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“É pelo direito à aposentadoria que vamos fazer um 1º de Maio unificado com todas as centrais sindicais para barrar a aprovação da reforma da Previdência no Plenário da Câmara”, diz o presidente da CUT.

Mesmo após o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, assumir que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) ainda precisa fazer os cálculos detalhados sobre o impacto de cada medida proposta na reforma da Previdência, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (23), o parecer do relator da reforma, deputado delegado Marcelo Freitas (PSL-MG).

Foram 48 votos a favor da reforma e 18 votos contrários. Os partidos que compuseram a oposição e votaram contra o fim do direito à aposentadoria foram PT, PC do B, Psol, PSB, Pros, PDT, Avante e Rede.

A oposição afirmou que irá entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a votação da CCJ devido ao fato de o colegiado ter ignorado completamente o requerimento assinado por 1/5 dos deputados para anular a votação por 20 dias.

A medida tinha a intenção de pressionar o governo a tirar o sigilo dos estudos que deveriam apresentar os impactos financeiros da reforma da Previdência e responder questões que não foram esclarecidas por Paulo Guedes, ministro da Economia, na audiência da CCJ. Sem isso, disseram os parlamentares da oposição, é assinar um cheque em branco ao governo para aprovar uma medida que afeta a maioria dos brasileiros que recebem de 1 a 3 salários mínimos de aposentadoria para sobreviver.

Tramitação

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, da reforma da Previdência, segue agora para apreciação do mérito em uma comissão especial que será criada pela Câmara ainda nesta quinta-feira (25). Se passar por essa comissão, a PEC será submetida à votação no Plenário em dois turnos, onde precisará dos votos de dois terços dos deputados (308 do total de 513) para ser aprovada. A tramitação segue depois para o Senado.

Acordo centrão e governo

Para aprovar a admissibilidade nesta terça-feira (23), o governo fez um acordo com as lideranças da Câmara e retirou quatro pontos do projeto: o fim do pagamento de multa do FGTS para aposentados que continuarem trabalhando na empresa; a possibilidade de se alterar a idade máxima da aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por projeto de lei complementar; a exclusividade da Justiça Federal para julgar processos contra a reforma; e o dispositivo que garante somente ao Executivo a possibilidade de propor mudanças na Previdência.

Os pontos da reforma que, para o governo significam economia de recursos, e para os trabalhadores representam dificuldade de acesso à aposentadoria e benefícios 40% menores, não foram analisados com seriedade pela maioria dos deputados da CCJ, analisa o presidente da CUT, Vagner Freitas.

“O fato é que, se esses itens forem aprovados no Plenário, praticamente acabaram as chances dos trabalhadores mais pobres, em especial dos rurais, se aposentarem. Isso sem falar da redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de um salário mínimo, hoje em R$ 998,00, para R$ 400,00 e tantas outras perversidades que constam no projeto”.

A PEC estabelece a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos e muda radicalmente as regras de aposentadorias especiais de rurais e professores.

“É pelo direito à aposentadoria”, diz Vagner, “que vamos fazer um 1º de Maio unificado com todas as centrais sindicais contra a reforma da Previdência e por trabalho decente”.

“É também por esse direito constitucional que vamos lutar nas ruas e nas redes, nos aeroportos e nas bases dos deputados em todo o país, falando para eles e para seus eleitores que se aprovarem essa reforma nefasta faremos de tudo para que nunca mais sejam eleitos”.

Votação

Veja quais foram os deputados que votaram para acabar com o direito à aposentadoria da classe trabalhadora. Entre no site Na Pressão e mande o seu recado: votou a favor da reforma, não merece mais o voto do povo!

Votaram sim (a favor da reforma):

Bia Kicis (PSL-DF) Sim

Caroline de Toni (PSL-SC) Sim

Daniel Freitas (PSL-SC) Sim

Delegado Marcelo (PSL-MG) Sim

Delegado Waldir (PSL-GO) Sim

FelipeFrancischini (PSL-PR) Sim

Nicoletti (PSL-RR) Sim

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) Sim

Beto Rosado (PP-RN) Sim

Hiran Gonçalves (PP-RR) Sim

Marcelo Aro (PP-MG) Sim

Margarete Coelho (PP-PI) Sim

Darci de Matos (PSD-SC) Sim

Deleg. Éder Mauro (PSD-PA) Sim

Edilazio Junior (PSD-MA) Sim

Fábio Trad (PSD-MS) Sim

Stephanes Junior (PSD-PR) Sim

Arthur O. Maia (DEM-BA) Sim

Bilac Pinto (DEM-MG) Sim

Geninho Zuliani (DEM-SP) Sim

Paulo Azi (DEM-BA) Sim

Alceu Moreira (MDB-RS) Sim

Celso Maldaner (MDB-SC) Sim

Herculano Passos (MDB-SP) Sim

Márcio Biolchi (MDB-RS) Sim

Gelson Azevedo (PR-RJ) Sim

Giovani Cherini (PR-RS) Sim

Marcelo Ramos (PR-AM) Sim

Sergio Toledo (PR-AL) Sim

João Campos (PRB-GO) Sim

João Roma (PRB-BA) Sim

Lafayette Andrada (PRB-MG) Sim

Luizão Goulart (PRB-PR) Sim

Eduardo Cury (PSDB-SP) Sim

Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) Sim

Samuel Moreira (PSDB-SP) Sim

Shéridan (PSDB-RR) Sim

Paulo Martins (PSC-PR) Sim

Maurício Dziedrick (PTB-RS) Sim

Diego Garcia (PODE-PR) Sim

Léo Moraes (PODE-RO) Sim

Genecias Noronha (SOLIDARIEDADE-CE) Sim

Augusto Coutinho (SOLIDARIEDADE-PE) Sim

Luis Tibé (AVANTE-MG) Sim

Rubens Bueno (CIDADANIA-PR) Sim

Pastor Eurico (PATRI-PE) Sim

Enrico Misasi (PV-SP) Sim

Gilson Marques (NOVO-SC) Sim

Votaram não (contra a reforma):

Afonso Motta (PDT-RS) Não

Eduardo Bismarck (PDT-CE) Não

Gil Cutrim (PDT-MA) Não

SubtenenteGonzaga (PDT-MG) Não

Renildo Calheiros (PCdoB-PE) Não

Clarissa Garotinho (PROS-RJ) Não

Alencar S. Braga (PT-SP) Não

Joenia Wapichana (REDE-RR) Não

José Guimarães (PT-CE) Não

Maria do Rosário (PT-RS) Não

Nelson Pellegrino (PT-BA) Não

Patrus Ananias (PT-MG) Não

Paulo Teixeira (PT-SP) Não

Danilo Cabral (PSB-PE) Não

João H. Campos (PSB-PE) Não

Júlio Delgado (PSB-MG) Não

Luiz Flávio Gomes (PSB-SP) Não

Talíria Petrone (PSOL-RJ) Não

 

Fonte:Redação CUT