Créditos: Imprensa SINSSP

O Dia Internacional da Mulher, comemorado mundialmente no dia 08 de março, vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e nas rodas de conversa dos ambientes comuns como escola e trabalho, dentre outros lugares, pautando temas importantes como feminicídio, assédio, direitos que precisam ser respeitados e colocados em prática, enfim o tema vem ganhando forma e conquistando um lugar de pertencimento na sociedade.

Mas para que serve o 08 de março? Como ele começou? Por que relembrar e abordar essa data todos os anos mundialmente? Para responder essas perguntas precisamos fazer um resgate histórico e entender como tudo começou.

Embora várias ações contribuíram para a criação do 08 de Março, dois eventos foram importantes para a oficialização da data: um incêndio numa fábrica de roupas em Nova York, em 1911 e a marcha das mulheres russas por “pão e paz” em 1917.

O incêndio na fábrica de roupas no Triangle Shirtwaist, no dia 25 de março de 1911, em Nova York/EUA, matou cerca de 123 mulheres que morreram queimadas por que não conseguiram sair do prédio, que estava com as portas trancadas. Esse acontecimento ganhou a capa dos jornais da época por denunciar e chamar a atenção das péssimas condições de trabalho a que as mulheres estavam submetidas. As portas estavam trancadas para evitar que os trabalhadores fizessem pausas durante o turno. Outras arbitrariedades eram praticadas no mundo do trabalho como carga horária extensiva, salários muito abaixo da média, locais insalubres, dentre outras irregularidades vividas pelas operarias.

Já a marcha das mulheres russas que saíram pelas ruas de São Petersburgo para pedir pão, melhores condições de vida e pela paz por meio da saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, foi um evento que contribuiu e fez com que avançasse a Revolução Russa, em 1917, dando início ao processo que pôs fim aos 300 anos da monarquia Russa. A organização das mulheres russas que protestavam contra o desemprego, a carestia e a degradação cada vez maiores das condições de vida da Rússia Imperial durou dias e ganhou o apoio de operários metalúrgicos.

A proposta de tornar a comemoração do Dia da Mulher fazendo referência à luta e busca por seus direitos partiu de Clara Zetkin, uma ativista comunista que defendia os direitos das mulheres, e em 1910 ela lançou a ideia na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, sugestão que foi aceita por unanimidade. A partir daí, a celebração foi comemorada pela primeira vez em 1911 nos países da Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

No entanto, a ONU só oficializou, em 1975, o Ano Internacional da Mulher com ações organizadas pela entidade por todo o mundo com o intuito de promover a igualdade de gêneros e a proteção dos direitos da mulher. Porém, mais tarde, em 1977, a Organização das Nações Unidas tornou o 08 de março como data oficial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

No Brasil, o movimento que garante voz e vez para as mulheres surgiu no início do século XX, por movimentos que buscavam melhores condições de trabalho e maior qualidade de vida. A luta ganhou maior força depois que o movimento das sufragistas conquistou o direito ao voto, em 1932, durante a Constituição de Vargas. Esse foi o pontapé inicial para que outros movimentos surgissem e inserissem novas pautas nas discussões que sobrevivem até os dias atuais.

O #08M serve para lembrar e reforçar a importância do papel da mulher na sociedade com as lutas impostas por seus direitos. A cada ano, década ou período ela precisa renovar as suas forças para provar a sua existência, as suas necessidades.

Tal importância se faz necessário tendo em vista um período que o Brasil enfrentou nos últimos 4 anos de um governo que retrocedeu áreas importantes de desenvolvimento, feriu a democracia e que quase pôs fim às políticas públicas do país.

Depois do golpe de 2016 que retirou da presidência do país uma mulher que foi eleita pela escolha da maioria da população brasileira, o Brasil só desceu ladeira abaixo levando consigo as conquistas, as lutas e os engajamentos conquistados a duras penas e ao longo dos anos.

Porém, assim como a comemoração do Dia Internacional da Mulher, que é sinônimo de luta, perseverança, encorajamento e resistência, renasce no cenário político do país a partir das eleições de 2022 a esperança de reconquistar as políticas voltadas às mulheres que foram perdidas no último governo.

E é nesta determinação que o SINSSP abre o mês de março, por meio da Secretaria das Mulheres, dirigida pela diretora Marta Regina, a comemoração ao Dia Internacional da mulher, lembrando que o 08 de março deve ser lembrado não só nesta data, mas nos 365 dias do ano. Por isso, o sindicato trará ao longo da semana um material voltado ao tema para abrir espaço ao debate sobre pautas que precisam ser lembradas e discutidas e que celebrem os avanços da mulher na sociedade em temas delicados como a política e a economia, lembrando sempre que o lugar da mulher é onde ela quiser estar e como ela vai querer dar voz a sua fala enquanto sujeito feminino.

“Sempre lembrando que o ambiente sindical é a porta de entrada da voz feminina, é por lá que ela se faz ouvida e tem a oportunidade de ecoar a sua voz por todos os cantos, seja por meio da greve, dos protestos ou seja numa roda de conversa. É dentro do sindicato que geralmente nasce a conscientização pelo combate à desigualdade de gênero, de salários, de assédios, e tantas outras pautas que precisam ser denunciadas”, destaca a diretora.

O SINSSP está nessa campanha pela igualdade de gênero, mas não é só SINSSP, a CUT, a maior central sindical do país também está nesta luta, assim como muitas entidades não governamentais, o próprio governo federal através do Ministério das Mulheres e da sociedade civil. Juntos iremos abrir, ainda mais, espaço para as mulheres e para a igualdade de gênero, na busca por um mundo menos desigual e menos perverso para as mulheres.