Clube Certo SINSSP: bora ver os melhores filmes na rede Kinoplex?
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Clube Certo SINSSP: desconto na Pague Menos para teste de Covid
Ao mesmo tempo que o número de brasileiros vacinados aumenta, o Brasil também registra o crescimento de novos casos e óbitos de Covid-19. Testar e ver se está ou não doente remete um custo alto para o seu bolso, não é mesmo?
Porém, aqui no Clube Certo SINSSP você garante teste de Covid-19 antígeno saliva ou nasal na Pague Menos por R$ 79,00. Mas, o desconto só é válido mediante agendamento pelo link disponível no site ou no app do Clube Certo.
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A pandemia prolongada e os trabalhadores da saúde no front: uma encruzilhada perigosa
O Brasil conta hoje com um robusto sistema de saúde, o SUS, com mais de 200 mil estabelecimentos de saúde, sejam ambulatoriais ou hospitalares; com mais de 430 mil leitos e emprega diretamente mais de 3.500.000 profissionais e trabalhadores da saúde, sendo eles médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, odontólogos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, etc., bem como um contingente imenso de Força de Trabalho (FT) de nível técnico e auxiliar especializada em: enfermagem, laboratório e análises clinicas, em radiologia, Socorristas, Condutores de ambulâncias, Maqueiros, Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Endemias, Agentes indígenas de Saúde, entre outros. Na linha de apoio, gerência e administração encontram-se outro enorme contingente, que engloba trabalhadores da administração, da recepção, da infraestrutura de limpeza e higiene, da segurança dos ambientes de trabalho. Também inclui a FT que se ocupa de enterrar nossos mortos vítimas da pandemia: estamos falando dos sepultadores. Pela essencialidade de cada segmento profissional na assistência e cuidados em saúde, esses trabalhadores estão atuando nos 5.570 municípios das cinco regiões do país (CNES, 2017). É com essa estrutura que o Brasil tem enfrentado a pandemia da Covid-19, com uma equipe inter e multiprofissional de primeira linha.
Dados atualizados do Ministério da Saúde, mostram, em 21/12/2021, um quadro com a doença instalada em todo o país: na ordem desde março de 2020, de 22.219.477 casos confirmados e 617.948 óbitos, com 2,8% de letalidade. Por outro lado, informações recentes da mídia nacional, por meio do IO, o Brasil contabilizou em 31/12/2021 22.292.099 casos confirmados e 619.335 óbitos, passando em apenas 6 dias de janeiro de 2022 para 22.402.522 casos confirmados e 619.956 óbitos em toda a população (Tabela 1).
Os Gráficos 1 e 2 retratam a evolução da pandemia (atualizados e ajustados pelo Consórcio de Imprensa - IO), evidenciando que entre final de novembro de 2021 e início de janeiro de 2022, houve um aumento de 308.063 casos confirmados e 5.275 novos óbitos.
A descoberta da nova variante Ômicron do coronavírus em Batsuana (África) trouxe um sinal de alerta ao mundo sobre o rumo da pandemia. Esta variante apresenta altíssima taxa de transmissibilidade e um risco maior de reinfecção cerca de três vezes.
Após meses com queda dos indicadores da Covid-19 no Brasil, a pandemia volta a assustar o país neste início de 2022 com a disseminação da variante Ômicron, que já predomina. Essa propagação emerge no momento em que o país está prestes a completar um ano da aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 em uma profissional de saúde do estado de São Paulo, em 17 de janeiro de 2021. A vacinação vem se mostrando eficaz na redução da gravidade e da mortalidade, já bem descrita nos países do hemisfério norte. Mas a transmissibilidade é exponencial.
A despeito da priorização da vacinação nos profissionais de saúde e do avanço da cobertura vacinal na população do Brasil, a distribuição das vacinas segue desigual no mundo, sobretudo na África. A situação levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir um alerta, no final de 2020, sobre baixa vacinação dos profissionais de saúde no continente, já que apenas 27% do grupo havia completado o esquema de vacinação contra a covid-19. Há cerca de um mês, em novo comunicado, a Organização admitiu que, em virtude da escassez de imunizantes, o referido continente terá 70% de vacinados somente em 2024.
As iniquidades na distribuição e acesso às vacinas a nível global, combinadas com o limite das campanhas de vacinação em países com disponibilidade e acesso às vacinas, conforme reforça o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz (2 de dezembro de 2021), vêm contribuindo para o surgimento de variantes que se disseminam pelo mundo, como a Ômicron.
As evidências surgem da demanda de atendimento nas unidades de saúde e de realização de testes. Há mais de um mês o apagão dos dados não permite sua consolidação: faltam diagnóstico e notificação. O aumento de infecções tem sobrecarregado a rede de saúde. O vírus atinge crianças que ainda não começaram a ser vacinadas e lotam as unidades de saúde. Os efeitos também são sentidos no trabalho. Novamente, estão na linha de frente os profissionais de saúde, incluindo os inviabilizados: adoecem e precisam ficar afastados de suas atividades. Alguns setores retomam o trabalho a distância. Muitas delas, devido ao número elevado de trabalhadores afastados pela doença.
Estima-se que haverá um aumento importante no número de casos e consequente aumento de hospitalização dos pacientes infectados acarretando forte sobrecarga no sistema de saúde. Concomitante a esta sobrecarga do sistema de saúde a contaminação dos profissionais de saúde da linha de frente com consequente afastamento (quarentena) de seus postos de trabalho tornando ainda mais crítico o atendimento da população brasileira.
Na medida em que uma nova variante do coronavírus avança no mundo, mais uma vez persistem os trabalhadores de saúde como um dos segmentos mais vulnerabilizados diante da situação. Neste contexto as autoridades sanitárias devem atuar de forma ética e responsável para proteger a população e em especial os trabalhadores de saúde, garantindo-lhes adequadas condições e equipamentos de trabalho.
O retardo criminoso e sem respaldo científico da vacinação de crianças entre 5 e 11 e certamente terá impacto também entre os profissionais que atuam com essa população infantil, como pediatras e equipe de enfermagem, como vimos no estudo do “Inventário dos óbitos dos médicos e de equipe de enfermagem” realizado pela Fiocruz mostrando que são esses especialistas um dos mais afetados, indo óbito por Covid-19. Com o recrudescimento do coronavírus e sua nova variante e com a repulsiva insistência em não proteger as crianças com a vacinação, o governo brasileiro repete o seu descaso com a vida humana. Sem responsabilidade pública e confrontando a ciência, permanece na contramão do mundo, negando o direito à saúde a milhões de brasileiros e brasileiras. Este negacionismo governamental atinge muito fortemente os trabalhadores de saúde, já exauridos e adoecidos de um longo percurso de trabalho pouco protegidos e em condições de trabalho inadequadas.
Outro fato grave refere-se a redução da demanda de cuidados, mesmos na Atenção Básica que caíram significativamente, sendo que muitos profissionais contratados por OSs estão sendo demitidos desde o final de 2020, produzindo uma grave desaceleração da estrutura de atendimento à população e uma clara e inaceitável sobrecarga daqueles que se mantém empregados.
É fato que no início da pandemia em 2020 sabíamos muito pouco sobre a Covid-19. Com o advento de pesquisas, em particular a que estamos realizando na FIOCRUZ, passamos a conhecer um pouco mais sobre a pandemia e os seus impactos nas relações de trabalho na saúde, na saúde do trabalhador, em especial a saúde mental e as sequelas permanentes e os óbitos provocados pela pandemia.
A produção de conhecimento nessa área tem o escopo de conhecer o trabalho em saúde e os impactos, para recomendar as autoridades sanitárias e a sociedade como um todo, ações que visem evitar, ou mesmo amenizar essas situações, para que o trabalho em saúde esteja melhor preparado, tanto no setor público como privado, para enfrentar novas epidemias, uma vez que tudo indica que teremos um longo período pandêmico, e outros vírus podem surgir ou mesmo como demonstra a realidade, enfrentar as constantes mutações genéticas do Covid-19, associando-se, inclusive a outros vírus.
No Brasil, a pandemia encontrou condições para propagar e ceifar a vida de mais de 619 mil pessoas. Segundo dados oficiais da OMS, inclusive milhares de trabalhadores da saúde. Hoje ocupamos o 2º lugar no mundo em número de mortes. Infelizmente, o cenário para 2022 é de agravamento das condições sociais da população brasileira, principalmente sobre os mais vulneráveis.
À época quando registrávamos mais de 500 mil óbitos, o contexto da pandemia, já mostrava uma dura realidade daqueles trabalhadores que estão na linha de frente. Um cenário marcado pela dor, sofrimento e tristeza com fortes sinais de esgotamento físico e mental. imposta pela incerteza da doença – Covid-19, em ambientes com trabalho extenuante, com sobrecarga de trabalho para compensar o elevado absentismo e mortes de colegas. O medo da contaminação e da morte iminente acompanham seu dia-a-dia, em uma gestão marcada pelo risco de confisco da cidadania do trabalhador (perdas dos direitos trabalhistas, terceirizações, desemprego, perda de renda, salários baixos, gastos extras com compras de EPIs complementares, uso de transporte alternativo e alimentação). Se não bastasse esse cenário desolador, eles experimentam a privação do convívio social entre os colegas de trabalho, a privação da liberdade de ir e vir e do convívio social e a privação do convívio familiar.
Passados meses e iniciando um novo ano, o cenário não se modificou positivamente, ao contrário, se agrava e nos preocupa.
Os estudos da Fiocruz sobre as condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores da saúde, nos apontam para algumas reflexões:
No aspecto político administrativo, um governo central que assumiu de forma aberta a negação das evidências cientificas, adotando ações por vezes agressivas contra aqueles que se colocam ao lado da ciência. A ANVISA por exemplo, tem sofrido ataques contundentes em razão de decisões institucionais inerentes a sua atuação como agencia reguladora em saúde. As relações de trabalhos foram ainda mais fragilizadas, com o crescimento do trabalho precário e ataques aos direitos trabalhistas, por inércia ou inexistência de atuação desses Órgãos, principalmente o Ministério do Trabalho, MEC e Ministério da Saúde. A Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, instância do SUS no âmbito Conselho Nacional de Saúde foi extinta pouco antes de iniciar a pandemia e certamente, faz enorme falta nessas negociações para rever esse quadro de precariedade, desolação e desamparo que se encontra nossos trabalhadores da saúde. É imperioso que seja restaurada essa instância de negociação do trabalho no SUS.
O SUS e os órgãos federais de Controle: É fato que a pandemia, apesar de todos os ataques para enfraquecê-lo, encontrou um SUS sólido, estruturado e com uma Força de Trabalho em Saúde em condições de responder as demandas da pandemia. Contudo, ainda não foi totalmente desmontado em razão das decisões judiciais (STF) que garantem as regras constitucionais e preservam intactas as estruturas de saúde dos estados e municípios, legitimando essas instâncias e controle social, anulando as decisões que contrariem os princípios e diretrizes do SUS.
A Legislação de amparo aos trabalhadores, o Direito à saúde e a atuação do STF e o Tribunal Superior do Trabalho (TST). o Supremo exerce com plenitude a defesa da Constituição e da Ordem Jurídica. “última trincheira em defesa dos direitos à saúde”. Anulou praticamente todas as decisões que contrariavam a constituição, o direito à saúde coletiva e a organização do SUS. O Supremo ainda vai julgar o pedido do governo federal pela inconstitucionalidade da lei que institui o incentivo financeiro aos profissionais e trabalhadores e a seus familiares atingidos pela Covid-19. O TST também adotou decisões que asseguram os direitos trabalhistas, sociais e a proteção dos trabalhadores, principalmente no campo do direito previdenciário.
Todas estas questões levantadas orientam o caminho a seguir: o necessário alinhamento com as instituições públicas, entidades científicas e sindicais, e a outros pesquisadores que já se pronunciaram em defesa da vida, da ciência e das vacinas para todos. Tudo isto deve se realizar com o devido respeito e adequada proteção aos trabalhadores da saúde.
Serviço
Autores do texto
1 - Maria Helena Machado
2 - Antônio Vieira Machado
3 - Eleny Guimarães Teixeira
4 - João Batista Militão
5 - Swedenberger Barbosa
6 - Filipe Leonel
(1) Socióloga, pesquisadora DAPS/ENSP e do CEE-Fiocruz. (machado@ensp.fiocruz.br). Coordenadora geral das Pesquisas: “Condições de Trabalho dos profissionais de saúde no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz); “Trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz) e “Trabalhadores da Saúde Indígena: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz).
(2) Médico, diretor institucional da FELUMA, professor da FCMMG, coordenador adjunto da Pesquisa: “Trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz);
(3) Médica, professora da Faculdade Souza Marques, coordenadora adjunta da Pesquisa: “Condições de Trabalho dos profissionais de saúde no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz);
(4) Advogado, pesquisador colaborador do NERHUS-ENSP, coordenador adjunto da Pesquisa: Trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil (Fiocruz);
(5) Cirurgião-dentista, pesquisador da Gereb-Fiocruz-DF, coordenador adjunto da Pesquisa: “Trabalhadores da Saúde Indígena: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil” (Fiocruz);
(6) Jornalista, assessor do CCI Ensp-Fiocruz, membro da equipe técnica da pesquisa e do NERHUS-ENSP (Fiocruz)
Alerta: a PANDEMIA não acabou!
Ao mesmo tempo que o número de brasileiros vacinados aumenta, o Brasil também registra o crescimento de novos casos e óbitos de Covid-19. Somente nas últimas 24 horas o país registrou 23.504 infectados pela doença totalizando 22.522.310 diagnósticos positivos contabilizados desde o início da pandemia. Já os casos de óbitos totalizaram 50, atingindo a triste marca de 620.031 óbitos registrados desde o início da pandemia.
Os dados levantados pelo consórcio de veículos de imprensa, formado por grandes veículos de comunicação, apurou a situação da pandemia no Brasil, com os dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde. Ainda conforme o balanço divulgado, a variação média dos últimos 14 dias registrou um aumento de 669% de novos casos e de 28% dos óbitos decorrentes da doença.
O disparo dos números ocorridos nas últimas semanas pode ser resultado de duas combinações, conforme acreditam os especialistas: dados represados devido à instabilidade do sistema de notificação do Ministério da Saúde e por conta da disseminação da variante ômicron entre os brasileiros.
Além do aumento dos casos do novo coronavírus, o país também enfrenta um surto de Influenza do tipo H3N2 em vários estados. A doença tem sintomas parecidos ao de Covid-19, o que dificulta o diagnóstico feito pelos profissionais de saúde.
Diante da pandemia que dá sinais de uma nova onda e dos surtos da gripe H3N2, é importante reforçar que os cuidados precisam estar redobrados para evitar novas infecções ou reinfecções. Dessa forma, o SINSSP vem informar e orientar os servidores do INSS que estão na linha de frente das agências, como também os que estão no teletrabalho, dos cuidados e protocolos de segurança para se proteger dessas duas doenças altamente infecciosas.
O que devo fazer para me prevenir da Covid-19 e do vírus da Influenza H3N2?
Tanto o vírus que transmite Covid quanto o que provoca H3N2 se espalha nas superfícies por meio da boca ou nariz da pessoa infectada expelidas em pequenas partículas, ou aerossóis ainda menores, ao tossir, espirrar, falar ou até mesmo respirar.
O ponto chave da contaminação é feita através da inalação do vírus estando perto da pessoa contaminada ou ao tocar em superfícies infectadas e depois passar as mãos nos olhos, nariz, boca ou orelhas. Os locais fechados e com pessoas aglomeradas são propícios para a disseminação da doença.
Dessa forma, é necessário o uso de máscaras, higienização das mãos de forma frequente com água e sabão ou na sua falta com o álcool em gel, distanciamento social e principalmente evitar as aglomerações.
Outro fator muito importante é manter o ciclo vacinal em dia com a primeira e segunda dose da vacina, além da dose de reforço (3ª dose) para os casos de Covid-19.
Para o vírus da Influenza é importante frisar de que ainda não está pronta a nova versão da vacina contra a gripe para a cepa H3N2 (Darwin), mas segundo dados do Instituto Butantan, pesquisas mostraram que o imunizante é capaz de proteger contra infecção pelo vírus H3N2, mesmo sem ter a cepa na composição, ajudando na proteção e no reforço da imunidade, provocando a fabricação de anticorpos.
Segundo os dados do consórcio de veículos de imprensa, no último domingo (09/01) cerca de 67,66% da população está totalmente imunizada e 13,79% dos brasileiros receberam a dose de reforço. Os números precisam aumentar e as crianças devem ser imunizadas o quanto antes, só assim o Brasil vai começar a controlar essa pandemia que assola a vida de todos nós.
Estar vacinado e respeitar os protocolos necessários que evitam a disseminação e contaminação dessas doenças é um ato de amor e respeito a si próprio, a sua família, amigos e colegas de trabalho.
Ao sinal de gripe como febre, dor de garganta, calafrios, perda de apetite, olhos irritados, dores musculares, tosse, mal-estar, vômito ou diarreia procure ajuda médica e mantenha-se em isolamento social, pois o seu diagnóstico pode ser tanto de Covid-19 como de H3N2.
Vamos ajudar a combater esses vírus tomando todos os cuidados sanitários necessários, informando a verdade e desmentindo as fakes news, com vacina no braço e longe de aglomerações.
Já que o governo não se importa com os servidores do INSS e toda a população brasileira, o SINSSP se soma aos demais sindicatos, a ciência, ao SUS e demais órgãos que se preocupam com a vida e combate ao negacionismo dos parlamentares e apoiadores desse desgoverno, para informar e orientar sobre os riscos e protocolos adequados dessa pandemia.
Portanto, servidor, se o seu local de trabalho apresenta condições inadequadas aos protocolos sanitários exigidos, DENUNCIE! clicando aqui para que o SINSSP cobre dos responsáveis as garantias necessárias para o desempenho seguro das atividades realizadas pelo trabalhador.
Juntos somos mais fortes!
Boletim Por Dentro da Viva: 2022 ano de desafios!
No Boletim do Grupo “Por Dentro da Viva”, Ronald Acioli, Alba Cristina, Samir Hatum e Mirian Rosa, membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Viva Previdência, falam da atuação nos conselhos e informam que estão muito atentos a tudo que diz respeito aos direitos e deveres dos participantes e assistidos da Viva e sabem das responsabilidades assumidas, por isso estão comprometidos em fazer o impossível para deixar você bem informado de tudo que acontece na Fundação Viva. Confira abaixo.
Boletim Por dentro da Viva – 10 01 2022
A tragédia da pandemia: pensões por mortes crescem 70%
As consequências da tragédia causada pela Covid-19 no Brasil ainda são difíceis de serem mensuradas em toda sua dimensão, sobretudo social e econômica. Uma delas, no entanto, está clara para o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Remígio Todeschini: o aumento, entre janeiro e setembro, de 273.742 para 462.373 pensões pagas pela Previdência Social, em relação ao mesmo período do ano passado, é resultado direto da pandemia. O salto representa uma elevação de 70%.
O governo Bolsonaro alega não poder concluir que há relação de causa e efeito entre a pandemia e o pagamento das pensões. Mas Todeschini declarou ao site da CUT que o argumento é simples: se metade da população possui seguro na Previdência, ao menos 300 mil vítimas fatais dos mais de 600 mil mortos por Covid-19 estão associados ao pagamento das pensões.
O pesquisador explicou que cerca de 70% das vítimas de Covid-19 tinham mais de 60 anos, o que ele associa ao pagamento das pensões a partir de janeiro. Todeschini inclusive aposta em mais um aumento, de pelo menos 251 mil pensões, após concluído o balanço de todos os pagamentos deste ano.
Reforma de Bolsonaro reduziu pensões
Remígio Todeschini também criticou os efeitos da Reforma da Previdência imposta pelo governo Bolsonaro em 2019, que endureceu as regras para pagamento de pensões por morte e aposentadorias por invalidez e reduziu os valores das pensões.
“O valor das pensões por morte caiu pelo menos 40% com a reforma do governo Bolsonaro”, declarou o pesquisador. “Hoje o benefício para a viúva ou viúvo é de 60% da aposentadoria que a pessoa teria direito mais 10% para cada filho. Isto fez cair o valor ”, lamentou.
No governo Bolsonaro, a média das aposentadorias por invalidez pagas entre janeiro e setembro foi R$ 1.397, 24% a menos do que a média do mesmo período de 2019, com valores corrigidos pelo INPC (índice de inflação).
Padilha propôs projeto de atenção integral às vítimas
As feridas da Covid-19 na sociedade brasileira levarão anos para cicatrizar, sobretudo para pelo menos 12,2 mil crianças de até seis anos que ficaram órfãs por causa da pandemia. Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) apontam que, entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro deste ano, 25,6% das crianças não tinham completado um ano de vida.
Ciente da dívida que o Estado brasileiro tem com essas famílias, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) propôs o Projeto de Lei 2.333/21, que garante o direito de pensão por morte ao adolescente cujo genitor falecer em decorrência do coronavírus.
Já o Projeto de Lei 1820/21, também de sua autoria, estabelece diretrizes para uma política de atenção integral voltada para as vítimas e da pandemia. Uma das políticas garante proteção especial para as crianças e os adolescentes órfãos da pandemia, que terão acompanhamento psicossocial e de saúde, além de medidas de proteção social.
Além disso, o projeto de Padilha assegura a recuperação de pacientes com sequelas físicas. “Buscamos construir uma atenção integral a todas as vítimas da pandemia, sejam brasileiros infectados que possuem sequelas biopsicossociais ou seus familiares e grupos de apoio e também os familiares e órfãos da pandemia, que tiveram suas relações ceifadas por esta tragédia”, declarou o deputado.
Da Redação, com informações de CUT, UOL, e Rede Brasil Atual
Otimismo de Paulo Guedes sobre economia reforça ‘mundo encantado’ dos mais ricos
O otimismo do ministro Paulo Guedes sobre a economia do Brasil, diante do aumento da fome e a diminuição da renda do brasileiro, mostra que o integrante do governo Bolsonaro só olha na perspectiva dos mais ricos, criando um “mundo encantado” próprio. A avaliação crítica é do diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior.
Segundo Guedes, ao citar a arrecadação de impostos federais, a economia “está decolando” e o Brasil irá “crescer ainda mais”. Enquanto o ministro projeta um país em crescimento, a economia nacional segue em retração, após divulgação do último Produto Interno Bruto (PIB).
O diretor do Dieese afirma que o PIB, ao apontar o encolhimento da economia, reflete em algo sentido pela população há bastante tempo. “A economia está longe de ser pujante, como o ministro tenta mostrar. Estamos com uma queda em relação aos meses anteriores, vivendo uma recessão técnica”, afirmou Fausto, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.
“É um período econômico aquém da necessidade do Brasil. A falta de crescimento econômico vem impactando a vidas das famílias. O desemprego está alto e a capacidade de compra está cada vez menor. Por isso, o Brasil voltou a ver a fome assolando casas e a insegurança alimentar atingir metade do país. No mundo encantado do Paulo Guedes, onde só se olha para os mais ricos, está tudo bem”, acrescentou.
Menos direitos, menos dinheiro
Sem uma renda que ajude a pagar todas as contas de casa, o brasileiro pode ser numa situação ainda pior, em breve. Um estudo encomendado pelo governo busca subsidiar nova reforma trabalhista, que propõe, entre outras medidas, trabalho aos domingos e proibir o reconhecimento de vínculo de emprego entre prestadores de serviço de aplicativos.
Na avaliação de Fausto, novamente o governo federal coloca as fichas na ideia do trabalhador escolher entre trabalho e direitos. Para ele, a questão dos aplicativos precisa ser olhada com cuidado. “Querem tirar da discussão trabalhista, colocando os trabalhadores como ‘empreendedores’. Há controle de jornada, controle de remuneração. Isso tudo define o vínculo empregatício”, alertou.
“Para piorar, esse relatório fala sobre diminuição da Justiça do Trabalho e alteração na legislação sindical. Novamente, vemos uma redução da proteção do trabalhador, limitando a fiscalização, longe de ser uma proposta para lidar com os desempregados e informais. O governo está tirando direitos e colocando o capital como referência de tudo.”
Mercedes Sosa é mais relevante do que nunca, diz autora da 1ª biografia da cantora em português
Era 4 de outubro de 2009, e os jornais de todo o mundo repercutiam o falecimento da cantora argentina Mercedes Sosa, na capital Buenos Aires. A quase 14 mil km de distância, sua voz potente ressoava na TV dinamarquesa, em meio ao noticiário local. A canção era Gracias a La Vida, composta pela chilena Violeta Parra.
A homenagem logo foi interrompida, mas aqueles breves instantes mudariam para sempre a vida de ao menos uma espectadora, que ouvia Mercedes Sosa pela primeira vez.
Impactada, Anette Christensen decidiu mergulhar na trajetória da artista que acabara de falecer. Nesse percurso, se apaixonou pela América Latina, encarou traumas de infância e transtornos psicológicos, e passou a reescrever seu próprio passado. Ao final de oito anos, transformou essa jornada em livro.
Lançado nesta quarta-feira (24), Mercedes Sosa – A Voz da Esperança [Tribute2Life Publishing, 2021] é a primeira biografia de “La Negra” com tradução para o português.
O formato e a linguagem diferem dos livros clássicos do gênero. Christensen divide o texto em dois blocos. O primeiro é a biografia, propriamente dita; o segundo, um relato de sua transformação pessoal a partir do “encontro” com a biografada.
“Escrevi o livro na mesma ordem em que minhas descobertas aconteceram, e acredito que é necessário saber quem foi Mercedes Sosa para entender por que ela causou um impacto tão grande”, conta a autora dinamarquesa.
Mais que contar uma história, Christensen se propõe a descrever o efeito terapêutico que Mercedes Sosa produz na mente de quem a acompanha e a ouve. Por meio da neurociência e, particularmente, da neurobiologia interpessoal, ela ressalta o poder transformador da música e das relações afetivas.
A voz dos “sem voz”
Mercedes Sosa nasceu em julho de 1935 e é uma das cantoras mais conhecidas e influentes da América Latina.
Filiada ao Partido Comunista nos anos 1960 e perseguida pela ditadura militar, ela foi presa e exilada no final da década seguinte. Em um contexto de censura e violência, sua música tornou-se a voz dos oprimidos e dos que resistiam ao autoritarismo no continente.
Além de sua carreira e militância política, o livro aborda momentos importantes da vida de Mercedes Sosa, como os dias de exílio na Europa e a decisão de interromper uma gravidez.
O apelido, “La Negra”, é uma referência a sua ascendência indígena. Sua morte, em 2009, foi causada por um problema renal, que desencadeou complicações no fígado e nos pulmões.
O contexto político mudou, mas a vida e a obra de Mercedes Sosa são mais relevantes do que nunca, defende a biógrafa.
Christensen concedeu entrevista ao Brasil de Fato sobre o livro, autorizado pelo filho da biografada, Fabián Matus – que faleceu há quase três anos.
Mercedes Sosa – A Voz da Esperança tem 219 páginas e foi traduzido por Mariana D’Angelo, que colaborou para a realização desta conversa:
Brasil de Fato: Você escreveu o livro para quem já está familiarizado com a obra de Mercedes Sosa, ou a ideia era atingir quem ainda não conhece suas canções?
Anette Christensen: Escrevi o livro principalmente para aqueles que não sabiam nada sobre Mercedes Sosa, porque quanto mais a conhecia, mais claro ficava para mim que ela era uma heroína anônima.
Tive muita dificuldade em encontrar informações sobre ela em inglês, e foi por isso que encarei o desafio de escrever e publicar Mercedes Sosa – A Voz da Esperança.
Os leitores da versão em inglês estão muito felizes em conhecer Mercedes Sosa e sua música. Alguns se fazem a mesma pergunta que eu me fiz: “Como não tinha ouvido falar dela antes?”.
Mercedes Sosa merece que sua história seja conhecida por pessoas fora dos países de língua espanhola e também pelas futuras gerações.
Como traço um perfil psicológico de Mercedes Sosa, os fãs irão vê-la sob novas perspectivas. De acordo com o feedback que recebo de alguns deles, eles sentem que a conhecem de uma forma muito mais pessoal. Por isso, embora eu tenha escrito o livro para aqueles que não a conhecem, seus fãs também desfrutarão da leitura.
Como a família de Mercedes Sosa reagiu à sua intenção de escrever uma biografia com essa abordagem psicológica? Eles já estavam cientes dos efeitos que sua “presença mística” produzia em milhares de pessoas pelo mundo?
Enquanto escrevia o livro, eu mantive contato com o filho de Mercedes Sosa, Fabián Matus, e o neto, Agustín Matus. Ambos acharam o aspecto psicológico muito interessante.
Fabián escreveu no endosso ao livro que a obra apresenta uma perspectiva “nova e tocante” sobre sua mãe. Eles sabiam da influência que ela exercia sobre as pessoas, mas não em que nível nem qual a explicação para aquilo.
Fiquei com a impressão de que minhas observações e explicações no âmbito psicológico eram novas para eles.
No livro, você ressalta as contribuições de Mercedes Sosa em um período dramático da história política da América Latina, que foram as ditaduras militares. Hoje, em um contexto diferente, mas com novas instabilidades e problemas políticos e econômicos, como a mensagem de Sosa continua ecoando?
Mercedes Sosa é agora mais relevante do que nunca, não só na América Latina, mas no mundo todo, porque ela era capaz de respeitar e aceitar todas as pessoas. Ela não via as diferenças como uma adversidade.
“Somos todos diferentes, e essa é a beleza da vida na Terra. Nossas diferentes cores, diferentes visões e diferentes sistemas políticos”, disse ela.
Muitos dos problemas da atualidade são causados por líderes corruptos, que se comportam como valentões sem bússola moral. O mundo precisa desesperadamente de líderes que possam mostrar empatia e usar seu impacto para servir às pessoas, e não aos seus próprios interesses.
Mercedes Sosa é uma líder assim. Mesmo que já não esteja mais entre nós, sua história ainda pode nos ensinar muito. Ela viveu a vida toda ajudando os outros e falando em nome dos excluídos, o que lhe deu o apelido de A Voz dos Sem Voz.
Sua integridade, coragem e solidariedade fazem dela um exemplo que aponta o caminho para um mundo mais empático e solidário.
Como ela disse certa vez: “É importante reagir a este mundo, fazer dele um lugar melhor para todos, e não deixar isso nas mãos dos outros ou dos políticos. Acho que é um erro enorme acreditar que as grandes mudanças devem vir de partidos políticos. Não, elas devem vir de cada um de nós”.
Uma leitora dos Estados Unidos me escreveu dizendo que ler sobre a vida de Mercedes Sosa a inspirou a “fazer mais por seus semelhantes.” Isso confirma a influência que Mercedes ainda tem. Ela nos faz despertar e nos inspira a sermos pessoas melhores, com o desejo de fazer deste mundo um lugar melhor e mais justo para todos.
O livro chama atenção para um momento importante da vida de Mercedes Sosa: quando ela decide interromper uma gravidez. Que impactos essa decisão produz na vida dela, nos anos seguintes?
No início da segunda gravidez, Mercedes decidiu abortar porque estava muito doente. O casamento com Oscar Matus estava prestes a terminar, e a carreira que tinha tornava impossível cuidar de outro filho como mãe solteira. Muitas vezes, ela tinha que deixar Fabián com os avós durante longos períodos e não achava que era responsável da sua parte ter um segundo filho.
Sosa cresceu em uma família católica e, embora não fosse religiosa, a decisão de abortar foi muito difícil para ela. Essa experiência a fez compreender melhor as meninas que engravidam contra sua vontade.
Ela não era contra a Igreja Católica, mas achava um problema o fato de a Igreja se opor à educação sexual de jovens adultos e não conseguir lidar com a questão das crianças molestadas por padres.
Muitas adolescentes morreram por terem ido a médicos incapazes, que não sabiam como fazer o procedimento de forma correta e segura. Ela acreditava que essas garotas, de em média quinze anos, precisavam de alguém para apoiá-las.
Ela então embarcou em uma jornada para a vida toda, tornando-se porta-voz dos direitos das mulheres, e em 1995 foi homenageada por seu trabalho ao receber o Prêmio Unifem [Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher].
Mercedes Sosa nunca se arrependeu da decisão de fazer um aborto, mas ainda assim se sentiu culpada pelo resto da vida e tentou se redimir tornando-se Embaixadora da Boa Vontade da Unicef [Fundo das Nações Unidas para a Infância] pelas crianças da América Latina e do Caribe, de 1999 até sua morte, em 2009.
Quando questionada em uma entrevista sobre qual conquista a tinha deixado mais orgulhosa, ela respondeu: “Ter me tornado embaixadora da Unicef em defesa das crianças da América Latina e do Caribe.”
A experiência do exílio modificou, de alguma forma, a maneira como Mercedes olhava para a Argentina e para a América Latina? Em alguma medida, esse período na Europa contribuiu para que sua música ficasse ainda mais conhecida internacionalmente?
O exílio foi determinante para a vida e a carreira de Mercedes, mas não mudou sua visão sobre o que acontecia na Argentina e no continente. O que ela fez foi usar sua nova plataforma europeia para chamar a atenção para as violações dos direitos humanos que aconteciam na América Latina.
Do exílio, Sosa tornou-se uma referência de resistência para os pobres e oprimidos, e ao retornar para a Argentina, foi recebida como um ícone da democracia, especialmente pela classe trabalhadora. Ciente da responsabilidade que tinha, ela continuou a trabalhar pela democracia na Argentina pelo resto da vida.
O período no exílio também se tornou um marco em sua carreira, pois expandiu seus horizontes musicais e a forçou a superar o medo de palco e a timidez de se apresentar em público, coisas contra as quais sempre lutou.
Ela costumava fechar os olhos ao cantar para uma plateia de língua espanhola, mas na Europa tinha que olhar diretamente para as pessoas para reter sua atenção. Ao começar a interagir com o público, o modo como ela se apresentava mudou completamente, e as pessoas começaram a reagir com emoção à atenção que recebiam dela.
Eu tenho uma amiga na Áustria que foi a dois shows. Ela disse que chorou durante ambos porque o amor estava fortemente presente.
Acredito que o que originou entre os fãs a percepção de que uma presença mística emanava dela foi o sentimento profundo de estarem recebendo sua atenção carinhosa e de estarem sendo vistos. O exílio acabou sendo um catalisador para o maior progresso em sua carreira, entrar no coração das pessoas.
Sobre a época do exílio, ela disse: “Por mais amarga que tenha sido minha experiência no exílio, ela me fez crescer e amadurecer como artista, porque abriu novos horizontes. Minhas músicas costumavam ser muito introvertidas. Agora a canção brota de mim. Quando um artista encontra resistência, seu poder aumenta, e o que o artista faz? Ele cresce. A música deve evoluir, e o artista também.”
Qual o principal legado de Mercedes Sosa na Argentina? A morte dela deixou uma lacuna que jamais foi preenchida ou, de alguma forma, suas sementes continuam florescendo?
Ambos, eu diria. O filho de Mercedes, Fabián, publicou o livro La Mami pouco antes de sua morte, em 2019, e a Fundação Mercedes Sosa trabalha incansavelmente para estabelecer seu legado, especialmente na música. Ainda estão sendo lançadas novas canções, fotos e discos, e muitos dos principais artistas da Argentina continuam a fazer shows em sua homenagem.
Em Tucumán, província natal de Mercedes, foram inaugurados em sua homenagem um museu, a estação de rádio Mercedes Sosa e o Teatro Mercedes Sosa, com capacidade para 1.700 pessoas. Estátuas foram erguidas por todo o país, e ruas, parques e escolas receberam seu nome. O antigo governo da Argentina tentou impedir todas essas iniciativas, mas felizmente não conseguiu.
E não é só na Argentina que ela é homenageada. Em Valparaíso, no Chile, há um restaurante em homenagem à Mercedes Sosa chamado La Stampa de la Negra. Artistas ao redor do mundo ainda gravam suas canções, como Laura Granados na Espanha, Ginevra Di Marco na Itália e Agnès Jaoui na França, só para mencionar alguns.
No Brasil, artistas como Indiana Nomma e Tatiéli Bueno fazem tributos em sua homenagem. Alguns grandes nomes da música brasileira também tinham, e ainda têm, uma forte conexão com ela, como Caetano Veloso, que lançou um julho um novo single, Coração Vagabundo, gravado com Mercedes Sosa há 12 anos.
Apesar de todas essas iniciativas, sua morte deixou uma grande lacuna que ninguém jamais conseguirá preencher. Houve apenas um Nelson Mandela, um Martin Luther King, e haverá apenas uma Mercedes Sosa. Por isso é imprescindível fazer com que ela seja lembrada em todo o mundo e pelas gerações futuras.
A segunda parte do livro mostra que essa não é uma biografia convencional. Por que você decidiu organizar o livro dessa forma – primeiro, os aspectos biográficos, e depois sua experiência pessoal?
Escrevi o livro na mesma ordem em que minhas descobertas aconteceram, e acredito que é necessário saber quem foi Mercedes Sosa para entender por que ela causou um impacto tão grande em mim.
Ela me tocou profundamente desde o momento em que a vi pela primeira vez, quando sua morte foi noticiada na televisão dinamarquesa em 4 de outubro de 2009.
Senti um grande anseio em conhecê-la e comecei a procurá-la na internet. No processo de estudar sua vida, intuitivamente comecei a me conectar com ela como uma figura materna, e descobri que estava me curando de um trauma emocional que remontava à minha infância.
Eu queria entender o que estava acontecendo do ponto de vista científico, porque se houvesse uma explicação e ela funcionasse para mim, poderia funcionar para qualquer um. O livro é o resultado do meu processo pessoal e é por isso que ele levou oito anos para ser concluído.
Nem todos que ouvem a música de Mercedes Sosa pela primeira vez podem ter uma experiência tão intensa como a que você teve. A que você atribui essas diferenças na recepção da mensagem?
Somos todos diferentes e temos necessidades diferentes. Eu precisava de uma figura materna, e Mercedes Sosa se encaixava perfeitamente no papel de mãe. Ela irradiava compaixão, gentileza e empatia, o que me fez sentir acolhida e cuidada, algo que eu sentia que havia faltado na minha infância.
Tenho recebido feedback de pessoas do mundo todo, e é notável quantas delas dizem ter tido uma experiência semelhante à minha. Eu incluí alguns desses depoimentos no livro. Isso confirmou para mim que Mercedes Sosa proporcionou algo extraordinário às pessoas a nível individual.
Uma das suas intenções, ao escrever o livro, é estimular outras pessoas a se abrirem para esse processo de transformação, mesmo que por outros caminhos?
Sim, definitivamente. Seria egoísta não compartilhar isso com os outros depois de ter sofrido e encontrado uma cura.
O caminho de cada um é diferente. Eu espero que minha história inspire os leitores a seguirem adiante em suas jornadas pessoais, a ouvirem sua voz interior e a confiarem no processo.
Quando estamos tristes, uma lista de 50 coisas a fazer para melhorar só piora a situação. Tudo o que precisamos é da esperança vinda de alguém que esteve no vale das trevas e voltou à vida. Isso é o que a história de Mercedes Sosa e a minha têm em comum.
Voltamos a viver ao sol depois de um inverno sob a terra. Como diz uma das minhas músicas favoritas, Como la Cigarra:
Tantas vezes me mataram / Tantas vezes eu morri / Entretanto estou aqui / Ressuscitando / Graças dou à desgraça / E à mão com o punhal / Porque me matou tão mal / E segui cantando / Cantando ao sol / Como a cigarra / Depois de um ano / Debaixo da terra / Como o sobrevivente / Que volta da guerra.
Qual foi seu maior aprendizado, do momento em começou as pesquisas até a publicação do livro?
É difícil mencionar apenas uma coisa. Em relação ao meu processo pessoal, aprendi que não precisamos carregar o passado conosco para sempre. Podemos reescrever nossa história sem viver como vítimas a vida toda.
Quando penso na minha infância, já não sinto mais dor. Além disso, retomei meu relacionamento com a minha mãe antes que ela falecesse, em 2020.
Em relação à publicação, meu maior aprendizado tem sido me conectar com pessoas da América Latina, com gente que compartilha comigo a paixão por Mercedes Sosa.
Durante anos, eu me senti muito só, pois tinha apenas duas pessoas com quem podia compartilhar meu entusiasmo. De repente, tive milhares de seguidores no Facebook e muitas pessoas me escrevendo, compartilhando suas histórias pessoais sobre um show ou um encontro pessoal com Mercedes Sosa. Isso também aumentou minha compreensão sobre a situação social e política na América Latina naquela época, bem como atualmente.
Também conheci muitos artistas e hoje em dia ouço sobretudo música latino-americana.
Sou muito grata aos latino-americanos que me encorajaram e me receberam de braços abertos. Fiz novas amizades, e minha vida foi enriquecida de muitas maneiras.
O desmonte do INSS
Desde o golpe de 2016, quando Temer assumiu a presidência após um tumultuado processo de impeachment contra a Dilma, que assistimos o desmonte do INSS.
Cabe lembrar que o INSS é o maior distribuidor de renda do país e da América Latina, em muitos municípios a renda somada dos beneficiários do INSS é maior do que o dinheiro recebido pelas prefeituras do Fundo de Participação dos Municípios(FPM), mostrando a importância do INSS para o país e para os brasileiros.
O interesse de grandes grupos financeiros, numa possível carteira de clientes para planos de aposentadoria privada, parece nortear as políticas governamentais desde então, assim devagarinho Temer e Bolsonaro foram reduzindo os investimentos na autarquia e liquidando com a “Previdência Social pública”.
Desde 2014 que o TCU alerta o governo federal para o problema da falta de servidores no quadro do INSS, o último concurso foi realizado no ano de 2015, de lá pra cá o número de servidores só foi diminuindo, muitos servidores acabaram se aposentando, algo já previsto pelo relatório do TCU. Além disso também aconteceram muitos falecimentos de servidores ativos, outros pediram exoneração face a estagnação dos salários e hoje o INSS está com um número de servidores muito reduzido, menos da metade do que havia há uns 10 anos atrás, isso torna a mão de obra da instituição insuficiente para atender todas as demandas existentes.
É alarmante falta de servidores no INSS, mas agora existe uma nova manifestação do TCU mostrando que esse descaso do governo Bolsonaro perante o INSS, causa muitos prejuízos a nação e ao dinheiro público.
A pesquisa do Tribunal de Contas da União aponta que se um processo administrativo cumprisse um trâmite normal, com servidores suficientes para atender as demandas e evitar o represamento dos pedidos de benefícios, custaria muito menos aos cofres públicos, pois evitaria o pagamento de valores atrasados, que sempre são inflados com correções e juros, isso quando a demanda não é negada administrativamente e vai parar no judiciário, elevando ainda mais os custos quando da sua liquidação.
Além disso, o governo deixou de investir no parque tecnológico, parou de comprar novos equipamentos, como CPU, impressoras, monitores e uma série de outros suplementos. O INSS oferece a seus servidores computadores defasados e obsoletos, causando muita lentidão. Merece destaque que a última grande compra de informática foi feita na década passada, ainda no governo da presidenta Dilma.
Vale salientar que até hoje o INSS não implementou nos seus sistemas corporativos todas as mudanças e atualizações advindas com a PEC103(reforma da previdência), dificultando ainda mais a vida dos servidores, que trabalham sem uma legislação clara e sem o suporte necessário, com isso muitos pedidos de aposentadoria ficam sobrestados, aguardando que um dia o governo se digne a providenciar a atualização da legislação, dos sistemas e possa oferecer à população um atendimento digno e justo.
Assim, nos resta uma grande pergunta: Até quando esse governo vai continuar com essas ingerências, desmontando o INSS, desrespeitando o povo brasileiro e causando prejuízos ao erário?
É urgente que a sociedade cobre de nossos governantes(presidente da república, dos deputados federais e senadores) uma mudança de atitude, é preciso acabar com o desmonte do INSS, recuperar o quadro de servidores, realizar um grande concurso para recompor a Carreira do Seguro Social, implementar melhorias no órgão e assim desafogar a fila pela espera por um benefício.
O SINSSP convoca a toda a população brasileira a ficar atenta às mudanças que estão acontecendo no órgão e acompanhar as informações através dos nossos canais, pelo site: sinssp.org.br, no Facebook pelo @Sinssp.oficial, no Twitter pelo @Sinssp_oficial e no YouTube pelo SINSSP oficial.
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