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Com as médias móveis de mortes (+23%) e de casos confirmados (+37%) aumentando e o país ultrapassando a marca de 177 mil vidas perdidas, Brasil não tem data nem plano para iniciar imunização.

No mesmo dia em que o Reino Unido iniciou a vacinação em massa da população contra o novo coronavírus, o ministro da Saúde do Brasil, general Eduardo Pazuello, afirmou em reunião virtual com governadores que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve demorar 60 dias para aprovar o uso de qualquer vacina contra a Covid-19 no país.

A informação foi publicada na Folha de S. Paulo quase ao mesmo tempo em que o consórcio de veículos de imprensa divulgava, às 13h desta terça-feira (8), que o Brasil já tinha registrado 177.400 vidas perdidas para a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e 6.630.949 pessoas contaminadas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

No balanço divulgado às 20h de ontem, eram 177.388 mortes por Covid-19 desde o começo da pandemia – 426 em 24 horas, o que elevou a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias para 603, a mais alta registrada desde 10 de outubro, quando a média foi de 604. A variação foi de +23% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 6.628.065 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 25.123 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 41.684 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +37% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta também nos diagnósticos.

Mas, no encontro com os governadores Pazuello ignorou os dados alarmantes. Ele sequer especificou se quando falava de 60 dias de espera falava da análise para uso emergencial, que é restrito apenas a alguns grupos como profissionais de saúde, ou sobre o registro definitivo da vacina.

E mais, apesar das diversas vacinas que estão sendo testadas, o ministro falou especificamente do imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford, para o qual o governo federal aprovou um gasto de R$ 1,9 bilhão para a importação e produção local na Fiocruz.

O governo federal não aprova a CoronaVac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, do governo de São Paulo, por problemas políticos com o governador do estado, João Doria (PSDB), provável adversário do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) nas eleições de 2022, e também questões ideológicas com a China.

Doria anunciou o início da imunização em São Paulo para o início do ano que vem, mas depende da aprovação da Anvisa.

Situação nos estados

Em 17 estados mais o Distrito Federal está subindo a média móvel de mortes: PR, RS, SC, SP, DF, MS, MT, AC, AP, RO, RR, TO, CE, PB, PE, PI, RN e SE

Em cinco a média está estável, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (5 estados): ES, MG, PA, BA e MA

Em 4 estados e média de mortes está caindo: RJ, GO, AM e AL.

 

Fonte: Redação CUT