Preço da cesta básica cai em 13 capitais no mês de março, mostra pesquisa Dieese

O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em março, em 13 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

As reduções mais importantes ocorreram em Recife (-4,65%), Belo Horizonte (-3,72%), Brasília (-3,67%), Fortaleza (-3,49%) e João Pessoa (-3,42%). Já as elevações foram observadas em quatro capitais: Porto Alegre (0,65%), São Paulo (0,37%), Belém (0,24%) e Curitiba (0,13%).

Nos três primeiros meses deste ano, o custo do conjunto de gêneros alimentícios básicos diminuiu em 11 cidades, com destaque para as variações registradas em Belo Horizonte (-6,00%), Brasília (-4,87%) e Vitória (-4,06%). Já as elevações mais importantes ocorreram em Natal (5,25%) e Aracaju (4,82%).

Confira os preços nas capitais pesquisadas com variações mensais, neste ano e nos últimos 12 meses

Dieese

Produtos que caíram na maioria das capitais

O preço do óleo de soja diminuiu em todas as capitais entre fevereiro e março. As reduções oscilaram entre -8,06%, em Belo Horizonte, e -0,81%, em Aracaju.

O valor médio da batata diminuiu em todas as capitais do Centro-Sul, onde o tubérculo tem o preço coletado. As quedas oscilaram entre -22,22%, em Belo Horizonte, e -8,74%, em São Paulo.

A pesquisa captou retração no preço médio do café em pó em 16 capitais e a única alta foi registrada em Natal (0,20%). As variações em destaque são as de Vitória (-4,32%), Brasília (-3,01%), Florianópolis (-2,79%) e Porto Alegre (-2,71%).

O valor do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 12 capitais, com destaque para as variações de Goiânia (-3,29%) e Brasília (-2,38%).

O que subiu na maioria das capitais

O preço médio da farinha de mandioca, pesquisada no Norte e no Nordeste, subiu em todas as capitais. As elevações oscilaram entre 0,20%, em Belém, e 6,82%, em Natal.

O custo do quilo do feijão subiu em 16 capitais. O tipo carioquinha apresentou alta em todas as cidades onde é pesquisado: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, com taxas que variaram entre 0,08%, em Natal, e 9,60%, em Campo Grande.

O valor médio do pão francês aumentou em 13 das 17 capitais, com destaque para Natal (2,79%) e Aracaju (1,50%).

Variação anual

Na comparação dos valores entre março de 2022 e março de 2023, a cesta apresentou alta em 11 capitais e as maiores taxas ocorreram em Belém (13,42%), Natal (6,90%) e Salvador (5,53%). As reduções foram registradas em outras seis capitais, com destaque para a queda de -3,11%, em Curitiba.

Valor do salário mínimo ideal

Em março de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido 2 de R$ 6.571,52, ou 5,05 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.302,00. Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.547,58 e correspondeu a 5,03 vezes o piso mínimo. Em março de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.394,76 ou 5,28 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212,00.

Cesta x salário mínimo

Em março de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 112 horas e 53 minutos, menor do que o de fevereiro, de 114 horas e 38 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2023, 55,47% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em fevereiro de 2023, 56,33%. Em março de 2022, o percentual ficou em 58,57%.

 


Com aumento da cesta básica, salário mínimo deveria ser de R$ 6,5 mil, diz Dieese

Os preços dos alimentos que compõem a cesta básica do brasileiro continuam em alta fazendo com que os trabalhadores e trabalhadoras precisem gastar mais para comprar os produtos necessários para o seu dia a dia e ter uma alimentação minimamente decente.

A pesquisa sobre preços da cesta básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada nesta terça-feira (6) mostra que em novembro, em 12 das 17 capitais pesquisadas, houve aumento.

Entre outubro e novembro deste ano, as altas mais expressivas ocorreram em Belo Horizonte (4,68%), Florianópolis (2,96%), São Paulo (2,69%) e Goiânia (2,03%). Já as reduções ocorreram em algumas cidades do Norte e do Nordeste: Salvador (-2,12%), João Pessoa (-1,28%), Recife (-1,27%), Natal (-1,12%) e Aracaju (-0,69%).

A capital de São Paulo tem a cesta mais cara e está custando R$ 782,68. Em segundo vem Porto Alegre (R$ 781,52) e Florianópolis (R$ 776,14). As cestas básicas mais baratas estão no Nordeste, mas alguns dos produtos que a compõem são diferentes das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e, inclusive o Norte, respeitando as diferenças de alimentação de casa região.

As cestas mais baratas nas capitais nordestinas são respectivamente: Aracaju (R$ 511,97), Salvador (R$ 550,67) e Recife (R$ 551,30).

Os alimentos que mais oscilaram de preços foram a batata e o tomate e o que tiveram maior retração foram leite integral e o café. Confira abaixo a oscilação nos preços desses produtos.

Salário mínimo necessário

O Dieese aponta que para comprar uma cesta básica e pagar as contas mais básicas como transporte, água, luz e aluguel, o trabalhador precisaria ganhar em novembro, um salário mínimo de R$ 6.575,30 - 5,43 vezes o valor do atual de R$ 1.212.

Após desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, 59,47% do rendimento para adquirir os produtos da cesta e ainda precisou trabalhar um tempo médio necessário de 121 horas e 02 minutos.

Alimentos que mais pesaram no valor da cesta básica

Em novembro, o preço da batata aumentou em nove das 10 cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado. As altas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (16,75%), Florianópolis (13,97%), São Paulo (13,13%) e Porto Alegre (11,92%). Em 12 meses, todas as cidades apresentaram taxas positivas, com destaque para Belo Horizonte (55,41%), São Paulo (44,11%) e Florianópolis (35,40%).

O preço do tomate aumentou em 13 das 17 capitais, com taxas que oscilaram entre 3,85%, em Natal, e 27,86%, em Belo Horizonte. Houve diminuição de preço em algumas cidades do Nordeste, como Aracaju (-7,96%), Salvador (-3,85%), João Pessoa (-2,28%) e Recife (-0,94%). Em 12 meses, 14 cidades tiveram redução do preço do fruto, com destaque para Natal (-33,93%), Fortaleza (-29,45%) e Aracaju (-29,04%).

O preço do leite integral diminuiu em todas as capitais. As reduções oscilaram entre -9,94%, em Natal, e -0,34%, em Campo Grande. Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou alta em todas as cidades, com taxas entre 24,42%, em Belém, e 43,25%, em Recife.

A cotação do café em pó diminuiu em 15 das 17 cidades. As quedas oscilaram entre -1,84%, em Porto Alegre, e -0,16%, em Campo Grande. Em Natal (0,20%) e Belém (0,28%), houve elevação nos preços. Em 12 meses, o valor do produto subiu em todas as capitais, com destaque para Recife (51,07%) e São Paulo (40,13%).

Comparação anual do preço da cesta básica

A comparação dos valores da cesta, entre novembro de 2022 e novembro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 5,06%, em Recife, e 16,54%, em Belo Horizonte. Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Goiânia (15,45%), Campo Grande (15,15%), Brasília (14,58%), Belo Horizonte (14,58%) e Porto Alegre (14,44%). Em Recife, foi registrada a menor variação, de 3,56%.

Confira aqui a integra da pesquisa da cesta básica de novembro/2022

 


Alta da cesta básica é generalizada e alimentos ficam mais caros em 12 capitais

Está cada vez mais difícil a população de baixa renda comprar o mínimo necessário para a sua subsistência com a alta generalizada dos preços dos itens que compõem a cesta básica no país. Segundo a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta segunda-feira (7), o valor da cesta básica subiu em outubro, em 12 capitais das 17 pesquisadas pelo instituto.

O trabalhador remunerado pelo salário mínimo (R$ 1.212) comprometeu 58,78% da renda líquida para comprar os alimentos básicos – o percentual cresceu tanto na comparação mensal (58,18%) como na anual (58,35%).

Os maiores vilões da alta foram o preço da batata que subiu em todas as cidades da região Centro-Sul, onde é pesquisada. Já o do tomate aumentou em 13 das 17 capitais. O pão francês teve alta em 12, enquanto o leite integral caiu em todas.

Variações nas capitais

No mês passado, as principais elevações foram registradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em Porto Alegre, capital gaúcha, a cesta subiu (3,34%), seguida por Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%).

Já as reduções ocorreram em cidades do Norte e Nordeste: Recife (-3,73%), Natal (-1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).

De janeiro a outubro, o menor aumento foi em Recife com variação de 4,89% e o maior aumento foi em Campo Grande (MS) com 14,39%. No acumulado em 12 meses, de 5,48% (Vitória) a 15,38% (Salvador). O menor valor da cesta foi levantado em Aracaju (R$ 515,51).

Salário mínimo

O Dieese calcula o valor do salário mínimo necessário a partir do maior preço da cesta básica que em outubro ficou com Porto Alegre (R$ 768,82). Assim o instituto calculou em R$ 6.458,86 o salário mínimo para as despesas básicas de uma família com quatro integrantes.

O valor corresponde a 5,33 vezes o piso nacional (R$ 1.212). Essa proporção era de 5,20 vezes em setembro e 5,35 há um ano. Assim, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica subiu para 119 horas e 37 minutos, segundo o Dieese.

 


Salário mínimo no Brasil é o segundo menor entre 31 países, mostra OCDE. E governo Bolsonaro ainda quer piorar a situação

O salário mínimo no Brasil é o segundo menor de uma lista de 31 países feita pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), à frente apenas do México. O ranking, que tradicionalmente tem 32 países, não considerou o Japão nesta edição. Além dos países da OCDE, a lista incluiu o Brasil e a Rússia. Atualmente, o salário mínimo no Brasil é de R$ 1.212. No ano passado, período considerado para a pesquisa, era de R$ 1.100.  O atual salário mínimo do governo Bolsonaro não é suficiente nem para a compra da cesta básica do brasileiro.

O levantamento utilizou o dólar como moeda-base, e os salários foram ajustados pela paridade do poder de compra (PPP na sigla em inglês). Ainda segundo a OCDE, na elaboração do cálculo também é considerada a inflação de casa país.

Segundo o ranking, o Brasil possui um salário mínimo médio de US$ 2,2 por hora. O Brasil ocupa a segunda pior colocação no ranking desde 2018, quando foi ultrapassado pela Rússia.

O México, pior colocado da lista, tem o salário mínimo médio de US$ 1,6 por hora. Luxemburgo lidera o ranking, com um salário mínimo médio de US$ 13,4 por hora, seguido pela Austrália com US$ 12,8 por hora, e pela França, com US$ 12,6. O salário mínimo do Brasil é inferior ao da Letônia (US$ 5/h), Hungria (US$ 5,6/h), Costa Rica (US$ 4,3/h) Turquia (US$ 6,8/h). Na América Latina, o Brasil fica atrás de países como Chile (US$ 3,6/h) e Colômbia (US$ 2,9/h)

Apesar de não apresentar variação na posição nos últimos anos, o estudo indica uma redução na média do salário mínimo real no Brasil em 2021, se comparado com o ano anterior. De acordo com o levantamento, em 2020, o país tinha um salário mínimo médio de US$ 2,3 por hora.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um plano que prevê deixar de reajustar o salário mínimo e a aposentadoria pela inflação do ano anterior

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um plano que prevê deixar de reajustar o salário mínimo e a aposentadoria pela inflação do ano anterior, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) consiga a reeleição. Pela proposta, o piso “considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”. O gasto com benefícios previdenciários “também deixa de ser vinculado à inflação passada”.

O projeto prevê apunhalar quem depende do salário mínimo, pois prevê a desindexação do piso e dos benefícios previdenciários, que hoje são corrigidos pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior. Isso garante  ao menos a reposição da perda pelo aumento de preços observado entre famílias com renda de até cinco salários mínimos. A correção pela expectativa de inflação ou pela meta acarretaria em um reajuste muito menor do que o praticado hoje, que sequer garantiria o poder de compra.

Pela Constituição, o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Sendo assim, o salário mínimo necessário medido pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é 5,2 vezes maior do que o salário mínimo em vigência no Brasil.  O salário mínimo necessário ao custo de vida do brasileiro era de R$ 6.298,91 em agosto. Passou para R$ 6.306,97 em setembro deste ano.

Fonte: Com informações das agências de notícias.

 


Campanha contra a carestia: preço da cesta básica sobe em todo o país e custa quase 60% de um salário mínimo

Em alta constante, o custo médio da cesta básica, em novembro, aumentou em nove de 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No ano, o aumento foi generalizado, chegando a até 18%, bem acima da inflação oficial, na casa dos 10%. De acordo com o instituto, o trabalhador que ganha salário mínimo compromete quase 60% de sua renda líquida para comprar uma cesta.

As maiores altas no mês passado foram apuradas em capitais do Norte-Nordeste, com destaque para Recife (8,13%), Salvador (3,76%) e João Pessoa (3,62%), além de Natal, Fortaleza, Belém e Aracaju. Também houve aumento em Florianópolis e Goiânia. Entre as quedas, as principais ocorreram em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e Rio de Janeiro (-1,22%).

Mínimo x cesta

De janeiro a novembro, todas as capitais pesquisadas têm alta, variando de 4,44% (Aracaju) a 18,25% (Curitiba). Em São Paulo, o aumento foi de 9,63%. Já no acumulado em 12 meses os preços também têm elevação em todas as cidades: de 3,65% (Salvador) a 16,75% (novamente Curitiba).

A cesta de menor valor foi a de Aracaju (R$ 473,26). E a mais cara, a de Florianópolis (R$ 710,53). Com base nessa, o Dieese estimou em R$ 5.969,17 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de um trabalhador e sua família em novembro. Esse valor corresponde a 5,42 vezes o piso nacional (R$ 1.100). A proporção era de 5,35 no mês anterior.

Renda mais curta

Segundo o Dieese, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica subiu mais de uma hora em relação ao mês anterior, para 119 horas e 58 minutos. E o trabalhador que ganha mínimo comprometeu 58,95% da renda líquida (descontada a Previdência) com os itens básicos. Mais uma vez, houve aumento em comparação com outubro (58,35%).

O preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais, chegando a 23,63% em Recife, a 11,94% em Florianópolis e a 11,39% no Rio. O preço do açúcar aumentou em 16 cidades, com estabilidade em Belo Horizonte. Já os preços do feijão e do arroz agulhinha diminuíram em novembro.