'É preciso ampliar as cotas raciais no Brasil em 2023', diz dirigente da CUT-SP

Formado em Direito e especialista em Economia e Trabalho e Gestão Estratégica em Políticas Públicas, o secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans, tem uma vasta trajetória de militância no sindicalismo.

O primeiro contato que teve com um sindicato foi há 41 anos, quando atuava como auxiliar de serviços gerais, fazendo limpeza em banheiros, vestiários e seções de trabalho dentro da fábrica.

Não teve vida fácil. As memórias da infância ficaram bem registradas na pele. Do barraco em que vivia na periferia do ABC paulista até a imagem de sua mãe batalhando todos os dias, tendo que dividir o alimento entre as crianças para não deixar a fome chegar.

Do lugar que ocupava na fábrica, ainda como ajudante, observava toda atuação sindical do ramo metalúrgico, as comissões de fábrica, o processo de sindicalização, as campanhas de solidariedade e as greves por melhores condições de trabalho.

Não teve contato, no entanto, com qualquer entidade de classe que representasse os trabalhadores da limpeza, função que exercia naquele período.

“De 1981 a 1987, era participante, espectador, admirador e apoiador do movimento grevista do ABC”, lembra.

Em 1987, Calazans se torna metalúrgico, atuando como montador na empresa hoje conhecida como Scania. Seu ingresso na fábrica foi em 2 de fevereiro, por coincidência a data em que se celebra o orixá africano Iemanjá em toda a Bahia, estado onde nasceu Calazans. Neste mesmo dia, há 35 anos, se filiou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em 1994, teve seu primeiro contato com Luiz Inácio Lula da Silva durante uma visita em ocasião dos 10 anos do Comissão de Fábrica. Foi ali que decidiu se tornar dirigente sindical para contribuir com a organização, mobilização e formação dos trabalhadores.

No ano seguinte, começou uma atuação mais incisiva em seu sindicato nas questões relacionadas à igualdade racial e no combate ao racismo, onde segue sua militância até hoje.

É certo que a história de Calazans não termina por aqui, mas apenas essa parte descrita já permite entender a dimensão de sua atuação como sindicalista, homem negro e militante comprometido com as causas sociais. E foi justamente a partir desse lugar de fala, ouvindo as percepções do dirigente sobre a atual conjuntura política e suas experiências desde o chão de fábrica, que a entrevista para o portal da CUT-SP se desdobrou.

Confira como foi esse bate-papo.

CUT-SP: Quais desafios, como trabalhador negro, você enfrentou dentro do mundo do trabalho e dentro do sindicalismo?

Tratamento diferenciado pelas chefias, sendo inevitável não enxergar o privilégio, prestígio e poder que os trabalhadores brancos desfrutam dentro e fora da empresa para alcançar cargos e promoções melhores.

Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade racializada e preconceituosa em relação à classe social, ao gênero, à orientação sexual e religiosa. O racismo estrutural é percebido em toda sua dimensão, na linha de produção você enxerga o arco-íris, assim como na área administrativa e nos cargos técnicos. Só na chefia que não.

Como você avalia os últimos 4 anos de governo Bolsonaro?

Esse governo destruiu nossos direitos, levou o Brasil de volta para o mapa da fome, com trabalhadores e cidadãos desempregados. A pobreza aumentou e vemos um retrocesso no pacto civilizatório, um avanço das pautas conservadoras neoliberais, a globalização econômica e o sucateamento da soberania nacional.

Também é nítido o aumento de valores fascistas e nazistas, diante de uma política do ódio acompanhada do racismo e do preconceito geral e irrestrito. Um governo que ataca a democracia, o Estado de Direito e as instituições, além de não ter transparência, de aparelhar os órgãos de segurança pública, atacar sindicatos e movimentos sociais.

Quais esperanças o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva traz ao povo brasileiro?

Retorno do pacto civilizatório, fortalecimento da democracia, do Estado de Direito e o respeito às instituições. Acrescento o combate à fome, a retomada do desenvolvimento com inclusão social e a valorização do papel dos sindicatos representativos como guardiões da democracia e dos direitos civis, sociais e políticos.

Em 2023, quais são os caminhos possíveis para superação do racismo no Brasil?

Temos que organizar e mobilizar as nossas lideranças, diretorias, subsedes, sindicatos e ramos para continuarem a fortalecer a pauta de combate a todos os tipos de discriminações, principalmente o racismo, assim como a pauta de gênero.

É preciso dialogar com a sociedade sobre a supremacia branca e seus impactos na vida da população negra, promover o enfrentamento sem trégua ao racismo estrutural e ampliar as cotas raciais em todos os setores da sociedade, assim como promover o estímulo ao fortalecimento do cumprimento das leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2008, garantindo o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos das escolas no país.

Fonte: CUT SP

 


Episódio #92 do MEGAFONE - Mês da Consciência Negra: racismo e marginalização

No Episódio #92 do MAGAFONE, o canal de Podcast do SINSSP traz novamente temas ligados ao mês da Consciência Negra, chamando a atenção para o problema da questão racial como um todo nos dias de hoje, além de debater e conscientizar sobre a causa negra, como seus direitos e a luta pela igualdade racial, trouxemos também para a discussão a questão da marginalização da população negra, o racismo, e a importância da educação democrática com relações étnicos raciais que só acontecem quando todos se envolvem na causa. As análises foram feitas por professores, pesquisadores e especialistas da Universidade de São Paulo com créditos dos áudios dos profissionais para a Rádio USP e o Jornal da USP no Ar. Fiquem sintonizado com a gente!

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CUT SP lança Guia antirracista em combate ao racismo brasileiro

O racismo é uma das mais graves violações de Direitos Humanos no Brasil e está entrelaçado na própria formação da sociedade brasileira. Ele está presente nos locais de trabalho, nas escolas, nas universidades, enfim, em toda a sociedade, ou seja, ele faz parte da cultura brasileira. Sendo assim, precisamos perceber como ele se manifesta e criar resistências para combatê-lo e destruí-lo.

Neste mês da Consciência Negra, a CUT-SP destaca o seu canal de denúncias contra o racismo no local de trabalho em parceria com a Cascone Advogados. O objetivo deste canal é receber denúncias de casos de racismo dentro do ambiente de trabalho e fazer atendimento jurídico gratuito.

Para requerer a assessoria jurídica, as vítimas podem entrar em contato com a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-SP por meio do WhatsApp (11) 94059-0237 ou pelo e-mail bastaderacismo@cutsp.org.br.

A Central Sindical também lançou o Guia Antirracismo, que nasce, neste contexto, para dialogar com os trabalhadores sobre o racismo, orientar sobre os canais de denúncia e fortalecer a luta contra o racismo, a desigualdade e toda e qualquer forma de opressão que atinge a população negra.

Leia abaixo o Guia Antirracista ou clique aqui para visualizar no seu navegador.

 

Cartilha - Basta de Racismo - CUT SP

 

 


Marcha da Consciência Negra sai em meio a alívio nacional e preocupação estadual

A 19ª Marcha da Consciência Negra foi marcada, em São Paulo, por uma manifestação no início da tarde deste domingo (20). Sob o tema “Por um Brasil e São Paulo com democracia e sem racismo”, o movimento negro e organizações antirracistas ocuparam ruas da capital paulista. A concentração foi no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, com caminhada prevista para as escadarias do Teatro Municipal, no centro da cidade, onde foi fundado o Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978, sob o regime da ditadura civil-militar.

O ato trouxe uma sensação de alívio após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais desse ano, barrando a reeleição do candidato Jair Bolsonaro. Porém, se a vitória nacional representa esperança na luta contra a desigualdade, no âmbito estadual paulista há preocupação em torno da vitória de Tarcísio de Freitas.

“O novo governador já sinalizou que práticas antidemocráticas seguirão seu curso, assim como ocorre hoje no governo federal. Haverá um árduo trabalho pela frente, ainda mais diante de um governo que defende a militarização nas escolas e disse que vai retirar a câmera do uniforme dos policiais, justamente um equipamento que filma as ações dos agentes públicos e que permite um maior controle do uso da força policial”, disse, antes do ato, a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva. “Temos coletivos de combate ao racismo espalhados por vários sindicatos e que têm realizado importantes lutas nesse período e ampliaremos nossas mobilizações, alertando a população sobre as práticas antirracistas e sobre políticas ameaçadoras ao nosso povo”, ressalta a dirigente.

O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro desde 2003. Em 2011, por meio da Lei 12.519, sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff, foi instituído oficialmente como feriado. Apesar da lei, a data é feriado em somente em 1.260 cidades brasileiras, onde as Câmaras locais aprovaram leis regulamentando a decisão. Recentemente, o Senado aprovou um projeto de lei que torna o Dia Nacional da Consciência Negra feriado nacional. A decisão ainda tem de passar pela Câmara Federal e ser sancionada pelo presidente da República.

Zumbi dos Palmares

A data foi escolhida porque foi em 20 de novembro de 1695 que morreu Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, em Pernambuco. O escravo que virou símbolo da luta do povo negro contra a escravidão foi assassinado durante uma batalha contra as forças da Coroa Portuguesa. Teve a cabeça cortada, salgada e exposta pelas autoridades no Pátio do Carmo, em Recife.

A luta de Zumbi dos Palmares é lembrada para conscientizar a população sobre a dívida social que o país tem com a população negra, além de destacar a importância do povo e da cultura africana no Brasil. É, também, uma data em que a luta antirracista ganha ainda mais visibilidade para conscientizar a sociedade sobre a perseguição histórica sofrida pela população negra. O Brasil foi um dos últimos países no mundo a abolir a escravidão, somente em 1888, após todos os outros países das Américas.

“Há uma dificuldade racista em conceber uma data rememorativa de um tempo histórico, e de um líder negro que lutou por liberdade e independência antes dos Inconfidentes. É uma data nacional de todas e todos os brasileiros, mas sabemos que somente os antirracistas a compreendem assim”, afirma Anatalina Lourenço, secretária de Combate ao Racismo da CUT.

 


Episódio #91 do MEGAFONE - No Dia da Consciência Negra, o 20 de novembro precisa conscientizar e continuar resistindo e lutando sobre os temas que ainda são tabus para a sociedade

No episódio #91 do MEGAFONE, o canal de Podcast do SINSSP fala sobre o Dia Nacional da Consciência Negra celebrado no dia 20 de novembro e lembra que a data não é de celebração, mas de CONSCIENTIZAÇÃO e resistência nos dias de hoje, com debates importantes sobre a causa negra com pautas sobre o racismo e desigualdade social do Brasil, temas que ainda são “tabus” no país. Fiquem sintonizado com a gente!

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19ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo fala sobre democracia e fim do racismo

No dia 20 de novembro, o movimento negro e organizações antirracistas ocuparão as ruas da capital paulista com a 19ª Marcha da Consciência Negra. O tema deste ano é “Por um Brasil e São Paulo com Democracia e Sem Racismo”.

A concentração começa às 10h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, altura do número 1578, na Bela Vista. A saída está marcada para às 11h, até as escadarias do Teatro Municipal, onde foi fundado o Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, sob o regime da ditadura militar.

O ato começará mais cedo neste ano por conta da abertura da Copa do Mundo, às 13h, com jogo entre o Catar, seleção anfitriã, e o Equador.

O ato deste ano carrega ao menos um respiro de alívio após as eleições realizadas no Brasil que, entre os seus resultados, barrou a reeleição do candidato Jair Bolsonaro (PL) à presidência.

A vitória de Lula nas urnas representa ao movimento negro uma esperança na luta contra a desigualdade. Por outro lado, avalia a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva, a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo aumenta a preocupação.

“O novo governador já sinalizou que práticas antidemocráticas seguirão seu curso, assim como ocorre hoje no governo federal. Haverá um árduo trabalho pela frente, ainda mais diante de um governo que defende a militarização nas escolas e disse que vai retirar a câmera do uniforme dos policiais, justamente um equipamento que filma as ações dos agentes públicos e que permite um maior controle do uso da força policial”, afirma.

Para Rosana, as propostas trazidas na campanha de Tarcísio de Freitas é só a ponta de um iceberg.

“Temos coletivos de combate ao racismo espalhados por vários sindicatos e que têm realizado importantes lutas nesse período e ampliaremos nossas mobilizações, alertando a população sobre as práticas antirracistas e sobre políticas ameaçadoras ao nosso povo”, ressalta a dirigente.

Canal de denúncias

A CUT-SP destaca neste mês o seu canal de denúncias contra o racismo no local de trabalho em parceria com a Cascone Advogados.

O objetivo deste canal é receber denúncias de casos de racismo dentro do ambiente de trabalho e fazer atendimento jurídico gratuito.

Para requerer a assessoria jurídica, as pessoas vítimas de racismo podem entrar em contato com a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-SP por meio do WhatsApp (11) 94059-0237 ou pelo e-mail bastaderacismo@cutsp.org.br.

Confira as mobilizações confirmadas em SP no dia 20 de novembro:

CAPITAL

19ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo

Concentração às 10h, marcha às 11h

Vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Avenida Paulista, 1578, na Bela Vista, São Paulo (SP)

 

CAMPINAS

21ª Marcha Zumbi dos Palmares de Campinas

Concentração na Estação Cultura, às 10h, com fala dos representantes das religiões de matriz africana, cortejo pela rua 13 de Maio com apresentações da cultura de matriz africana e encerramento no Largo do Rosário, no centro de Campinas (SP)

 

GUARULHOS

17ª Marcha da Consciência Negra de Guarulhos

O ato terá concentração às 9h no Marco da Consciência Negra, localizado na confluência das ruas Lucila, Anita Guastini Eiras e Arminda de Lima (próximo à Praça dos Estudantes) e percorrerá as principais ruas da região central, destacando os pontos históricos da presença negra de Guarulhos (SP)

 

MONGAGUÁ

VI Marcha da Consciência Negra da Baixada Santista

Concentração às 14h, na Praça Dudu Samba (Avenida Dudu Samba 52-280), no centro de Mongaguá (SP)

 

TAUBATÉ

Atividade didática e cultural

10h às 18h, na Praça Monsenhor Silva Barros (Praça da Eletro)

 


Canal de denúncias contra o racismo no local de trabalho em SP é lançado pela CUT

O canal denúncias contra o racismo no local de trabalho, uma parceria entre a CUT-SP e a Cascone Advogados, foi lançado na cidade de São Paulo com o objetivo de receber denúncias de casos de racismo dentro do ambiente de trabalho e fazer atendimento jurídico gratuito.

Durante o evento também foi lançada a 1ª edição do Guia Antirracista que apresenta quais são os direitos de quem passou por situação de racismo em seu local de trabalho e como buscar justiça para esses casos.

A secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva, destacou a importância das parcerias realizadas até o nascimento do canal de denúncias.

“Além de discutir o tema com os sindicatos e a sociedade como um todo, a CUT promove ações efetivas de combate ao racismo. A criação de um canal de denúncias é fundamental num país racista como o Brasil, nesses 134 anos de uma abolição inacabada”, afirmou a dirigente.

Em referência a essa realidade, a secretária de Assuntos Jurídicos da CUT-SP, Vivia Martins, exemplificou com sua própria história de vida.

"Eu sou uma mulher preta, mãe solo de duas meninas e tive que criar minhas filhas nesse mundo cão. Então, hoje, eu vou dizer para elas: ‘tá vendo essa cartilha aqui? tem o nome da mãe, que lutou para vocês não sofrerem preconceito como eu sofri, para vocês saberem se defender’”, disse a dirigente.

Para a secretária adjunta de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Rosane Fernandes, o racismo deve ser discutido em todos os âmbitos da sociedade.

“O racismo é uma estrutura de poder e ele determina em nossa sociedade quem é que vai ter voz, quem é que vai ter vez e quem serão as pessoas que terão oportunidade”, pontuou.

Nesse sentido, o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, destacou como é preciso repensar os valores culturais discriminatórios enraizados nas estruturas sociais.

Na mesa de abertura, ele falou sobre a importância do samba e das religiões de matriz africana como heranças trazidas pelo povo negro, a partir da diáspora africana. E chamou atenção para o significado da vitória da escola Acadêmicos do Grande Rio no carnaval, que desmistificou a figura do orixá Exu, uma divindade que atua como comunicador e mensageiro entre os seres humanos e o mundo espiritual.

“Enquanto houver racismo, temos que continuar lutando, pois não podemos admitir a discriminação. Todos temos que lutar independente da raça. Temos que ter uma sociedade onde todos tenham as mesmas oportunidades”, disse Izzo.

Para essa luta, a secretária de Formação da CUT-SP, Telma Victor, falou sobre o enfrentamento do racismo nas escolas, assim como a implementação da Lei 10.639, de 2003, que determina a obrigatoriedade da presença da história e cultura afro-brasileira e africana no currículo oficial da rede de ensino.

"A promulgação dessa lei foi um dos primeiros atos do ex-presidente Lula. É pela educação que temos que começar a mudar”, disse Telma.

Leis de combate ao racismo

Durante o encontro, legislações de combate ao racismo foram trazidas pelas advogadas Raiça Camargo, Claudia Costa e Joice Bezerra.

Segundo Raiça, coordenadora do Núcleo Antirracista do Escritório Cascone Advogados Associados e secretária-Geral da Comissão da Igualdade Racial da OAB Campinas, o Brasil carece de capacitação jurídica nesta área.

“Além de termos um número insignificante de juízes e advogados brancos, muitos processos não seguem adiante pela falta de capacitação sobre os direitos das pessoas que sofrem racismo”, afirmou.

“É importante a CUT promover esse debate, pois apesar de o 13 de maio ser celebrado como dia da abolição da escravatura, sabemos que isso só se deu no papel e não de fato e, hoje, infelizmente, nos processos em geral, o princípio do ‘in dubio pro reo’ só valem para os brancos”, completou Claudia.

Para Joice Bezerra, os crimes de racismo se tornaram banalizados. “Infelizmente, o Judiciário é nefasto com a pessoas negras e vemos isso em nosso dia a dia em vários processos de racismo que chegam até nós”, disse a advogada, também pesquisadora do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital: retrocesso social e avanços possíveis, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e à USP.

Canal de Denúncia

Para requerer a assessoria jurídica, as pessoas vítimas de racismo podem entrar em  contato com a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-SP por meio do WhatsApp (11) 94059-0237 ou pelo e-mail bastaderacismo@cutsp.org.br.

 


Evento Pipocaço: mostra de cinema sobre o racismo

A CUT, por meio da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo juntamente com a Secretaria Nacional de Cultura, convida para participar do Evento PIPOCAÇO, cinema com vídeos do “Na Pele”, que será realizado na próxima terça-feira (31) no auditório da CUT.

O “Na Pele”, são vídeos que vão debater o racismo no cotidiano dos brasileiros, por diversos olhares negros, com entrevistas e em um formato dinâmico e linguagem simples.

Este primeiro programa é sobre o silenciamento e os estereótipos sobre a participação da população negra na história do Brasil. Os episódios seguintes tratarão das lutas, dos movimentos sociais e das diferentes manifestações do racismo no cotidiano e nas estruturas sociais do país, mas também da estética, da força e da felicidade que a população negra nos traz, sempre desconstruindo estereótipos.

Serviço:

Evento PIPOCAÇO - Na Pele

Dia 31/05/22

14h30 às 16h

Auditório da CUT - Rua Caetano Pinto, 575, São Paulo

CUT/Secretaria Nacional de Combate ao Racismo/Secretaria Nacional de Cultura

Com informações da CUT.

 

 


Justiça para Moïse Kabagambe

O SINSSP vem em nota repudiar a morte brutal do jovem trabalhador congolês, Moïse Kabagambe, de 24 anos, ocorrida na última segunda-feira (24). O sindicato também se solidariza com os protestos e pedidos por justiça pela morte do rapaz que ocorrerão neste sábado (05).

Além da presença das centrais, a comunidade congolesa e o movimento negro também estarão presente nas manifestações. Em são Paulo, o ato está marcado para às 10h, no vão do Masp, na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, o protesto também ocorrerá às 10h em frente ao local onde Moïse trabalhava de forma precária e foi brutalmente assassinado, o quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca.

Confira abaixo a nota das centrais sindicais:

Nota 05 sobre Dia 5 2 vamos à luta por justiça por Moïse Kabagambe!

 

LISTA NACIONAL DOS ATOS “Justiça por Moïse !”

Sábado, 05 de fevereiro

Rio de Janeiro (RJ)

10h – Quiosque Tropicália (Av. Lucio Costa, Posto 8, Barra da Tijuca)

São Paulo (SP)

10h – MASP (Av. Paulista)

Araraquara(SP)

10h – Em frente a Prefeitura de Araraquara

Carapicuíba (SP)

10h, No calçadão, em frente ao Banco do Brasil.

Pindamonhangaba (SP)

09h – Cascata

Santos (SP)

10h – em frente à Igreja do Embaré

São José dos Campos (SP)

10h – Praça do Sapo

São José do Rio Preto (SP)

10h, Júpiter Olímpico Rio Preto

Taubaté (SP)

10h – Praça Santa Terezinha

Belo Horizonte (MG)

10h – Praça Sete

Divinópolis (MG)

10h30 – Centro de Comércio Popular / Camelódromo

Salvador (BA)

10h – Concentração em frente a casa Jorge Amado, Largo do Pelourinho

Porto Alegre (RS)

10h – Arcos da Redenção

Santa Maria (RS)

16h – Praça Saldanha Marinho

Brasília (DF)

10h – Concentração: Palácio do Itamaraty

Goiânia (GO)

10h – Praça Cívica

Cuiabá (MT)

09h – Praça da Mandioca, em frente ao Centro Cultural Casa das Pretas. concentração às 09h.

Natal (RN)

09h Calçadão da Cidade Alta, em frente à C&A

São Luis (MA)

09h – Praça Deodoro

Recife (PE)

16h – Shopping Boa Vista

Curitiba (PR)

17h – Largo da Ordem (Em frente Igreja do Rosário)

Redenção (CE)

15h – UNILAB Campus Liberdade

Palmas (TO)

18h – Praça dos Girassóis

No exterior

Londres (Reino Unido) – Embaixada do Brasil – 12pm

Berlim (Alemanha) – 14pm – Embaixada do Brasil

Nova York (Estados Unidos) – 11pm – Barclays Center, Brooklin

Atos no domingo, 06/02

Belém (PA)

9h – Praça da República

Maceió (AL)

15h – Rua Fechada Ponta Verde – Próximo a Cadeira Gigante

*Levantamento feito a partir dos materiais de divulgação e da Coalizão Negra por Direitos.