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Escândalo dos testes de Covid-19 com prazos de validade prestes a vencer num país com baixa testagem da população demonstra o desrespeito dos governos com a vida frente a pandemia.

Na semana em que o Brasil ultrapassa a marca de 170 mil vidas perdidas para a Covid-19 e mais de 6 milhões de casos confirmados da doença o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) demonstra mais uma vez estar despreparado e inerte ao controle da pandemia diante da denuncia feita pelo jornal o Estado de S. Paulo sobre os testes que identificam se o individuo está ou não com o novo coronavírus.

Segundo informação publicada no jornal, na edição do último domingo (22), em matéria sob o título “Prazo de validade pode levar governo federal a jogar fora 6,8, milhões de testes”, o novo escândalo do governo baseia-se no prazo de validade de doses do teste tipo RT-PCR que está perto do vencimento, ou seja, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Essas doses foram compradas pelo Ministério da Saúde e encontram-se armazenadas em galpões federais na região de Guarulhos, munícipio de São Paulo.

O PCR é considerado o teste mais eficaz para diagnosticar o contágio da Covid-19 e mesmo sob forte pressão de entidades sindicais, organizações pró-saúde, cientistas, especialistas técnicos para testagem em massa da população para evitar a propagação da pandemia, o descaso falou mais alto e deixou os brasileiros sem o direito de realizar o exame e ainda rendeu um prejuízo que pode chegar a R$ 290 milhões.

Para minimizar o problema, o Ministério da Saúde está buscando junto ao fabricante dos testes a autorização para prorrogar o prazo de validade dos produtos.

Embate entre Ministério da Saúde e governos

A situação gerou um embate entre o Ministério da Saúde e os governos (municipais e estaduais), pois o ministério justificou que os testes estavam à disposição dos governadores e prefeitos. Já os gestores estaduais e municipais informaram que não receberam os kits para realizar os testes e nem as máquinas para analisá-los.

Diante do cenário de calamidade pública, desrespeito e inoperância das esferas governamentais quem sofre é a população que continua sem assistência frente a uma pandemia que está devastando lares e deixando famílias sem o direito de atendimento digno e sofrendo com a perda do ente querido.

Testagem de todos os servidores do INSS sempre foi a bandeira do SINSSP

O SINSSP sempre levantou a bandeira de que é preciso realizar testagens periódicas nos servidores públicos do INSS para que o risco de contágio entre eles, demais funcionários das agências de atendimento e a população fosse o mínimo possível.

Essa política defendida pelo sindicato auxilia na preservação de vidas e deve estar em conjunto com o fornecimento de equipamentos de segurança e proteção.

A informação é a arma utilizada pelo SINSSP para denunciar o caos que o governo está criando por não levar em consideração o tamanho do estrago que esse vírus é capaz de fazer, ele [o vírus] deixou claro que não é “apenas uma gripezinha” e se aproveita da incapacidade e indiferença do governo para conter a pandemia e deixar milhares de famílias em sofrimento.

Além das diversas matérias informativas e campanhas que orientam a categoria, o sindicato também precisou mover ação contra o INSS para que as agências não voltassem ao atendimento presencial durante a pandemia e ganhou na justiça o direito para que o servidor continuasse trabalhando remotamente e só retornasse ao modo presencial com todos os requisitos de segurança sanitária cumpridos pelo Instituto, entre eles a realização periódica de testagem nos servidores.

A Autarquia não cumpriu tal medida e agora, diante da denuncia da imprensa sobre os testes que estão vencendo sem serem usados na população, nasce um sentimento de repúdio diante dessa situação.

Testes prestes a vencer num país cuja testagem é pequena, neste momento em que ocorre a retomada do crescimento da curva de contaminação e de óbitos pelo país.

É importante a luta por testagem massiva para que seja diagnosticado os novos casos e providenciado o isolamento necessário!

 

Fonte: Imprensa SINSSP