O que mais ajudou a abrir os olhos do povo foi a não-reforma dos militares, que prevê de até 41% nas gratificações da cúpula das Forças Armadas e a liberação de um bilhão para deputados aprovarem a PEC.
A aprovação à reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) caiu mais de 30 pontos na semana passada, de acordo com um índice de sentimento das redes sociais desenvolvido pela startup Arquimedes, segundo matéria da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
A informação que mais contribuiu para essa reviravolta foi a reforma da Previdência dos militares, que propõe um pequeno aumento da alíquota previdenciária em troca de um plano de reestruturação que prevê aumentos dos adicionais concedidos por cursos de habilitação de mais de 40%.
As outras três notícias que contribuíram para derrubar o apoio a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 006/2019 da reforma da Previdência foram:
. A notícia sobre a liberação de R$ 1 bilhão em emendas para congressistas aprovarem a PEC – prática da velha política que Bolsonaro diz abominar e vive dizendo que não vai aderir, mesmo já tendo adotado para tentar aprovar a reforma da Previdência;
. Os ataques de Bolsonaro a uma jornalista – em um post sua conta oficial no Twitter, Bolsonaro acusou a jornalista Constança Rezende, do Estadão, de ter dito que queria arruinar a vida do seu filho, Flávio Bolsonaro. Ele divulgou um áudio da repórter com uma pessoa não identificada, mas a transcrição da gravação não coincide com a interpretação que o presidente faz das falas;
. A prisão de milicianos acusados de matar a vereadora Marielle Franco – um deles mora no mesmo condomínio de Bolsonaro, o que é apenas uma coincidência e sua filha namorou o filho mais novo do capitão-presidente.
Segundo Mônica Bergamo, a Arquimedes, que fornece dados para o mercado financeiro e empresas, classifica o conteúdo das publicações como negativo ou positivo. Depois, quantifica o compartilhamento e o alcance de cada uma delas, classificando a repercussão de zero a cem.
A pesquisa foi feita antes dos atos realizados no Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, que levou milhares de pessoas as ruas de todo o país. Só em São Paulo, mais de 70 mil trabalhadores e trabalhadoras participaram do protesto contra a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro, que tira direitos, diminui os valores dos benefícios, aumenta o tempo de contribuição e impõe a obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres terem direito à aposentadoria.
Fonte:Redação CUT