Atenção servidores aposentados: prova de vida suspensa até final de novembro
Prova de vida de servidores aposentados, pensionistas e anistiados políticos foi prorrogada para o dia 30 de novembro.
Por Imprensa SINSSP
O recadastramento anual de servidores aposentados, pensionistas e anistiados políticos, conhecido como Prova de Vida, está suspensa até o dia 30 de novembro deste ano, conforme publicação da Portaria nº 244 e Instrução Normativa nº 45, ambas de 15 de junho de 2020.
O prazo anterior expirava no final desse mês, mas a determinação que estabelece o novo período dessa exigência foi publicada nesta quinta-feira (23), na Instrução Normativa nº 103, de 22 de outubro de 2020, como medida de proteção no enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da Covid-19.
A prova de vida deixou de ser obrigatória com o avanço da pandemia no Brasil, no dia 18 de março, com o intuito de reduzir a possibilidade de contágio da doença pelos beneficiários que fazem a exigência todos os anos.
A Instrução Normativa, no entanto, não afetará o pagamento de pensões e proventos aos beneficiários. Porém, os servidores aposentados, pensionistas ou anistiados políticos que estão com os pagamentos suspensos antes do dia 18 de março poderão solicitar o restabelecimento do benefício, conforme a IN nº 29, de 1º de abril de 2020.
Nestes casos, o beneficiário poderá acessar o Sigepe (Sistema de Gestão de Pessoas), selecionar a opção “Requerimento” e por fim escolher o documento “Restabelecimento de Pagamento – Covid-19”. Após o processo, o solicitante receberá um comunicado do deferimento ou indeferimento do pedido via e-mail, enviado automaticamente pelo Sigepe.
Fonte: Portal do Servidor
Outubro Rosa: o amor é cuidado, conhecimento e toque!
O SINSSP abraça o movimento Outubro Rosa, pois a informação pode ajudar a salvar vidas.
O OUTUBRO ROSA é um movimento internacional de conscientização para o controle do CÂNCER DE MAMA. A campanha é celebrada anualmente com o intuito de compartilhar informações e alertar as mulheres para o diagnóstico precoce da doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
O SINSSP abraça o movimento Outubro Rosa, pois a informação pode ajudar a salvar vidas. Dessa forma, o sindicato elaborou uma cartilha para orientar a respeito da prevenção e detecção precoce do CÂNCER DE MAMA.
Clique aqui para baixar a Cartilha SINSSP Outubro Rosa 2020.
JUNTAS SOMOS AINDA MAIS FORTES!
SECRETARIA DAS MULHERES
Fonte: Imprensa SINSSP
28 de outubro é dia do Servidor Público e de luta pela categoria
Companheiras e companheiros,
Na próxima quarta-feira (28), Dia das Servidores e dos Servidores Públicos, a CUT-SP, por meio do Macrossetor do Serviço Público realiza um ato na Praça do Patriarca, no centro de São Paulo.
Convocamos todos sindicatos e ramos filiados para essa atividade que é parte da Mobilização Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro. Lembramos que obrigatório o uso de máscaras, álcool em gel e o distanciamento social.
Se você não for do grupo de risco e puder, participe conosco dessa manifestação em defesa dos servidores e dos serviços púbicos.
DOUGLAS IZZO
Presidente da CUT-SP
Fonte: Imprensa SINSSP
Eleições: Covid-19 e falta de médicos e medicamentos não preocupam candidatos
Programas dos 14 candidatos que disputam a eleição para prefeito da capital paulista excluem temas cruciais em saúde pública, dizem pesquisadores da USP e UFRJ.
Nenhum dos 14 candidatos que disputam as eleições para prefeito de São Paulo contempla em seus programas de governo questões cruciais em saúde, como o enfrentamento da pandemia de covid-19, que não deverá chegar ao fim tão cedo. É esperada uma segunda onda quando ainda nem foi superada a primeira. Tampouco mencionam, como deveriam, o combate às desigualdades de acesso aos serviços e a falta de médicos e de medicamentos. A conclusão é de Ligia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mário Scheffer, professor da Universidade de São Paulo (USP). Eles são autores de um estudo sobre o tema saúde nos programas de governo dos candidatos a prefeito nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Pandemia
A pandemia de covid-19, que matou mais de 13 mil na cidade de São Paulo, até meados de outubro, evidenciou a necessidade de um sistema organizado, da vigilância epidemiológica à terapia intensiva, imprescindíveis também nos sistemas locais. Mas nem assim a questão pareceu comover os candidatos a apresentar propostas de ação pública em saúde na cidade que desejam administrar.
Desigualdade
Conforme os autores, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde é mencionada apenas no programa de dois candidatos da esquerda. E mesmo assim de maneira genérica, sem detalhar políticas ou metas para sua superação. O candidato Guilherme Boulos (PSol) fala em “superar os vazios de ofertas assistenciais e as desigualdades de acesso nas periferias”. E Jilmar Tatto (PT) considera o “SUS como um dos instrumentos centrais do combate à desigualdade social”.
É essa desigualdade que determina, por exemplo, a diferença na expectativa de vida de habitantes da capital em função de onde residem. Na Cidade Tiradentes, no extremo leste, já na divisa com Mauá e Ferraz de Vasconcelos, a média de idade ao morrer é 23 anos a menos que a registrada em Moema, bairro nobre localizado ao lado do Parque do Ibirapuera.
Na ausência de projetos de ataque às desigualdades nestas eleições, o candidato à reeleição Bruno Covas (PSDB) propõe uma “espécie de apartheid hospitalar” para pobres, idosos, moradores de rua e quem precisa de cuidados prolongados. “Representaria um retorno ao Brasil escravocrata colonial”, assinalam os autores.
Falta de médicos
Pela análise dos programas, os candidatos não trazem alternativas para suprir postos de trabalho desocupados nas unidades básicas de saúde, hospitais e demais serviços. Especialmente os médicos, o que atrasa diagnósticos e tratamentos, colocando até a vida em risco. Quando muito, os programas mencionam “formação”, “educação permanente”, “capacitação”. E alguns mencionam, de maneira genérica, “concursos”, “contratações”, “valorização”, “carreira” e até “construção de faculdade de Medicina municipal”.
Sem medicamentos
Apenas um dos programas analisados insinua a perspectiva de uma política voltada a um dos grandes problemas nas redes municipais: a falta de medicamentos nas farmácias dos postos de saúde. A assistência farmacêutica é contemplada pelo candidato Boulos, que fala em “garantir distribuição ininterrupta de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde”. Andrea Matarazzo (PSD) fala apenas em “estabelecer a gestão efetiva dos medicamentos desde o estoque, logística e entrega, para evitar desperdícios”.
Esquecem do SUS
De acordo com os autores, a maioria dos partidos e coligações à direita e ao centro que disputam as eleições promete mais serviços à população, mas não fazem referência ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Alguns de esquerda até mencionam o sistema, mas em meio a imensos textos, nunca suficientes para expressar todas e sinceras simpatias por movimentos sociais e sindicais”, destacam.
Após 32 anos da sua aprovação na Constituição de 1988, o SUS ainda não é visto em sua real dimensão pelos partidos políticos. Tampouco todas as suas interações com outros órgãos públicos e privados. É como se um mesmo cidadão não fosse necessitar de cuidados em todos os níveis de atenção ao longo de uma vida. Além disso, os candidatos entendem a gestão municipal como prestadora de serviços e não como a autoridade sanitária do sistema de saúde, como prevê a legislação.
Aborto
Apesar do aumento das candidaturas femininas nas eleições, a temática que envolve as reflexões e as práticas relacionadas ao direito ao aborto está praticamente ausente nas plataformas eleitorais. Um tabu que permanece. O termo “aborto” aparece apenas em quatro programas. O de Jilmar Tatto se limita a declarar que será propiciado atendimento ao aborto legal na rede municipal, tal como prevê a mais que retrógrada portaria ministerial do governo Bolsonaro sobre o tema. Ainda assim, não há proposições objetivas sobre como será facilitado o acesso a serviços que atendem casos de aborto, mesmo as situações previstas em lei (gravidez decorrente de estupro, risco à vida da gestante e anencefalia do feto), que tem sido dificultado nos municípios por preconceito, falta de serviços e profissionais, pressões de religiosos, descumprimento da legislação e inadequações das normas técnicas estabelecidas.
O consenso sobre a extensão de coberturas provavelmente resultará em mais estabelecimentos de saúde e mais equipes. No entanto, a indefinição sobre as atribuições e competências da atenção básica, e seu relacionamento com o restante da rede de serviços, não assegura necessariamente a melhoria da abrangência e qualidade dos cuidados.
Inclusão
Em resumo, os candidatos demonstram desconhecer que as secretarias municipais de saúde têm a responsabilidade de implementar ou articular políticas que incidam sobre circunstâncias responsáveis pelo adoecimento e que promovam melhorias das condições de vida. Ou seja, de inclusão social e de redução da pobreza por meio de ações de prevenção do tabagismo e do consumo abusivo de álcool e drogas, do controle da propaganda e comercialização de alimentos ultraprocessados, da diminuição de acidentes de trânsito, violências e homicídios. Para Ligia Bahia e Mário Scheffer, há despolitização nessa ausência de propostas para alterar as engrenagens da apropriação e da distribuição dos recursos para a oferta de cuidados à saúde.
Fonte: Cida de Oliveira/RBA
Brasil deve chegar nesta segunda-feira (19) a 154 mil vidas perdidas pela Covid-19
País registra até o momento 153.912 óbitos e a 5.235.677 pessoas infectadas.
O Brasil se aproxima de 154 mil vidas perdidas por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. De acordo com os dados do consórcio de imprensa atualizado nesta segunda-feira (19), às 8h da manhã, foram registradas 195 novas mortes e 8.874 casos confirmados da doença em 24 horas. Com isso, o país chegou a 153.912 óbitos e a 5.235.677 pessoas infectadas.
Os números dos finais de semana costumam ser menores porque os laboratórios que fazem os testes trabalham com equipes reduzidas ou fecham. De qualquer maneira, os números estão em queda. Segundo os dados coletados até às 20h deste domingo (18), a média de mortes nos últimos sete dias é de 483, o que representa um cenário de queda em relação à média de 14 dias atrás.
Recentemente, o país chegou a estar em situação de queda da média, mas, em seguida, retornou ao patamar de estabilidade dos dados de mortes.
São Paulo é o estado que mais registra casos de coronavírus. Mais de 1 milhão de pessoas foram diagnosticadas com a Covid-19, 38.020 pessoas perderam a vida.
Minas Gerais contabiliza 335.683 casos e 8.446 óbitos.
A Bahia tem 335.351 casos e 7.316 mortes.
O Rio de Janeiro tem menos casos do que os outros estados (290.878), mas fica em segundo lugar no número de mortes (19.765).
São Paulo
As taxas de ocupação dos leitos de UTI estão em 40,5% na Grande São Paulo e 41% no Estado. O número de pacientes internados é de 7.416, sendo 4.125 em enfermaria e 3.291 em unidades de terapia intensiva, conforme dados das 11h deste domingo.
Entre os mortos pela doença no estado, 21.882 são homens e 16.138 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 76,3% das mortes.
Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (59,7% dos óbitos), diabetes mellitus (43,3%).
Entre o total de pessoas infectadas, 947.608 estão recuperadas, sendo que 116.487 foram internadas e tiveram alta hospitalar.
Tendência nos Estados
Dezoito estados estão com tendência de queda na média móvel de óbitos: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Dois estados estão em alta: Paraíba e Rio Grande do Norte.
Além do Distrito Federal, o índice permaneceu estável em seis estados: Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe.
Segunda onda na Europa
O surdo da segunda onda de Covid-19 na Europa voltou a preocupar as autoridades de saúde e os governantes locais, que já preparam um pacote de medidas contra o avanço da doença.
Na Itália, o uso das máscaras passa a ser obrigatório em todos os lugares. Até as festas não são mais permitidas, com exceção das cerimônias de casamento, ainda assim com a limitação máxima de trinta convidados.
O país registrou 11.705 novos casos de coronavírus em 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. É a maior contagem diária de diagnósticos desde o início do surto no país.
Na França, o presidente Emmanuel Macron voltou a impor toque de recolher nas grandes cidades, além do fechamento bares e restaurantes. Médicos e servidores da área de saúde fazem protesto exigindo melhores condições de trabalho nos hospitais.
Em Portugal, o primeiro-ministro Antônio Costa anunciou que o país entra em “situação de calamidade”, com a proibição de festas e aglomeração de pessoas e até estabeleceu multa de dez mil euros para os infratores.
Na Alemanha, Ângela Merkel restringe a aglomeração de pessoas até o fim do ano. Além disso, os viajantes que desembarcarem no país terem de cumprir quarentena de 14 dias.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi à tevê para falar aos ingleses das novas medidas, que são várias. Entre elas, a suspensão do funcionamento dos famosos pubs e o distanciamento de dois metros entre as pessoas.
Na Espanha não é diferente. O governo determina, entre outras medidas, que os eventos festivos familiares não podem reunir mais que seis pessoas. E determina também o uso de máscaras nos transportes públicos, como ônibus e metrô.
Américas do Sul e do Norte
Na América do Sul, o cenário continua a ser preocupante. A Argentina agora é o quinto país do mundo nos casos de contaminação, aproximadamente 950 mil, e 25 mil vítimas fatais.
Peru não obteve ainda sucesso no combate à Covid e torna-se um dos países com maior taxa proporcional de vítimas. No Chile -, em meio à crise política entre governo e manifestantes, as autoridades sanitárias tentam cercar de cuidados a população contra o risco de contaminação. Até cães treinados pela polícia estão sendo usados para detectar o vírus.
Às vésperas das eleições presidenciais, os Estados Unidos seguem com o drama da Covid-19, com número de mortos que chega a 220 mil. Até mesmo o presidente Donald Trump foi hospitalizado após contrair o coronavírus.
Fonte: Redação CUT
CUT lança plataforma para orientar eleitores na defesa da democracia
Ferramenta traz dados econômicos e sociais, bandeiras de luta e a visão da central de temas que precisam ser defendidos em prol dos trabalhadores.
A CUT lançou uma plataforma on-line para estimular os eleitores a responder a questão: em uma eleição com tantas opções de candidatos a vereador e prefeito, quais escolher? Olhando pela perspectiva dos trabalhadores, a resposta deve recair sobre quem defende a democracia, o emprego e o meio ambiente.
A plataforma é voltada ajudar o cidadão a eleger candidatos que se identificam com as lutas da classe trabalhadora. Para isso, a ferramenta traz dados econômicos e sociais, bandeiras de luta e a visão da central sobre temas que precisam ser defendidos. Sobretudo diante dos sucessivos ataques aos direitos dos trabalhadores cometidos pelo governo de Jair Bolsonaro.
Para a central, as eleições municipais de 2020, em 15 de novembro, com 147,9 milhões de brasileiros aptos a votar, são cruciais. Especialmente diante de um governo que não tem propostas para a classe trabalhadora, a não ser a retirada de direitos.
A CUT defende que é preciso apoiar candidaturas que contenham alguns elementos essenciais. Por exemplo, que se proponham a construir um novo paradigma de sustentabilidade política, econômica, ambiental e social. Que defendam uma gestão pública transparente e eficiente. E que tenham como principal objetivo a promoção da cidadania, a vigência de princípios democráticos e o emprego e a garantia de direitos.
Política e transformação
Após visitar municípios do interior do Pará, em viagem de apoio às candidaturas comprometidas com a classe trabalhadora naquele estado, a secretária-geral da CUT, Carmen Foro, lembra que o país vive momento traumático desde o golpe de 2016 e que a plataforma da CUT para eleitores traz um conjunto de orientações para que os trabalhadores possam lutar por essas questões nos seus municípios. “Política é fazer transformações. Para o bem ou para o mal, dependendo de qual o projeto que a sociedade escolhe. Por isso, a CUT faz essa orientação política todos os anos. Nas eleições, toma posição de que lado vai estar, que é o lado da democracia, dos direitos, das condições básicas de vida para as pessoas”, afirma.
Com o lema “Defender a Vida, os Empregos e a Renda da Classe Trabalhadora”, a CUT apresenta propostas que vão ao encontro das necessidades reais dos trabalhadores, entre elas a proteção à vida, à moradia, à renda e ao trabalho, alimentação adequada, educação e transporte acessíveis e de qualidade, combinados com ampla participação popular para a definição dos rumos dessas políticas.
“As pessoas moram no município e é lá que vão sentir a ausência dos serviços públicos, na área da saúde, educação, saneamento. O ataque aos servidores públicos com a reforma administrativa é em nível federal, mas vai descer para um patamar municipal”, completa Carmen Foro.
Confira a plataforma da CUT para as eleições 2020
Fonte: Rede Brasil Atual
Nobel de Economia Joseph Stiglitz: sindicatos são fundamentais na pandemia e na sociedade pós-covid
Otimista, o prêmio Nobel alerta que a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade.
Economia justa e o papel do setor financeiro em uma sociedade pós-covid. Esse foi o tema do webinário promovido pela UNI Finanças com o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia (2001). Stiglitz falou sobre os desafios apresentados pela pandemia do novo coronavírus, especialmente para os trabalhadores do setor financeiro. Como, por exemplo, impulsionar a transição para uma economia mais sustentável, que invista nas pessoas, nos serviços públicos e na comunidade.
Joseph Stiglitz atua na Universidade de Columbia e é economista-chefe do Instituto Roosevelt, cargo que exerceu também no Banco Mundial entre 1996 e 1999. Conhecido por seu trabalho sobre distribuição de renda, risco, governança corporativa, políticas públicas, macroeconomia e globalização, é autor de muitos livros. Sua obra mais recente é People, Power and Profits: Progressive Capitalism for an Age of Discontent (Povo, Poder e Lucros: Capitalismo Progressista para uma Era de Insatisfação, em tradução livre)
A importância do setor financeiro
Para Joseph Stiglitz, não se pode ter uma economia bem sucedida sem um setor financeiro que funcione bem. “E com trabalhadores críticos, fazendo o que têm de fazer, a fim de criar o setor financeiro que precisamos.”
O economista destacou que as falhas do setor têm sido relacionadas às falhas da economia. “A exemplo do que ocorreu em 2008, com excesso de risco, de crédito predatório. Erros que contribuíram para o centro da crise financeira que teve um efeito devastador na economia global.”
O Nobel de Economia alertou para o fato de que esse tipo de comportamento não foi algo global. “Nos EUA, por exemplo, houve uma série de instituições financeiras, união creditícias, cooperativas em que as práticas abusivas não ocorreram. Eles não apenas evitaram essas práticas negativas como agiram corretamente desempenhando seu papel na locação de capital, oferecendo crédito a pequenas e médias empresas.”
No Brasil isso ocorreu com os bancos públicos e as políticas anticíclicas adotadas pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Crise financeira da covid-19
A crise atual não é causada pelo setor financeiro, mas ele se envolverá, alerta o economista. “Qualquer recessão econômica se torna uma crise financeira. E os dados que temos já mostram que essa é uma das maiores recessões em 80 anos ou, para alguns, em um século.”
Stiglitz bate pesado no governo de Donald Trump. “Ele diz que (a recessão) vai desaparecer milagrosamente, mas isso é uma das suas muitas fantasias, como a fantasia de que ele é um bom empresário”, diz. “Isso não vai acontecer. Não vamos ter ‘recuperação em V‘ e a questão é a duração e a profundidade dessa crise econômica. Quanto mais longa e profunda, tanto mais empresas serão incapazes de pagar suas dívidas. Mais domicílios não poderão pagar. E quando você tem empresas e domicílios que não pagam, você tem uma crise financeira.”
O professor lembrou que os Estados Unidos têm 3% da população mundial, porém 25% dos casos de covid-19. “No mundo em geral, os países liderados por demagogos, pessoas que não acreditam em ciência, que criaram divisão em suas sociedades e adotaram práticas de exploração não se deram bem”, disse, mencionando Brasil e Índia, além dos EUA. “Os países que criaram um sistema de confiança entre os cidadãos e os governos, confiança na ciência, instituições fortes, estes estão bem, a exemplo de Nova Zelândia, Coreia do Sul, Alemanha, com desempenho muito bom.”
Lucro acima da vida nos EUA
Em seu seminário virtual, Joseph Stiglitz relatou que metade dos trabalhadores americanos vivem do pagamento mês a mês. “Ou seja, a população de menor renda não tem escolha, tem de trabalhar mesmo doente. Os EUA são um dos poucos países que não têm a auxílio doença obrigatório. Você não é afastado recebendo pagamento. Chegou a ser aprovada uma lei que previa dispensa, apenas para a covid-19, de 10 dias. Mas as empresas mais ricas usaram lobby para uma exceção à regra e conseguiram. Isso graças aos republicanos, que não se importam com a vida dos americanos”, disse.
“O resultado foi que 48% dos americanos que trabalham para empregadores com mais de 500 funcionários estavam liberados dessa dispensa médica. São empresas que poderiam muito bem pagar uma dispensa médica, mas seu imediatismo faz com que coloquem os lucros à frente da vida dos trabalhadores e das suas perspectivas de longo prazo. Uma das razões para que a doença se disseminasse tão rapidamente”, completou.
O economista voltou a reforçar: o governo dos Estados Unidos não se importa nem com os trabalhadores, nem com o povo. “E assim eles se recusaram a impor regulação a fim de assegurar que os trabalhadores tivessem direito a equipamentos de proteção individual, a máscara necessária, luvas. Os trabalhadores na linha de frente tinham de ir ao trabalho sem proteção. Mesmo prestando serviços essenciais.”
Sindicatos salvaram vidas na pandemia
Stiglitz destacou a importância da atuação dos sindicatos, notadamente nesse período da pandemia, observando que em áreas dos EUA onde havia sindicatos fortes, foi diferente. “Os sindicatos defenderam seus trabalhadores. O resultado é que, onde havia sindicatos, havia mais máscaras, mais equipamentos de proteção individual. E a doença não se disseminou tão rapidamente. Os sindicatos foram cruciais na proteção dos trabalhadores e asseguraram que o contágio pela covid-19 não se acelerasse tão rapidamente. Essas experiências bastam para mostrar a importância, o papel crítico que os sindicatos desempenharam na gestão da crise sanitária.”
Ele disse o mesmo em relação ao desemprego, que cresceu muito nos EUA. “Diante disso, muitos empregadores se aproveitam da posição de barganha enfraquecida dos trabalhadores. Os salários estão caindo. Trabalhadores estão sofrendo, tendo de aceitar cortes nos ganhos. A única proteção contra esse tipo de exploração são os sindicatos.”
O economista falou sobre o comportamento de multinacionais que aproveitam e rebaixam ainda mais os salários. “Esse é o momento em que os sindicatos são mais necessários do que nunca. Tornar os trabalhadores conscientes do que está acontecendo deveria fortalecer a filiação aos sindicatos. São exemplos importantes do que acontece na ausência da proteção sindical.”
Políticas públicas para manter a economia
Para o prêmio Nobel de Economia, gastos de governo bem projetados são essenciais, especialmente agora, durante a pandemia. “Os EUA, por exemplo, usaram uma bazuca, como se fosse uma recessão de curto prazo. Foram três trilhões de dólares de gastos fiscais e outros três trilhões de dólares para extensão da reserva federal. Os programas não foram bem projetados e não conseguiram frear a recessão. Por isso o aumento do desemprego nos EUA foi maior que nos países europeus”, explica. “Não houve garantia da continuação da assistência. Isso criou altos níveis de ansiedade, de precauções que levaram à fraqueza macroeconômica que estamos vendo. Essa assistência precisa continuar enquanto houver pandemia.”
Ele comparou os Estados Unidos com a Europa, que respondeu “de maneira inédita” com os títulos europeus, os eurobonds. “Foi um marco. Foram € 750 bilhões em empréstimos. Desafio para os bancos, já que no rescaldo da pandemia, muitos não conseguirão pagar. O setor financeiro terá de lidar com isso. Será necessário apoio para empresas e famílias”, avalia. “E elas poderão pagar suas dívidas quando a economia reaquecer. O setor financeiro precisa fornecer o dinheiro que irá viabilizar o pagamento dessas dívidas. Muitas, no entanto, não poderão saldar, e as autoridades fiscais deverão dar condições para esses empréstimos como meios de mitigar os riscos da pandemia.”
Economia verde contra a desigualdade
Joseph Stiglitz avalia que a covid-19 deve levar à reestruturação da economia. E para um modelo que terá de ser universal. “Reconstruir melhor, de maneira mais verde, com base em conhecimento”, explica. “Vimos um grande crescimento da desigualdade em vários setores. O vírus impacta mais quem tem piores condições de vida. Exacerba as disparidades de renda. Nos EUA há grande desigualdade no acesso à saúde, já que não se vê isso como um direito humano. A covid-19 expôs as fraquezas da nossa sociedade, da nossa economia, o excesso de desigualdade. E a falta de resiliência do setor privado que não conseguiu produzir coisas simples como máscaras, luvas, testes”, critica.
E novamente destaca o papel do setor financeiro, essencial para essa reestruturação para uma economia pós-covid. “Que, espero, seja diferente da economia que tínhamos antes da pandemia. Há um consenso no mundo em reconstruir melhor, uma nova economia. Isso significa que o setor financeiro não pode focar apenas na antiga maneira de fazer negócios, com manipulação de mercado, com foco em fusões e aquisições, regras fraudulentas de comercialização. Precisamos de dinheiro para novos setores”, alerta. “Os cidadãos têm o direito de exigir uma economia que transpareça a visão deles. O dinheiro tem de proteger os mais vulneráveis, ajudar a reaquecer a economia e sobretudo reconstruir melhor.”
A recuperação, deixa claro o professor, será difícil. “Mas a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra, aumentando a criação de empregos, e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade. Ao contrário do que temos hoje, com a redução dos salários.”
Otimismo com o futuro
Com a pandemia, avalia o economista, vimos que muitos aspectos do nosso sistema não funcionam. “Estamos sendo confrontados com essa nova realidade. Esse processo de mudança de mentalidade parece estar em andamento, já. Claro que vai levar muito tempo. Algumas pessoas querem continuar se beneficiando do antigo regime. Mas os números mostram que precisamos de mudança”, diz. “No livro que lancei, falo da opinião dos jovens que estão muito mais alinhados com uma agenda progressista, de um capitalismo ético. Há necessidade de mudanças de regras que regem nossa economia. Ideias que faziam sentido há 50 anos não fazem mais. Aprendemos que a maximização dos lucros dos acionistas é errada. O capitalismo dos acionistas não maximiza o bem-estar da sociedade. Precisamos de regulamentações que alterem regras do setor financeiro.”
Ele fala em leis que protejam contra novos monopólios e abusos. “Sou otimista, acredito que seremos capazes de adotar regulações e leis de concorrência que vão possibilizar uma economia mais competitiva, mais dinâmica, que vai crescer mais rápido, mais justa, e com mais igualdade.”
A UNI Finanças
A UNI Finanças, que organizou o webinário, representa 3 milhões de trabalhadores nos setores bancário e de seguros por meio de 237 sindicatos em todo o mundo. “Trabalhadores do setor financeiro estão na linha de frente na prestação de serviços essenciais a suas comunidades”, disse a presidenta mundial da UNI Finanças, Rita Berlofa.
“A crise de 2008 mostrou ser peremptório que qualquer investimento público para salvar bancos tem de ser acompanhado de contrapartida que garanta empregos. Neste momento, algumas instituições financeiras estão utilizando a covid-19 para se reestruturarem ainda mais, com graves consequências para clientes e trabalhadores”, afirmou Rita, que é diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Aqui no Brasil temos o péssimo exemplo do Santander que já demitiu centenas de trabalhadores durante esta pandemia. E infelizmente comportamento que vem sendo acompanhado pelo Itaú.”
A indústria financeira tem de ter responsabilidade social para com a comunidade em que atua, garantindo empregos decentes com condições salariais justas, defende a dirigente sindical. “E num ambiente que não coloque em risco nem a vida, nem a saúde do trabalhador.” Segundo Rita Berlofa, a UNI Finanças reconhece que, ao saírem da crise sanitária, as economias precisarão de um novo modelo de financiamento, voltado para o desenvolvimento sustentável e para a preservação do meio ambiente. “Um setor financeiro orientado para as necessidades da economia real, em que haja investimento nas pessoas, nos serviços públicos, na comunidade. Queremos incluir nossos integrantes e sindicatos na reconstrução da economia mundial para uma sociedade no pós-covid, com reforço nas negociações coletivas.”
Fonte: Rede Brasil Atual
É HOJE LIVE: as armadilhas do INSS através do Teletrabalho e GDASS
Fonte: Imprensa SINSSP
Seminário: TELETRABALHO - experiências e desafios da negociação coletiva no Brasil e no mundo
O Seminário "TELETRABALHO - experiências e desafios da negociação coletiva no Brasil e no mundo" irá ocorrer nesta quarta-feira (07), das 9h às 17h, com pausa para horário de almoço. Ele será virtual e transmitido pela plataforma Zoom. Interessados, favor entrar em contato com o SINSSP no e-mail: diretoria@sinssp.org.br para efetuar a sua inscrição.
Fonte: Imprensa SINSSP