A CUT, sindicatos filiados, movimentos e organizações protestaram nesta quarta-feira (22), Dia Mundial da Água, em Frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na Avenida Pedro Álvares Cabral, 201, próximo ao Parque do Ibirapuera.
A mobilização demonstra contrariedade à política do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, que pretende privatizar a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
Após o protesto, ocorreu audiência pública no Plenário Paulo Kobayashi e o pré-lançamento da Frente Parlamentar que trata do assunto.
As entidades levaram às ruas e à Casa legislativa também a discussão sobre a luta contra a privatização da Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), estatal que controla a vazão de água dos Rios Pinheiros e Tietê e dos reservatórios da Billings e Guarapiranga, atuando no controle de cheias no centro expandido de São Paulo.
No final de fevereiro, o governo de São Paulo autorizou a elaboração de estudos para avaliar a viabilidade da venda da Sabesp e da Emae. A decisão foi divulgada logo depois da 15ª Reunião Conjunta Ordinária do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED).
Direito humano, não mercadoria!
Dados divulgados pelo governo paulista mostram que a Sabesp atende hoje em torno de 27 milhões de pessoas no Estado de São Paulo, o que representa cerca de 70% da população urbana, em 375 municípios, que corresponde a 58% do total de cidades paulistas.
Diante desses números, a secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro, reforça sua crítica com relação à postura do governo de São Paulo em mexer nas empresas públicas.
“Defendemos uma Sabesp pública, sabemos que a privatização da Sabesp irá prejudicar a população paulista. A CUT, junto com a Frente Parlamentar contra a privatização da Sabesp, intensificará esta luta. A população paulista precisa saber o que está acontecendo. Muitos bairros vão ficar muito mais tempo sem água, isso é que chamamos de sucatear o serviço para justificar lá na frente a privatização”, afirma a dirigente.
O governo Tarcísio de Freitas, completa a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Brasil, Jandyra Uehara, não só cumpre promessa de campanha como promove uma “sanha privatista” desde o início de sua gestão.
“Querem passar a água, que é um direito humano fundamental, da classe trabalhadora, do povo de São Paulo, para os interesses privados. Não permitiremos que isso aconteça”, aponta.
Secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários do ABC e da CUT-SP, Belmiro Moreira, reforçou a importância da água para a sobrevivência humana.
“É um direito, não é mercadoria. A venda da Sabesp vai deixar esse recurso ainda mais distante da população, especialmente a mais pobre. Vamos ampliar nossos protestos nas ruas e o diálogo em cada local de trabalho”, disse.
Dialogar com a população
Além do protesto em frente à Alesp e da audiência na capital paulista, houve ainda panfletagem de materiais em diversas estações do Metrô, como o Brás, onde a CUT esteve presente.
“Conversamos com trabalhadores e trabalhadoras, com deputados estaduais na Alesp e entregamos uma carta de rejeição à privatização da nossa Sabesp”, relata o metalúrgico e secretário-geral da CUT-SP, Daniel Calazans.
Outra mobilização ocorreu no centro de Jundiaí (SP) contra a privatização da Sabesp. Sindicatos cutistas, subsede da CUT-SP e outras organizações estiveram presentes. Além de ato, houve igualmente a distribuição de panfletos em diálogo com a população.