 1.600 greves registradas, 295 (19%) tinham informação sobre o número de trabalhadores envolvidos. Desse total, 59% reuniram até 200 empregados. Paralisações com mais de 2 mil trabalhadores representaram 6%.

 

Fonte:Redação RBA


Site revela se perfil nas redes sociais é real ou fake

Pegabot utiliza histórico de interações e publicações para dizer se perfil é na verdade um robô utilizado para aumentar alcance das publicações de candidatos.

Em julho, o Instituto InternetLab revelou que cerca de 400 mil seguidores do candidato à Presidência da República e líder nas pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL) – um terço do total – não são pessoas reais, mas perfis robôs (bots) utilizados para aumentar artificialmente o alcance de postagens e interações nas redes sociais. Esses perfis falsos promovem determinados conteúdos ou posicionamentos, influenciando diretamente o debate político nas redes. Para combater isso e revelar se um perfil é real ou fake, o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) e o Instituto Equidade & Tecnologia criaram o PegaBot.

A ferramenta consiste em um programa de computador que analisa as postagens e interações feitas por um perfil, com o objetivo de identificar se é uma pessoa ou um robô que está gerindo a conta. “Estes bots têm como objetivo espalhar mentiras para influenciar narrativas, um fenômeno que desde 2014 vem ganhando escala global. Esses bots estão por aí e quase ninguém sabe como eles funcionam, quem os desenvolve e por quem são financiados. Para ajudar a combater esse problema, lançamos o PegaBot, uma ferramenta que traz mais transparência para o uso dos bots no Brasil”, descrevem as organizações.

Por enquanto, o sistema só funciona no Twitter. Para utilizar a ferramenta, basta copiar o nome que segue a “@” e colar na busca da plataforma. Por exemplo, o perfil da RBA na rede social é: @redebrasilatual. O resultado da pesquisa do Pegabot é uma escala que vai de 0% a 100% de chance de aquele perfil ser um robô. Quanto mais alto o número, mais propenso a ser um bot. Após a constatação, o usuário pode denunciar a conta falsa. O levantamento do InternetLab concluiu que, em média, 37% dos perfis que seguem os candidatos à presidência no Twitter são robôs.

O candidato à Presidência com o maior número de seguidores robôs é o senador Álvaro Dias (Pode): 60% dos 400 mil seguidores dele não são pessoas reais. O candidato com menor percentual de fakes é Guilherme Boulos (Psol), com 14%. Geraldo Alckmin (PSDB) tem 45,8% de seguidores falsos. A candidata da Rede, Marina Silva, tem 36%; Ciro Gomes (PDT), 32%; Luiz Inácio Lula da Silva – que era o candidato do PT quando a análise foi feita – tinha 22%; e João Amoêdo (Novo), 21%.

De acordo com o instituto, é comum que bots sigam e interajam com políticos nas redes por conta da popularidade deles, já que os robôs são programados para ter comportamento semelhante ao de pessoas reais. Porém, quantidades significativas de perfis falsos seguindo candidatos podem indicar a compra de robôs com o objetivo de inflar a reputação nas redes sociais, algo proibido tanto pela legislação como pelas regras de uso do Twitter.

 

Fonte:Rodrigo Gomes/RBA


Golpe de Temer reduz salário e obriga servidor a trabalhar em dia de descanso

Nova norma pode reduzir salários e obrigar servidor federal a ficar à disposição mesmo em dias de descanso, fora de seu horário e local de trabalho. Sindicatos da categoria preparam reação.

O governo ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) está dando um novo golpe nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Desta vez, o alvo são os servidores públicos federais que podem ter redução de salários e perder dias de descanso.

Nova norma adotada pelo governo prevê que os servidores públicos federais podem pedir redução de jornada de oito horas diárias para seis ou quatro horas por dia, mas terão os salários reduzidos. Além disso, os servidores deverão permanecer de sobreaviso, em regime de prontidão, à disposição dos órgãos em que trabalham, aguardando serem chamados para irem trabalhar se necessário, mesmo durante seus períodos de descanso, fora de seu horário e local de trabalho.

Para o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol , que é também diretor da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, essa decisão do governo ilegítimo é a forma que os golpistas encontraram para levar a reforma Trabalhista para dentro do funcionalismo público.

“Essa medida é praticamente o trabalho intermitente previsto na nova CLT, pois a chefia também poderá pedir a redução da carga horária e, consequentemente dos salários, além de permitir que o servidor público fique à disposição do órgão em que trabalha”, denuncia o dirigente.

Segundo ele, o governo golpista quer a reforma do Estado por meio de portarias e a categoria não vai aceitar. “Já estamos analisando formas de reverter essa decisão porque estamos vivendo sob um Estado de exceção”, alerta Pedro Armengol.

Norma prevê banco de horas

As mudanças estão na Instrução Normativa nº 2 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, publicada nessa quinta-feira (13) no Diário Oficial da União, estabelece os critérios e procedimentos em relação ao banco de horas - uma novidade no serviço público brasileiro, pois nunca foi permitido pagar horas extras aos servidores.

Agora, por meio de um sistema eletrônico de frequência, as horas excedentes, além da jornada regular do servidor, serão computadas como crédito e as horas não trabalhadas, como débito no banco de horas. As horas extras deverão ser autorizadas pela chefia para a execução de tarefas, projetos e programas.

A medida vale para mais de 200 órgãos e entidades federais, incluindo autarquias e fundações públicas.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep/DF), Oto Pereira Neves, a categoria entrará com pedido de liminar na Justiça contra a norma.

Para ele, essa Instrução Normativa é mais um golpe contra os trabalhadores e trabalhadoras que vêm perdendo uma série de direitos consolidados desde o golpe de 2016 que derrubou a ex-presidenta Dilma Rouseff, eleita democraticamente com mais de 54 milhões de votos.

“Desmontar o serviço público impede a possibilidade de reconstrução da Nação”, alerta o dirigente, que acrescenta: “quando há a precarização das relações de trabalho, cai a prestação de serviços por parte do Estado, retirando, assim, as condições de investimentos em áreas fundamentais e comprometendo a soberania nacional”.

 

Fonte:Rosely Rocha, especial para Portal CUT


Capitalização da Previdência é risco para aposentados

Cinco candidatos à Presidência defendem sistema adotado no Chile, que já provou, depois de mais de três décadas, que não deu certo, especialmente para os cidadãos que mais precisam.

Cinco candidatos à Presidência estão defendendo que a Previdência Social passe a adotar o modelo de capitalização. Em linhas gerais, os candidatos afirmam que a capitalização resolveria os problemas de financiamento do sistema e garantiria aposentadorias mais justas no futuro.

Porém, um exemplo de capitalização da previdência pública muito próximo a nós, o do Chile, provou depois de mais de três décadas que não deu certo, especialmente para os cidadãos que mais precisam dele. Lá, 91% dos aposentados recebem em média R$ 694, menos do que o salário mínimo vigente no Chile. É uma situação mais precária do que a brasileira, em que 68% dos aposentados ganham pelo menos o salário mínimo local, que é R$ 954.

Os candidatos que defendem por escrito a capitalização, em seus programas de governo, são Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes e Álvaro Dias. Geraldo Alckmin, cujo programa não detalha nenhuma de suas propostas, já defendeu a ideia em entrevistas. Outras candidaturas, egressas do sistema financeiro – como a do MDB e a do Novo -, embora não explicitem esse ponto, defendem privatização de tudo o que for possível. É fácil supor, portanto, que a capitalização da Previdência, ou mesmo sua entrega total a empresas privadas, esteja em seus planos.

Mas as baixas aposentadorias não são o único problema. A situação é pior se imaginarmos que, quando o governo chileno fez a reforma da previdência, prometeu que as pessoas ganhariam mais e que o dinheiro investido ainda ajudaria o país a investir mais em programas de desenvolvimento econômico e políticas sociais. Isso também não ocorreu.

Capitalização e especulação

Pelo modelo de capitalização, uma parte ou a totalidade das contribuições de cada trabalhador ou trabalhadora é aplicado no sistema financeiro, para render juros e correção. Algo como já é feito atualmente pelos planos de previdência complementar abertos, compostos por contas individuais administradas por bancos, ou pelos planos fechados, criados para atender trabalhadores de determinada empresa, como o Previ (Banco do Brasil) ou Petros (Petrobras), por exemplo.

Caso a proposta se tornasse realidade, seria preciso definir quanto de cada contribuição seria aplicado. E, principalmente, quem cuidaria dessa aplicação financeira: bancos privados ou entidades públicas criadas para essa finalidade?

Não importa qual setor fosse responsável pela capitalização – privado ou público – uma das promessas já nasceria manca: a promessa de investimentos que gerariam maior desenvolvimento econômico a partir de projetos produtivos.

Com base no que já ocorre atualmente, os planos de previdência complementar existentes -abertos ou fechados – aplicam na especulação financeira a maior parte do dinheiro que administram. Segundo dados recentes da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, 55% do dinheiro são destinados à renda fixa, tipo de investimento que tem nos títulos da dívida pública sua principal fonte de rendimentos. Isso significa aplicar em papéis desvinculados de atividades que geram trabalho e renda e que só beneficiam os bancos e os especuladores.

Apenas 17% do patrimônio da previdência complementar são voltados para renda variável, que em tese podem gerar investimentos produtivos por intermédio da bolsa de valores. O restante do patrimônio da previdência complementar é direcionado a aplicações multimercado (18%) e, em fatias menores, a outras aplicações.

A capitalização da Previdência Social, integral ou parcial, significaria a entrega de parte do patrimônio à ciranda especulativa.

Festa dos bancos

As despesas da Previdência Social brasileira, pública e universal, representam aproximadamente 8% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados compilados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A imprensa tradicional costuma indicar números maiores, que podem chegar a 14% do PIB. De qualquer maneira, o fato é que se trata de uma fatia do orçamento público em que os bancos não colocam a mão.

Por isso, além de esses recursos não alimentarem a ciranda financeira, escapam das tarifas e taxas normalmente cobradas pelos bancos. No caso dos planos de previd?ncia complementar, a cesta de tarifas não é desprezível. Numa simples consulta no balcão de uma agência bancária, descobre-se que a taxa cobrada é de 2% sobre cada depósito feito pelo contribuinte. A taxa de administração gira de 0,8% a 2% mensais sobre o total da conta individual, dependendo do volume do investimento. A cada retirada, 1,5% sobre o desembolso.

O resultado vivenciado no Chile, que introduziu a capitalização no governo Pinochet, em 1981, é fruto da confiança cega na eficácia dos bancos em cuidar do dinheiro alheio. Em parte, por conta da cobrança de taxas. Estudo divulgado no ano passado pela Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão) aponta que os fundos geridos por entidades públicas paga benefícios 238% maiores que os pagos por fundos privados. Outro diferencial dos planos geridos por entidades públicas é a possibilidade de representantes dos contribuintes participarem dos conselhos de administração.

O que de fato explica as baixas aposentadorias chilenas, no entanto, é simples de entender. O cidadão paga sua aposentadoria por conta própria. Assim, caso perca o emprego ou passe a ganhar menos, vai interromper ou diminuir sua contribuição. Ao contrário do modelo brasileiro, baseado no princípio da solidariedade – quem trabalha hoje paga a aposentadoria dos mais idosos – a aposentadoria no Chile está baseada apenas na capacidade individual, desatrelada da conjuntura econômica.

 

Fonte:Isaías Dalle/Fundação Perseu Abramo