As cenas pareciam de um filme, mas o que ocorreu na APS de Osasco na última terça-feira retratam uma realidade que deixam os servidores reféns e fragilizados.
Parece um ensaio para a intervenção militar: Polícia Militar de São Paulo decide organizar fila para entrar em órgão público e que mesmo sem sistema para o atendimento dita as regras para os seguranças e ainda sem o conhecimento dos gestores do órgão agride funcionários no exercício de sua função, prende trabalhador e ameaça os demais. Assim foi a ocupação da Agência da Previdência Social de Osasco – SP, pela PM do estado paulista na última terça-feira (20). Tais cenas que parecem um filme.
Para a sociedade que vive sendo bombardiada com notícias e opiniões contra o funcionalismo público, pode parecer uma boa ação, mas, para o trabalhador, passa a mensagem de fragilidade, de humilhação.
Observando a situação da intervenção militar na cidade do Rio de Janeiro, podemos imaginar o poder dado a militares, situação que mostra ter um grande risco do retorno da ditatura há qual se tem tanto medo e há razões para isso. Do retorno de um tempo onde os brasileiros preferem deixar as lembranças para trás, que trouxe muitas mortes e restrições de liberdade.
Num órgão federal, que é importante para a economia do país, responsável pela distribuição de renda que superam as verbas do fundo de participação em cerca de 2/3 dos municípios a conduta da polícia militar em invadir e impor o seu poder tem um significado negativo de retrocesso na democracia brasileira.
Os servidores que estão nas suas atribuições se tornam, simplesmente, reféns do poder militar, subversivos a força e truculência policial, além de sofrer agressões psicológicas.
No ocorrido de ontem, dois funcionários da vigilância foram agredidos de forma brutal. Estes, não tem culpa pelo sistema não funcionar, pelo INSS deixar a desejar e pela gestão não ser eficiente.
A imagem da ocupação mostra o perigo da intervenção militar, deixando poder a despreparados e a mercê de corporativistas que no ímpeto de ajudar certos protegidos, esquecem que também são trabalhadores, que também sofrem do sucateamento de sua estrutura, da não valorização do seu trabalho e que estão fragilizados por uma PEC do teto, por vinte anos sem investimento na sua carreira. São trabalhadores contra trabalhadores.
É este o futuro que queremos para nossos irmãos, amigos familiares e para o futuro do Brasil?
Fonte:Sinssp