Créditos: Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governo ainda tenta convencer a população de que as novas alíquotas nada tem a ver com a compra de parlamentares para salvar Michel Temer

Há duas certezas na vida: a morte e os impostos. Contra ambos não há o que se fazer, apenas esperar, minimizar seus efeitos, torná-los menos dolorosos e honrá-los.

Quanto à morte, assumimos ser natural. O problema são os impostos, que existem desde os primeiros registros da presença humana neste planeta como sociedade e não evoluíram em relação à eventual dignidade associada a eles. Quando se inicia um avanço na retomada da produtividade do etanol para baixar um pouco o preço do combustível na bomba, o (des)governo dispara um aumento de imposto (PIS/Cofins). E tenta convencer a população que a taxa nada tem a ver com a compra de deputados para salvar Michel Temer, mas com a crise.

Não se menciona, é claro, que a crise foi criada e alimentada pelos atuais ocupantes do Palácio do Planalto. Os donos de postos não esperaram o início da cobrança da nova alíquota e aumentaram os preços nas bombas poucas horas depois do anúncio oficial.

Os poucos que retardaram um lucro maior viram se formar filas enormes de veículos em seus estabelecimentos, em uma triste lembrança dos anos 1980, período de crises de abastecimento. Falta agora somente a fila para comprar leite.

A vida urbana é centrada no deslocamento de indivíduos e de bens de consumo. A movimentação é principalmente realizada com motores de combustão interna, precisando dos líquidos vitais originários das refinarias e canaviais. Como consequência direta da insanidade governamental, alimentos básicos como o arroz aumentam de preços, o que curiosamente não desperta a mesma indignação que levou milhões às ruas não faz muito tempo.

Um juiz diz que a cobrança do imposto é ilegal e a suspendeu, mas a mesma Justiça aumenta seus próprios salários de forma exacerbada. Difícil acreditar em um poder cada vez mais forte, não eleito, e cada vez mais longe da realidade suada do povo.

 

 

 

Fonte:Adilson Roberto Gonçalves / Carta Capital