Atos do 1º de Maio em todo o país são por "Emprego, Direitos, Renda e Democracia"

Ouça a matéria em nosso podcast:

A CUT e as centrais sindicais Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical organizam pelo quinto ano consecutivo as comemorações do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. O principal palco será no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, a partir das 10h, com a presença do presidente Lula, autoridades e atrações musicais.

Neste ano o tema do 1º de Maio é "Emprego, Direitos, Renda e Democracia". Na defesa desse lema, as centrais sindicais mobilizaram as suas bases com materiais que destacaram 15 pautas prioritárias. São elas:

Valorização do salário mínimo

A Política de Valorização do Salário Mínimo tem impacto positivo direto no bolso do trabalhador, na economia do país, melhorando também o poder de compra dos aposentados e pensionistas da previdência social. Quando a população ganha mais, consome mais e a indústria e o campo produzem mais, gerando mais empregos.

Fim dos juros extorsivos

Juros altos só trazem dívida ao trabalhador. Quem gosta são os bancos. Com os juros mais baixos o endividamento das famílias diminui e com menos dívidas, o brasileiro consome mais e melhor, mais consumo gera mais produção e mais empregos.

Fortalecimento da Negociação Coletiva

Direito fundamental no trabalho, a negociação coletiva cria regras da relação entre trabalhadores e patrões. Sindicatos fortes resultam em acordos coletivos fortes.

Mais empregos e renda

Somente com emprego de qualidade, a renda do trabalhador melhora e o país cresce. Mais de 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, 40 milhões estão na informalidade.

Direitos para todos

A luta das Centrais é por toda a classe trabalhadora, sindicalizada ou não. Trabalho decente e empregos de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras garantem uma sociedade mais igual e mais justa, democrática e soberana.

Convenção 156 OIT

Pela igualdade de oportunidades e tratamento para mulheres e homens trabalhadores que se desdobram entre trabalho e família. As mulheres sofrem mais com o desemprego que os homens porque acumulam mais jornadas, engravidam, cuidam dos filhos e são demitidas por isso. Isso tem de mudar.

Trabalho igual, salário igual

Mulheres ganham até 30% menos do que os homens na mesma função. Essa disparidade acontece mesmo quando trabalhadoras e trabalhadores têm a mesma escolaridade, mesma idade e mesma cargo.

Aposentadoria digna

As Centrais Sindicais propõem série de medidas para melhorar a qualidade do atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Valorização do servidor e da servidora público

A servidora e o servidor público estão na linha de frente de serviços indispensáveis ao povo brasileiro. O que teria sido do Brasil na pandemia sem os serviços públicos. O trágico número de 700 mil mortes, a maior parte causada pelo negacionismo e incompetência do governo derrotado, teria sido ainda maior.

Regulamentação do trabalho por aplicativos

Trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário. Vamos mudar isso. A luta das Centrais Sindicais conquistou espaço de diálogo e negociação entre trabalhadores(as), empresas e governo, para regular as relações de trabalho nas empresas que oferecem serviços de entrega e condução por aplicativos.

Em defesa das empresas públicas

Governos passados venderam empresas públicas e o povo pagou a conta. Toda vez que o Brasil cresceu foi impulsionado pelas empresas públicas e estatais. Por isso, as Centrais Sindicais são contra as privatizações, que o governo passado fez, vendendo o patrimônio público a troco de banana.

Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista

A reforma trabalhista de 2017 levou ao aumento da precarização, do bico, do desemprego. Só foi boa para patrão. Essa reforma causou um retrocesso, com mais informalidade, desemprego, precarização e terceirização do trabalhador e da trabalhadora e, portanto, menos direitos.

Fortalecimento da democracia

Derrotamos quem ameaçava nossa democracia, agora é fortalecer assa luta. O golpe de 2016, que tirou uma presidenta legítima, seguido da eleição de um governo de ultradireita colocaram a democracia brasileira em risco. Começamos a mudar essa história com a vitória de 2022.

Revogação do “novo” ensino médio

Porque desqualifica e prejudica os alunos, esvazia e rebaixa a qualidade de ensino. A unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores e trabalhadoras dos vários segmentos da sociedade é essencial para derrotar essa proposta que cria uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos.

Desenvolvimento sustentável com geração de empregos de qualidade

Crescer e gerar empregos, sempre respeitando o Planeta porque uma hora a conta chega. O desenvolvimento produtivo do país tem que acontecer com o fortalecimento da indústria nacional e da agricultura de forma sustentável.

 A festa no Vale do Anhangabaú

O público que comparecer ao Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, para participar da comemoração do 1º de Maio (segunda-feira), terá segurança no local, água potável e infraestrutura adequada para atender as necessidades de um grande evento. Veja abaixo.

O 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais terá dois momentos distintos: o ato político com as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de lideranças sindicais, convidados e convidadas que representam o movimento popular e a sociedade civil organizada, parlamentares, ministros e autoridades do governo federal e lideranças partidárias.

Depois se apresentarão os cantores e cantoras Zé Geraldo, Toninho Geraes e Almirzinho, Dexter, Edi Rock, MC Sofia, Ilú Obá de Min, Arnaldo Tifu, DJ Cranmarry, Samantha Schmütz & Gêmeos da série Sintonia.

O ato será transmitido nas redes sociais e canais do Youtube das Centrais Sindicais e seus entes.

Público e Serviços

Por exigências dos órgãos de segurança pública, o acesso do público a área do evento será único (lateral da av. São João, em frente à Praça Pedro Lessa (Praça do Correio), terá pórticos com detectores de metais e revista em bolsas e mochilas. Toda área será cercada por tapumes, conforme exigência da administradora do Vale do Anhangabaú.

A entrada de ambulantes no espaço reservado ao público está proibida, bem como a entrada de objetos cortantes, perfurantes, rígidos, fogos de artifício, latas, garrafas (inclusive plásticas). As bebidas vendidas nos quiosques da concessionária da área do evento serão servidas diretamente em copos (assim como é feito em estádios de futebol). Haverá dois pontos das centrais para distribuição de água potável.

O evento terá 400 seguranças privados, além do contingente policial destacado pelos órgãos públicos de segurança, 300 banheiros químicos e dois postos médicos (um próximo à lateral do palco e outro na confluência da São João com o Anhangabaú, em frente a Agência dos Correios.

Para quem irá de Metro o melhor é descer na estação São Bento - Linha 1/Azul e utilizar a saída para o Vale do Anhangabaú.

 


Veja em quais cidades terá comemoração do 1º de Maio organizada pelas centrais

A classe trabalhadora volta a ter motivos para celebrar o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, após a ascensão de Lula (PT), para um terceiro mandato presidencial depois de amargar quase dois anos de uma prisão injusta.

Desde o golpe de 2016 e amargando os anos de abandono nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), de perdas de direitos com as reformas Trabalhista e da Previdência que retiraram direitos, reduziram ganhos e aumentaram o tempo de contribuição ao INSS, entre outras mazelas, os trabalhadores e trabalhadoras voltam a ter esperança de dias melhores, e por isso, as celebrações do 1º de Maio deste ano têm um sabor de vitória.

Para marcar a data a CUT e as centrais sindicais Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical organizam pelo quinto ano consecutivo as comemorações do 1º de Maio. O principal palco será no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, a partir das 10h, com a presença do presidente Lula, autoridades e atrações musicais.

Neste ano o tema do 1º de Maio é "Emprego, Direitos, Renda e Democracia".

Confira os locais onde haverá atos

Aracaju (SE): 1º de maio às 8:30h na escola Vitória de Santa Maria (próximo ao Banese no bairro Santa Maria).

Belém (PA) o ato será antecipado para o dia 30 (domingo), na Praça da República, a partir das 9h.

Belo Horizonte (MG): 1º de maio Praça da Assembleia Legislativa – 9h.

Boa Vista (RR), será realizado o Festival dos trabalhadores e das trabalhadoras 17h na sede do PT (Av. Bejamim Constant, 2552 – bairro São Vicente).

Na capital de Roraima também haverá panfletagens nos dias que antecedem a data.

29/04 - às 8:30h panfletagem na feira do Pintolândia (Rua Pedro Aldemar Bantim - Sílvio Botelho) - Concentração no posto de combustível Caxirimã e;

30/04 - às 8:30h panfletagem na feira da Ataíde Teive (Av. Ataíde Teive - Asa Branca) - Concentração no cruzamento das avenidas São Sebastião com Ataíde Teive

Brasília (DF): 1º de maio às 10h na Feira Central de Ceilândia

Florianópolis (SC): 01/05 às 14h no Largo da Alfândega;

No domingo (30/4) a festa será antecipada em duas cidades do estado de Santa Catarina.

São Miguel do Oeste: 30/04 às 15h na Praça Walnir Bottaro Daniel e;

Caçador: 30/04 às 22h30 no Clube Sociedade Caçadorense de Bochas (Baile do Trabalhador).

Fortaleza (CE): 1º de maio às 8h no cruzamento das avenidas Leste-Oste e Dr. Theberge.

Goiânia (GO): 1º de maio às 15h na Praça do Trabalhador, Setor Central de Goiânia

João Pessoa (PB): 1º de maio às 15h na praia de Cabo Branco

Maceió (AL): 1º de maio às 8h no Pajuçara (antigo CRB)

Natal (RN): 1º de maio às 13h no bairro das Rocas, na rotatória da rua Pereira Simões (de frente à Esquina Prime)

Porto Alegre (RS): 1º de maio Praça da Usina do Gasômetro – 14h

Recife (PE): 1º de maio às 10h, bairro do Pina, na altura do Edifício JCPM (João Carlos Paes Mendonça)

Rio de Janeiro (RJ): 1º de maio no Parque Madureira às 9h

Salvador (BA): 1º de maio às 14h no Farol da Barra

São Luís (MA), além da comemoração numa grande romaria, na Igreja da Penha, Anjo da Guarda, no 1º de Maio, haverá panfletagens nos dias que antecedem a comemoração.

28/04 às 16h na Praça Deodoro

29/04 às 7h nas feiras da Liberdade e João Paulo

30/04 às 7h, na feira do bairro de Fátima

São Paulo (SP) – 1º de maio às 10h, no Vale do Anhangabaú, centro

Teresina (PI): 1º de maio às 8h na Praça da Integração (Parque Piauí)

Vitória (ES): 1º de maio na Praça José Luiz Gobbi, Portal do Príncipe, em frente a Rodoviária de Vitória às 8h

15 pautas da classe trabalhadora

AS centrais sindicais mobilizaram as suas bases com materiais que destacaram 15 pautas prioritárias a serem defendidas neste 1º de Maio. São elas:

Valorização do salário mínimo

A Política de Valorização do Salário Mínimo tem impacto positivo direto no bolso do trabalhador, na economia do país, melhorando também o poder de compra dos aposentados e pensionistas da previdência social. Quando a população ganha mais, consome mais e a indústria e o campo produzem mais, gerando mais empregos.

Fim dos juros extorsivos

Juros altos só trazem dívida ao trabalhador. Quem gosta são os bancos. Com os juros mais baixos o endividamento das famílias diminui e com menos dívidas, o brasileiro consome mais e melhor, mais consumo gera mais produção e mais empregos.

Direito fundamental no trabalho, a negociação coletiva cria regras da relação entre trabalhadores e patrões. Sindicatos fortes resultam em acordos coletivos fortes.

Mais empregos e renda

Somente com emprego de qualidade, a renda do trabalhador melhora e o país cresce. Mais de 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, 40 milhões estão na informalidade.

Direitos para todos

A luta das Centrais é por toda a classe trabalhadora, sindicalizada ou não. Trabalho decente e empregos de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras garantem uma sociedade mais igual e mais justa, democrática e soberana.

Convenção 156 OIT

Pela igualdade de oportunidades e tratamento para mulheres e homens trabalhadores que se desdobram entre trabalho e família. As mulheres sofrem mais com o desemprego que os homens porque acumulam mais jornadas, engravidam, cuidam dos filhos e são demitidas por isso. Isso tem de mudar.

Trabalho igual, salário igual

Mulheres ganham até 30% menos do que os homens na mesma função. Essa disparidade acontece mesmo quando trabalhadoras e trabalhadores têm a mesma escolaridade, mesma idade e mesma cargo.

Aposentadoria digna

As Centrais Sindicais propõem série de medidas para melhorar a qualidade do atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Valorização do servidor e da servidora público

A servidora e o servidor público estão na linha de frente de serviços indispensáveis ao povo brasileiro. O que teria sido do Brasil na pandemia sem os serviços públicos. O trágico número de 700 mil mortes, a maior parte causada pelo negacionismo e incompetência do governo derrotado, teria sido ainda maior.

Regulamentação do trabalho por aplicativos

Trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário. Vamos mudar isso. A luta das Centrais Sindicais conquistou espaço de diálogo e negociação entre trabalhadores(as), empresas e governo, para regular as relações de trabalho nas empresas que oferecem serviços de entrega e condução por aplicativos.

Em defesa das empresas públicas

Governos passados venderam empresas públicas e o povo pagou a conta. Toda vez que o Brasil cresceu foi impulsionado pelas empresas públicas e estatais. Por isso, as Centrais Sindicais são contra as privatizações, que o governo passado fez, vendendo o patrimônio público a troco de banana.

Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista

A reforma trabalhista de 2017 levou ao aumento da precarização, do bico, do desemprego. Só foi boa para patrão. Essa reforma causou um retrocesso, com mais informalidade, desemprego, precarização e terceirização do trabalhador e da trabalhadora e, portanto, menos direitos.

Fortalecimento da democracia

Derrotamos quem ameaçava nossa democracia, agora é fortalecer assa luta. O golpe de 2016, que tirou uma presidenta legítima, seguido da eleição de um governo de ultradireita colocaram a democracia brasileira em risco. Começamos a mudar essa história com a vitória de 2022.

Revogação do “novo” ensino médio

Porque desqualifica e prejudica os alunos, esvazia e rebaixa a qualidade de ensino. A unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores e trabalhadoras dos vários segmentos da sociedade é essencial para derrotar essa proposta que cria uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos.

Desenvolvimento sustentável com geração de empregos de qualidade

Crescer e gerar empregos, sempre respeitando o Planeta porque uma hora a conta chega. O desenvolvimento produtivo do país tem que acontecer com o fortalecimento da indústria nacional e da agricultura de forma sustentável.

 


Grupo de trabalho torna público relatório da transição de governo

Foi finalizado e tornado público o relatório final do grupo técnico do Gabinete de Transição, nesta quinta-feira (22), pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, coordenador geral do Gabinete de Transição Governamental.

O documento traz a análise de todos os setores do governo e destacou em dados e números todo o retrocesso que o Brasil adquiriu nos últimos anos.

De acordo com o relatório, “o resultado é uma fotografia contundente da situação dos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública Federal. Ela mostra a herança socialmente perversa e politicamente antidemocrática deixada pelo governo Bolsonaro, principalmente para os mais pobres. A desconstrução institucional, o desmonte do Estado e a desorganização das políticas públicas são fenômenos profundos e generalizados, com impactos em áreas essenciais para a vida das pessoas e os rumos do País. Isso tem tido consequências graves para a saúde, a educação, a preservação ambiental, a geração de emprego e renda, e o combate à pobreza e à fome, entre outras, destaca o documento.

O Presidente do SINSSP, Pedro Luís Totti, compôs a equipe técnica de transição do Governo Lula que discutiu o tema Previdência.

Veja abaixo a íntegra do relatório final do Gabinete de Transição ou clique aqui para visualizar no seu navegador.

 

Relatorio final da transicao de governo VF 22.02.22

 


OMS mantém covid como emergência global; transmissão aumenta no DF

Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje (19) que a covid-19 continua sendo uma emergência global. Em 30 de janeiro próximo, completará três anos que o comitê de emergência do organismo ligado às Nações Unidas decretou a pandemia, com objetivo de conter a doença por meio de pesquisas, financiamento e medidas internacionais de saúde pública. Como se vê, a “gripezinha”, como preferiu o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que já matou mais de 687 mil pessoas no Brasil, está bem longe de ser controlada.

Segundo a OMS, embora o número de casos venha caindo em partes do mundo, os países ainda precisam manter vigilância e pressionar para vacinar as populações mais vulneráveis. “Embora a percepção pública seja de que a pandemia acabou em algumas partes do mundo, continua sendo um evento de saúde pública que segue afetando adversa e fortemente a saúde da população mundial”, disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

No Brasil, a transmissão do novo coronavírus ainda é considerada alta. No Distrito Federal, vem aumentando desde o início do mês, a taxa é de 1,07, segundo a Secretaria de Saúde. Ou seja, um grupo de 100 pessoas infectadas pode contaminar outras 107 pessoas. Índice maior que 1 significa que o contágio está avançando e a pandemia ainda não pode ser considerada controlada. A OMS recomenda taxa de transmissão inferior a 1.

O dado é preocupante. No DF, menos da metade da população que pode ser vacinada (47%) recebeu as duas doses da vacina mais o reforço. A maioria (81%) recebeu apenas a primeira dose.

Precisamos vacinar as crianças contra a covid, diz especialista

A pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo reitera que a pandemia ainda não acabou. “Nós precisaríamos resgatar esses milhares de brasileiros que não foram vacinados de maneira integral, com as doses padrão e de reforço, e, sobretudo, vacinar as nossas crianças. Fomos um dos países onde mais morreram crianças abaixo de cinco anos”, disse a pneumologista à jornalista Cláudia Collucci, da Folha da S.Paulo.

Autora do livro sobre a pandemia Um Tempo Para Não Esquecer (Editora Bazar do Tempo), a médica disse estar preocupada com o que chama de “desmemória em relação à covid”. “Não temos o direito de esquecer o que passamos. Fico triste que a memória tão dura da covid-19, que deixou tantas cicatrizes, tanto luto, tenha ficado esquecida. Essa desmemória é muito perigosa. Como médica, eu reconheço que, quando a gente passa por uma situação de extremo sofrimento, tende a guardar aquela cicatriz e se esquecer daquilo. Porém, a pandemia de covid é de ordem coletiva”.

“Tem muita gente ainda vivendo esse luto. Gente que o pai, a mãe, o cônjuge internou e não voltou mais. A vida foi interrompida sem preparo. Eu vi muita coisa. Gente que mudou testamento, gente que quis formalizar a união estável. Nós não temos o direito de esquecer tudo o que vivemos na pandemia e ainda estamos vivendo”, disse.

Falta de oxigênio, cloroquina, Pazuello

A “desmemória” a que ela se refere está expressa, entre outras coisas, na eleição do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Segundo deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, estado que tanto perdeu vidas para a covid, elegeu o militar, cuja gestão na pasta foi marcada pela falta de oxigênio em Manaus e o incentivo ao uso da cloroquina, além de denúncias de corrupção.

O medicamento sem benefício no tratamento da doença, mas com efeitos colaterais comprovados, foi defendido com veemência pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

A pesquisadora da Fiocruz disse ainda que o Brasil é um “país paradigmático”: Foi o que mais colocou voluntários nos estudos, mas não comprou a vacina a tempo. “Em outubro de 2020, dez países já tinham comprado 75% de todas as vacinas que estavam sendo produzidas. E o Brasil não era um eles. Nós poderíamos ter começado a vacinação em dezembro de 2020, quando o Reino Unido começou, não em janeiro [de 2021]. Nós poderíamos ter salvado mais vidas”.

E lembrou também o discurso da equivocada “imunidade de rebanho”. “E Manaus mostrou, de maneira dramática e desnecessária, que estávamos certos. Quatro meses depois do primeiro pico epidêmico, ninguém mais tinha imunidade, não teve lockdown lá, não teve nada, a cepa gama nasceu lá e foi aquela desgraceira toda.”

Lula ‘desarquiva’ desmandos de Bolsonaro na pandemia

Já o professor da Faculdade de Medicina da USP Mário Scheffer considera que todos os vestígios dos desmandos de Bolsonaro foram desarquivados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate deste domingo, “reavivando a memória de milhões de brasileiros que irão às urnas novamente”.

“Lula desferiu golpes de curta distância, usou corretamente os indicadores epidemiológicos de mortes proporcionais (“o Brasil tem 3% da população mundial, e teve 11% das mortes por covid no mundo”) e de mortes evitáveis (“mais da metade dos 680 mil óbitos não deveria ter ocorrido”). E desmentiu uma afirmação recente de Bolsonaro, de que crianças não morreram por causa da covid no Brasil. Lula acertou, a covid matou no País perto de duas mil crianças de 0 a 12 anos”, escreveu em seu blog Politica&Saude.

O ex-presidente manteve a vantagem, quando acusou Bolsonaro de decretar sigilo sobre o cartão pessoal de vacina “para ninguém saber se você tomou ou não tomou”; de nomear Pazuello, “um ministro que não entendia nada de Saúde”; divulgar a cloroquina, “remédio que a ciência negou o tempo inteiro”; e não respeitar os laboratórios públicos Butantan e Fiocruz, “que poderiam ter lhe ajudado”.

Ainda conforme anotou Scheffer, Lula deixou o rival nas cordas: “O senhor não se dignou a visitar uma família que teve alguém que morreu de covid e, depois, para mostrar que é bonzinho, tentou ir no enterro da rainha da Inglaterra”.