Créditos: Imprensa SINSSP

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, do Governo Bolsonaro tem anunciado que vai transformar a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em uma “Agência de Inteligência Estratégica”.

O assunto que foi pautado na imprensa no começo do ano tem como objetivo desestruturar a política de armazenamento, o controle dos preços dos alimentos e o desenvolvimento da produção agrícola familiar.

Essa “nova” estrutura é voltada para o agronegócio exportador que usa as melhores terras brasileiras para plantar, porém a colheita não fica no Brasil e aproveita a alta do dólar, para obter ainda mais lucros, vendem a produção para o mercado internacional e desabastece o mercado nacional, resultando nessa crescente inflação nos preços dos alimentos e que todo mundo percebe quando vai às compras.

Essa Agência de Inteligência Estratégica também deixa de lado a agricultura familiar, assim como outras políticas da CONAB, promovendo um desmonte do órgão e a desvalorização dos servidores públicos que atuam por lá.

A CONAB tem a missão de garantir ao pequeno e médio produtor rural preços mínimos, armazenagem e preservação dos produtos, prover alimentos em áreas que não chegam ou que chegam em quantidades menores, além de formar e regular estoques com a estratégia de adquirir alimentos excedentes e corrigir os desequilíbrios deixados pelas “manobras especulativas”, como também distribuir e controlar os alimentos e a prática dos seus preços.

Porém, o desmonte provocado por este governo não repassou o crédito para que as famílias que dependem da agricultura pudessem produzir e comercializar os seus produtos.

A atual gestão atuou de forma controversa, fazendo com que os estoques da CONAB ficassem zerados. E para piorar a situação, a política governamental fechou, somente em 2019, cerca de 27 armazéns das 92 que existiam na Companhia.

Segundo informações da CONDSEF (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público federal), o Brasil estocava 944 toneladas de arroz em 2013, mais de 1 milhão de toneladas em 2015. Em 2020 os dados caíram de forma exorbitante e apenas 22 toneladas estavam em estoque. Essa quantidade não era suficiente para abastecer o país pelo período de uma semana.

Os dados dos anos subsequentes só pioraram. Atualmente, de acordo com o site da Confederação, não há estoques de alimentos que garanta toda a contingência no Governo, o que significa que não há como intervir no mercado muito menos dar apoio aos programas sociais e amenizar a fome dos milhões de brasileiros, que por conta da má gestão pública estão abaixo da linha da pobreza.

O resultado dessa política de desmonte é a volta do Brasil ao mapa da fome da ONU (Organização das Nações Unidas).

Enquanto isso, ruralistas e governo federal festejam as supersafras produzidas, exportadas e cujo lucro fica no bolso dos grandes agropecuários e latifundiários, que formam uma quantidade pequena e que possuem uma fatia gigante das riquezas concentradas em seu poder.

O Agro além de ser POP, TEC e todos os demais rótulos que o permeia também é responsável por levar milhares de famílias a entrar para o mapa da fome, para a extrema pobreza e situação miserável.

Fonte: Condsef e Midia Ninja