A Reforma Administrativa é defendida pelo governo Bolsonaro (sem partido) e por seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, vendida na mídia e para a população com base em argumentos fakes de que o Estado está inchado, é ineficiente, burocrático e que o servidor público é privilegiado.
As artimanhas do presidente e do seu “super ministro” ferem a imagem do funcionalismo público para sustentar o objetivo principal do governo: acabar com o papel do Estado privatizando a máquina pública.
O principal discurso falso da “dupla” é vender a ideia de que o servidor público é privilegiado e que os gastos com a folha irão quebrar o país. Porém, dados indicam que em 2019 a remuneração média do servidor era de três salários-mínimos, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A Reforma Administrativa não vai atingir o alto escalão do funcionalismo público, como o judiciário, por exemplo, que ganha supersalários, ela vai afetar os profissionais da área da educação, da saúde, do assistencialismo, da previdência, ou seja, servidores que ganham pouco e que estão com os salários congelados há anos.
Outro dado importante que é preciso abordar para alertar a população é que no Brasil não há servidores demais e os gastos com a folha não vão deixar com que a União entre em colapso por causa dos servidores. Os políticos defensores das privatizações costumam levantar essa bandeira em prol de um Estado zero.
Os dados internacionais comprovam que o Brasil está longe de ser um país que gasta o que arrecada com o serviço público. Segundo um levantamento feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país está entre aqueles que têm menos servidores públicos em relação ao total de pessoas empregadas e em relação à população economicamente ativa.
As Eleições e os impactos na Reforma Administrativa
As eleições municipais se aproximam e os eleitores precisam estar bastante atentos nos candidatos que vão eleger. Isso pode até parecer “clichê”, mas deve ser tratado com suma importância pelos brasileiros que vão decidir quem vai gerir a sua cidade pelos próximos 4 anos.
Porém, você deve estar se perguntando o que tem a ver o tema da reforma administrativa e as eleições? Os dois temas são super importantes e devem ser abordados simultaneamente.
Durante as eleições, sejam elas municipais, estaduais ou federais, o eleitor precisa estar atento e eleger um candidato que tenha compromisso com a categoria, com o funcionalismo público, com a máquina pública, ou seja com VOCÊ, servidor!
É importante pesquisar o passado do seu candidato, os planos de governo que ele está propondo, analisar a conjuntura do partido e do próprio candidato e ver se ela se encaixa com os propósitos que a sua cidade, o seu estado, o seu país e que a sua carreira precisa.
Agora se o candidato concorre à reeleição a atenção deve ser redobrada. Pesquise e veja como foi a trajetória política dele, se votou a favor ou contra a Reforma Previdenciária, as PEC’s do mal, como a que congelou o seu salário. Se ele apoia e votou a favor dessas maldades não se engane, pois muito provavelmente ele vai apoiar a Reforma Administrativa, sim aquela reforma que vai acabar com os seus direitos, que vai dar fim a sua estabilidade, que vai reduzir os seu salário, que vai acabar com a sua carreira.
Não foi à toa que o debate da Reforma Administrativa ficou para depois das eleições municipais de 2020, não é mesmo?
Portanto, tenha consciência na hora de votar, não eleja candidatos que vão acabar com o serviço público, com o seu emprego. O futuro do Brasil está nas mãos de quem elege o político, a responsabilidade é sua, é minha, é de todos nós!
Fonte: Imprensa SINSSP