Ao todo, 27 pesticidas foram detectados por empresas de abastecimento de 1.396 municípios. “Brasil está servindo coquetel da morte pelo governo”, diz Feijóo.
A água consumida pelo brasileiro está cada vez mais envenenada. É o que revelam dados do Ministério da Saúde compilados pela ONG Repórter Brasil, pela Agência Pública e a organização suíça Public Eye, que apontaram a presença de agrotóxicos na água de uma em cada quatro cidades do país.
Com base em amostras das empresas de abastecimento de 1.396 municípios, 27 pesticidas foram detectados sendo que, desse total, 16 estão classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como altamente tóxicos e 11 são associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal e disfunções hormonais e reprodutivas.
À repórter Martha Raquel, do Seu Jornal, da TVT, a farmacêutica e bioquímica Eliane Gandolfi ressalta que há ainda outros riscos à saúde da população que passam desde situações agudas, com o consumo excessivo de venenos, prejudicando também a imunidade das pessoas e favorecendo o surgimento de alergias de difícil tratamento pela literatura médica. “É uma gama grande de problemas”, diz.
De acordo com o levantamento, o índice de contaminação é cada vez mais constante, com um aumento significativo entre 2014 a 2017, período de análise das amostras de água. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos, índice que subiu para 84% em 2015, 88% em 2016, chegando a 92% no ano seguinte. Ao menos 11 capitais apresentam ainda dados de contaminação múltipla, entre as quais a cidade de São Paulo.
Para o comentarista da TVT José Lopez Feijóo, todo esse envenenamento corresponde à demanda desenfreada do agronegócio, que utiliza agrotóxicos nas lavouras de forma indiscriminada. “O que acaba contaminando o lençol freático e os cursos d’água”, afirma. Só nesses primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, ao menos 152 registros de novos venenos foram liberados. “O Brasil está assistindo servir ao seu povo um verdadeiro coquetel da morte pelo governo.”
Fonte:Redação RBA