Celular com vários aplicativos de redes sociais

Pesquisa mostra que conservadores são mais propensos a divulgar desinformação

Usuários do Whatsapp mudaram os hábitos na rede social depois das eleições de 2018, marcadas por fake news, brigas e inimizades. Levantamento realizado pelo InternetLab, centro de pesquisa em Direito e tecnologia, em parceria com a Rede Conhecimento Social, mostra que mais de 70% dos usuários adotaram um novo comportamento. A pesquisa indica que as pessoas estão criando regras de convivência para o uso do aplicativo de mensagens.

“Se é um grupo de promoção, não é para falar de assuntos de religião, é só para falar de assuntos de promoção, por exemplo. E aí é que está, ainda são os grupos de famílias e os grupos de amigos que são campeões em conversar sobre política. O ponto é que as pessoas agora têm estratégias para fugir do confronto mais direto ou estratégias para evitar que a briga pegue fogo”, explica o diretor do InternetLab, Francisco Brito Cruz ao repórter Jô Myiagui do Seu Jornal, da TVT. Apesar da mudança de hábito, ainda 33% admitiram que compartilharam conteúdo ofensivo, o chamado discurso de ódio. E até 30% afirmaram já ter repassado mensagens sem checar a fonte e a veracidade.

O peso dos aplicativos nas eleições

De acordo com o pesquisador, muitos usuários não têm clareza sobre a diferença do que é opinião, mentira e notícia. As entrevistas também mostram que os conservadores são os mais propensos a divulgar desinformação. Até 40% dos que responderam ser conservadores admitiram ter repassado desinformação sem checar a fonte. Entre os progressistas, o índice cai para 25%. “Tanto a ideia de não checar fontes, como a ideia de compartilhar uma mensagem que pode magoar ou ofender alguém porque tem a ver com o que eu acredito”, aponta Cruz.

À reportagem da TVT, o sociólogo e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Sérgio Amadeu advertiu que o Whatsapp ainda é uma rede fundamental para distribuir materiais para os grupos que apostam nesse tipo de conteúdo como “principal estratégia política”. Na pesquisa, 36% disseram que o voto foi influenciado por informações obtidas via Whatsapp. E a avaliação de Amadeu é que os aplicativos de mensagens continuarão importantes nos próximos pleitos.

Confira a reportagem