O buraco da Previdência Social

Desde o golpe de 2016 que o INSS está sobre forte ataque de políticos conservadores e interessados no desmonte da máquina pública. Mas a quem interessa o fim ou a precarização do INSS?

Não é de hoje que o INSS vem sofrendo duros ataques, de 2016 pra cá, houve um grande desmonte da máquina pública e o INSS não ficou de fora dessa destruição, nesses últimos anos o processo de desmonte só se acentuou, chegando na situação atual.

A falta de servidores, sistemas corporativos com grande instabilidade e inoperância, falta de atendimento presencial a população, agências fechadas, demora e represamento nas concessões de benefícios e nos demais requerimentos dos segurados, o que não faltam são problemas. Mas o que está sendo feito para solucionar tais questões?

Por enquanto a sensação é de que não se está fazendo nada para solucionar os problemas, os servidores têm trabalhado muito, nos horários mais esdrúxulos para ver se conseguem atingir as metas (impossíveis), mas mesmo assim, não tem sido fácil, os sistemas ficam inoperantes na maior parte do dia e até a noite, nem de madrugada tem funcionado.

E o que a direção do INSS tem feito? Muito pouco ou quase nada, nem os abatimentos das metas têm sido compatíveis com as indisponibilidades dos sistemas, todos os sistemas apresentam alguma alteração no funcionamento, nada escapa: GET, CNIS, SAT, PMF, SIBE-PU, etc.

Alguma coisa de muito errada está acontecendo e não vemos ninguém da direção do INSS se responsabilizando por essas falhas e desacertos.

Com a chegada de um novo governo em 2023, a esperança era de que houvesse uma mudança no direcionamento do órgão e que se abriria um novo olhar, tanto para servidores, quanto para os segurados e a sociedade brasileira em geral. Porém infelizmente, até o momento, não se consegue perceber mudanças no INSS, que continua deixando a sociedade descontente e desassistida.

O novo presidente do INSS e seus assessores parece que ainda guardam resquícios do governo anterior e/ou sabotam a atual gestão, pois os problemas no órgão só aumentam, nos últimos dias os sistemas praticamente não funcionaram, o que tem gerado muita insatisfação e apreensão entre os servidores.

Pelos corredores do INSS o que se comenta é que há uma sabotagem em curso, para minar o governo Lula perante a sociedade, como o INSS ainda possui grande capilaridade e atende milhões de brasileiros, uma inoperância generalizada só serviria para desfazer a boa imagem de Lula perante os servidores e perante a população mais necessitada.

Os problemas só aumentaram desde o início de janeiro, os servidores têm presenciado diariamente a dificuldade em trabalhar, por falta equipamentos, falta de sistemas, ou pela instabilidade deles.

O SINSSP está de olho nisso tudo e pronto para denunciar maus gestores e quem prejudica os servidores e a população.

Clique aqui para ver os principais avisos de indisponibilidades de sistemas.

Clique aqui para ver a situação dos sistemas do INSS, segundo acesso à informação.

 


Prova para o concurso do INSS em Guarulhos é cancelado após atraso e muita desorganização

O desmonte que as instituições públicas vêm sofrendo nos últimos anos refletiu no resultado da desorganização vista neste domingo (27), após o cancelamento do concurso para o INSS na Universidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.

A prova, que seria aplicada pelo CEBRASPE, foi cancelada após três horas e meia de atraso. Vídeos postados em redes sociais dos candidatos que foram realizar o exame mostravam o caos que os corredores e as salas da Universidade viraram, uma multidão de pessoas, aglomeradas em pleno avanço da Covid-19 no estado, sem orientação alguma.

De acordo com a reportagem do G1, a polícia militar foi acionada porque os candidatos estariam presos no local da prova sem poder deixar o local e só foram liberados trinta minutos depois dos policiais serem acionados, por volta das 17h15.

Uma postagem do Twitter denunciou que os fiscais estavam mal preparados, que as provas não chegaram e a desorganização foi tanta que as salas e as listas de presença estavam trocadas, muitas com os nomes constando na lista de sala, mas não constavam na lista da porta, falta de informação sobre um atraso de 1h30 para início da prova, dentre outras reclamações.

Outra denúncia feita à reportagem do G1 informou que a entrada dos candidatos seria em horários diferentes, mas os portões estavam fechados em alguns desses horários e quando foram abertos uma nova confusão se formou porque não tinham salas disponíveis para realizar o exame.

O que disseram as entidades envolvidas

A reportagem do G1 entrou em contato com o CEBRASPE, responsável pela realização do concurso público e com o INSS, entidade para a qual os candidatos prestariam o exame.

Em nota, a CEBRASPE disse que o episodio ocorrido na Universidade de Guarulhos foi isolado e que não comprometeu a lisura do Concurso Público. Porém, os candidatos que concorrem ao cargo de Gerência Executiva (GEX) Guarulhos foi suspensa, devido aos fatos relatados na matéria, e que nova data para a aplicação do exame será divulgada por meio de edital específico.

O INSS, em nota, informou que lamenta o ocorrido e esclareceu que para os candidatos que conseguiram realizar as provas neste domingo fica mantida as demais etapas do concurso.

SINSSP pede audiência no INSS para cobrar respostas mais concretas

O SINSSP manifesta repúdio pela falta de organização, preparo e descaso contra os candidatos que realizariam o exame neste domingo. É preciso apurar essas denuncias e cobrar respostas concretas sobre os fatos ocorridos e não apenas divulgar uma nota lamentando o caso.

Esse acontecimento é fruto da forma como a máquina pública tem sido gerida, sem qualquer cuidado e zelo pelo patrimônio que é do Brasil e da população brasileira.

O sindicato não vai deixar esse acontecimento cair no esquecimento e vai cobrar do INSS uma resposta mais concreta. Por esse motivo, enviou um ofício à presidência do Instituto pedindo uma audiência para tratar deste lamentável episódio.

 


Cai número de servidores aposentados em 2022

Os dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo site Metrópoles, mostraram que de janeiro a abril de 2022 o número de aposentadorias de servidores públicos federais caiu 2,8% em comparação ao mesmo período de 2021.

Segundo informações do Metrópoles, até o momento o número de servidores aposentados neste ano é o menor desde 2012 e os órgãos que tiveram maior números de aposentadorias foram o Ministério da Saúde (188), a Universidade Federal da Paraíba (54), o Instituto Nacional do Seguro Social (48) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (35).

O quadro de servidores públicos federais aposentados desde 2012, com dados até abril de cada ano, ultrapassou a marca de seis mil de 2012 até 2016; de oito mil em 2017 e em 2018. No ano da Reforma da Previdência, em 2019, os números tiveram um salto surpreendente registrando mais de quinze mil servidores públicos que requereram suas aposentadorias.

Em 2020 houve uma queda, mas a porcentagem manteve-se alta com mais de sete mil aposentadorias. Já em 2021 e 2022 os números caíram bruscamente, 3.634 e 3.529 respectivamente.

Aposentadorias de servidores públicos federais desde 2012

2012 – 6.748

2013 – 6.800

2014 – 6.060

2015 – 6.851

2016 – 6.074

2017 – 8.814

2018 – 8.204

2019 – 15.286 (ano da reforma da Previdência)

2020- 7.489

2021 – 3.634

2022 – 3.529

*Fonte: Site Metrópoles e PEP

Desmonte da máquina pública - a alarmante falta de servidores no INSS prejudica o atendimento da população

No quadro ativo de pessoal da União há cerca de 573 mil servidores públicos divididos por órgãos e autarquias federais. No INSS há cerca de 19.687 servidores ativos, 37.768 servidores aposentados e 9.980 pensionistas (dados de janeiro de 2022).

Desde 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) alerta para o problema da falta de servidores no INSS que teve o último concurso público realizado no ano de 2015. De lá para cá o quadro de servidores só vem diminuindo.

Essa diminuição no quadro de servidores ativos ocorre basicamente em decorrência dos muitos servidores que se aposentaram, daqueles que faleceram, outros pediram exoneração e hoje o INSS está com o quadro muito reduzido e insuficiente para atender as demandas existentes, afinal o Brasil possui mais de 35 milhões de benefícios ativos, uma população de aproximadamente 210 milhões de habitantes, sem falar no envelhecimento dessa população.

Além disso, o governo parou de investir no INSS, o parque tecnológico da autarquia está defasado e velho, isto significa que o Instituto trabalha com computadores que não atendem as necessidades do órgão. Também merece destaque a falta de atualização da legislação previdenciária e o problema principal que é a ausência total de concursos públicos para repor a mão de obra perdida na última década.

A reforma efetuada com a PEC 103 alterou a maioria dos benefícios e direitos dos segurados, mas a administração do INSS ainda não providenciou a atualização dos sistemas e da legislação, dificultando a vida dos servidores e da população, para os servidores o problema é que eles trabalham sem a devida segurança legal e sem o suporte adequado, com isso muitos pedidos de aposentadoria ficam sobrestados aguardando que um dia o governo se digne a pensar na população.

O SINSSP vem denunciando esse caos e alertando que a falta de servidores iria afetar o atendimento da população e, como previsto, a sociedade está pagando a conta pela falta de investimento de pessoal e de infraestrutura na Autarquia.

É urgente que se recupere o quadro de servidores do INSS para desafogar a imensa fila virtual e amparar a população que aguarda por sua pensão, aposentadoria, benefício por incapacidade ou mesmo por um benefício assistencial.

Mas para resolver o problema da falta de mão de obra é preciso a realização de concurso público urgentemente, além da atualização do campo tecnológico e estrutural.

Recentemente saiu uma estimativa de que o INSS levará aproximadamente 12 anos para conseguir atender toda a atual demanda represada. Por isso que insistimos na questão de que o INSS precisa de uma política de gestão séria e compromissada com os interesses da população brasileira.

Fonte: Site Metrópoles com informações da redação SINSSP.