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Em 2020, mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo descobriram que estavam com câncer de mama. Esse tipo de tumor é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas.  Também é o câncer que mais mata e para alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância fundamental da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que existe a campanha do Outubro Rosa.

Cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais, como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso, não ter amamentado e inatividade física. O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o País, de acordo com dados do INCA.

Em outro recorte, relativo a 2018, o estudo retrata que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. Os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou R$102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).

“Fica evidente que ações de prevenção do câncer, em especial promoção da atividade física, podem ser extremamente eficazes não somente para tornar a vida das pessoas mais saudável como para diminuir os gastos do SUS em oncologia”, diz a responsável pela pesquisa, Maria Eduarda Melo.

Mortalidade

Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos, mas ainda estão bem distantes dos 30% de redução estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.

Câncer de mama é uma doença que está bastante presente na sociedade. E, por isso, é muito estudado no meio científico, com tratamentos altamente eficientes. Por isso, não é preciso ter medo do diagnóstico, pois não é uma sentença de morte”, destaca o mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III, especializado no tratamento do câncer de mama.