Créditos: Reprodução: TRT 11
O INSS tenta a todo custo inverter o sentido da pedra 90 ao praticar o assédio organizacional contra os seus servidores.

Por Imprensa SINSSP

No dicionário informal “pedra 90” significa “alguém de qualidade, que tem o seu valor”.  O INSS tem garimpado em todos os sentidos estas pedras e sua gestão parece inverter o significado. O Instituto trabalha com a política dos 90 pontos e para alcançar este objetivo deixa de realizar o básico dos seus valores: ética, respeito, segurança, transparência, profissionalismo e responsabilidade ambiental (https://www.inss.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/).

Ao exigir dos servidores esta meta, sem investir na melhoria da estrutura da instituição, na capacitação de seus servidores, na comunicação com a sociedade e na excelência do serviço prestado, o INSS coloca uma barreira organizacional, contrariando o recomendado pelo Ministério Público Federal (MPF), impedindo o acesso presencial do cidadão que procura orientação, deixa de cuidar dos seus servidores, já que não há treinamento, e imputa meta absurda, praticando assédio moral organizacional, conforme apurado pelo MPF (página 4, para acessar clique aqui).

Desesperado em reduzir o gigantesco estoque de processos aguardando definição e mostrando interesse apenas em diminuir esse número sem se preocupar em observar a qualidade dos processos, o cuidado com os dados e com os servidores, foca na produtividade e meta de 90 pontos, implantando os CEAPs (Centrais Especializadas de Alta Performance) e CEABs (Centrais de análise de benefícios) e no mesmo sentido cria o indicador IAD (Índice de Avaliação de Desempenho) para medir a GDASS, com referência aos noventa pontos e sob alerta que na maioria das gerências poderão haver perdas financeiras aos servidores, já que é uma meta inalcançável por muitos.

REAT em risco

Com a criação das CEAPS, além dos servidores terem de cumprir produção 30% maior terão que arcar com toda a despesa da estrutura e do certificado digital, além de correr o risco de responder caso haja vazamento de informações, pois o INSS responsabiliza o servidor pela segurança dos dados.

O INSS não pode deixar de ser responsável pelos dados dos seus segurados, por isso, investir na segurança para o acesso fora das dependências do Instituto deve ser, no mínimo, uma das tarefas essenciais para a realização do projeto.

Os CEABs tem por finalidade deslocar os servidores de outras áreas ou aqueles que não tem experiência em análise de benefícios para concluir tarefas, sem oferecer capacitação, sem comunicar efetivamente as mudanças de normas e sem considerar as nuances que existem na análise, pois trata de fila nacional e há diferentes características em cada região, por vezes desconhecido em outras.

O Programa Especial para Análise de Benefícios, por dedicação dos servidores envolvidos, em duas semanas teve cerca de 150 mil processos retirados da fila nacional, demonstrando o interesse em resolver o problema de estoque do Instituto. Intuitivamente o INSS diz ser opcional, mas condiciona todas as políticas em torno da meta dos 90 pontos, desconsiderando sua responsabilidade de zelar por seus servidores, seus dados e apostando num ambiente de disputa, por troca de poucos valores, assim como acontece a disputa entre os gestores, por exemplo, a portaria da GEX Maceió antecipando a decisão da Direção Central.

Fique atento

O SINSSP percebe que a intenção da Instituição é descaracterizar o turno estendido e fazer o servidor realizar as oito horas, imputando a conclusão das tarefas nas costas dos servidores o que vai desmotivá-lo, como também, por conta desse assédio que o trabalhador vem sofrendo, corre o risco de responder no futuro por questões que deveriam ser sanadas no presente pelo INSS.

Diante de um governo que vem atacando o funcionalismo [vale lembrar que o Presidente do INSS, em entrevista a uma rádio gaúcha ameaçou interferir na gratificação do servidor] é preciso tomar os cuidados necessários para proteger a categoria e pensar em estratégias para implantar o plano de carreiras com a incorporação da GDASS.

Por esse motivo, o SINSSP pede aos servidores que continuem debatendo nos locais de trabalho, compareçam nas reuniões do Sindicato, enviem sugestões, enfim participem da discussão. O tempo é de união entre nós!

 

Fonte:Sinssp