Para centrais e Dieese, reforma da Previdência ainda tem perversidades
Dirigentes avaliaram a greve geral de 14 de junho como positiva e preparam agora entrega de abaixo-assinado contra a PEC da Previdência na Câmara e no Senado.
A greve geral da última sexta-feira (14) foi “muito positiva“, na avaliação das centrais sindicais, que agora se preparam para ir a Brasília, possivelmente na semana que vem, para entregar aos presidentes da Câmara e do Senado abaixo-assinado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, que muda as regras da Previdência. Mesmo com alterações no texto feitas pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), os dirigentes mantêm as críticas ao projeto. Eles se reuniram na tarde desta segunda-feira (17) em São Paulo, na sede do Dieese, para avaliar a paralisação e organizar os próximos passos. Ao final de duas horas de encontro, com representantes de 10 centrais, foi divulgada uma nota sobre a greve (leia ao final do texto).
“Houve mudanças importantes (no texto da PEC 6), com a retirada da capitalização e em parte da desconstitucionalização”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Mas na essência as regras paramétricas foram mantidas. E são perversas para os trabalhadores”, acrescentou. O instituto deve publicar nesta terça-feira uma nota técnica sobre o relatório apresentado pelo deputado tucano na comissão especial que analisa o projeto do governo.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que o movimento de sexta “teve capilaridade no país todo”. “A unidade das centrais foi fundamental”, afirmou. Segundo ele, as mudanças incluídas no relatório, ainda que insuficientes, “foram fruto das mobilizações dos trabalhadores”. Um dos alvos das centrais é a questão da idade mínima.
“Foi uma greve mais ‘chão de fábrica’ do que em 2017”, comentou o secretário de Finanças da UGT, Moacyr Pereira, referindo-se à paralisação nacional realizada há pouco mais de dois anos pelas centrais. O movimento agora teria se concentrado mais em locais de trabalho. Ele também destacou decisões judiciais contra a greve, particularmente no setor de transporte. “Houve ameaças e práticas antissindicais, mesmo assim os trabalhadores participaram.”
Para o secretário-geral da CGTB, Carlos Pereira, houve uma “vigorosa resposta” do movimento sindical à tentativa do governo de impor a “reforma” no Congresso. “A greve verdadeiramente abriu o debate e rompeu a represa que sustentava o pensamento único segundo o qual a responsabilidade do desastre econômico é da Previdência.”
“A greve mostrou que a classe trabalhadora pode derrotar essa proposta”, disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, segundo a Agência Sindical. “Foi pujante e ampliou sua ação para o interior.”
Também estiveram no Dieese dirigentes da CSB, CSP-Conlutas, CTB, Intersindical (duas) e da Nova Central. Eles voltarão a se reunir, no mesmo local, na próxima segunda-feira (24).
Confira o documento das centrais sobre a greve
As Centrais Sindicais, reunidas nesta segunda-feira, 17/06, avaliaram como muito positiva a greve nacional realizada em 14 de junho, que promoveu paralisações em centenas de cidades e em milhares de locais de trabalho, além de atos e passeatas contra o fim da aposentadoria, os cortes na educação e por mais empregos. O sucesso da mobilização é resultado da unidade de ação do movimento sindical, construída ao longo do tempo e renovada nas deliberações das assembleias em locais de trabalho, em plenárias por categoria e intercategorias; e da articulação com os movimentos sociais, populares, estudantil e religiosos.
Essa greve, que atingiu 45 milhões de trabalhadores em todo o país, é um movimento que terá continuidade, com a ampliação da unidade de mobilização.
Nosso próximo passo será, em breve, entregar aos presidentes da Câmara e do Senado abaixo-assinado contra a proposta de reforma da Previdência do governo, com centenas de milhares de assinaturas coletadas em todo o país.
Nossa prioridade será a definição e construção, em reunião marcada para 24 de junho, das ações para ampliar a mobilização e a pressão contra a retirada dos direitos da Previdência e da Seguridade Social.
Agradecemos o compromisso de dirigentes, ativistas e militantes, o envolvimento dos movimentos sociais e a cobertura de toda a mídia. De outro lado, repudiamos as iniciativas de práticas antissindicais que visaram criminalizar a força e a luta dos trabalhadores.
Na unidade, construímos nossa capacidade de luta, que será contínua durante toda a tramitação da PEC no Congresso Nacional.
SP registrou mais de 70 atos em todo o estado
Por todo o estado de São Paulo, ao longo do dia 14, foram registradas atividades em mais de 70 cidades. A CUT-SP, suas subsedes e sindicatos filiados participaram das mobilizações nas ruas, portas de fábricas e pontos de grande circulação, ajudando a ecoar o recado dos brasileiros de que não aceitam retrocessos no direito à aposentadoria.
Os primeiros atos ocorreram ainda na madrugada, na USP, zona oeste de São Paulo. Por volta das 5h30, estudantes e professores começaram a se reunir em frente ao portão principal da universidade. Na capital, também tiveram ações pela manhã na zona sul, leste, norte e centro. O mesmo se repetiu por todo o estado. Em diferentes pontos e horários, as pessoas fizeram questão de demonstrar descontentamento sobre os rumos.
No litoral paulista, atos ocorreram em Santos, Peruíbe e em Ubatuba.
Na Grande São Paulo, tiveram atos em Osasco, Guarulhos, Itapevi, Poá e Taboão da Serra. O ABC Paulista registrou atos em São Bernardo do Campo, Diadema e Mauá.
No interior, houve em Sorocaba, em Jundiaí, no Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Presidente Prudente, Tarabai, Mirante do Paranapanema, Marília, Caçapava, Registro, Matão, Barretos, Catanduva, Pindamonhangaba, Mogi Mirim, São Carlos, Itapeva, Bauru, Ourinhos, Limeira e outras diversas localidades.
Campinas realizou duas atividades, uma pela manhã e outra no início da noite. Ambas no Largo do Rosário – Marielle Franco, no centro da cidade.
Na Avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), 50 mil pessoas se reuniram contra a reforma da Previdência. O ato teve apoio da CUT e de diversas centrais sindicais, além do sindicato dos professores de São Paulo, saúde e metalúrgicos, e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Fonte:Vitor Nuzzi/RBA e Redação CUT
Atenção: Mundança da concentração do ato na Avenida Paulista
A CUT-SP informa que as operativas das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, reunidas na sede da Apeoesp na última quinta-feira (13), optaram por alterar o local da concentração do ato desta sexta-feira (14) do Masp para a frente do prédio da Fiesp (nº 1313), após alegações apresentadas pela subprefeitura da região e da CET por conta de reformas no Masp. O horário está mantido para as 16h.
Fonte:CUT
Com unidade das categorias, São Paulo vai parar no dia 14 de junho
Várias categorias já aderiram a greve geral do dia 14 de junho, em São Paulo além da paralisação, atos e manifestações estão programados para ocorrer no dia 14.
Trabalhadores de diversos ramos já avisaram que vão cruzar os braços no dia 14 de junho na maior Greve Geral da história do Brasil. Convocada por várias centrais sindicais, as categorias paralisarão suas atividades em resposta aos desmontes que o governo Bolsonaro está tentando fazer no Brasil, em especial a Reforma da Previdência que traz regras duras que vai impedir que você se aposente.
No estado de São Paulo, além das paralisações já confirmadas por diversas categorias, atos estão programados para ocorrer ao longo do dia 14 na capital, litoral, interior e Grande São Paulo, segundo informações da CUT. Desde a semana passada plenárias e assembleias foram realizadas para conscientizar os trabalhadores da importância da mobilização do dia 14 e muitas outras ainda ocorrerão até quinta-feira,13.
SINSSP convoca servidores do INSS e seguridade social para a Greve Geral do dia 14 de junho
O Governo Bolsonaro está sabotando a nação cometendo vários ataques contra o INSS. O desmonte do Instituto está acontecendo e cabe à categoria reagir a tudo isso. O primeiro passo e resposta para este desmonte será a participação de TODOS OS SERVIDORES na grande paralisação do dia 14 de JUNHO, juntando-se aos demais trabalhadores do país na GREVE GERAL contra a Reforma da Previdência que atingirá duramente os servidores públicos.
O SINSSP convida os servidores do INSS a realizar assembleias nos locais de trabalho até o dia 13/06 para que a base opine sobre a paralisação do dia 14 de junho – GREVE GERAL e informar ao sindicato os locais que vão parar através do e-mail: diretoria@sinssp.org.br ou por telefone (11) 2384-8850. O sindicato visitará APS’s e GEX’s para fazer sua parte na construção da greve.
Participe! Nossos direitos estão em risco. É preciso parar o Brasil pelo direito à aposentadoria. Ajude a parar o seu local de trabalho!
Confira onde já tem ato marcado:
São Paulo
O ato político será na Avenida Paulista, no vão livre do Masp, a partir das 16 horas. Uma caminhada até a Praça da República está para ser confirmada.
Itapeva
14h - Ato com concentração na Praça Anchieta
Campinas
17h – Ato no Largo do Rosário – Marielle Franco
Limeira
8h – Concentração em frente ao INSS (Rua Pres. Prudente, 150) para caminhada
Osasco
9h – Ato no Largo de Osasco
Ubatuba
14h – Ato na Praça Bip – Feira de hortifrut
Bragança Paulista
10h – Ato na Praça Raul Leme, no centro
Sorocaba
8h – Ato com concentração em frente à Apeoesp (Rua Maranhão, 130 – Santa Terezinha)
Vale do Ribeira
6h – Ato em frente à Mosaic Fertilizantes, em Cajati
16h – Ato na Praça Joya, em Registro
Presidente Prudente
8h – Concentração na Rotatória Museu com caminhada iniciando na Av. Manoel Goulart
Mirante do Paranapanema
8h – Praça Sebastião Farias
São Carlos
11h – Ato na Praça do Mercado Municipal
Araraquara
16h - Ato/passeata com concentração na Praça Santa Cruz
Matão
9h - Ato/passeata com concentração na Praça Dr. Leonidas Caligola Bastilha (em frente à Igreja Matriz)
Bauru
9h - Ato em frente à Câmara Municipal
Ribeirão Preto
11h – Ato em frente à Câmara Municipal (Av. Jerônimo Gonçalves, 1200)
* Informações cedidas pela CUT.
Fonte:Sinssp, com informações da CUT
Edição Especial SINSSP em Foco - GREVE GERAL
Acaba de sair a Edição Especial SINSSP em Foco - GREVE GERAL. Leia a versão digital do jornal e fique por dentro do que está acontecendo na categoria.
Acaba de sair a Edição Especial SINSSP em Foco - GREVE GERAL, no dia 14 de junho. O jornal traz uma reflexão política sobre o atual cenário político de desmonte da máquina pública e principalmente do INSS. A situação é dramática pela dura realidade que o servidor enfrenta a cada atendimento e a cada processo analisado sob enorme pressão nos locais de trabalho. Além de denunciar o desmonte do INSS, o sindicato foi atrás de respostas para os problemas denunciados e chama os servidores para participar da maior GREVE GERAL, no dia 14 de junho. Parar o Brasil pelo direito à aposentadoria, dos direitos de todos os trabalhadores e em defesa da máquina pública.
Clique aqui e leia a versão digital do jornal SINSSP em Foco.
Fonte:Sinssp
Povo sai às ruas em todo o país pela educação e rumo à greve geral
Em São Paulo, uma multidão de mais de 200 mil pessoas, se reuniu no fim da tarde do dia 30 de maio, no Largo da Batata, na zona oeste da cidade contra a reforma da Previdência, contra os cortes na educação e em apoio à greve geral marcada para o próximo 14 de junho. O ato teve apoio da CUT e de diversas centrais sindicais, além do sindicato dos professores de São Paulo, saúde, entre outros.
Durante o ato no Largo da Batata, na cidade de São Paulo, o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, falou sobre a construção das mobilizações em todos os estados brasileiros.
"A unidade nas ações de trabalhadores, estudantes e daqueles que defendem uma educação pública e de qualidade demonstra a importância da nossa luta. As nossas reivindicações por direito e contra cortes orçamentários são mais do que didáticas e provam mais uma vez ao presidente Bolsonaro que aqui não há idiotas úteis e nem massa de manobra. Aqui tem luta e sabedoria popular para barrar todos os retrocessos impostos por este governo de extrema direita e contrário ao povo".
Com cânticos como “Não vai ter arrego, se tirar da educação, vamos tirar o seu sossego”, os manifestantes disseram não às reformas que Jair Bolsonaro (PSL) quer fazer, retirando direitos dos trabalhadores, das trabalhadoras e dos estudantes. No início da noite, os manifestantes saíram em passeata até a Paulista.
Confira os atos no interior de São Paulo e nos demais estados do país
Na cidade de Campinas, o ato contra os cortes na educação e a reforma da Previdência reuniu centenas de pessoas no Largo do Rosário.
Em Bauru, o povo mostrou que a educação resiste. #30M #30MpelaEducacao #NovaPrevidenciaNao #EsquentaGreveGeral
Em Sorocaba, os estudantes gritaram que "Balbúrdia é seu "desgoverno"", "Quem não se informa, aceita qualquer reforma!"
Bolsonaro! #30MpelaEducacao #BrasilPelaEducacao
Em Boituva, o recado dos estudantes do Instituto Federal foi curto e direto, Bolsonaro e Ministro: tira a mão do meu IF!
Em Jundiaí, a manifestação em defesa da educação foi na Praça da Matriz
Em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, foi organizada uma aula pública para esclarecer e dialogar com a população sobre o corte de verbas na Educação e a Reforma da Previdência. #30M #30MpelaEducacao #NovaPrevidenciaNao #EsquentaGreveGeral
Em Araraquara, o povo foi às ruas e mostrou que vai ter luta pela educação e aposentadoria sim!
#30M #30MpelaEducacao #NovaPrevidenciaNao #EsquentaGreveGeral
Em São José do Rio Preto, trabalhadores e estudantes realizaram um ato em frente à Câmara Municipal da cidade. #30M #30MpelaEducacao #NovaPrevidenciaNao #EsquentaGreveGeral
Em Pindamonhangaba também ocorreram manifestações contra os cortes na educação. Um grupo com estudantes, professores, militantes políticos e sindicalistas se reuniu na praça Monsenhor Marcondes, no centro da cidade, onde ocorreram discursos, oficinas de cartazes, coleta de assinaturas contra a Reforma da Previdência e, ao final da tarde, houve uma passeata até a praça do Cruzeiro. #30M #30MpelaEducacao #NovaPrevidenciaNao #EsquentaGreveGeral
Clique aqui e veja como foi o ato nos demais estados.
Sindicatos da CUT-SP intensificam mobilizações para a greve geral
Reunidos nesta quarta, 22 de maio, os dirigentes dos sindicatos da base da CUT-SP indicaram que passarão a intensificar a mobilização de suas entidades para a greve geral contra a reforma da Previdência, que irá ocorrer no dia 14 de junho.
Na reunião desta quarta, participaram representantes dos transportes, metalúrgicos, bancários, químicos, educação, servidores públicos, saúde e seguridade social, vestuários, vidreiros, gasistas, eletricitários, comerciários, petroleiros, entre outros, de várias regiões do estado.
A greve geral é uma convocação de todas as centrais sindicais do país devido à ameaça do governo Jair Bolsonaro (PSL) de fazer uma reforma nas regras da Previdência Social que, se aprovada pelo Congresso Nacional, irá dificultar a aposentadoria dos brasileiros.
Presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, reforçou a importância de manter as ruas com o clima de paralisação, aproveitando a demonstração de luta dos trabalhadores no 1º de Maio e na greve da educação no 15 de Maio. "Agora é o momento de intensificar a mobilização, com assembleias, diálogos nas portas de fábrica e panfletagens, inclusive, para convocar a população que não está organizada em sindicatos. O governo precisa entender que essa reforma é nociva e rechaçada pela classe trabalhadora", afirmou.
Abaixo-assinado
A CUT-SP também participará da semana nacional de coleta de assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência promovida pelas centrais, de 27 a 31 de maio. A entidade também usará no diálogo com a população a ferramenta Aposentômetro, feita pelo Dieese, que calcula quantos anos mais cada pessoa precisará trabalhar com a aprovação da reforma. Os sindicatos que já estão coletando as assinaturas devem deixá-los na CUT-SP até o dia 5 de junho.
Já no dia 30, data da nova manifestação dos estudantes e trabalhadores na educação, a CUT-SP e os sindicatos também estarão nas ruas em defesa da educação.
Na agenda dos sindicatos também constam a realização de audiências públicas para debater a reforma da Previdência e a divulgação do site Na Pressão, ferramenta que permite enviar mensagem aos deputados federais e senadores para que se posicionem contra a reforma. Nesta semana, também haverá uma reunião da Rede de Comunicadores da CUT-SP, que reúne secretários, jornalistas e assessores que atuam nos canais de comunicações dos sindicatos, para definirem uma estratégia para os próximos dias.
Corte de meio bi no orçamento da Previdência prejudica atendimento à população
Medida pode aumentar ainda mais o tempo de atendimento para quem precisa de benefícios. Ex-ministro Berzoini diz que cortes são mais uma forma de Paulo Guedes agradar o mercado financeiro.
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) cortou do orçamento da Previdência Social mais de R$ 498 milhões. Os cortes foram realizados em 22 setores (Clique aqui). Os maiores foram no Serviço de Processamento de Dados Previdenciários (R$ 144 milhões) e no Funcionamento das Unidades Descentralizadas da Previdência Social (R$ 139 milhões).
Essa medida vai prejudicar ainda mais o atendimento da população que tenta se aposentar ou que requere benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como auxílio doença, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e licença maternidade. Esta é a conclusão do ex-ministro da Previdência no governo Lula, Ricardo Berzoini.
Segundo ele, os cortes anunciados vão acabar reduzindo o número de funcionários ou mesmo o horário de atendimento da população nas agências do INSS.
“A maioria dos atendimentos é feito pela internet e pelo número 135, e reduzir o orçamento dessas áreas vai afetar diretamente a população, seja diminuindo o horário de atendimento, seja na redução do número de funcionários”, alerta Berzoini.
Para ele, é um contrassenso o governo anunciar que a partir do mês de julho, a internet e o telefone serão as únicas formas que aposentados e pensionistas terão para solicitar qualquer um dos serviços do INSS, esperando cortar 600 mil atendimentos por mês com o corte do orçamento do Dataprev.
“Reduzir em quase 150 milhões o orçamento ao serviço de processamento de dados é voltar aos tempos em que a Dataprev [sistema de processamento de dados do INSS] estava sucateado. Quando chegamos lá, tivemos de investir porque o sistema estava entrando em colapso e remanejamos orçamento para dar conta do básico. Nenhum gasto é bobagem como pensa o atual governo”, critica o ex-ministro da Previdência, lembrando o primeiro mandato do ex-presidente Lula, em 2003.
Benefícios estão demorando mais tempo para serem concedidos do que permite a lei
Dos 2,2 milhões de pedidos de benefícios, seja aposentadoria, auxílio-doença e outros, em análise pelo INSS hoje, 1,4 milhão já estão atrasados. O tempo de espera que por lei não pode passar de 45 dias já chega a 135 dias, ou 4,5 meses, segundo levantamento divulgado pelo site G1.
Uma diferença de tempo enorme em comparação ao governo Lula, quando o atendimento à população foi agilizado. A média de tempo para um cidadão obter uma resposta sobre seu benefício, no governo FHC, era de 3 a 4 meses, e com Lula foi reduzido a 18 dias, em média.
“Mas, nós chegamos a conseguir na gestão do ex-ministro da Previdência Luiz Marinho, que o tempo de atendimento caísse para apenas meia hora para quem fosse buscar um benefício mais simples. Outros se aposentaram no mesmo dia que deram entrada no pedido”, conta.
Para Ricardo Berzoini, o atual ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, ao fazer esses cortes, quer sinalizar ao mercado financeiro que vai cumprir o orçamento que está engessado pela Emenda Constitucional (EC nº95), a Teto dos Gastos Públicos, que congelou os investimentos para os próximos 20 anos, sem levar em conta o risco ao atendimento aos usuários de todos os setores.
“A lógica de Guedes é cortar muito além do possível em todos os ministérios. Ele corta de uma maneira absurda e depois, eventualmente, se comprometer demais o funcionamento ele tentará recompor o orçamento”.
Fonte:Rosely Rocha
CUT e demais centrais voltam às ruas com os estudantes no dia 30 de maio
Estudantes, trabalhadores e trabalhadoras estarão juntos na Mobilização Nacional em Defesa da Educação e contra Reforma da Previdência, que será realizada em todo o país.
A CUT e demais centrais sindicais – CTB, CGTB, CSB, Força Sindical, Intersindical, UGT, Nova Central –, mais uma vez, estarão nas ruas no Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação e contra Reforma da Previdência, no próximo dia 30 de maio.
A decisão de participar da construção, organização e realização da segunda mobilização que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) vai enfrentar rumo à greve geral do dia 14 de junho, foi tomada em reunião das centrais sindicais realizada nesta segunda-feira (20), na sede do Dieese, em São Paulo.
“A CUT e as centrais estarão no dia 30 de maio nas ruas com o movimento estudantil e com os trabalhadores da educação e de todas as categorias profissionais. Os cortes na educação e a reforma da Previdência afetam a vida de todos os brasileiros e brasileiras”, disse o Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre.
E com toda a sociedade mobilizada, a greve geral do dia 14 de junho pela aposentadoria e geração de emprego e renda fica cada vez mais forte
- Sérgio Nobre
Como foi a decisão de convocar o dia 30
Depois da Greve Nacional da Educação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) no dia 15 de maio, que mobilizou milhões de pessoas em todo país, e ficou marcada nas redes como hashtag #TsunamiDaEducação, a UNE achou importante convocar outra mobilização antes da greve geral do dia 14 de junho, com objetivo de ganhar ainda mais apoio da população contra a reforma da Previdência e em defesa da educação.
A presidenta da UNE, Marianna Dias, disse que dois importantes pontos fizeram com que os estudantes aderissem em massa à luta dos trabalhadores e das trabalhadoras neste país no dia 15 de maio e que os mesmos pontos mobilizaram os estudantes a continuar nas ruas.
“O anúncio do ministro da educação em cortar verbas para as universidades públicas, e da educação como um todo, e a ameaça dele dizendo que se a reforma da Previdência passar o corte das verbas da educação poderia ser revogado foram os grandes ‘incendiadores’ para que o dia 15 de maio tivesse essa explosão em todo país e são os mesmos motivos para chamarmos o dia 30”, disse Marianna.
Segundo ela, os estudantes estão preocupados e ansiosos com a vida acadêmica. O sentimento é de que o movimento não pode sair das ruas e que esperar o dia 14 de junho seria longe demais.
“Eram quase 30 dias de distância e a convocação para o dia 30 foi com intuito de manter aquecida a energia das ruas para realizar a maior greve geral da história no próximo dia 14”, explicou a presidenta da UNE.
O secretário de Relações Internacionais da CUT, Ariovaldo de Camargo, concorda com a avaliação da presidenta da UNE. “Assim como a unidade das centrais e dos movimentos sociais é importante para barrar os retrocessos deste governo, a unidade dos estudantes com os trabalhadores é fundamental para enterrar de vez esta reforma da Previdência e para revogar este corte na educação”.
Dia 30 vamos mostrar para este governo que o povo não quer que mexa na educação, na aposentadoria e em nenhum direito. O povo quer trabalho e um projeto de desenvolvimento com justiça e inclusão social para o Brasil
- Ariovaldo de Camargo
Abaixo-Assinado contra reforma da Previdência
Os representantes da CUT e demais centrais sindicais que estiveram na reunião desta segunda, destacaram a importância do abaixo-assinado contra a reforma da Previdência como mobilizador e uma ferramenta de comunicação importante.
“A coleta de assinaturas para o abaixo-assinado das centrais será intensificada porque acreditamos que esta é uma ferramenta muito importante para conversarmos com a população e trazer mais gente para a greve geral do dia 14”, disse o Secretário-Geral da CUT, Sergio Nobre.
Entre os dias 27 a 31 de maio acontecerá a semana Nacional de Coleta de Assinaturas do Abaixo-Assinado das Centrais contra a reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional em junho.
A reforma de Bolsonaro
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição e institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, além de aumentar o tempo de contribuição mínimo de 15 par5a 20 anos e alterar as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores.
Calendário de lutas
A CUT e demais centrais sindicais estão mobilizando toda sociedade para construir a maior greve geral da história do país.
Em São Paulo, o setor de transporte já divulgou que irá aderir ao dia 14 de junho. Outras conversas irão acontecer até o dia da greve geral para que todos os outros setores da sociedade também cruzem os braços. Nos próximos dias terão plenárias em todos os estados e também regionais para organizar a greve geral do dia 14.
As centrais também já têm reunião marcada com o setor de transporte a nível nacional e com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), que apoiam a luta contra reforma da Previdência e vão conversar para uma possível adesão ao dia da greve geral.
A agenda de luta das centrais inclui uma conversa como relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), nesta terça-feira (21) em Brasília. Além, do dia a dia nos corredores do Congresso Nacional para conversar com os deputados e convencê-los a votar não para este projeto que acaba com a aposentadoria de milhares de brasileiros e de brasileiras.
Fonte:Érica Aragão