A greve dos metroviários contra privatização, demissões e aumento de passagens parou as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás nesta quinta-feira (18).
A greve dos metroviários de SP contra a privatização de duas linhas em construção, demissões e aumento de tarifas parou parcialmente na manhã desta quinta-feira (18) as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás do metrô. A paralisação é por 24 horas.
Até as 8h30 de hoje, trechos das linhas 1-Azul (entre as estações Saúde e Luz), 2-Verde (Ana Rosa a Vila Madalena), 3-Vermelha (Bresser-Mooca até Marechal Deodoro) e 5-Lilás (Capão Redondo a Adolfo Pinheiro) estavam funcionando parcialmente. A linha 15-Prata está totalmente fechada.
Além de defender a empresa pública, o processo de licitação das linhas foi direcionado, segundo os metroviários, estabelecendo condições que só uma empresa pode cumprir, a CCR. O governo nega e diz acreditar em concorrência. Ainda de acordo com os trabalhadores, o lance inicial previsto no leilão (R$ 189,6 milhões) não chega a cobrir nem sequer os investimentos iniciais do Estado – e será financiado com dinheiro público, por meio do BNDES.
Com a greve, foi liberado o rodízio de carros de passeio e o serviço da zona azul. Em nota, a Companhia do Metropolitano (Metrô) lamentou a decisão e afirmou que acionou o seu plano de contingência.
A paralisação é contra o leilão de privatização das Linhas 5 Lilás e 17 Ouro – o monotrilho, e também contra a terceirização das bilheterias do Metrô, demissões e aumento das tarifas.
“A privatização leva à terceirização, que é sinônimo de precarização das condições de trabalho e renda, além da queda na qualidade dos serviços prestados à população e aumento das passagens, o que prejudica trabalhadores do Metrô e usuários”, disse nesta quarta-feira (17), ao Portal da CUT, Marcos Freire, diretor Financeiro do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
O governo de São Paulo marcou o pregão para o dia 19, às 9h, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo, na Rua 15 de Novembro. No mesmo dia, a partir das 9h, os metroviários estarão em frente a Bovespa protestando contra a privatização.
Para o secretário de Mobilização da CUT São Paulo, João Batista Gomes, a greve dá sinais de que os protestos devem se acentuar em 2018. “Alckmin busca entregar o patrimônio público, com cartas marcadas, para a CCR, e desconsidera tudo o que representa a privatização das linhas do metrô, o desmonte do transporte público e o aumento das tarifas que já está sendo sentido pela população”.
Presidente da CTB-SP, Rene Vicente, destaca a ousadia da categoria neste momento de retirada de direitos. “A diretoria mostra coragem em enfrentar Alckmin. O governador tem aplicado sua política de privatizações não apenas no metrô, mas em todas as estatais, como Sabesp e Fundação Florestal. A greve demonstra o descontentamento e a unidade dos trabalhadores”.
Fonte: CUT Nacional