SINSSP dá resposta à imprensa sobre trabalho remoto dos servidores do INSS

O SINSSP foi à imprensa, por meio de disparos de releases e solicitação de direito de resposta, para desmentir a pauta veiculada na mídia sobre a atuação dos servidores públicos federais do INSS em trabalho remoto.

A informação veiculada na mídia foi a do servidor do INSS, que trabalhava em home office em Lisboa/Portugal e que agrediu verbalmente o ministro Gilmar Mendes, do STF. Os desdobramentos negativos da notícia fizeram com que o Sindicato disparasse uma nota à imprensa com a finalidade de desmentir tais argumentos que feriram a imagem dos servidores que desempenham as suas tarefas honestamente e cumprem além dos seus esforços as suas responsabilidades trabalhistas.

Na nota, informamos que, dentre outros pontos, é uma falácia afirmar que um servidor analisa 12 aposentadorias no mês, somente, e que dentro do Instituto tem metas, e metas muito altas em que o trabalhador precisa se desdobrar para alcançar levando em média no mínimo 8 horas diárias para cumprir.

Também informamos que o servidor que está em home office arca com todas as despesas sem qualquer ajuda de custo por parte do órgão: internet com velocidade alta, computadores de última geração, luz, água, móveis de escritório, celular privativo, etc.

Ressaltamos que o home office dentro do INSS não é uma “mamata”, pelo contrário, se não fosse essa modalidade de trabalho as filas virtuais estariam muito além do que é noticiado, pois as condições físicas e de trabalho das agências de atendimento não comportam a agilidade que o Instituto precisa para atender tantos milhões de brasileiros que aguardam a análise do seu processo.

Solicitamos também um direito de resposta ao programa veiculado na emissora de rádio BandNews FM e ao jornalista Reinaldo Azevedo pelas falácias proferidas aos servidores do INSS, generalizando um fato isolado aos demais trabalhadores da categoria.

Se o INSS acabar ou limitar o teletrabalho a produtividade vai cair significativamente, pois a produção dos servidores em home office é maior que no INSS na modalidade presencial. A conta vai sobrar para a sociedade e a culpa não será dos servidores.

Clique aqui e leia na íntegra a solicitação do direito de resposta.

Clique aqui e leia na íntegra a nota à imprensa.

 


Trabalho remoto: solução ou problema para a saúde mental?

A pandemia da Covid-19 acelerou o debate dos especialistas sobre a implementação do trabalho remoto como solução para os problemas que afetam a saúde mental e um encontro com o tão sonhado estilo de vida que mescla o desempenho satisfatório das atividades profissionais com o lazer, convívio social e a realização de hobbies.

Pesquisas tem revelado que essa nova relação de trabalho apresenta divergências com resultados positivos e negativos para o trabalhador que afetam diretamente a sua saúde física e mental e o seu bem-estar social e familiar.

Segundo matéria publicada na BBC Brasil, pesquisadores do relatório New Future of Work ("O novo futuro do trabalho", em tradução livre), publicado pela Microsoft em 2022, indicaram que o trabalho remoto pode “aumentar a satisfação profissional”, como também “fazer com que os funcionários se sintam "socialmente isolados, culpados e tentem fazer compensações".

O fato é que foi dado uma grande publicidade positiva sobre o home office e, agora que está sendo experimentado na prática, os resultados não estão sendo como o esperado, dividindo opiniões de especialistas, pesquisadores, trabalhadores e empregadores.

Os efeitos negativos dessa nova relação de trabalho para algumas pessoas são menores e para outras bem maiores. Pesquisas mostram que o home office aumentou a carga horária dos trabalhadores e cerca de 80% dos funcionários britânicos tiveram prejuízo na saúde mental após trabalhar remotamente.

Para os profissionais que avaliam o trabalho remoto de forma positiva a inserção dos exercícios físicos na rotina diária, o tempo para cuidar dos filhos e participar da vida escolar deles, o fim da “síndrome de domingo à noite”, a ausência do trânsito caótico das grandes cidades, são alguns pontos que favorecem o novo modelo de trabalho.

Já a falta do convívio social nos corredores ou nos refeitórios dos escritórios ou ações que parecem sem importância como falar do final de semana, cumprimentar o colega, horário indefinido para terminar o expediente, aumento significativo das metas e de reuniões virtuais e principalmente das tarefas, são alguns pontos que causam forte impacto no bem-estar do profissional que considera a experiência negativa.

De acordo com a reportagem da BBC Brasil, “uma sondagem demonstrou que 81% das pessoas com menos de 35 anos de idade se sentiram solitárias trabalhando em casa por longos períodos e estudos mostraram maiores níveis de estresse e ansiedade entre profissionais jovens desde a mudança para o trabalho remoto”.

Os jovens quando entram para a vida profissional tendem a sentir necessidade de aflorar as experiências nos ambientes dos escritórios por conta do convívio social o que diferencia a situação de uma mãe, por exemplo, que prefere estar trabalhando de casa para acompanhar o desenvolvimento do filho mais de perto. A diferença entre as necessidades de cada indivíduo pode explicar os dados sondados pelos pesquisadores.

Como buscar o equilíbrio entre trabalho remoto e saúde mental?

Até aqui pudemos perceber que a transição do trabalho presencial para o remoto não está sendo fácil para os profissionais e essa adaptação está dificultando a projeção de um modelo de trabalho que funcione bem para empresa e empregado e se esta nova relação de trabalho trará benefícios e, em caso positivo, se esses benefícios são capazes de superar as desvantagens construídas neste processo.

A busca desse equilíbrio será diferente para cada profissional, cada empresa, o que pode funcionar para um cenário, pode não funcionar em outro. A situação é muito complexa, o que dificulta as reais condições de um home office saudável que some a qualidade de vida e saúde mental de forma positiva.

Para os funcionários do INSS há muita similaridade com o que foi apurado pela pesquisa inglesa, onde alguns preferem o serviço remoto para fugir do trânsito caótico dos grandes centros urbanos, outros preferem o trabalho presencial, para ficarem mais próximos dos colegas de trabalho, das chefias e do atendimento ao público.

Não há um consenso, mas o que se sabe é que se faz necessário um acompanhamento mais próximo desses trabalhadores em home office, para que se mantenha um equilíbrio físico e mental adequado e rever questões como metas abusivas e um controle mais efetivo dos períodos de descanso e intervalos para evitar um adoecimento generalizado desses trabalhadores.

O MEGAFONE, o canal de Podcast do SINSSP, conversou sobre esse tema com a psicóloga Cristiane Zulini, especialista em cuidados e prevenção da saúde mental, trazendo abordagens na pandemia, no universo pós pandêmico, nas novas relações de trabalho com o home office e o que fazer para manter o equilíbrio profissional no trabalho remoto.

Clique aqui para ouvir e depois deixe nos comentários a sua experiência com o home office ou a sua opinião sobre o assunto.

Com informações da BBC News Brasil.