Créditos: Montagem SINSSP
Leonardo Rolim declarou publicamente na mídia que “servidor tem de produzir mais e melhor” e se eximiu da culpa da má administração da direção central e jogou a culpa para cima dos servidores da Casa.

O SINSSP vem a público, através dessa nota, expressar o seu repúdio a respeito da declaração que o Presidente do INSS, Leonardo Rolim, deu a jornalista Adriana Fernandes, do Jornal O Estado de S.Paulo, na última quarta-feira (20), afirmando que o “Servidor tem de produzir mais e melhor”.

É inadmissível que a Direção Central do órgão tenha essa posição e exponha publicamente uma informação desse teor sem levar em consideração todo o volume entregue pelo servidor no ano passado que em trabalho remoto aproveitou a qualidade da velocidade da internet do home office e “arregaçou as mangas” para entregar o trabalho com qualidade e em grande volume mesmo sem a infraestrutura adequada que deveria ser fornecida pelo INSS.

Dessa forma, a afirmação dada por Rolim não foi equivocada, mas perversa, com o objetivo de atingir a imagem do servidor público já fragilizada perante a população e a mídia com julgamentos cobertos por inverdades.

É importante ressaltar que o INSS faz parte do plano de governo que visa o desmonte da máquina pública e a transformação do país em Estado mínimo. Sem a realização de concurso público e o desinteresse em contratar as pessoas que passaram no último concurso realizado, a mão de obra da Autarquia sofreu desfalque com a saída dos servidores que se aposentaram nos últimos dois anos.

Cerca de 30% do quadro de funcionários do órgão se aposentaram de 2015 para cá. E em apenas um ano o Instituto perdeu cerca 2,6 mil servidores efetivos. A situação ainda vai piorar, pois ainda há um grande número de funcionários em condições de se aposentar.

Porém, o problema não se resume a falta de pessoas para trabalhar, os servidores também precisam lidar com a falta de investimentos dentro do INSS. Além da ausência de concursos públicos nos últimos seis anos, a qualidade da rede de internet é péssima, os sistemas são ineficazes e vivem foram do ar ou em manutenção, computadores velhos e ultrapassados, a obrigação de cumprir uma meta imposta pelo INSS impossível de ser atingida e a falta de reajuste salarial que se arrasta desde 2016 sem ao menos haver reposição da inflação do período.

Diante dos fatos, o servidor ignora toda a problemática que encontra para trabalhar e desempenha o seu papel de forma brilhante para garantir o direito e muitas vezes o único sustento de milhares de trabalhadores brasileiros que dependem da previdência pública para sobreviver.

Vale ressaltar que apesar de todas as dificuldades encontradas pelos servidores do INSS, mesmo assim ele conseguiu aumentar a produção e reduzir o número de benefícios represados na fila virtual do Instituto no ano passado através do trabalho remoto, adaptado frente a pandemia da Covid-19.

Dessa forma, a fala do presidente do INSS não é justificável e só demonstra o descaso que ele apresenta para com os servidores da Casa e com a Instituição.

Isso é lamentável e desperta um sentimento de revolta diante de tal injustiça cometida contra o servidor público do INSS que luta contra o desmonte do serviço público, honrando a função que desempenha.

Através desse relato, desse desabafo, o SINSSP repudia toda e qualquer forma de ataque contra o servidor do INSS como também aos demais servidores de outras áreas, e exige respeito e o verdadeiro reconhecimento que eles merecem.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo