Escritório USP Mulheres apresenta dados sobre a presença feminina na Universidade

Em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, o Escritório USP Mulheres promoveu no dia 8 de março, o debate “O caminho para a equidade de gênero: compromisso de ação da USP”. No evento, foram apresentados dados levantados pelo Escritório sobre gênero na Universidade.

De acordo com a pesquisa, entre os anos 2000 e 2019, a população da USP registrou um crescimento de 37,9%, a uma média de 2% ao ano. Na comparação entre os gêneros, os homens mantiveram-se como maioria da população da USP, alternando de 54,3% no ano 2000 para 53,2% em 2019. As mulheres passaram de 45,7% no início da série para 46,8% no último ano observado. O desempenho de cada gênero em relação ao seu próprio histórico mostra as mulheres ampliando a sua presença em 41,2% no período, enquanto os homens ampliaram em 35,1%.

Na graduação, houve crescimento acentuado dos graduandos homens até 2009, enquanto as graduandas mulheres cresceram de maneira mais uniforme até 2014. O período seguinte, de 2014 até 2019, foi basicamente de crescimento para os homens (4%) e uma leve queda para as mulheres (-2%). A distribuição entre homens e mulheres na pós manteve-se igualitária, com 50% cada.

As informações foram apresentadas pelo pesquisador Rodrigo Correia do Amaral. A iniciativa integra o Observatório USP Mulheres, uma página gerida pelo Escritório para divulgar informações relativas às questões de gênero e subsidiar o planejamento de novas políticas.

“Sem dados não há como formular políticas públicas e levantar informações sobre as condições de gênero na Universidade foi uma das diretrizes da gestão que me antecedeu. Meu desafio agora é levar adiante esse legado que, por si só, já é bastante rico”, afirmou a coordenadora do Escritório USP Mulheres, Adriana Alves, na abertura do debate. A coordenadora também ressaltou que uma das metas de sua gestão é iniciar tratativas com representantes da Unesp e da Unicamp para traçar, de forma conjunta, um plano de equidade de gênero para as universidades paulistas.

“Quando temos diferenças e desigualdades na sociedade, nós precisamos buscar políticas ativas para modificá-las. Nós não devemos deixar que as mulheres lutem por igualdade enquanto os homens ficam apenas observando o movimento. Precisamos ser ativos, colaborativos para mudar essa situação. É essa postura que eu e a vice-reitora Maria Arminda temos trazido para a Reitoria”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.

A vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, ex-coordenadora do Escritório USP Mulheres, lembrou que “no Escritório eu tive a colaboração de mulheres e de homens notáveis. Gênero é uma categoria relacional e não existe a categoria gênero sem o outro. Nós não existimos sem os outros e viver com os outros é a aventura da vida. A proposta agora é refletir sobre os padrões igualitários a partir desses dados”. Foi em sua gestão como coordenadora que a pesquisa começou a ser desenvolvida.

A abertura do evento também contou com a participação da pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Marli Quadros Leite, representando as gestoras da USP.

Para fechar a programação do dia, a diretora do Programa Internacional Justiça de Gênero, Racial e Étnica da Fundação Ford, Nicolette Naylor, ministrou uma conferência sobre os desafios da inclusão, em instituições públicas e privadas.