A 13ª reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada para analisar se existe, de fato, o déficit previdenciário alegado pelo governo ilegítimo, teve hoje (12) a participação das Centrais Sindicais. O objetivo do presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT/RS)), foi debater o impacto da reforma da Previdência para a classe trabalhadora.
A avaliação dos representantes dos trabalhadores foi unânime: essa reforma irá massacrar quem contribui com o sistema previdenciário e privilegiar grandes empresas devedoras da previdência.
Valeir Ertle, secretário nacional de Assuntos Jurídicos da CUT destacou que a maioria da tributação cai em cima dos assalariados, “enquanto os sonegadores estão soltos por aí”. O dirigente apontou, ainda, que a reforma da Previdência deveria ser barrada e prosseguir somente após a conclusão dos trabalhos da CPI. “Não dá para o povo pagar a conta desse golpe de Estado que foi feito para tirar os direitos dos trabalhadores.” E prosseguiu, “estamos trabalhando uma grande greve geral para o dia 30 de junho para, mais uma vez, parar o Brasil e mostrar aos financiadores do golpe que não aceitaremos essas imposições do mercado financeiro”, concluiu.
O senador José Pimentel (PT/CE), que foi ministro da Previdência entre os anos de 2008 a 2010, na última gestão do ex-presidente Lula, explicou que não existe rombo previdenciário do tamanho que estão vendendo à sociedade, “tanto é que, dado o golpe, uma das primeiras ações que fizeram foi extinguir com o ministério da Previdência e passaram as atribuições para o ministério da Fazenda, sob os cuidados de Henrique Meirelles, ex-presidente do grupo JBS, uma das maiores empresas sonegadora”, enfatizou.
Além da CUT, participaram representantes da CSP/Conlutas, Intersindical, Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros. Nenhum parlamentar governista compareceu ao plenário da comissão, que durou a tarde toda.
Próximos passos
Nesta terça-feira (13), a partir de 9h, a CPI votará requerimentos. Na pauta estão o pedido de informações aos frigoríficos JBS, Marfrig Global Foods, Swift Armour, Margen e Nicolini, do senador Lasier Martins (PSD-RS), e pedido de convocação de representantes de alguns frigoríficos para explicar débitos com a Previdência Social. Também devem ser analisados pedidos de novas audiência pública do senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CPI, e do relator Hélio José.
Na quarta-feira (14) a CPI irá promover audiência pública com participação de confederações e sindicatos. Para este debate foram convidados o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), Moacyr Roberto Tesch Auersvald; o diretor de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), Mário Jorge dos Santos Filho; e representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), do Fórum Sindical dos Trabalhadores e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA).
Em funcionamento desde abril, a CPI já realizou dez audiências sobre o tema.
Fonte:Luciana Waclawovsky