Decreto de Temer terceiriza serviço público federal
Três meses antes de deixar o governo, o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), usurpador do cargo da presidenta Dilma Rousseff, dá mais um golpe na classe trabalhadora. No último dia 21, ele assinou um decreto regulamentando a contratação de terceirizados no setor público, ampliando a terceirização da mão de obra para praticamente todas as atividades dos serviços da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.
O texto do Decreto nº 9.507, publicado no Diário Oficial dessa segunda-feira (24), tenta disfarçar a terceirização ilimitada do serviço público federal ao elencar algumas hipóteses que impedem a contratação de serviço indireto, como quando os serviços forem “considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias”.
No entanto, essas vedações não estão impostas aos serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios. A única exceção clara contida no decreto são os serviços auxiliares relacionados ao exercício do poder de polícia.
Até então, a terceirização no serviço público era permitida apenas em atividades secundárias, como conservação, limpeza, segurança, vigilância e transportes.
Para o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol , que é também diretor da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, somente a luta política poderá reverter a privatização do serviço público no país.
“Depois que o Supremo autorizou a terceirização sem limites na iniciativa privada, só nos resta eleger candidatos progressistas tanto para o Executivo como para o Legislativo, a fim de reverter essa reforma administrativa que vem sendo feita por esse governo golpista através de portarias e decretos. Estamos vivendo um Estado de exceção. Por isso, a luta é política e passa pelas eleições de outubro”, alerta o dirigente.
Já para o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep), Oton Pereira Neves, o decreto de Temer vai ao encontro do projeto dos golpistas de desmonte do serviço público e retirada de direitos da classe trabalhadora.
“Essa medida representa mais um passo para a extinção dos concursos públicos, com o objetivo de reduzir a capacidade do Estado em responder às necessidades do povo brasileiro e, ao mesmo tempo, abre caminho para a exploração do trabalhador, visto que a terceirização aprofunda ainda mais a precarização das relações de trabalho”, afirma.
Apesar do decreto, Oton diz que “a nova regra está sob análise da assessoria administrativa e judicial do sindicato”.
A Condsef – Confederação que representa mais de 80% do Executivo Federal - também afirma que o decreto tem “potencial para fragilizar ainda mais o setor público que já vem sendo fortemente atacado”.
“Todos os movimentos feitos por esse governo vão na direção de promover o desmonte completo dos serviços públicos. Tal objetivo foi traçado desde a aprovação da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela investimentos do setor por 20 anos”, afirma nota publicada pela Condsef.
Tercerização aumenta riscos aos trabalhadores e trabalhadoras
Com o decreto, os servidores públicos estarão sujeitos à redução de salários, aumento de jornada e no número de acidentes de trabalho - mesma situação por que passam os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados.
Segundo estudo feito pelo Dieese, os terceirizados ganham em média 25% menos, se acidentam 60% mais e trabalham 12 horas a mais por mês. A rotatividade da mão de obra também é o dobro da registrada em relação ao contratado direto.
Trabalhadores podem levar calote
O decreto de Temer ainda chama atenção para a fragilidade da garantia dos direitos trabalhistas básicos – como o pagamento do salário – ao trabalhador terceirizado. No texto, está expresso que os contratos deverão desenvolver mecanismos para aferir a qualidade da prestação dos serviços, com adequação do valor do pagamento do contrato dependendo desse resultado.
A responsabilidade da Administração Pública quanto à garantia dos direitos trabalhistas também é anulada pelo decreto. O texto dispõe de cláusulas que deixam exclusivamente sob responsabilidade da empresa contratada o pagamento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e contribuições com o FGTS.
“Na história da terceirização, o que mais existe é empresa de terceirização que dá calote nos trabalhadores. E se o trabalhador não tem a garantia da quitação dos direitos trabalhistas pela Administração Pública, vai sair com uma mão na frente e a outra atrás. E ninguém vai pagar por isso”, avalia o presidente interino da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
Para fechar o pacote de maldades contra o trabalhador terceirizado, o decreto de Temer gera dúvidas sobre qual será o sindicato representativo desses trabalhadores e como serão firmados os acordos de trabalho da categoria.
A regra passará a valer a partir do dia 22 de janeiro, 120 dias após sua publicação.
Renda dos brasileiros é comprometida pelos reajustes das tarifas públicas
De acordo com diretor técnico do Dieese, 25% do orçamento familiar hoje é usado para o pagamento de serviços considerados essenciais, mas que seguem alta superior à inflação.
A atual política de tarifas públicas – preços administrados pelo Estado – tem consumido 1/4 do orçamento dos trabalhadores brasileiros, segundo o diretor técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio. "Em parte, isso repercute para as empresas, mas prejudica a renda do trabalho, principalmente nesse momento de desemprego", afirma ele, em sua análise nesta terça-feira (25) na Rádio Brasil Atual.
De janeiro a agosto, de acordo com reportagem publicada pelo Estadão, os preços administrados tiveram uma alta de 6,64%, mais que o dobro da inflação geral de 2,85% no período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Por corresponderem a gastos obrigatórios dos brasileiros como energia, combustível e transporte, estes custos trazem impactos direitos no orçamento familiar.
Aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, o diretor técnico do Dieese explica que a política de preços vigente tem comportamento oposto ao que deveria ser adotado, no sentido de ampliar o poder de consumo dos trabalhadores.
"É evidente que o Estado e as empresas públicas têm que procurar os meios para fazer com que os preços desses serviços e produtos seja adequado ao custo de vida dos cidadãos e da renda brasileira e isso, muitas vezes, não é percebido, especialmente quando as empresas públicas passam a ser geridas como se fossem empresas privadas", critica Ganz Lúcio.
Fonte:Redação RBA
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Fonte:CERS/SINSSP
Setembro Amarelo: que dor é essa? Me ajude a supera-la! Vamos conversar?
Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.
Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.
Nesta geração o suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano. Está presente em filmes, séries e, infelizmente, na vida de adolescentes e jovens - de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com essa trágica estatística, diversos questionamentos são levantados, tais como:
• O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?
• Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?
• O que fazer para ajudar?
• Estamos fazendo algo errado para esta geração?
• A culpa é da tecnologia?
• Seria dos pais?
• Seriam essas relações líquidas?
• Seria a falta de pertencimento?
• É a pressão do vestibular?
• Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?
Segundo a terapeuta, coach familiar, especializada em terapia familiar sistêmica, e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são muitas as perguntas e nenhuma resposta. “Os adolescentes e jovens se veem perdidos em meio a um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal. Em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que eles realmente querem”.
De acordo com a terapeuta, “os adolescentes têm muitas opções na vida, inclusive o suicídio, uma opção para se curar de uma dor que, nós, adultos não estamos conseguindo acessar e nem ajudá-los”, a coach explica que essa opção trágica é uma realidade na sociedade e, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada.
Para a coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade: “Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.
Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata:
• Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois, os tempos mudaram.
• Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.
• Não invalidem, nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.
A terapeuta alerta, ao prescrever esses cuidados, os pais a estarem sempre atentos: “Alguns jovens, apesar de estarem sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não transpomos e não acessamos, isso piora a situação, pois o tratamento pode não chegar para esse adolescente”, e complementa que “o jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito são fundamentais para ajudar na fase em que esta passando”.
Além de estar atento outros fatores, segundo Valéria, devem estar em alerta, “reconheça a dor, a angustia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa que ele possa confiar e contar, pontue que você o ama, independente de quem ele seja ou será e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família”, não somente sendo o pai ou a mãe, mas, o melhor amigo.
Os 13 Porquês
Nos deparamos hoje com diversas séries e filmes retratando o bullyng enfrentado por estudantes. Um exemplo famoso é a série original da Netflix “Os 13 Porquês” (“Thirteen Reasons Why”), baseado em um romance de mesmo nome. Fora da ficção, o suicídio se torna ainda mais real: diversos temas contribuem para os jovens entrarem em uma crise que leva a trágicas saídas.
"É importante ressaltar que a escola pode ser um agente contributivo do problema, quando os jovens sofrem bullying ou outros tipos de agressões (físicas, psíquicas e emocionais) ou quando são exigidos em demasia pelos colégios”, comenta Valéria Ribeiro.
A escola, segundo a especialista, deve estar sempre alerta, pois o ambiente escolar pode ocasionar futuros distúrbios ou problemas. Porém Valéria revela que, com alguns projetos, a instituição escolar pode mudar essas situações para melhor. “Palestras, rodas de debate, teatro, filmes ou até uma psicóloga na escola são meios de conscientização sobre depressão e suicídio".
A função de ajudar não é somente da escola, os próprios colegas podem ajudar, mas, em alguns casos, esses não sabem como ou tem receio do que possa acontecer. Pensando nisso, a profissional esclarece como pode ser feito esse intermédio por colegas: "Também pode se buscar outras formas de ajudar, por exemplo: há alunos que sabem de colegas que estão em depressão, se automutilam ou que pensam em suicídio, mas não sabem como ajudar, talvez uma caixa no colégio onde aqueles, que acharem por bem, colocarem uma mensagem anônima informando que algum aluno está precisando de cuidados ou mesmo tratamento".
" A temática sobre suicídio não deve ser colocada de lado, tem que ser debatida, seja na escola ou em casa, bem como é necessário que se estimule os jovens a melhorarem sua vivência social, pois isso melhora a produção de serotonina e diminui os quadros de depressão e suicídio", finaliza Valéria.
Vencendo o Tabu
Os adolescentes, nesta fase de transição entre infância e vida adulta sofrem e, como consequência, tomam algumas atitudes erradas e precipitadas. A coach alerta que os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e dialogar sobre assuntos que não são discutidos normalmente nas escolas. "Aos pais cabe a tarefa de estar atento aos filhos: prestar atenção nas mínimas mudanças, manter um diálogo aberto, falando de temas que são tabus, como depressão, suicídio, drogas, homossexualismo e gravidez, por exemplo".
Além da conversa, os pais devem estar alertas para alguns sinais transmitidos por esses jovens. Para a terapeuta, “a melhor maneira de ajudar, tanto por parte da escola quanto dos pais, é se informar sobre depressão e suicídio, observar mudanças de comportamento e estimular a busca por auxilio psicológico". Segundo Valéria, a informação nesses casos pode resultar em uma melhora.
Algumas das mudanças comportamentais, ressaltados pela coach:
• Falta de interesse pelo próprio bem-estar;
• Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;
• Comportamento ansioso, agitado ou deprimido;
• Queda no rendimento escolar;
• Afastamento da família e de amigos;
• Perda de interesse por atividades de que gostava;
• Perda ou ganho repentino de peso;
• Mudança no padrão usual de sono;
• Comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;
• Disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);
• Comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;
• Doação de pertences que valorizava;
• Expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida;
• Promiscuidade repentina ou aumentada;
• Tentativas de ficar em dia com pendências pessoais e de fazer as pazes com desafetos.
Para Valéria, não negligenciar, ouvir com empatia e sem julgamentos, se livrar dos preconceitos, estar atentos a repetição de sentimentos e atitudes negativas, não desqualificar a pessoa, sentimento ou dor, ajudam o jovem a enxergar que existe alguém com quem ele pode contar. “O jovem não deve ser subestimado e nem desvalorizado, pois diversos deles passam por situações delicadas. Cabe ressaltar que aqueles que pensam em suicídio não querem morrer, o que acontece é que querem se ver livre de uma dor e para isso acabam usando uma solução permanente", finaliza.
Serviço:
Valéria Ribeiro
Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano
Fonte:Valéria Ribeiro e SINSSP
Setembro Amarelo: que dor é essa? Me ajude a supera-la! Vamos conversar?
Abraçando a campanha Setembro Amarelo, o SINSSP traz no #VamosConversar dessa edição o tema: suicídio entre jovens e adolescentes. O bate papo vai ajudar os servidores mais jovens e os que têm filhos, netos, sobrinhos, afilhados, amigos a identificar, enfrentar ou ajudar uma pessoa que se encontra nestas condições.
Nesta geração o suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano. Está presente em filmes, séries e, infelizmente, na vida de adolescentes e jovens - de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com essa trágica estatística, diversos questionamentos são levantados, tais como:
• O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?
• Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?
• O que fazer para ajudar?
• Estamos fazendo algo errado para esta geração?
• A culpa é da tecnologia?
• Seria dos pais?
• Seriam essas relações líquidas?
• Seria a falta de pertencimento?
• É a pressão do vestibular?
• Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?
Segundo a terapeuta, coach familiar, especializada em terapia familiar sistêmica, e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são muitas as perguntas e nenhuma resposta. “Os adolescentes e jovens se veem perdidos em meio a um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal. Em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que eles realmente querem”.
De acordo com a terapeuta, “os adolescentes têm muitas opções na vida, inclusive o suicídio, uma opção para se curar de uma dor que, nós, adultos não estamos conseguindo acessar e nem ajudá-los”, a coach explica que essa opção trágica é uma realidade na sociedade e, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada.
Para a coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade: “Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.
Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata:
• Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois, os tempos mudaram.
• Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.
• Não invalidem, nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.
A terapeuta alerta, ao prescrever esses cuidados, os pais a estarem sempre atentos: “Alguns jovens, apesar de estarem sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não transpomos e não acessamos, isso piora a situação, pois o tratamento pode não chegar para esse adolescente”, e complementa que “o jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito são fundamentais para ajudar na fase em que esta passando”.
Além de estar atento outros fatores, segundo Valéria, devem estar em alerta, “reconheça a dor, a angustia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa que ele possa confiar e contar, pontue que você o ama, independente de quem ele seja ou será e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família”, não somente sendo o pai ou a mãe, mas, o melhor amigo.
Os 13 Porquês
Nos deparamos hoje com diversas séries e filmes retratando o bullyng enfrentado por estudantes. Um exemplo famoso é a série original da Netflix “Os 13 Porquês” (“Thirteen Reasons Why”), baseado em um romance de mesmo nome. Fora da ficção, o suicídio se torna ainda mais real: diversos temas contribuem para os jovens entrarem em uma crise que leva a trágicas saídas.
"É importante ressaltar que a escola pode ser um agente contributivo do problema, quando os jovens sofrem bullying ou outros tipos de agressões (físicas, psíquicas e emocionais) ou quando são exigidos em demasia pelos colégios”, comenta Valéria Ribeiro.
A escola, segundo a especialista, deve estar sempre alerta, pois o ambiente escolar pode ocasionar futuros distúrbios ou problemas. Porém Valéria revela que, com alguns projetos, a instituição escolar pode mudar essas situações para melhor. “Palestras, rodas de debate, teatro, filmes ou até uma psicóloga na escola são meios de conscientização sobre depressão e suicídio".
A função de ajudar não é somente da escola, os próprios colegas podem ajudar, mas, em alguns casos, esses não sabem como ou tem receio do que possa acontecer. Pensando nisso, a profissional esclarece como pode ser feito esse intermédio por colegas: "Também pode se buscar outras formas de ajudar, por exemplo: há alunos que sabem de colegas que estão em depressão, se automutilam ou que pensam em suicídio, mas não sabem como ajudar, talvez uma caixa no colégio onde aqueles, que acharem por bem, colocarem uma mensagem anônima informando que algum aluno está precisando de cuidados ou mesmo tratamento".
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Vencendo o Tabu
Os adolescentes, nesta fase de transição entre infância e vida adulta sofrem e, como consequência, tomam algumas atitudes erradas e precipitadas. A coach alerta que os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e dialogar sobre assuntos que não são discutidos normalmente nas escolas. "Aos pais cabe a tarefa de estar atento aos filhos: prestar atenção nas mínimas mudanças, manter um diálogo aberto, falando de temas que são tabus, como depressão, suicídio, drogas, homossexualismo e gravidez, por exemplo".
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Algumas das mudanças comportamentais, ressaltados pela coach:
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• Queda no rendimento escolar;
• Afastamento da família e de amigos;
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Para Valéria, não negligenciar, ouvir com empatia e sem julgamentos, se livrar dos preconceitos, estar atentos a repetição de sentimentos e atitudes negativas, não desqualificar a pessoa, sentimento ou dor, ajudam o jovem a enxergar que existe alguém com quem ele pode contar. “O jovem não deve ser subestimado e nem desvalorizado, pois diversos deles passam por situações delicadas. Cabe ressaltar que aqueles que pensam em suicídio não querem morrer, o que acontece é que querem se ver livre de uma dor e para isso acabam usando uma solução permanente", finaliza.
Serviço:
Valéria Ribeiro
Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano
Fonte:Valéria Ribeiro e SINSSP
Servidores mobilizam-se contra norma de Temer que altera jornada de trabalho
Oficializada pelo Ministério do Planejamento, medida que autoriza aplicação do banco de horas e utilização do sobreaviso é ilegal, segundo representantes dos trabalhadores.
Entidades sindicais que representam os servidores públicos estão se mobilizando para derrubar a Instrução Normativa nº 2, publicada na quinta-feira (13) no Diário Oficial da União, que autoriza a aplicação do banco de horas e a utilização do sobreaviso aos trabalhadores da categoria. A medida que altera a jornada de trabalho dos servidores, se estende a mais de 200 órgãos e entidades (empresas estatais, autarquias, fundações e empresas de economia mista).
Ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT, o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves, afirmou que o instrumento só pode ser feito por uma confederação sindical – e, por causa disso, será feito questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI), por meio da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Na prática, a norma criada pelo Ministério do Planejamento permite, de forma opcional, que a administração federal contabilize em um sistema eletrônico as horas trabalhadas, enquanto o sobreaviso trata da permanente disposição do servidor aos órgãos e entidades, incluindo nos períodos fora do horário acordado e local de trabalho. "Ataque brutal ao direito do trabalhador, ao direito do descanso remunerado. Portanto, eles querem de uma forma totalmente ilegal transpor a lei que acabou com a nossa CLT para dentro do serviço público", critica Neves, fazendo referência a "reforma" trabalhista imposta pelo governo Temer.
Fonte:Redação RBA
Votou, não volta: confira os parlamentares de São Paulo que votaram contra você
Parlamentares que votaram a favor de projetos de lei que retiraram os direitos da classe trabalhadora e da parcela mais pobre da população brasileira, como a reforma Trabalhista, que acabou com 100 itens da CLT, estão tentando a reeleição para voltar ao Congresso Nacional pedindo votos justamente para os trabalhadores e trabalhadoras que traíram. Para que a população brasileira lembre quem são esses parlamentares, a partir desta quinta-feira (20), o Portal CUT publicará uma série de textos com a lista de todos os congressitas por estado e região.
Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, esse é o momento dos trabalhadores se expressarem por meio do voto, dizendo claramente porque não querem esses deputados e senadores novamente em Brasília.
Para Vagner, é nas urnas que a classe trabalhadora pode dar um basta definitivo na política de retrocessos representada pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP) e sua base aliada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, que aprovaram o fim da CLT e ainda querem aprovar o fim da aposentadoria.
“Desde as eleições de 2014, que elegeu a bancada mais conservadora desde a ditadura militar, a CUT vem ressaltando a importância de eleger candidatos que tenham compromisso com os direitos sociais e trabalhistas para impedir que as pautas das bancadas formadas por empresários e ruralistas, que defendem o direito do patrão, sejam aprovadas”.
A bancada de deputados de São Paulo que traiu a classe trabalhadora é formada por 70 deputados. Desses, 46 votaram a favor da reforma que aprovou a precarização do mercado de trabalho e legalizou contratos de trabalho que são piores do que os bicos. O contrato intermitente, por exemplo, tira direitos básicos dos trabalhadores, entre eles, o de ter um salário fixo definido. Dependendo de quantas horas e dias o patrão chamar para trabalhar, pode-se receber menos até do que um salário mínimo por mês.
Alguns desses deputados são bem conhecidos da população de São Paulo, como Alex Manente (PPS), Baleia Rossi (MDB), Bruna Furlan (PSDB), Carlos Sampaio (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Eduardo Bolsonaro (PSL), Goulart (PSD), Mara Gabrilli (PSDB), Pr. Marco Feliciano (PODE), Ricardo Tripoli (PSDB) e Vanderlei Macris (PSDB), entre outros parlamentares que foram orientados por suas bancadas a votarem a favor da reforma Trabalhista, com destaque para os partidos PSDB, PMDB, PR, PSD, DEM, PRB, PV, PTB, PROS e PSL – confira a lista completa ao final.
A maioria dos parlamentares que votou a favor da reforma também é responsável por aprovar o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, especialmente nas áreas da saúde e educação, como é o caso de Baleia Rossi, Carlos Sampaio, Russomanno, Eduardo Bolsonaro, Goulart e os atuais candidatos pelo PSDB ao Senado, Mara Gabrilli e Ricardo Tripoli, que votaram contra os interesses da classe trabalhadora e agora querem um mandato de oito anos como senadores da República.
Se votou, não volta
Quando teve início o debate sobre as reformas trabalhista e da Previdência, a CUT lançou a campanha #QuemVotarNãoVolta para alertar os deputados e senadores que quem votasse a favor das reformas, não seria eleito este ano. A campanha conseguiu barrar a votação da reforma da Previdência, que praticamente iria acabar com o direito à aposentadoria da maioria da população brasileira, mas outras pautas, como a reforma Trabalhista, foram aprovadas.
“Agora, faltando quase duas semanas para o primeiro turno das eleições 2018, quando serão definidos os parlamentares que ocuparão as cadeiras do Congresso Nacional pelos próximos quatro anos, é o momento de dizer aos deputados e senadores: se votou contra mim, não volta”.
Confira abaixo os parlamentares que votaram contra você, trabalhador/trabalhadora:
Fonte:Redação CUT
De quase 1600 greves em 2017, 81% foram em defesa de direitos
De 1.566 greves acompanhadas pelo Dieese no ano passado, 1.269 (81%) tiveram caráter defensivo, ou seja, em defesa de direitos, por manutenção ou, principalmente, descumprimento de acordos. Embora seja 25% menor que no período 2013-2016 (2 mil, em média), o instituto lembra o número é "bastante superior" ao do período anterior a 2013 (em torno de 500 paralisações por ano). "Pode-se dizer que esse grande ciclo de greves, iniciado há alguns anos, ainda está em marcha", afirma.
Mais da metade das greves registradas em 2017 (55,5%) referia-se a descumprimento de acordos, convenções coletivas ou legislação. Em 44% dos casos, a principal reivindicação era pagamento de salários atrasados, ou itens como férias, 13º e vales – esse percentual era de 20% em 2013. Quase um terço (32%) das paralisações foi por reajuste de salários ou pisos.
Os trabalhadores no setor público fizeram mais greves do que os da área privada: 814 e 746, respectivamente. O total de horas paradas superou 94 mil, sendo 65% referentes à esfera pública, que se dividiu em paralisações no funcionalismo (728) e empresas estatais (86). Segundo o Dieese, seis greves envolveram trabalhadores dos setores público e privado.
O instituto lembra que 2017, ano do centenário da greve envolvendo várias categorias em São Paulo, registrou três protestos nacionais contra as "reformas" trabalhista e previdenciárias: a greve de 15 de março, a greve geral de 28 de abril e o dia de protestos em 30 de junho. "Ao mesmo tempo, as principais características observadas nas mobilizações de 2017 – categorias de trabalhadores envolvidos e caráter das pautas de reivindicações – continuam a reafirmar a permanência do grande ciclo grevista que emergiu mais claramente a partir de 2012", avalia o Dieese.
Trabalhadores mais vulneráveis
"Do ano de 2012 em diante, e progressivamente, trabalhadores de categorias profissionais mais vulneráveis, tanto da perspectiva remuneratória, quanto de condições de trabalho, vão se destacando como grandes protagonistas do ciclo grevista: os terceirizados que atuam em empresas contratadas pelo setor privado – como vigilantes, recepcionistas e encarregados de limpeza – e os terceirizados de empresas contratadas pelo poder público, como trabalhadores em coleta de lixo e limpeza pública, rodoviários do transporte coletivo urbano, enfermeiros e outros profissionais das Organizações Sociais de Saúde – OSS. Também tiveram notoriedade as paralisações promovidas por trabalhadores da construção envolvidos em grandes obras e por professores municipais na luta pelo pagamento do Piso Nacional do Magistério."
Mais da metade (54%) das greves terminaram no mesmo dia, enquanto 16% duraram mais de 10 dias. Foram 544 (35%) com caráter de advertência e 949 (61%) por tempo indeterminado.
Segundo o Dieese, predominaram as greves por empresa ou unidade: 59% do total. E 41% abrangeram toda a categoria profissional.
Das quase 1.600 greves registradas, 295 (19%) tinham informação sobre o número de trabalhadores envolvidos. Desse total, 59% reuniram até 200 empregados. Paralisações com mais de 2 mil trabalhadores representaram 6%.
Fonte:Redação RBA
Site revela se perfil nas redes sociais é real ou fake
Em julho, o Instituto InternetLab revelou que cerca de 400 mil seguidores do candidato à Presidência da República e líder nas pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL) – um terço do total – não são pessoas reais, mas perfis robôs (bots) utilizados para aumentar artificialmente o alcance de postagens e interações nas redes sociais. Esses perfis falsos promovem determinados conteúdos ou posicionamentos, influenciando diretamente o debate político nas redes. Para combater isso e revelar se um perfil é real ou fake, o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) e o Instituto Equidade & Tecnologia criaram o PegaBot.
A ferramenta consiste em um programa de computador que analisa as postagens e interações feitas por um perfil, com o objetivo de identificar se é uma pessoa ou um robô que está gerindo a conta. “Estes bots têm como objetivo espalhar mentiras para influenciar narrativas, um fenômeno que desde 2014 vem ganhando escala global. Esses bots estão por aí e quase ninguém sabe como eles funcionam, quem os desenvolve e por quem são financiados. Para ajudar a combater esse problema, lançamos o PegaBot, uma ferramenta que traz mais transparência para o uso dos bots no Brasil”, descrevem as organizações.
Por enquanto, o sistema só funciona no Twitter. Para utilizar a ferramenta, basta copiar o nome que segue a “@” e colar na busca da plataforma. Por exemplo, o perfil da RBA na rede social é: @redebrasilatual. O resultado da pesquisa do Pegabot é uma escala que vai de 0% a 100% de chance de aquele perfil ser um robô. Quanto mais alto o número, mais propenso a ser um bot. Após a constatação, o usuário pode denunciar a conta falsa. O levantamento do InternetLab concluiu que, em média, 37% dos perfis que seguem os candidatos à presidência no Twitter são robôs.
O candidato à Presidência com o maior número de seguidores robôs é o senador Álvaro Dias (Pode): 60% dos 400 mil seguidores dele não são pessoas reais. O candidato com menor percentual de fakes é Guilherme Boulos (Psol), com 14%. Geraldo Alckmin (PSDB) tem 45,8% de seguidores falsos. A candidata da Rede, Marina Silva, tem 36%; Ciro Gomes (PDT), 32%; Luiz Inácio Lula da Silva – que era o candidato do PT quando a análise foi feita – tinha 22%; e João Amoêdo (Novo), 21%.
De acordo com o instituto, é comum que bots sigam e interajam com políticos nas redes por conta da popularidade deles, já que os robôs são programados para ter comportamento semelhante ao de pessoas reais. Porém, quantidades significativas de perfis falsos seguindo candidatos podem indicar a compra de robôs com o objetivo de inflar a reputação nas redes sociais, algo proibido tanto pela legislação como pelas regras de uso do Twitter.
Fonte:Rodrigo Gomes/RBA