Os três militantes têm recebido grande apoio por parte de parlamentares, movimentos sociais e outras entidades.

 

Os três camponeses do MPA, o Movimento dos Pequenos Agricultores, que estão em greve de fome na Câmara Federal contra a reforma da Previdência entraram, nesta quinta, no terceiro dia de protesto.

Em entrevista coletiva dada à imprensa, eles divulgaram que pretendem seguir em greve até que os deputados desistam de colocar a reforma em votação no plenário da Casa, como anunciou a militante Josi Costa, uma das grevistas:

“Essa greve de fome é necessária neste momento, e estamos fazendo ela com muita consciência, dedicação e força”, declarou.

A camponesa Leila Denise, uma das dirigentes do MPA e também grevista, afirma que o cansaço físico, resultado do protesto, não se sobrepõe à importância da causa. Uma das preocupações centrais do MPA é o impacto que a reforma pode ter na vida dos trabalhadores do campo, caso seja aprovada:

“A greve de fome é um extremo, mas tem muitos outros conflitos que o povo já comprou com extremidade quando a vida está em jogo. É por isso que a gente coloca também as nossas vidas à disposição porque a vida de milhões de brasileiros está em jogo”, destacou Denise.

Além delas, participa da greve o frei gaúcho Sérgio Görgen. Durante a coletiva, os três anunciaram a saída deles do prédio da Câmara. Por conta do cansaço, eles se mudaram para a sede da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), onde terão mais estrutura para dormir e tomar banho.

De acordo com a direção do movimento, a ideia é que eles permaneçam lá até a próxima segunda, quando pretendem retornar à Câmara para pressionar os parlamentares de forma mais direta, como foi feito nestes primeiros dias de greve. Os militantes têm recebido apoio de diversos partidos e parlamentares, além de movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil organizada.

Os dirigentes têm pedido aos parceiros que se mantenham em vigília para acompanhar a greve. Eles também anunciaram que nos próximos dias será divulgada uma programação de ações culturais e populares para engajar mais pessoas no apoio aos três grevistas.

“Essa é uma forma ousada de mostrar que não existe nenhum apoio popular — nem do campo nem da cidade — contra qualquer tipo de reforma ou contra qualquer tipo de medida que venha de um governo não eleito e impopular”, declarou o dirigente do MPA Bruno Pilon.

A reforma da Previdência está com o texto pronto para ser votado no plenário da Câmara, mas ainda não foi colocada em votação porque o governo enfrenta grande resistência até mesmo dentro da base aliada.

 

 

Fonte:  Cristiane Sampaio/Brasil de Fato com Edição de Vanessa Martina Silva