Vacina pneumocócica para população idosa

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), iniciou no dia 06 de junho, a vacinação contra doenças ocasionadas por infecção pneumocócica, para toda a população idosa.

O lote com doses da vacina pneumocócica conjugada 13 valente (VPC13), vem sendo aplicada em idosos com 60 anos ou mais, por demanda espontânea até o término do estoque, nas unidades básicas de saúde (UBS).

O imunizante protege os idosos com mais de 60 anos, em especial aquelas com comorbidades associadas, contra as enfermidades pneumocócicas, tais como pneumonias, meningites e infecções generalizadas, que podem levar o paciente a óbito.

Segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde, da Prefeitura de São Paulo, a VPC13, por ter uma tecnologia diferenciada, proporciona imunidade celular eliminando da boca e garganta (nasofaringe) a colonização da bactéria, estágio precursor em que ocorre as doenças pneumocócicas.

Ainda de acordo com a SMS, em informe de vigilância das pneumonias e meningites bacterianas realizado pelo Instituto Adolfo Lutz – SES, “observou-se aumento dos sorotipos, cobertos pela VPC13, e em especial os sorotipos 19A e 3, que estão contemplados na vacina conjugada. Esses imunizantes reduzem as taxas de colonização por pneumococo e, consequentemente, a transmissão dessas bactérias em locais com alta cobertura vacinal, portanto, apresenta relevante papel na proteção coletiva”.

Fonte: Secretaria Municipal da Saúde, Prefeitura de São Paulo

 


Campanha de conscientização da violência contra a pessoa idosa

O SESC SP com o intuito de despertar reflexões sobre como o preconceito relacionado à idade se manifesta na sociedade, promove a Campanha de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, de 15 a 22 de junho, especificamente nas unidades de São Paulo.

Na edição deste ano, “Idadismo e Desumanidade” foi o tema escolhido para que a pessoa idosa reconheça, saiba como se proteger e reforçar a importância de não repetir este ciclo no dia a dia.

Durante a ação, as unidades do Sesc SP irão aprofundar os debates sobre o tema em bate-papos, cursos, oficinas e intervenções artísticas.

Confira a programação completa no site do SESC SP, clique aqui.

 


Caminhada promove o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

No Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado nesta quarta-feira (15), o SINSSP apoia o movimento encabeçado pelo GARMIC (Grupo de Articulação para Moradia de Idosos da Capital) que promove uma caminhada para dar visibilidade ao movimento.

O dia 15 de junho passou a ser reconhecido pela ONU em 2011, após a mobilização da Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. Nesta data, em todo o mundo, repudia-se a violência contra o idoso, reconhece os seus direitos e vulnerabilidades com divulgação das formas de proteção do idoso que sofre com vários tipos de violência: psicológica, física, sexual, negligência, institucional, discriminação, patrimonial e financeiro.

Para o GARMIC essa violência é percebida de todas as formas nos dias de hoje: “enxergamos em cada esquina a violência da miséria, da fome, da perda de direitos”, relata o grupo que faz o convite para a população ir às ruas “contra todas as formas de violência!”

O Estatuto do Idoso, disposto na Lei 10.741 de 2003, prevê a criminalização e penalização da pessoa que cometer algum tipo de violência contra a pessoa idosa. É importante informar que o Estatuto em seu art. 95 dispõe que os crimes são de “ação penal pública incondicionada”, dessa forma, qualquer pessoa poderá efetuar a denúncia, ou seja, não há necessidade da vítima prestar a queixa.

Serviço

O GARMIC é liderado por Olga Quiroga e atua em São Paulo desde 1999

Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

15/06/2022

09 horas.

Caminhada com concentração na Praça Pateo do Collegio/SP

 


Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo: qual a importância das vitaminas para o idoso?

A chegada da melhor idade implica em algumas alterações que ocorrem no organismo que causam impacto na capacidade de digestão das proteínas e na absorção de algumas vitaminas e minerais como o ferro, cálcio e vitaminas D e B12. Pela gravidade e a importância desse assunto que nesta semana a série “Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo” vai abordar sobre esse tema.

Tudo isso faz parte de um processo natural que um dia todos nós vamos alcançar ou já alcançamos, por isso as pessoas da terceira idade precisam repor essas vitaminas no corpo e isso deve ser feito somente com acompanhamento médico, pois fazer uso delas de forma indiscriminada ou sem acompanhamento de um especialista pode agravar o quadro de saúde do idoso e causar intoxicações ou até complicações sérias.

A falta dessas vitaminas nas pessoas idosas implica nas deficiências nutricionais. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) indica que a falta de Vitamina D está associada à fraqueza nos músculos, redução da mobilidade, declínio cognitivo e um risco maior para o desenvolvimento de depressão ou Alzheimer.

Já um artigo produzido na Universidade Presbiteriana Mackenzie revela que a carência de Vitamina B12 pode provocar doenças como a anemia e a depressão. Ela também diminui a quantidade de massa óssea aumentando as chances da pessoa idosa sofrer faturas, fator provocado pela osteoporose, doença muito comum entre essa parcela da população. A suplementação da Vitamina D com o Cálcio ajuda na prevenção da osteoporose, e até contribuir para a diminuição da mortalidade entre as pessoas idosas.

A escassez do ferro pode causar uma doença chamada anemia ferropriva, muito comum em idosos. O mineral é um elemento muito importante por ser o responsável em levar o oxigênio pelo corpo. A fadiga, falta de apetite, pele e mucosas pálidas, são alguns sinais da doença, a suplementação de ferro ajuda no seu tratamento.

É importante ressaltar que o idoso só deve fazer uso de vitaminas quando recomendados por um médico ou nutricionista, pois somente esses especialistas saberão por meio de exames realizados a quantidade e quais vitaminas a pessoa na terceira idade está com deficiência e se deve fazer a suplementação para repor esses níveis. Em alguns casos o equilíbrio alimentar pode resolver o problema, por isso que o acompanhamento médico é importante.

Nunca faça uso da automedicação, ela pode tornar o quadro de saúde mais sério e comprometer a vida do paciente idoso.

O SINSSP, pensando na qualidade de vida de seus associados, tem publicado semanalmente uma série de matérias e vídeos sobre a “Qualidade de Vida e o Envelhecimento Ativo”, acompanhe pelo nosso site e fique de olhos nas redes sociais.

Quer rever alguma de nossas matérias ou vídeos publicados pelo SINSSP? Então saiba que todas as matérias publicadas, bem como os vídeos, continuam disponíveis em nosso site e poderão ser assistidos no YouTube pelo canal oficial do SINSSP a qualquer momento.

Essa é a última matéria da temporada “Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo”, mas não fique triste que a segunda temporada volta em 2022 com muitas outras novidades.

Fonte: site Madu

 


Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo: velhice e envelhecimento como uma questão sócio vital complexa

Nesta semana a série “Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo” vai reproduzir uma entrevista com a professora aposentada da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Each-USP), Ângela Maria Machado de Lima Hutchison, sobre velhice e envelhecimento como uma questão sócio vital complexa.

O material foi publicado no Podcast “Diversidade em Ciência” e o jornalista e professor da ECA-USP e membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, Ricardo Alexino Ferreira, entrevista a convidada que há várias décadas vem estudando saúde, envelhecimento e o autocuidado.

Ricardo Alexino Ferreira - Eu vou começar perguntando como a gente deve chamar as pessoas que são consideradas idosas? Chamo de velho, chamo de idoso, são vários termos, né? Tem até um que eu acho que é muito preciso, “melhor idade” e a gente não sabe muito bem, qual o melhor termo que respeita a cidadania.

Professora Ângela - Esse tema muito interessante ao qual se chama a atenção porque há vários termos, idoso se refere a como o Estatuto do Idoso qualifica a pessoa de 60 anos ou mais no Brasil. As pessoas, muitas vezes, não aceitam a situação de serem chamadas de velhos, mas depende do indivíduo. Uma pessoa militante recebe muito bem a palavra velho, velha. De forma geral, falar “velho”, parece um xingamento, melhor idade, maioridade, velho a mais tempo, aliás “jovem a mais tempo”, terceira idade, tudo isso é uma invenção recente. Tem uma conotação de positivar a condição de ser idoso, mas muitas vezes acaba negando. A condição de ser idoso também traz sofrimento, perdas, então pode ser um estereótipo também, a depender da situação a pessoa idosa parece bem interessante porque qualifica os direitos, ou seja, com a velhice vem os direitos como cidadão. Na verdade, não existe o certo ou errado, mas existem nuances em relação a isso.

Ricardo Alexino Ferreira - Muitas vezes parece que também existe uma “medicalização” do idoso ou do velho, pensa-se nele só na questão dentro do âmbito da saúde. Você concorda com isso?

Professora Ângela - Dentro desse ponto da “medicalização” a gente pode dizer que o problema é considerar velhice uma doença. Então, se uma das características do envelhecer é ter certas doenças, mas se comparar um velho ou idoso ou terceira idade, enfim, comparar uma pessoa com mais de 60 anos com pessoas de faixa etária mais jovens, por exemplo, crianças, e tentar ver nessa faixa etária quantas doenças aparecem e contabilizar as doenças também na pessoa mais velha, as crianças têm muito mais possibilidade de adoecer. Porque o sistema imunológico não está desenvolvido e não é verdade que o idoso adoece mais, ele adoece de certas condições e as vezes são mais graves, são condições crônicas e muitas vezes elas são condições incapacitantes. Aí sim se nós falamos de incapacidade, comparamos as faixas etárias, estamos mudando um pouco o eixo da discussão, mas a “medicalização”, chamando a atenção para essa pergunta que é muito boa, é reduzir a condição da velhice a condição da doença mais grave e mais próxima.

Ricardo Alexino Ferreira - Você tem uma carreira que é muito interessante, muito coerente. A sua tese de doutorado defendida também pela USP, saúde, envelhecimento, o autocuidado como questão, o tempo todo, todos os seus trabalhos seguem nessa perspectiva. O que você já queria dizer quando você tá falando autocuidado como questão?

Professora Ângela - Essa minha tese tem início nos anos 2000. O que eu estava falando naquele momento era justamente a discussão do cuidado e do autocuidado, porque eu sou da área de saúde coletiva. Essa pesquisa está cunhada na área de saúde coletiva, perceber como se oferecem cuidados e como a pessoa também consegue. Se cuidar foi uma questão naquele momento, eu olhei idosos que são favelados, comunidade favelada. Para entender sobre envelhecimento é preciso saber sobre envelhecimento populacional e o envelhecimento nos indivíduos, são duas coisas diferentes. Quando nós falamos envelhecimento populacional, nós estamos falando de variáveis demográficas que compõem a possibilidade de uma população envelhecer ou não. E aí para falar de uma forma mais concreta são três as variáveis clássicas que é diminuição da mortalidade, aumento da expectativa de vida e diminuição da fecundidade. O envelhecimento populacional depende muito mais da taxa de fecundidade do que o controle das doenças e mortalidade e isso reflete na expectativa de vida. O Brasil foi ganhando expectativa de vida. Então eu levantei até o que aconteceu na expectativa de vida no Brasil com o cenário da COVID-19. Nós brasileiros perdemos dois anos de expectativa de vida em 2020. Então o Brasil tem mais ou menos 40 milhões de pessoas idosas de 60 anos numa população de 210 milhões. Então há cerca de 18% da população dos brasileiros e brasileiras são pessoas idosas. Mas isso significa um fenômeno também complexo, eu até costumava fazer uma brincadeira com meus alunos na sala de aula, que todo ano nasce uma pessoa idosa.

Ricardo Alexino Ferreira - Uma pessoa aos 60 anos pode ser considerada uma pessoa idosa? Esse referencial é mais recente? Eu estou te perguntando isso por que a pessoa de 60 anos está ainda muito no estado produtiva, eu não sei se é um preconceito dizer que um idoso não é produtivo nessa minha fala, mas aos 60 anos a pessoa ainda está com grande vitalidade, você concorda?

Professora Ângela - Precisa explorar essa tua pergunta em duas direções, qual é o marcador para o envelhecimento? É um marcador para a aparência, quando fica mais velha a pele muda, cabelos brancos, rugas. Tem o marcador interno, que os órgãos internamente também mudam, a mulher para de menstruar, questão de menopausa, tem modificação do homem também chamada de andropausa. Aí tem um marcador social que em geral é a expectativa de vida, porque 60, 65 anos no Brasil? Justamente isso que você chama atenção para sua pergunta. Pode haver mais anos de trabalho, então isso também incide na questão de aposentadoria. Ao fazer um recorte desse tipo coloca as pessoas necessariamente numa posição que nem sempre a gente verifica, então esses meus idosos lá da comunidade aos 60 anos não tem a mesma funcionalidade do idoso que tem as facilidades de uma vida econômica mais abastada. Então isso tem a ver com expectativa de vida, mas também a produtividade tem a ver com que a pessoa consegue produzir vindo de uma determinada situação social.

Ricardo Alexino Ferreira - Inclusive, eu gostaria de perguntar a questão étnica, como ela funcionaria numa pessoa idosa negra e numa pessoa idosa não negra ou branca?

Professora Ângela - Interessante porque de fato estamos falando de diversidade, diversidade econômica, diversidade cultural, faz toda diferença, então, no Brasil, estrutura social é pouco justo, no ponto de vista econômico acaba tratando ou cuidando do cidadão de forma diferenciada. E aí entra as questões étnicas também.

Ricardo Alexino Ferreira - Você é médica sanitarista, né? Como é que se dá o diálogo entre a médicos sanitaristas e médicos geriatras?

Professora Ângela - O geriatra é um especialista, é como um clínico geral da pessoa idosa. Em geral, o médico geriatra é muito interessante de fazer uma ponte né?  Porque o médico geriatra ele tende a considerar a pessoa como um todo no seu aspecto biopsicossocial só que com foco mais na patologia ou na ausência da patologia que percebe a questão da rede social, da família. Já a formação do médico sanitarista é para as questões populacionais, mas pode passar pelos indivíduos também. É lógico que não há população sem indivíduos certamente, não tem como separar o idoso indivíduo da população, mais tem fenômenos que são comuns e outros que são específicos, então há problemas que são mais raros e os que são mais comuns, mas a conversa com geriatras de uma forma geral, pelo menos na minha experiência, é uma conversa muito interessante.

Fonte: Jornal da USP, Podcast “Diversidade em Ciência”