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Para presidente da CUT, defender Lula é defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que veem sendo atacados desde 2016.

 

Em visita ao acampamento Vigília Democrática por Lula Livre na manhã da terça-feira (10) em Curitiba, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que “a melhor resistência a essa prisão arbitrária” é organizar os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil para defender a liberdade de Lula e, consequentemente, o fim dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas. Livre e com a garantia de ser candidato a presidente, Lula é a esperança que a classe trabalhadora tem de barrar os retrocessos, disse o dirigente.

“Só com Lula livre e candidato é que poderemos barrar a reforma da Previdência e fazer um referendo revogatório para abolir essa nova lei trabalhista que foi pensada para beneficiar os patrões. Só com Lula livre acabaremos com o desemprego de mais de 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras e, só com a libertação de Lula, conseguiremos impedir que os sindicatos sejam cassados”, enfatizou o dirigente.

Ele citou em seu discurso à militância que está acampada em apoio da Lula nos arredores da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, ataques aos direitos promovidos pelo golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), desde o golpe de 2016, como o sucateamento da educação por meio da Emenda Constitucional 95 que prevê o congelamento de recursos também para a saúde, e a privatização da Petrobrás, que deverá ser liquidada a preço de banana para o capital estrangeiro se continuar sendo dirigida por governos privatistas.

“Nossos sindicatos têm que colocar na agenda do dia tanto a pauta tradicional de emprego, salário e trabalho, como a defesa irrestrita ao ex-presidente porque só com Lula livre impediremos que os retrocessos sociais e trabalhistas continuem atingindo todos os trabalhadores e trabalhadoras”, disse Vagner.

O presidente nacional da CUT disse, ainda, que Lula só está preso porque representa uma ameaça aos políticos que querem vender o Brasil para o capital internacional e seus índices de intenção de voto indicam que ele será eleito novamente.

“Lula está preso porque tem 50% de intenção de votos para a presidência da República e há indícios que depois da prisão política e injusta, ele passará esse índice já que cresceu depois da prisão”.

Para Vagner, o verdadeiro agente do golpe no maior país da América Latina, é o capitalismo nacional e internacional que não quer que o Brasil seja protagonista na disputa comercial internacional. Segundo denunciou o dirigente, querem que o país seja uma colônia para eles venderem seus produtos e nos colonizarem. E é isso que temos que dizer aos trabalhadores que formam os sindicatos e os movimentos organizados, completou.

Vagner reforçou que defender Lula deve ser a principal pauta sindical “senão não sairemos da crise econômica e política que estamos vivendo” e disse que, para isso, é importante iniciar imediatamente a instalação dos comitês populares nas periferias das cidades, onde circulam as pessoas que precisam entender o que está em jogo hoje no país.

“Não adianta montar comitês nas sedes dos sindicatos e partidos políticos, tem de criar junto dos movimentos sociais porque é lá que estão as pessoas que podem defender a ideia de Lula. A ideia Lula não é só ele, é a ideia da liberdade, da participação e da defesa dos nossos direitos”.

Após a fala de Vagner, o filósofo Emir Sader, um dos pensadores que hoje orientam a política nacional progressista, tomou a palavra e mandou um recado à população. Ele disse que a nossa reação em solidariedade a Lula tem de ser a de convencer aqueles que ainda estão apáticos, que não sabem como essas transformações afetam suas vidas, para explicar porque Lula é uma ideia.

Lula não é uma ideia abstrata que está no céu, ressaltou Sader. “É a ideia da justiça, do emprego, da igualdade, do salário enquanto política pública, da solidariedade, da soberania brasileira”, destacou o filósofo, complementando:  “a liberdade de Lula também representa o direito dos sindicatos representarem os trabalhadores porque hoje quem está querendo se manter no governo, quer uma sociedade sem sindicatos, com trabalhadores fragmentados, divididos e desunidos, enfrentando sozinhos a força dos empresários”, afirmou.

Desde o início da manhã desta terça-feira (10) as agendas começaram cedo no acampamento em frente à Superintendência da Polícia Federal, com batuque organizado pela juventude. Ao longo do dia, outras atividades acontecerão no Acampamento Lula Livre, incluindo a visita dos governadores ao ex-presidente.

Jornalistas

Vagner Freitas também falou sobre os relatos de jornalistas que afirmaram ter sido ameaçados no último sábado (7), em São Bernardo do Campo, por sindicalistas. O presidente da CUT criticou qualquer tipo de agressão e pediu solidariedade aos profissionais de imprensa que estão trabalhando em Curitiba.

Ele comentou que os jornalistas fazem parte de uma categoria que também foi atingida pelo golpe contra os trabalhadores.

“Aqui neste acampamento ninguém bate em jornalista, eles são trabalhadores igual a gente. Quer hostilizar? Vamos hostilizar os Marinhos, da Globo, os Mesquitas, do Estadão, os donos da Folha de São Paulo, mas não com agressão. Jornalista é uma categoria de trabalhador. Muitos estão sem salários há três ou quatro meses, tem demissão em massa a todo dia. É Importante que a gente tenha solidariedade com os trabalhadores que estão aqui. A gente tem que brigar com que tem que brigar que são os donos”, disse.

 

 

Fonte:Luciana Waclawovsky, especial para Portal CUT