Novembro Azul: HOMEM de atitude também tem coragem de se cuidar
A série “Qualidade de Vida e Envelhecimento Ativo” desta semana continua abordando sobre um tema que precisa ser falado para alcançar, cada vez mais, o maior número de pessoas, pois é através da informação e da orientação adequada que a população vai buscar a prevenção no lugar do tratamento.
A campanha mudou na virada do mês, a cor da fita passou de rosa para azul (Novembro Azul), mas a conscientização pelo cuidado à vida permanece, afinal ninguém está livre de ser acometido por uma doença, não é mesmo?
Com o objetivo de chamar a atenção do homem para o diagnóstico precoce e principalmente para a prevenção de doenças que atingem esse nicho da população que o “Novembro Azul” surgiu na Austrália, em 2003. No Brasil, o movimento foi criado pelo “Instituto Lado a Lado pela Vida” com a finalidade de quebrar os paradigmas em relação à procura dos homens pelos serviços de saúde.
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), as chances do homem ser diagnosticado com câncer de próstata ao longo da vida é de 16%, sendo ele o segundo tipo mais comum entre a população masculina no país. Os dados do Instituto também revelam que o total de novos casos de câncer de próstata está estimado em 65.840 (conforme dados publicados em 2020), o que corresponde a 29,2% dos casos.
Em 2019, foram registradas 15.983 mortes pela doença, conforme estudos do Atlas de Mortalidade por Câncer (material produzido pelo INCA). Em 2020, o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar (ferramenta interativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar), apontou 11.729 eventos hospitalares referentes ao câncer de próstata.
Que sintomas o câncer de próstata pode provocar?
O Ministério da Saúde informa que o câncer de próstata na fase inicial pode não apresentar sinais ou sintomas. Porém, quando ele se manifesta as reações mais comuns são: dificuldade na hora de urinar, demora quando começa ou ao terminar de urinar, sinais de sangue na urina, diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes que o costume de dia e à noite.
Ao apresentar qualquer um dos sinais e sintomas o homem deve procurar ajuda com o especialista médico para realizar os exames necessários.
Fatores de risco, prevenção e tratamento para a doença
Histórico familiar de câncer de próstata e obesidade são os fatores de risco do câncer de próstata. Os homens negros têm a maior incidência deste tipo da doença. Embora o paciente geralmente não sinta os sinais e sintomas, a única forma que garante a cura deste tipo de câncer é o diagnóstico precoce.
Daí a importância do homem cuidar da sua saúde mesmo que não tenha nenhum sintoma ou doença aparente. Daí a necessidade de se procurar um médico, a prevenção é um ato de amor a si mesmo e pode salvar a sua vida.
A população masculina, em especial aqueles que fazem parte dos fatores de risco, deve procurar um urologista a partir dos 45 anos de vida, já os que não fazem parte devem visitar o especialista a partir dos 50 anos. Os exames mais comuns solicitados pelos especialistas são o antígeno prostático específico (PSA) e o toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula.
O diagnóstico precoce para o câncer de próstata, assim como para as demais doenças, é fundamental para aumentar as chances de cura e recuperação. Também é importante a prática de uma alimentação saudável. Segundo o Inca, “uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis”.
Outros hábitos saudáveis também são importantes e devem ser incorporados na rotina diária como a realização de exercícios físicos, manter o peso (o ideal é mantê-lo em conformidade com a altura), manter o controle da hipertensão, do diabetes e do colesterol alto, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
Neste Novembro Azul é preciso quebrar a barreira do preconceito, todo homem que esteja na faixa etária recomendada para a prevenção do câncer de próstata, deve procurar um urologista e conversar sobre o tema. Essa prática ajuda a salvar vidas.
Por isso, tenha atitude, se cuide! Cuidar da saúde também é coisa de HOMEM.
Outubro Rosa: INCA lança campanha de prevenção ao câncer de mama
Em 2020, mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo descobriram que estavam com câncer de mama. Esse tipo de tumor é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas. Também é o câncer que mais mata e para alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância fundamental da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que existe a campanha do Outubro Rosa.
Cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais, como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso, não ter amamentado e inatividade física. O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o País, de acordo com dados do INCA.
Em outro recorte, relativo a 2018, o estudo retrata que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. Os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou R$102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).
“Fica evidente que ações de prevenção do câncer, em especial promoção da atividade física, podem ser extremamente eficazes não somente para tornar a vida das pessoas mais saudável como para diminuir os gastos do SUS em oncologia”, diz a responsável pela pesquisa, Maria Eduarda Melo.
Mortalidade
Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos, mas ainda estão bem distantes dos 30% de redução estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.
“Câncer de mama é uma doença que está bastante presente na sociedade. E, por isso, é muito estudado no meio científico, com tratamentos altamente eficientes. Por isso, não é preciso ter medo do diagnóstico, pois não é uma sentença de morte”, destaca o mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III, especializado no tratamento do câncer de mama.