Créditos: Montagem/SINSSP

O dia 31 de março de 1964 precisa ficar na memória como um gatilho de alerta para que a ditadura militar nunca mais volte a acontecer no Brasil.

Em 1964 foi o início de um dos períodos mais cruéis e sombrios da história do Brasil em que muitos trabalhadores sofreram tortura e até levados a morte por lutarem pela liberdade, por democracia.

Foi no dia 31 de março, pela madrugada, que o alto comando do Exército do país enviou tanques de guerra para a capital do Brasil, na época o Rio de Janeiro, para depor o então presidente da República, João Goulart, o eterno Jango, que presidia o país de 1961 até aquela data.

Jango, um político com ideais socialistas, incomodava bastante os generais e a ala conservadora da sociedade “diziam proteger” o Brasil do comunismo e para isso usaram do golpe militar para tomar o poder e implantar uma ditadura como justificativa para tais atos.

A atuação política do presidente deposto era conhecida pela prática do cunho social e tentou implantar reformas estruturais nas áreas administrativas, fiscais e agrárias, incomodando as elites rurais e urbanas do país.

Histórias contadas e vivenciadas por familiares descreveram a cruel repressão que milhares de pessoas enfrentaram, muitos desses presos políticos foram torturados até a morte e os corpos nunca foram encontrados pelas famílias que não puderam sequer enterrar os seus mortos, tudo porque decidiram lutar contra um golpe de estado, que foi financiado pela agência norte americana CIA, rapidamente abraçado e encampado pelas elites e militares brasileiros.

Artistas que usavam da arte para denunciar os horrores dos “novos tempos”, além de sindicalistas, líderes de movimentos sociais e trabalhadores lutavam pelos direitos e pela liberdade de expressão e, foram presos, sofriam as mais duras torturas e muitos não resistiam a violência e acabavam mortos.

Atualmente, o que mais preocupa as pessoas que têm consciência desse passado sombrio e que defendem a democracia é a frase da música de Cazuza: “Eu vejo o futuro repetir o passado”.

Foi a mesma ala conservadora da sociedade e da extrema direita que deu novo golpe, desta vez jurídico e midiático, em 2016, contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, e elegeu para presidente um ex-militar, que para não ser expulso do exército foi aposentado precocemente por invalidez.

O risco que o Brasil sofre em reescrever essa trágica história é real e muito grave, um novo período sombrio parece estar cada vez mais perto, com as últimas articulações feitas por Bolsonaro, nesta semana, com a demissão e troca de seis Ministros e a saída dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que contrariados com a não esperada saída do Ministro das Forças Armadas, pediram demissão por discordarem da postura do presidente.

É preciso acompanhar detalhadamente os desdobramentos desses últimos acontecimentos, a população precisa ficar atenta e o dia 31 de março de 1964 precisa ficar na memória como um gatilho de alerta para que a ditadura militar nunca mais volte a acontecer no Brasil, para não termos mais mortos e desparecidos como Hildegard e Stuart Angel, Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho, Carlos Lamarca, João Goulart, Juscelino Kubtischek e tantos outros que sumiram nos porões da ditadura.

O SINSSP grita: DITADURA NUNCA MAIS! DEMOCRACIA PARA SEMPRE!!!

 

Fonte: Imprensa SINSSP